sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
E Minnemann Blues Band
A MINNEMANN BLUES BAND tem o prazer de vos convidar para as duas noites de "Blues All Night Long".
Duas noites de festa, nesta próxima sexta e sábado (21 e 22), 'round 'bout midnight, no B Flat, em Matosinhos.
Aproveitem para passar umas horas longe dos santaclaus, gingle bells, propagandas natalícias e outros sintomas de epidemia generalizada de alarve frenesi consumístico.
Venham ouvir jump blues, mississipi blues e mesmo blues "à moda do Porto", divertirem-se mesmo, having a good time, plenty of FUN !, já que estão de férias, e tudo...
O B Flat é aquecido, portanto a desculpa do frio não "cola", para ficarem em casa enfiados no sofá como uma "patato coach", a ver o natal dos hospitais, ou um episódio de natal duma qualquer telenovela, sitcom ou o levanta-te e... vem mas é ao B Flat passar uma noite sem pais natais fraudulentos, a soldo da coca-cola e do bolo-rei da confeitaria "Favas Contadas"....
Venham daí!
Garantimos que se vão divertir!
Próximas datas:
28 dezembro - 22:00h - Centro Cultural Vila Flor - GUIMARÃES
17 janeiro - 23:30h - Servartes café concerto - PORTO
29 fevereiro - 22.00h - Festival Jazz & Blues - SEIA
(Mensagem recebida via email)
LUME Big Band ao vivo
Sexta-Feira, 21 de Dezembro às 23h00
(para mais informação, posicionar o cursor do rato sobre a foto e premir o botão do lado esquerdo)
ZDB
galeria zé dos bois
rua da barroca 59
bairro alto
Marco Barroso (piano, direcção e composição)
Manuel Luís Cochofel (flauta)
Paulo Gaspar (clarinete)
Jorge Reis, João Pedro Silva, José Menezes, Rita Nunes (saxofones)
Jorge Almeida, Pedro Monteiro, Gonçalo Marques (trompetes)
Eduardo Lála, Luis Cunha, Pedro Canhoto (trombones)
Rui Silva (baixo eléctrico, contrabaixo)
Pedro Silva (bateria)
(Mensagem recebida via email)
(para mais informação, posicionar o cursor do rato sobre a foto e premir o botão do lado esquerdo)
ZDB
galeria zé dos bois
rua da barroca 59
bairro alto
Marco Barroso (piano, direcção e composição)
Manuel Luís Cochofel (flauta)
Paulo Gaspar (clarinete)
Jorge Reis, João Pedro Silva, José Menezes, Rita Nunes (saxofones)
Jorge Almeida, Pedro Monteiro, Gonçalo Marques (trompetes)
Eduardo Lála, Luis Cunha, Pedro Canhoto (trombones)
Rui Silva (baixo eléctrico, contrabaixo)
Pedro Silva (bateria)
(Mensagem recebida via email)
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Mortinhos que eles "quinem"...
Em tempo de semi-descanso da blogosfera, resolvi dar um salto ao site da Blitz saber das notícias... uma ou outra para ler, quase todas as outras da Amy Winehouse e do Peter Doherty, invariavelmente sem interesse....
Ok... site do NME... entre eleições de quais os homens e mulheres mais sexy da pop, lá estão a prisão da "Amy D'adega" e os loucos concertos do "Baby Doherty", de quem por acaso não gosta... o pai da "Amy D'adega".
Conhecendo um pouco das cabeças dos ingleses, tenho a certeza de que existe um banco de apostas na redacção do NME, com cálculo de probabilidades e tudo, em quem "bate as botas" primeiro.
É que os artistas têm-se andado a baldar e há muito tempo que não há um "freak" famoso que decida "limpar o próprio sebo". Grande problema, já que até os lucros "pós-Kobain" começaram a baixar.
Da maneira que eles "abanam mas não caem", já nem me admiro que, um dia destes, contratem alguém para os "suicidar".
A música? A do "Babyshameful" ... ouve-se, a da Amy nem é má...
Mas... estávamos a falar de música?
Ok... site do NME... entre eleições de quais os homens e mulheres mais sexy da pop, lá estão a prisão da "Amy D'adega" e os loucos concertos do "Baby Doherty", de quem por acaso não gosta... o pai da "Amy D'adega".
Conhecendo um pouco das cabeças dos ingleses, tenho a certeza de que existe um banco de apostas na redacção do NME, com cálculo de probabilidades e tudo, em quem "bate as botas" primeiro.
É que os artistas têm-se andado a baldar e há muito tempo que não há um "freak" famoso que decida "limpar o próprio sebo". Grande problema, já que até os lucros "pós-Kobain" começaram a baixar.
Da maneira que eles "abanam mas não caem", já nem me admiro que, um dia destes, contratem alguém para os "suicidar".
A música? A do "Babyshameful" ... ouve-se, a da Amy nem é má...
Mas... estávamos a falar de música?
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
A diferença volta a ter direitos
António Sérgio está de volta à rádio.
A partir de 3 de Dezembro tem início "Viriato 25" na Radar.
De segunda a sexta entre as 23 horas e a uma da manhã. Ainda por cima mais cedo do que era costume nos últimos anos. Não tendo ainda uma ideia concreta do que vai ser o novo programa, para já só tenho uma coisa a dizer a quem quer que seja que mande na Comercial:
EMBRULHA!!!
E que rebente com as audiências da concorrência, principalmente as de um tal de "Feitiço da Lua" (suspeito que a "bruxa" em questão não tem culpa, mas aquele "despojo de ex-rádio" bem que merece o mau-olhado).
A partir de 3 de Dezembro tem início "Viriato 25" na Radar.
De segunda a sexta entre as 23 horas e a uma da manhã. Ainda por cima mais cedo do que era costume nos últimos anos. Não tendo ainda uma ideia concreta do que vai ser o novo programa, para já só tenho uma coisa a dizer a quem quer que seja que mande na Comercial:
EMBRULHA!!!
E que rebente com as audiências da concorrência, principalmente as de um tal de "Feitiço da Lua" (suspeito que a "bruxa" em questão não tem culpa, mas aquele "despojo de ex-rádio" bem que merece o mau-olhado).
domingo, 18 de novembro de 2007
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Are you gone gone?
Pois é!
Quando se está quase trinta anos à espera de um concerto, ou a coisa corre muito bem ou qualquer outro desfecho é pouco menos do que um desastre. No caso...
Correu bem!
Correu mesmo muito bem!
Queriam uma descrição daquelas tipo revista de música, era?
Pois não vão ter!
Esta fica só para mim!!!
Já agora deixo a lista (se é que me lembro bem) para compararmos com as dos concertos anteriores.
Admito que haja algum erro. Se for o caso agradeço correcção.
28 October 2007, Coliseu dos Recreios, Lisboa, Portugal
Redondo Beach
Privilege (Set Me Free)
Are You Experienced?
Ain't It Strange?
Beneath the Southern Cross
Ghost Dance
Dancing Barefoot
We Three
Pushin’ Too Hard
Because the Night
Pissing In a River
Soul Kitchen
Smells Like Teen Spirit
Gloria
(encore):
Perfect Day
People Have The Power
Babelogue/Rock n Roll Nigger
Mais uma espécie radiofónica em extinção
Depois do Lobo, o Coyote!
A nova grelha de programas da Antena 3, seguindo a política da maioria das rádios, dá mais um par de cacetadas aos chamados "programas de autor" expulsando-os do horário nobre para os encafuar na obscuridade do fim de semana (com repetição num dia de semana... às 4 da manhã).
Assim acontece com programas como "Indiegente" e "Coyote", talvez os dois melhores que a rádio tinha, para os substituir pelo programa de Hip-hop-tuga "Portugália" e pela mais nova palhaçada de Rui Unas (que o povo quer-se é feliz e contente que é para não fazer ondas). Entretanto as secas diárias de horas infindas de playlist continuam em grande.
Já só ouço rádio no caminho entre a casa e o trabalho.
Parece-me que em breve terei de arranjar outra maneira de ouvir música.
Ora agora que penso nisso, o leitor de mp3 mais aquela cassete dos CDs.......
domingo, 28 de outubro de 2007
Hoje é dia...
... de Patti Smith!
Para quem achou que não valia a pena ir hoje ao Coliseu (está no seu direito de guardar o dinheiro para ver... Editors??? [not]) ou andou a engonhar e já não arranjou bilhetes (engonhou mesmo muito, bolas) vou deixar aqui as listas dos dois últimos concertos (Oxford e Cambridge, eh eh) que vêm descritas, juntamente com muito mais informação, neste site (as coisas interessantes que encontramos na net...). Embora a ordem varie bastante, estes dois últimos começaram com Redondo Beach e eu não me importava nada que acontecesse o mesmo logo, sendo esta uma das "especiais", curiosamente de há cerca de dois anos para cá (não, não conto mas sim, já ouço e colecciono Patti Smith há umas décadas - é que algumas músicas ganham novas vidas por razões várias...).
22 October 2007, Carling Academy, Oxford, UK
Redondo Beach
Kimberly
Privilege (Set Me Free)
Are You Experienced?
Within You Without You
Beneath the Southern Cross
Sleep of the Dodo
Ghost Dance
Dancing Barefoot
We Three
Pushin’ Too Hard
White Rabbit
Because the Night
Soul Kitchen
Smells Like Teen Spirit
People Have the Power
Gloria
(encore):
Babelogue/Rock n Roll Nigger
23 October 2007, The Junction, Cambridge, UK
Redondo Beach
Privilege (Set Me Free)
Are You Experienced?
Ghost Dance
Cambridge Improvisation/My Blakean Year
Beneath the Southern Cross
Dancing Barefoot
We Three
Pushin’ Too Hard
Gimme Shelter
Because the Night
Soul Kitchen
Smells Like Teen Spirit
Gloria
(encore):
Perfect Day
Babelogue/Rock n Roll Nigger
Dito isto, é provável que em Portugal tenhamos direito a uns "doces" (da outra vez meteu Fernando Pessoa e tudo). Mesmo assim, e por todos os motivos e mais alguns, quebro hoje a regra de não repetir músicas e deixo aí a tocar precisamente "Redondo Beach"
"Redondo Beach"
Artista: Patti Smith
Álbum: Horses
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Versões (18)
Já me aconteceu muitas vezes. É um daqueles discos que se compram não se sabe bem porquê (não tinha comprado os anteriores) mas que dão a sensação de serem bons. Não sei bem, mas acho que "cheiram a bom". Nem sequer tinha ouvido muito mas comprei-o, pronto, e estou muito contente com a minha compra (e por saber que o instinto ainda funciona).
Podia ficar aqui a dissecar o disco de trás para a frente (olhá-lo de um lado, do outro e de frente, como dizia o outro) mas já percebi que, no fim das contas, isso até nem conta grande coisa (se a televisão e a rádio não lhes ligam, quem é que vai acreditar em mim?). Apenas vos aconselho a que dêem uma oportunidade (de preferência duas ou três) de audição ao trabalhito (vá lá, nem custa muito e vocês sabem como se faz) e no fim, se gostarem comprem. Eu comprava, se não tivesse já comprado.
E perguntam vocês:
- Versões, pá???
Pois então aqui fica uma grande versão (na minha pouco considerável - e daí talvez... - opinião) com "marca Fonseca":
"Rocket Man"
Artista: David Fonseca
Álbum: Dreams in Colour
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Golpe publicitário, parte 2?
A partir de hoje Segunda-feira, dia 8, está em curso uma campanha que visa fazer chegar a reedição do single dos Sex Pistols "God Save the Queen" ao primeiro lugar do top britânico como "vingança" por "alegadamente" ter sido ilicitamente impedido de lá chegar na altura da sua edição há 30 anos atrás.
Se foram ou não impedidos de chegar ao número 1, parece que ninguém sabe ao certo mas do que não há dúvidas é que a carreira dos Pistols foi sendo "empurrada" por este tipo de golpes publicitários, seja o célebre passeio de barco junto ao Parlamento para lançamento do disco, seja a acusação de terem sido expoliados da hipótese de chegar a nº1, os disturbios de Vicious, os arraiais de porrada nos Estados Unidos ou mesmo a campanha de moda "Punk" das lojas de Malcom McLaren, manager e "produtor de factos noticiáveis".
Esta campanha, lançada pelo site do NME tem, segundo o... NME, o apoio do guitarrista Slash (hoje dos Velvet Revolver) e a maneira de conseguir o objectivo é fazer com que o disco seja comprado pelo maior número de pessoas possível logo à saída (ou seja, a partir de hoje).
...
Ok, prefiro comprar um disco com música de jeito!
É que eu, para essas coisas dos "topes" já dei! Já os Sex Pistols...
(Pois é, pensavam que os "prototipos" do "Punk" não ligavam a essas coisas, não era?)
Ladies & Gentlemen, meet the Sex Pistols... and John Lydon... and Malcom McLaren... and... New Musical Express!!!
Se foram ou não impedidos de chegar ao número 1, parece que ninguém sabe ao certo mas do que não há dúvidas é que a carreira dos Pistols foi sendo "empurrada" por este tipo de golpes publicitários, seja o célebre passeio de barco junto ao Parlamento para lançamento do disco, seja a acusação de terem sido expoliados da hipótese de chegar a nº1, os disturbios de Vicious, os arraiais de porrada nos Estados Unidos ou mesmo a campanha de moda "Punk" das lojas de Malcom McLaren, manager e "produtor de factos noticiáveis".
Esta campanha, lançada pelo site do NME tem, segundo o... NME, o apoio do guitarrista Slash (hoje dos Velvet Revolver) e a maneira de conseguir o objectivo é fazer com que o disco seja comprado pelo maior número de pessoas possível logo à saída (ou seja, a partir de hoje).
...
Ok, prefiro comprar um disco com música de jeito!
É que eu, para essas coisas dos "topes" já dei! Já os Sex Pistols...
(Pois é, pensavam que os "prototipos" do "Punk" não ligavam a essas coisas, não era?)
Ladies & Gentlemen, meet the Sex Pistols... and John Lydon... and Malcom McLaren... and... New Musical Express!!!
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Joy Division - curso intensivo
Segundo Anton Corbijn, o realizador do filme Control, uma biografia de Ian Curtis dos Joy Division, os actores que representam os papeis dos elementos da banda pediram para cantar eles próprios as canções que aparecem no filme, apesar de não serem músicos e alguns deles nunca terem mesmo pegado numa guitarra antes.
Apesar de ter dito que não seria possivel, o realizador viria a mudar de opinião depois de "a banda" ter passado cinco semanas a trabalhar em estúdio entre aprender a tocar os instrumentos e ensaiar as canções.
Não tendo sido revelado o programa do curso intensivo, atrevo-me a tentar adivinhar:
- 1ª semana: Aprender a tocar como os Joy Division.
- 2ª semana: Aprender as músicas dos Joy Division.
- 3ª, 4ª e 5ª semanas: Aprender a desafinar e a tocar mal, tão bem como os Joy Division.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Que é feito do direito à diferença?
Imagem: Blitz
Há uns tempos li uma notícia sobre o Cameraman Metálico (sim, esse, claro que o conheces) em que se dizia que o homem estava na falência e que vendia grande parte do material e até muito do acervo que foi juntando ao longo dos anos, a quem quisesse comprar. Aquilo pôs-me a pensar na imprensa muiscal portuguesa ou, mais propriamente, na inexistência da mesma. Afinal o meio musical potuguês é tão pequeno e insignificante que, além de não proporcionar uma carreira à maior parte dos músicos, consegue levar à miséria gente que passou uma vida inteira a tentar descobrir e documentar tudo o que havia para descobrir e documentar.
Hoje fiquei a saber que o António Sérgio foi afastado da Radio Comercial. Segundo rezam as notícias, o afastamento prende-se com cortes orçamentais e com o facto de o programa que fazia ("A Hora do Lobo", ultimamente chamado "Nas Horas") não se enquadrar no novo projecto da estação.
Quanto aos "novos projectos" das estações de rádio já temos conversado muito por aqui e já vimos (e ouvimos) a bosta que têm sido. Agora despedir um dos melhores profissionais de rádio do país, um homem que é, ainda hoje, um dos "radialistas" mais avançados no que respeita a pesquisa e divulgação de tudo o que é novo e tem qualidade (já para não falar no que fez pela música portuguesa em termos de edições de bandas novas - que o digam os Xutos) alegando "cortes orçamentais" só atesta a completa estupidez que reina nas cabeças dos "vendedores de fast-radio" que temos à frente das estações deste país.
Pessoalmente, só falei uma vez com o António Sérgio. Um dia, ouvindo o "Som da Frente", reparei, já para o fim do programa, numa banda com um som que me despertou a atenção mas do qual não tinha apanhado o nome no princípio da música. Por impulso telefonei para a rádio (naquele tempo tinha sempre o número à mão por causa dos passatempos) a perguntar quem eram. A pessoa que atendeu não sabia mas não se atrapalhou: "olha, fala com o António Sergio". Logo atendeu e me deu as informações que eu precisava: "Esses gajos chamam-se Pogues e também gosto muito deles. Não há é discos deles à venda cá. Tens de comprar de importação". Quando agradeci a informação e pedi desculpa pelo incómodo (sempre fui muito bem educado), ele respondeu-me qualquer coisa como "não incomodas nada, é para isso que cá estamos!"
Durante anos ouvi os programas do António Sergio (agora menos, por causa das horas para onde o exilaram e do patrão que não gosta que eu chegue tarde) e durante anos encontrei o Cameraman Metálico nos concertos. Já há tempos, comentando um blogue qualquer por aí, tinha falado das saudades que tenho de programas como o "Dois Pontos" ou o "Morrison Hotel". Até aqui ainda ía à Comercial quando me davam as saudades do "Som da Frente". Depois disto acho que vou tirar essa rádio das sintonias pré-definidas do rádio do meu carro.
O meio "musical" português continua a fazer vítimas. Nos últimos tempos tem tocado mesmo àqueles que mais têm feito por ele. Em todas as actividades há os que passam sem deixar marca (a maior parte) e uns poucos que se destacam pela diferença, nos casos presentes pela qualidade do trabalho que fazem. Como diriam os próprios Pogues, "Men You Don't Meet Every Day".
Na Radio Comercial perdeu-se o "direito à diferença". Que outros direitos estaremos ainda para perder?
"I'm A Man You Don't Meet Every Day"
Artista: The Pogues
Álbum: Rum, Sodomy & the Lash
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
2007 tem Prémio José Afonso
A Brigada Victor Jara venceu a edição deste ano do Prémio José Afonso, prémio "supostamente" anual atribuido pela Câmara Municipal da Amadora. E "supostamente" porquê? Porque não houve vencedor em 2006, alegadamente por falta de trabalhos de "mérito consonante com o prestígio do Prémio".
Na altura indignou-se a Associação José Afonso pela não atribuição, sim, mas principalmente pela mudança das regras de "acesso". Ou seja, para além da especificidade do prémio em si, que limita o acesso a trabalhos "que tenham como referência a Cultura e a História portuguesas, tal como a obra do autor de Grândola", a partir de 2006 em vez de serem jornalistas e um funcionário da Autarquia a elaborar a lista de nomeados como até aí, passaram a ser enviados convites para editoras que deveriam propôr trabalhos a concurso.
Pois é! Fiam-se na editoras e depois dá buraco.
Ao que parece, as editoras apresentaram nove discos a concurso mas o juri decidiu que nenhum reunia o tal "mérito....". Entretanto, extra-concurso (devido à tal mudança de regras), o referido funcionário que tinha essa incumbência nos anos anteriores tinha, antes de se aposentar, deixado uma lista de treze, dos quais só dois coincidiam. Ou seja, juntamente com os das editoras seriam vinte e, até se poderia dar o caso de algum ter "mérito consonante" para ganhar. Querem ver? Vejamos então as listas:
A das editoras:
"Apontamento" - Margarida Pinto
"Mulheres" - Vozes da Rádio
"Amores Imperfeitos" - Viviane
"Éramos Assim" - Boite Zuleika
"Groovin´on monster`s eye-balls" - Hands on Approach
"Cacus" - José Peixoto e Carlos Zíngaro
"Coisas Simples" - Maria Léon
"Almadrava" - Marenostrum
"Cantes D´Álem Tejo" - Francisco Naia
A do ex-funcionário da Câmara Júlio Murraças:
"Almadrava" - Marenostrum
"Cantes D´Álem Tejo" - Francisco Naia
"Ulisses" – Cristina Branco
"Tributo a los laureados" – Fernando Tordo
"Filarmónica Gil" – Filarmónica Gil
"Modas i Anzonas" – Galandum Galundaina
"Ao vivo em Lisboa" – Joana Amendoeira
"Anjos da noite" – Jorge Vadio
"Tudo ou nada" – Kátia Guerreitro
"Faluas do Tejo" – Madredeus
"Diário" – Mafalda Arnaulth
"Transparente" – Mariza
"Obrigado" – Teresa Salgueiro
Fazendo contas à tal especificidade dos parâmetros do prémio, compreende-se que ele não seja atribuido a discos como os dos Hands on Approach, Viviane ou Boite Zuleika (poucas referências à Cultura e História portuguesas e à obra do Zeca), já na lista de baixo se conseguem descortinar trabalhos com essas características, alguns deles mesmo com referências de qualidade internacionais (como se as nacionais não chegassem...) que, diria eu, até tinham qualidade para ganhar um prémio de 5000 euritos da Câmara da Amadora (não desmerecendo, claro).
Quanto à Brigada, ainda não ouvi a "Ceia Louca" mas pelo que já li sobre o disco não tenho dúvidas de que preencherá facilmente os "requisitos". Parabéns à Brigada pelo prémio e mais os 30 anos de edições e desejos de juizinho às pessoas que têm neste país a missão de apoiar a música que por cá se faz. É que por vezes, de tanto "trabalhar para aquecer", os músicos devem acabar por se sentir "queimaditos". Ou não?
domingo, 16 de setembro de 2007
Anos 60 (II)
Como de costume, por gostar sempre que se saiba do que falo (e também para fazer um bocadinho de pressão à Radar, admito), aqui venho deixar uma pequena referência ao álbum de que falava aí em baixo, acompanhada por um "teaser" que fica aí a tocar durante uns dias.
Surrealistic Pillow foi o segundo álbum dos Jefferson Airplane e o primeiro com a voz de Grace Slick. Para resumir as coisas, depois de um primeiro disco mais orientado para o Folk-rock, este, de 1967, marca a entrada no "psicadelismo", transportando, juntamente com outras bandas como os Grateful Dead ou os Quicksilver Messenger Service, entre outras, toda uma geração para aquilo a que se chamou "Summer of Love" (ou a génese do "movimento hippie"). Este "movimento socio-artistico" (com alguma ingenuidade e muito "pseudismo" pelo meio, digo eu) viria a ser bastante produtivo em termos musicais e acabou por ter uma influência importante na musica rock, influência essa que acabou por sobreviver ao declínio do próprio "movimento social" (afinal as flores não tinham assim tanto poder e pode mesmo dizer-se que começaram a murchar antes do último dia do festival de Woodstock, em 1969 - mas isso é outro assunto).
Quanto aos Jefferson Airplane, acabaram por mudar bastante o estilo musical ao longo do tempo e gerar várias "encarnações" com as mais diversas formações (Jefferson Starship ou Starship - a pior de todas), para além de darem origem a diversas bandas a partir das várias "deserções" que foram sofrendo, como por exemplo os "acústicos" Hot Tuna (também há-de tocar aqui um destes dias) de Jack Casady e Jorma Kaukonen.
Deste álbum podia deixar aqui a tocar as músicas mais conhecidas como "White Rabbit", "Somebody to Love" ou "Plastic Fantastic Lover" mas preferi uma daquelas mais "escondidas". Torna a coisa mais interessante... digo eu!
"Comin' Back To Me"
Artista: Jefferson Airplane
Álbum: Surrealistic Pillow
Ah...! não, como devem ter reparado, não é a Grace Slick a cantar mas sim o Marty Balin, o outro vocalista da banda.
Coincidências...
Tenho de admitir que por vezes há coincidências que me surprendem.
Não, não vou aqui expôr as coincidências mais estranhas da minha vida. Isso queriam vocês e, provavelmente seria uma maneira de aumentar o número de visitantes (a vida dos outros é sempre muito mais interessante que a nossa, mesmo que seja uma grande seca, só porque... é a dos outros). Mas isto é um blogue de música por isso aqui fala-se de coincidências musicais.
Pois do que se trata é o seguinte: parece que cada disco que eu aqui venho dizer que quero mas não existe em CD, não passa mais de um ano e lá aparece a rodelita à venda. Ora vejamos:
- Em Março de 2005, falando da Banda do Casaco, lamentava o desaparecimento das "masters" das gravações de "Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos". Um ano e meio depois já o CD cá estava fora, graças às possibilidades das novas tecnologias. Este já cá roda em casa.
- No mesmo ano, em Setembro, vim aqui declarar que queria um certo disco ao vivo dos Lindisfarne, chamado Lindisfarne Live, reclamando do facto de os prórios não terem gostado do som do original e terem por isso decidido não o editar em CD. Um ano depois, "Lindisfarne Live" sai com o subtítulo "The Definitive Edition", não só com as canções do viníl original mas com todo o alinhamento do concerto, melhorado e realinhado. Custa à volta de 40 dólares na Amazon, por isso ainda não o consegui comprar.
- Por último, há cerca de um mês atrás escrevi aqui que me faltava um disco ao vivo do Leon Russell com os New Grass Revival mas que só tinha visto um exemplar em viníl e ainda não existia em CD. Aparentemente estou a ganhar eficácia pois hoje fiquei a saber que o tal "The Live Album" será editado a 30 de Outubro de 2007 e já se encontra em pré-encomenda na Amazon.
Ora bem, se a isto juntar o facto de hoje, minutos depois de ter recomendado o álbum "Surrealistic Pillow" dos Jefferson Airplane para ser um próximo "Álbum de Família" na rádio Radar, ter ouvido esta banda num filme que estava a passar na TV, depois de não os ouvir há uns anos em lado nenhum, sou levado a concluir que a minha capacidade "coincidencial" se encontra em nível elevado.
Assim sendo, se por acaso se der a coincidência de alguém me querer oferecer um destes discos em data breve, basta mandar-me um mail e eu terei todo o gosto em fornecer mais elementos sobre estas e outras coisas que gostava que coincidissem com as que já estão ali na estante.
Eu cá não sei, mas até acho que já ouvi alguém dizer que "As coincidências nunca acontecem por acaso"... ou então não ouvi - foi coincidência!
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Sucedâneando...
Na sequência das agressivas campanhas de marketing "alternativo" criador de "hypes" (ou seja lá o que for, como quer que se escreva) que se têm sucedido de há uns anos para cá, era de esperar que algum desses objectos de "alt-marketing" acabasse por vir parar cá a casa. Ofereceram-me há dias o último disco dos Interpol, "Our Love to Admire".
É claro que me agradou a oferta. Gosto de ter um pouco de tudo, até porque cada vez mais (talvez pressionado pela insistência dos "massacres radiofónicos" que nos proporcionam a nossas rádios de formato "play-list") gosto de variar a música que ouço. O disco até que nem é mau e tal mas...
À quinta canção descubro que a receita é adaptar um certo som entre os Bauhaus e os Sisters of Mercy (mais os primeiros, em todo o caso), direccionando-o a um certo "mercado" e, em consonância com os tempos, tratando de não extrapolar muito, não vá deixar de caber no público-alvo das rádios para que o produto foi pensado. Ou isto ou alguma dose de falta de imaginação.
Nunca fui grande adepto dos Bauhaus mas devo admitir que, seja por que lado lhes pegue, acabo por ver muito mais audácia, força e imaginação do que se consegue ouvir em qualquer das faixas deste disco "bonitinho", bem tocado (talvez melhor do que tocavam os "mentores") e muito bem "formatado".
Fiquei um bocado a pensar nesta coisa dos "mentores" e "seguidores", dos originais e seus sucedâneos e cheguei à conclusão óbvia: Os Interpol ouvem-se bem de vez em quando, os Bauhaus ouvem-se melhor do que há vinte e tal anos mas quem atirou a primeira pedrinha e sem medo nenhum foi mesmo o Bowie.
Ouçam Bowie de 1977 a 1980 (Low, Heroes, Lodger e Scary Monsters) e descubram onde tudo começou. Depois, se quiserem uma coisa mais inócua, com 30 anos de filtragem, que não estimula mas também não incomoda, têm este disco dos Interpol, pois então!
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Vamos lá animar isto
Ao (ou)ver como anda o panorama radiofónico cá da zona (já nem falo do país) têm-me dado uns ataques de nostalgia dos tempos em que a rádio se fazia de outra maneira.
Hoje fica aqui a tocar mais uma que faz parte da minha "Banda sonora" e que me foi dada a conhecer à saída do disco pelo Luís Filipe Barros no "Rock em Stock", programa "impossível" para os dias de hoje em que coexistiam, pacificamente e em sequência perfeitamente corente, AC/DC, Dire Straits, Police, Ramones, Led Zeppelin, Elvis Costello, Sex Pistols, Rui Veloso, Cheap Trick e Van Morrison (entre centenas de outros). Complicado? eu diria antes animado!
"Bright Side Of The Road"
Artista: Van Morrison
Álbum: Into the Music
Pub-utilidade
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Nationwide Mercury Prize
Depois dos Arctic Monkeys no ano passado, os vencedores deste ano foram os Klaxons!
Preparem-se para o massacre. Parece que foi descoberta a "Banda da Década" do próximo ano...
... ou não...
E já vem ensinado?
Segundo parece, o eBay tem à venda um piano que pertenceu a Bruce Springsteen entre 1977 e 1979 e no qual, segundo se diz, compôs muitas das músicas que foram editadas no álbum "The River".
O anúncio (no NME) especifica ainda que houve outros artistas de renome que chegaram a tocar o tal do pianito, nomes como Bob Dylan, Keith Richards ou Patti Smith (todos pianistas, como se pode ver...).
Da maneira como a coisa é anunciada, somos mesmo levados a acreditar que algum do talento terá passado por osmose para as teclas do piano (ou talvez para o certificado de autenticidade que vem junto com o instrumento). A licitação começa nos 10 000 dólares mas é bem capaz de valer uma carreira de milhões...
... se vier ensinado, claro!!!
O anúncio (no NME) especifica ainda que houve outros artistas de renome que chegaram a tocar o tal do pianito, nomes como Bob Dylan, Keith Richards ou Patti Smith (todos pianistas, como se pode ver...).
Da maneira como a coisa é anunciada, somos mesmo levados a acreditar que algum do talento terá passado por osmose para as teclas do piano (ou talvez para o certificado de autenticidade que vem junto com o instrumento). A licitação começa nos 10 000 dólares mas é bem capaz de valer uma carreira de milhões...
... se vier ensinado, claro!!!
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
A propósito de Johnny Cash...
... e da escolha do álbum "At Folsom Prison" esta semana para a rúbrica "Álbum de Família" na Rádio Radar...
Por vezes (a maior parte delas) é engraçado já não ser teenager e ver a evolução que as coisas levam.
Lembro-me de começar a ouvir as bandas então chamadas "Country-rock" (Byrds, Eagles, Neil Young, etc) e de ter entrado por aí no "Country" (coisas fabulosas como "White Mansions", por exemplo); do que tinha de ouvir dos meus amigos adeptos do "Rock Progressivo" (de que, aliás, também gostava, assim como de bastante "Hard Rock" e mesmo de algum "Rock Alemão" e "Glam", já para não falar do "Folk Rock" e do "Jazz Rock" - sim, eu sei que hoje já não se pode ser assim) que me diziam que "Country" era música de parolos e que o Cash era um "Ganda Bimbo".
Lembro-me perfeitamente de alguém ter comprado o álbum "Higwayman" dos Highwymen (uma espécie de "Supergrupo Country") e de termos feito a classificação dos intervenientes enquanto o ouvíamos:
- Waylon Jennings - o melhor músico
- Willie Nelson - o "ganda maluco" (tocava uma Martin acústica com um grande buraco - acho que ainda a toca)
- Kris Kristofferson - o pior músico
- Johnny Cash - A melhor voz e o mais parolo.
Andava o homem em meados dos 90s a editar colectâneas e discos de natal quando o "mago" Rick Rubin decidiu salvar-lhe a carreira (como já tinha salvo a tantos, incluindo, por exemplo, os Red Hot) e eis que entra no novo século com imagem renovada (e marketing a condizer, em que a doença incurável até dava uma ajuda) e aparece como herói do "Country alternativo" (afinal há muitos anos que se vestia de preto...). A piada da coisa vai até ao ponto de quase me pedirem para dizer que o homem não era músico de "Country", mas sim de "Folk" (se é que isso interessa).
Bom, do que conheço da carreira do homem, este é sem dúvida o seu disco mais famoso (musicalmente nem sequer é grande coisa) e o que o celebrizou como "rebelde" da Country, mas também é verdade que rebeldia até era coisa que não abundava lá muito nos artistas que praticavam aquele estilo de música (e de vida, enfim...).
Do resto da carreira (para além daquela fase dos fins de 70s a meados dos 80s - excelente como Frank James em "The Legend of Jesse James" de Paul Kennerly) desinteressei-me um bocado (o Country cansa ao fim de algum tempo).
Pois então, na ressaca da "magia de Rubin" parece-me bastante salutar (a teenagers e não só) a audição desta obra de 1968, não só para se familiarizarem mais com a obra de Cash anterior a "American Recordings", mas também para confirmarem que sim, que isto é "Country" puro e duro. Vamos lá a ver se não vai haver por aí alguém a deixar de gostar do senhor (há alguma coisa mais "mainstream" do que o "Country" de Nashville?).
Por vezes (a maior parte delas) é engraçado já não ser teenager e ver a evolução que as coisas levam.
Lembro-me de começar a ouvir as bandas então chamadas "Country-rock" (Byrds, Eagles, Neil Young, etc) e de ter entrado por aí no "Country" (coisas fabulosas como "White Mansions", por exemplo); do que tinha de ouvir dos meus amigos adeptos do "Rock Progressivo" (de que, aliás, também gostava, assim como de bastante "Hard Rock" e mesmo de algum "Rock Alemão" e "Glam", já para não falar do "Folk Rock" e do "Jazz Rock" - sim, eu sei que hoje já não se pode ser assim) que me diziam que "Country" era música de parolos e que o Cash era um "Ganda Bimbo".
Lembro-me perfeitamente de alguém ter comprado o álbum "Higwayman" dos Highwymen (uma espécie de "Supergrupo Country") e de termos feito a classificação dos intervenientes enquanto o ouvíamos:
- Waylon Jennings - o melhor músico
- Willie Nelson - o "ganda maluco" (tocava uma Martin acústica com um grande buraco - acho que ainda a toca)
- Kris Kristofferson - o pior músico
- Johnny Cash - A melhor voz e o mais parolo.
Andava o homem em meados dos 90s a editar colectâneas e discos de natal quando o "mago" Rick Rubin decidiu salvar-lhe a carreira (como já tinha salvo a tantos, incluindo, por exemplo, os Red Hot) e eis que entra no novo século com imagem renovada (e marketing a condizer, em que a doença incurável até dava uma ajuda) e aparece como herói do "Country alternativo" (afinal há muitos anos que se vestia de preto...). A piada da coisa vai até ao ponto de quase me pedirem para dizer que o homem não era músico de "Country", mas sim de "Folk" (se é que isso interessa).
Bom, do que conheço da carreira do homem, este é sem dúvida o seu disco mais famoso (musicalmente nem sequer é grande coisa) e o que o celebrizou como "rebelde" da Country, mas também é verdade que rebeldia até era coisa que não abundava lá muito nos artistas que praticavam aquele estilo de música (e de vida, enfim...).
Do resto da carreira (para além daquela fase dos fins de 70s a meados dos 80s - excelente como Frank James em "The Legend of Jesse James" de Paul Kennerly) desinteressei-me um bocado (o Country cansa ao fim de algum tempo).
Pois então, na ressaca da "magia de Rubin" parece-me bastante salutar (a teenagers e não só) a audição desta obra de 1968, não só para se familiarizarem mais com a obra de Cash anterior a "American Recordings", mas também para confirmarem que sim, que isto é "Country" puro e duro. Vamos lá a ver se não vai haver por aí alguém a deixar de gostar do senhor (há alguma coisa mais "mainstream" do que o "Country" de Nashville?).
sábado, 25 de agosto de 2007
Batota
Imagem: mariolaginha.org
Depois de "Canções e Fugas" e do que se falou sobre o que motivou a criação deste trabalho, devo dizer que esperava um disco bastante diferente, menos para o lado "Jazz" do Mário Laginha, qualquer coisa que não sei bem o que é mas que no entanto continuo à espera que ele faça.
Mas o Mário decidiu fazer outro disco e trocou-me as voltas. Em vez do seguimento do "Canções", saiu-me um magnífico descendente ("evolucionado", em todo o caso) do "Hoje", um disco de Jazz de alguém com a grande vantagem de saber que aquilo que faz já não é "bem Jazz". Da qualidade técnica da produção e da execução da própria música nem vou falar. A perfeição pouco dá que comentar (vai na volta é por isso que ao percebê-la, normalmente ficamos sem palavras).
É quase batota. Mário Laginha não me dá o que eu quero e consegue fazê-lo de uma maneira que não me dá hipótese de "não gostar" de um minuto do disco. Não me vou armar aqui "ao pingarelho" dizendo que consigo "apanhar" a inspiração "arquitectónica" destas músicas (até porque não sou muito sensível à arte em questão) mas tenho a declarar que, "mais do que sensações de caracter estritamente espacial, o disco me inspira um comentário referente a um conceito que, dizem, é até seu complementar" (isto sou eu armado em culto): o tempo. Ou seja, diz ali que o CD tem cerca de 40 minutos, mas eu era capaz de jurar que o ouvi todo em menos de 10 (pronto, lá dei cabo do conceito "elevado" de que estavam à espera). O que até acaba por ser uma vantagem já que, tivesse o disco o tempo que diz ter, já eu tinha esticado o pernil porque juro que durante esta música que aí fica (teoreticamente com quase 6 minutos) não consigo sequer respirar, com medo de a estragar.
"Tanto espaço"
Artista: Mário Laginha Trio
Álbum: Espaço
(Esta é uma daquelas que não são "bem Jazz")
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Perguntas simples... (2)
Parece que Portugal é um dos países da Europa com mais telemóveis "por cabeça". Os telemóveis são talvez dos artigos mais publicitados e dirigidos a todos os "públicos-alvo". As operadoras de serviços móveis são das empresas mais prósperas nesta "depauperada" (que querem? Gosto da palavra!) economia...
... Se tudo isto cheira tanto a "mainstream", porque é que todas as empresas nos tentam vender os seus serviços ao som de músicas das bandas mais aclamadas pelos chamados "alternativos"?
Há aqui alguém que anda enganado e, como os telemóveis parecem estar a ter sucesso...
... Se tudo isto cheira tanto a "mainstream", porque é que todas as empresas nos tentam vender os seus serviços ao som de músicas das bandas mais aclamadas pelos chamados "alternativos"?
Há aqui alguém que anda enganado e, como os telemóveis parecem estar a ter sucesso...
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Versões (17)
(Quase) toda a gente conhece a música "Another Day" na versão dos This Mortal Coil. A maior parte pode até pensar que a música é deles (mesmo sabendo que a maior parte das canções eram versões).
Já aqui passou em tempos o original de "Song to the Siren", cantado pelo dono (Tim Buckley). Pois o autor de "Another Day", Roy Harper, acaba por ter muitas parecenças com o pai Buckley (muitas mais do que com os TMC, pelo menos). Para não ser sempre igual, desta vez não vos dou o original mas sim "a irmã do meio", ou seja, se a canção do Roy Harper foi editada em 1970 e a versão dos This Mortal Coil é de 1984, houve uma versão neste "interim" que acabou por ficar, digamos assim, "pelo caminho".
Mais ou menos pela altura em que Kate Bush gravou "Games Without Frontiers" para o álbum 3 (Melt) de Peter Gabriel, foi ele próprio convidado da cantora num programa de televisão exibido em Dezembro de 1979, onde encenaram e cantaram juntos a canção... "Another Day"... de Roy Harper, que aqui se mostra de seguida.
Já aqui passou em tempos o original de "Song to the Siren", cantado pelo dono (Tim Buckley). Pois o autor de "Another Day", Roy Harper, acaba por ter muitas parecenças com o pai Buckley (muitas mais do que com os TMC, pelo menos). Para não ser sempre igual, desta vez não vos dou o original mas sim "a irmã do meio", ou seja, se a canção do Roy Harper foi editada em 1970 e a versão dos This Mortal Coil é de 1984, houve uma versão neste "interim" que acabou por ficar, digamos assim, "pelo caminho".
Mais ou menos pela altura em que Kate Bush gravou "Games Without Frontiers" para o álbum 3 (Melt) de Peter Gabriel, foi ele próprio convidado da cantora num programa de televisão exibido em Dezembro de 1979, onde encenaram e cantaram juntos a canção... "Another Day"... de Roy Harper, que aqui se mostra de seguida.
sábado, 11 de agosto de 2007
Eu quero este disco!!! (2)
Eu sei que não adianta muito, que já há quase dois anos que pedi o outro e, apesar de até já ter saído em CD, versão aumentada e realinhada e mais não sei o quê, ainda não o tenho.
Este aqui também é um daqueles que, apesar de nunca ter tido um exemplar na minha colecção, fazem parte do crescimento de um tipo (... ok, fazem parte do meu). Apesar de ser um disco ao vivo de um artista (Leon Russell) até razoavelmente conhecido (na altura), o que me chamou imediatamente a atenção foi a "estranha" banda de apoio, uns até então (para mim) desconhecidos New Grass Revival que usavam a instrumentação tipica do Bluegrass para tocar Rock e R&B como se já tivessem nascido a fazê-lo. Claro que o disquito se tornou a banda sonora das minhas visitas a casa do dono (desculpa lá a seca, TZ) e a razão de, por alturas da visita dos NGR a Lisboa, ter feito questão de lá estar (e de levar por arrasto uma quantidade respeitável de "olivalenses").
LEON RUSSELL & NEW GRASS REVIVAL - The Live Album
1. Over The Rainbow
2. I've Just Seen A Face
3. One More Love Song
4. Pilgrim Land
5. Georgia Blues
6. I Believe To My Soul
7. Prince Of Peace
8. Rollin' In My Sweet Baby's Arms
9. Stranger In A Strange Land
10. I Want To Be At The Meeting
11. Wild Horses
12. Jambalaya
13. Caribbean
14. Jumpin' Jack Flash
Este parece que também ainda não saiu em CD (daí a razão da má qualidade do som) mas, se alguém o encontrar por acaso, já sabem que sou comprador.
"Pilgrim Land / Georgia Blues"
Artista: Leon Russell & New Grass Revival
Álbum: The Live Album
terça-feira, 31 de julho de 2007
Bersoins... (e num suó!)
A crítica musical parece, por esse mundo fora e não só em Portugal, reger-se por um monte de conceitos em que a qualidade musical acaba por aparecer em "minoria silenciada", qual voto em branco no meio de "partidarizações" cheias de dinheiro, digo, argumentos "políticos".
Dito isto, a propósito do lançamento do novo disco dos Trabalhadores do Comércio tenho lido, consoante a "filiação" dos críticos, coisas desde o "Marabilhoso" ao "anacrónico e escusado".
Pois já cá o tenho e não estou a perceber muito bem o que esta gente ouviu (se é que ouviu). O resultado não é seguramente maravilhoso nem me parece que fosse essa a ideia. O que daqui sai é justamente o que a ele levou: o prazer de fazer e tocar boa música. E quando falamos de boa música, por muito que custe a certos "jornaleiros" que por aí escrevem, aqui dentro destas rodelas há muita e muito bem tocada, muito bem produzida e, pricipalmente, com uma capacidade incrível de gerar boa disposição. Mesmo quando se vai com "para lá de trintas de carreira", como é o caso de alguns dos músicos implicados, a "Iblussom" é evidente.
Contra o argumento do "aproveitamento de sucessos requentados" tenho a dizer que a mim chegava-me perfeitamente o disco de originais (e não só...), mas já que oferecem o outro, "num digo que nom".
O que a maioria dos críticos também se tem esquecido de comentar são as duas versões adaptadas de músicas de Frank Zappa presentes neste Iblussom, por sinal excelentes (bem, ó Sergio, eu dispensava o faduncho, mas pronto... seja), de Lucille Has Messed My Mind Up e Why Does It Hurt When I Pee (aqui chamadas Lucinda e P.Q.M.D.Q.U.).
Pois aqui fica a tocar uma "traque" desta "berdadeira injéssom anti-depressom" (e vai na volta é por isso que os "Curtis Kobains" desta vida os não curtem), justamente essa "bersom" que dá pelo nome de Lucinda.
"Lucinda"
Artista: Trabalhadores do Comércio
Álbum: Iblussom
quinta-feira, 26 de julho de 2007
(A)versões...
Sandy Denny
Porque é que os músicos fazem versões de canções alheias?
Tenho para mim que há duas razões:
- Porque se gosta.
- Porque não se gosta.
No primeiro caso, e simplificando bastante a coisa, geralmente para partilhar uma realção especial com algo que outra pessoa fez, misturando no processo algo de seu. No segundo caso para rir um bocado à custa do que é mau ou, porque também acontece, para tentar aproveitar a parte boa de uma canção com potencial. Hoje interessam-me as versões de canções de que se gosta.
Posso ser um bocado tendencioso (só um bocadinho) mas não me parece que a actualmente tão aclamada Cat Power tenha feito uma versão de "Who Knows Where The Time Goes" da Sandy Denny, vocalista dos Strawbs e Fairport Convention (e mais tarde a solo) por não gostar da canção. E se gosta, porque é que fez isto?
Há coisas na música que me passam um bocado ao lado, coisas a que dou um desconto por saber um pouco como funciona o mundo das "estrelas do Rock" (acho piada ao estatuto de "estrela Indie", agora muito na moda) e acabo por não ligar a certas parvoíces que se fazem à conta disso. No entanto, há outras que me chateiam à brava, talvez porque vêm cá mexer no meu baú das preciosidades. Cat Power desceu uns bons pontos na minha consideração musical e eu faço questão de deixar aqui a tocar por uns tempos uma das canções de que mais gosto de uma das melhores cantoras que já ouvi, enquanto vocalista de uma das minhas bandas preferidas.
Chan, se não sabias não mexias! Escusavas era de estragar!
"Who Knows Where The Time Goes?"
Artista: Fairport Convention
Álbum: Unhalfbricking
terça-feira, 24 de julho de 2007
Malhando em ferro frio
O Zé Pedro (dos Xutos) lá continua, no pequeno espaço que tem na rádio Radar, a tentar dar a conhecer as bandas portuguesas a gente que gosta de ser formatada por doutrinas que vêm de fora (tipo NME).
Força, ZP, estou contigo!
Mas diversifica um bocadinho mais, ok? É que sempre os mesmos o pessoal fica mesmo a pensar que não há mais nada.
Força, ZP, estou contigo!
Mas diversifica um bocadinho mais, ok? É que sempre os mesmos o pessoal fica mesmo a pensar que não há mais nada.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Publicidade... alternativa?
Parece que os White Stripes deram um concerto de uma nota (!) no Canadá!
As notícias vão ao pormenor de esclarecer que a nota tocada não foi de 500€ mas sim um C# (em português, dó sustenido).
Mesmo assim, tiveram bastantes fãs a assistir, apesar destes terem sido avisados da duração do "concerto", que serviu para declarar a toda a gente que a banda tinha tocado em todos os territórios e provincias do Canadá (não bastava terem dito?). Pensando bem, se calhar é a única maneira de se sair dum concerto destes tipos com os ouvidos em boas condições.
Ora então digam lá que os "alternativos" não se metem em golpes publicitários.
Já agora, a Beth Ditto dos Gossip nua na capa do NME é o quê? Uma acção de protesto?
Oh, santa inocência!!!
As notícias vão ao pormenor de esclarecer que a nota tocada não foi de 500€ mas sim um C# (em português, dó sustenido).
Mesmo assim, tiveram bastantes fãs a assistir, apesar destes terem sido avisados da duração do "concerto", que serviu para declarar a toda a gente que a banda tinha tocado em todos os territórios e provincias do Canadá (não bastava terem dito?). Pensando bem, se calhar é a única maneira de se sair dum concerto destes tipos com os ouvidos em boas condições.
Ora então digam lá que os "alternativos" não se metem em golpes publicitários.
Já agora, a Beth Ditto dos Gossip nua na capa do NME é o quê? Uma acção de protesto?
Oh, santa inocência!!!
domingo, 8 de julho de 2007
Ó Abrunhosa, e o Zé Mário?
Estava eu na sexta-feira a ver um programa no canal 2 sobre o Carlos do Carmo e os seus 40 anos de carreira produzido em 2003 (fantástico, transmitido com apenas 4 anos de atraso) quando, entre outros depoimentos da responsabilidade de outras pessoas, aparece o Pedro Abrunhosa dizendo que Carlos do Carmo, Zeca Afonso, Fausto e Sérgio Godinho seriam, mais do que qualquer músico pop-rock, os principais responsáveis pela música pop que se faz hoje em Portugal.
Esquecendo aqui o facto de a maior parte das influências dos músicos pop portugueses vir provavelmente do estrangeiro, fiquei sem perceber como é que um tipo, que até percebe de música, deixa de fora deste grupo o José Mário Branco que, para além da originalidade e qualidade da maior parte das coisas que faz em nome próprio, acabou por ser interveniente (e muitas vezes até responsável), entre muitas outras coisas, em muito (mais nuns casos do que em outros) do que fizeram em termos de arranjos, composição e sonoridade pessoas como... Carlos do Carmo, Zeca Afonso e Sérgio Godinho (isto sem querer tirar, obviamente, qualquer valor aos próprios).
Quanto à afirmação do Pedro Abrunhosa, à falta de melhor explicação vinda do próprio (que insiste em referir James Brown como uma das suas principais infuências), fica à mercê dos vossos comentários, assim os queiram deixar por aqui!
Entretanto, e para dar um pouco de banda-sonora ao que acabo de escrever, fica aqui a tocar uma musiquinha vinda directamente de um dos discos em que o Zé Mário "meteu as mãos" e que fizeram com que muitas coisas mudassem na música portuguesa.
"Senhor Arcanjo"
Artista: José Afonso
Álbum: Cantigas do Maio
(Arranjos e direcção musical: José Mário Branco)
Esquecendo aqui o facto de a maior parte das influências dos músicos pop portugueses vir provavelmente do estrangeiro, fiquei sem perceber como é que um tipo, que até percebe de música, deixa de fora deste grupo o José Mário Branco que, para além da originalidade e qualidade da maior parte das coisas que faz em nome próprio, acabou por ser interveniente (e muitas vezes até responsável), entre muitas outras coisas, em muito (mais nuns casos do que em outros) do que fizeram em termos de arranjos, composição e sonoridade pessoas como... Carlos do Carmo, Zeca Afonso e Sérgio Godinho (isto sem querer tirar, obviamente, qualquer valor aos próprios).
Quanto à afirmação do Pedro Abrunhosa, à falta de melhor explicação vinda do próprio (que insiste em referir James Brown como uma das suas principais infuências), fica à mercê dos vossos comentários, assim os queiram deixar por aqui!
Entretanto, e para dar um pouco de banda-sonora ao que acabo de escrever, fica aqui a tocar uma musiquinha vinda directamente de um dos discos em que o Zé Mário "meteu as mãos" e que fizeram com que muitas coisas mudassem na música portuguesa.
"Senhor Arcanjo"
Artista: José Afonso
Álbum: Cantigas do Maio
(Arranjos e direcção musical: José Mário Branco)
Não tivesse eu mais que fazer...
Não fosse ontem um dia dedicado à "cumbibência" e hoje estaria provavelmente com a neura. E porquê?
É que, como se sabe, hoje em dia não há sítio onde não haja uma televisão acesa, o que motivou o facto de eu ir dando umas olhadelas a ver o que se ía passando na tão proclamada transmissão de 24 horas do Concerto Global Live Earth.
Se é verdade que não foram umas olhadelas assim tão esporádicas, também é verdade que, ainda menos do que isso (esporádicas) foram as vezes em que consegui ver alguma parte dos vários concertos que, dizem, aconteceram por esse mundo fora (dizem, que eu cá duvido). E mesmo essas poucas vezes em que se ouviu música muito raramente resultaram sequer na audição de uma canção completa.
Ainda consegui ouvir a Catarina Furtado interromper as "interessantissimas" conversas que se passavam no estúdio para dizer que a culpa de não vermos mais era dos Americanos, que tinham o sinal e só mostravam o que se queriam. (pois, e eu não via, volta e meia, as bandas a tocar no ecrã que estava por trás).
Ora então, o que eu fui vendo durante todo o dia foram alguns bocados de conversas em que alguns "vipes" à portuguesa iam alternando alegremente banalidades com enormidades a propósito do tema do dia: S.O.S. Terra!
O que havia para saber de facto quanto aos perigos para Portugal do Aquecimento Global já eu tinha visto, num programa que tinha dado de madrugada e do qual eu acabei por desistir para lá da 3 da manhã (excelente hora para transmitir o saber de quem realmente... sabe).
Agora, falando mais a sério (se é que antes falei a brincar), o que se viu ontem na televisão pública foi, à falta de outro termo mais adequado, uma vergonha! Mas daquelas vergonhas que deviam fazer os responsáveis por aquela tristeza vir pedir desculpas a quem lhes paga as "madurezas": nós todos!
Se queriam pôr uma cambada de gente pseudo-importante a conviver uns com os outros e a dizer coisas (parece que eles gostam muito de dizer coisas), escusavam de o fazer nas nossas televisões. Faziam mais uma festa daquelas que costumam fazer, pagas pelas revistas que as costumam pagar, com uns fatinhos emprestados e umas limusines alugadas, iam todos para lá e deixavam a televisão a transmitir sozinha aquilo que "os Americanos deixavam", que a gente agradecia (e o Puto até era capaz de ter conseguido ver a Madonna).
Só mais uma coisa:
Vejam lá! É que isto de os Americanos mandarem nos concertos do Pavilhão Atlântico e não deixarem transmitir uma única canção inteira das bandas portuguesas que lá tocaram, fossemos nós uma nação valente e imortal que deu novos mundos ao mundo e poderia mesmo ter causado um incidente diplomático!
É que, como se sabe, hoje em dia não há sítio onde não haja uma televisão acesa, o que motivou o facto de eu ir dando umas olhadelas a ver o que se ía passando na tão proclamada transmissão de 24 horas do Concerto Global Live Earth.
Se é verdade que não foram umas olhadelas assim tão esporádicas, também é verdade que, ainda menos do que isso (esporádicas) foram as vezes em que consegui ver alguma parte dos vários concertos que, dizem, aconteceram por esse mundo fora (dizem, que eu cá duvido). E mesmo essas poucas vezes em que se ouviu música muito raramente resultaram sequer na audição de uma canção completa.
Ainda consegui ouvir a Catarina Furtado interromper as "interessantissimas" conversas que se passavam no estúdio para dizer que a culpa de não vermos mais era dos Americanos, que tinham o sinal e só mostravam o que se queriam. (pois, e eu não via, volta e meia, as bandas a tocar no ecrã que estava por trás).
Ora então, o que eu fui vendo durante todo o dia foram alguns bocados de conversas em que alguns "vipes" à portuguesa iam alternando alegremente banalidades com enormidades a propósito do tema do dia: S.O.S. Terra!
O que havia para saber de facto quanto aos perigos para Portugal do Aquecimento Global já eu tinha visto, num programa que tinha dado de madrugada e do qual eu acabei por desistir para lá da 3 da manhã (excelente hora para transmitir o saber de quem realmente... sabe).
Agora, falando mais a sério (se é que antes falei a brincar), o que se viu ontem na televisão pública foi, à falta de outro termo mais adequado, uma vergonha! Mas daquelas vergonhas que deviam fazer os responsáveis por aquela tristeza vir pedir desculpas a quem lhes paga as "madurezas": nós todos!
Se queriam pôr uma cambada de gente pseudo-importante a conviver uns com os outros e a dizer coisas (parece que eles gostam muito de dizer coisas), escusavam de o fazer nas nossas televisões. Faziam mais uma festa daquelas que costumam fazer, pagas pelas revistas que as costumam pagar, com uns fatinhos emprestados e umas limusines alugadas, iam todos para lá e deixavam a televisão a transmitir sozinha aquilo que "os Americanos deixavam", que a gente agradecia (e o Puto até era capaz de ter conseguido ver a Madonna).
Só mais uma coisa:
Vejam lá! É que isto de os Americanos mandarem nos concertos do Pavilhão Atlântico e não deixarem transmitir uma única canção inteira das bandas portuguesas que lá tocaram, fossemos nós uma nação valente e imortal que deu novos mundos ao mundo e poderia mesmo ter causado um incidente diplomático!
terça-feira, 3 de julho de 2007
De cerveja e telemóveis
Se é verdade que a cerveja em excesso e o uso desregrado dos telemóveis trazem com eles vários factores prejudiciais à saúde, há no entanto um efeito lateral pouco considerado mas também bastante grave:
- Os festivais de Verão!
Começou hoje o segundo acto de mais um desses flagelos anuais, em que milhares de ovelhas muito pouco (contrariamente ao seu próprio entendimento) tresmalhadas se dirigem a um recinto para gastar muito dinheiro, ser muito mal tratadas e ver maus e pequenos concertos das suas bandas favoritas, levando no processo com outros tantos maus concertos de bandas que não lhes interessam e os quais fazem questão de boicotar sem qualquer pingo de consideração por alguém que, por algum acaso, tenha gostos diferentes.
Se juntarmos a isto a pouca consideração para com as bandas portuguesas que raramente são convidadas e quando são apenas servem de "enchimento de chouriços" enquanto a noite não cai quando, cada vez em mais casos, têm qualidade se não para liderar o cartaz, pelo menos para actuar depois de bandecas (em princípio de carreira ou não) que vão sendo "levadas ao colo" por paylists de rádio e marketings mais ou menos encapotados, então de facto não percebo o sucesso destes eventos.
Ou melhor, até percebo, ou não fosse este país um dos maiores consumidores de cerveja e telemóveis...
É pena. Até podíamos ter cá uns concertos bons em salas decentes. Assim levam com o "enlatado pronto-a-usar compactado para festival de verão".
Eu cá não vou!
Fica aqui a tocar uma gravação ao vivo impossível de reproduzir num parque de estacionamento ventoso cheio de copos de plástico no chão, entre chavalitas a discutir a roupa do vocalista dos Klaxons e totós a gritar "Ó Elsa!"
"Empty Pockets & Broken Bicycles"
Artista: Tom Waits
"Ao vivo"
- Os festivais de Verão!
Começou hoje o segundo acto de mais um desses flagelos anuais, em que milhares de ovelhas muito pouco (contrariamente ao seu próprio entendimento) tresmalhadas se dirigem a um recinto para gastar muito dinheiro, ser muito mal tratadas e ver maus e pequenos concertos das suas bandas favoritas, levando no processo com outros tantos maus concertos de bandas que não lhes interessam e os quais fazem questão de boicotar sem qualquer pingo de consideração por alguém que, por algum acaso, tenha gostos diferentes.
Se juntarmos a isto a pouca consideração para com as bandas portuguesas que raramente são convidadas e quando são apenas servem de "enchimento de chouriços" enquanto a noite não cai quando, cada vez em mais casos, têm qualidade se não para liderar o cartaz, pelo menos para actuar depois de bandecas (em princípio de carreira ou não) que vão sendo "levadas ao colo" por paylists de rádio e marketings mais ou menos encapotados, então de facto não percebo o sucesso destes eventos.
Ou melhor, até percebo, ou não fosse este país um dos maiores consumidores de cerveja e telemóveis...
É pena. Até podíamos ter cá uns concertos bons em salas decentes. Assim levam com o "enlatado pronto-a-usar compactado para festival de verão".
Eu cá não vou!
Fica aqui a tocar uma gravação ao vivo impossível de reproduzir num parque de estacionamento ventoso cheio de copos de plástico no chão, entre chavalitas a discutir a roupa do vocalista dos Klaxons e totós a gritar "Ó Elsa!"
"Empty Pockets & Broken Bicycles"
Artista: Tom Waits
"Ao vivo"
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Anos 70 (10) - Area
Nunca tive pachorra para partidos políticos. Mesmo na fase logo a seguir ao 25 de Abril de 74, em que toda a gente era de "alguma coisa", apesar de ainda ter pensado aderir a um ou outro, dependendo das palavras de ordem que inventavam, nunca me decidi e assim fui ficando até a idade me dar a certeza de que afinal tinha razão (e eles encarregam-se de o demonstrar mais ou menos todos os dias).
Olhando para trás tenho ideia de algumas ocasiões em que aproveitei as borlas das campanhas de alguns partidos para ver uns concertos mas tenho de dizer que o que me proporcionou melhor música ao longo de todos estes anos foi de longe o PCP. E não foi só na Festa do Avante (apesar de também, sim).
Ainda me lembro bem de como levei na cabeça por, em 1978, ter ido ao Pavilhão dos Desportos (o Carlos Lopes por essa altura ainda ía ter de correr bastante para ganhar a placa com o nome) ver uns gajos chamados Area que, segundo se dizia, eram "apanhados dos cornos", tocavam "músicas comunas" em palco e, o mais "foleiro" de tudo, eram italianos como os "bimbos" do Festival de San Remo.
Não me importei muito, até porque os gostos musicais do resto do grupo ainda estavam na fase de "o que o meu irmão mais velho ouve é que é fixe". Eu já estava muito mais adiantado, até porque tinha frequentado umas educativas sessões musicais nas traseiras dos pavilhões do liceu. Lá fui e não me arrependi.
Não sei o que eles andam a ouvir agora (nem sequer o que a maior parte deles anda a fazer) mas eu acabei de ouvir o álbum que os Area vieram apresentar na altura: "1978 (Gli dei se ne vanno, gli arrabbiati restano!)".
O vocalista Demetrio Stratos morreu um ano depois e continua a ser uma das mais extraordinárias vozes que ouvi (e vi) até hoje. Aqui fica uma a tocar para lembrar a uns e despertar a curiosidade a outros.
"Hommage à Violette Nozières"
Artista: Area
Álbum: 1978 (Gli dei se ne vanno, gli arrabbiati restano!)
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Nós por cá... "The Gama GT Blues Project"
Foto: The Gama GT Blues Project
Ora cá está mais uma proposta nacional.
Nascidos em 2004, os The Gama GT Blues Project cantam Blues em Português, baseados na crença de que em país de Fado é impossível não haver lugar para o Blues. Se em teoria isso pode ser verdade, na prática ainda está por demonstrar. Sim, há por aí algumas bandas de Blues mas quantas é que têm discos gravados e dessas, quantos exemplares se venderam?
Pois os "Gama GT" também gravaram um disco. É um EP em edição de autor (mais uma), e está disponível "à borla" (pois claro) no site da banda.
O som não é nada mau, mas ainda se nota muito espaço para evoluír. As letras em português são uma boa ideia e, quando se fala deste estilo de música, uma maneira de marcar a diferença. Na verdade, nunca percebi porque é que se deixou de cantar Blues em Português. Afinal o "Ar de Rock" não era, "muito principalmente" um disco de Blues? E vendeu que nem pevides!!!
"4L"
Artista: The Gama GT Blues Project
Site: http://www.gamagt.com/
Myspace: http://www.myspace.com/gamagt
sábado, 16 de junho de 2007
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Alguém se lembra? (3)
Os LX-90 foram uma banda formada por Rui Cunha e Paulo Pedro Gonçalves (Heróis do Mar) com o baterista António Garcia (Urb, Mler Ife Dada e Heróis do Mar), o baixista Nuno Roque (grande baixista, não sei de onde veio) e o DJ Tó Pereira, hoje mais conhecido como DJ Vibe.
Para quem não faz ideia do que eu estou a falar, o som era um pop tipo Happy Mondays, mas mais rock e bastante melhor do que os drogaditos de Manchester.
O único disco saiu em 1991, chamava-se "Uma revolução por minuto", teve uma edição toda em inglês com o sugestivo nome de "One revolution per minute" e foi, do que me lembro, o melhor que se fez por cá nessa altura, na minha modesta opinião. Para além disso, tenho de vos dizer que eram uma grande banda ao vivo. Tempos depois mudaram-se para Inglaterra e, vá-se lá saber porquê, acabaram.
Fica aqui o video de Road to Redemption
...e ali ao lado
"1 RPM"
Artista: LX-90
Álbum: Uma Revolução por Minuto
Sim, eu sei que o som é um bocado roufenho mas foi o que consegui arranjar assim em pouco tempo. Desculpinha.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Nós por cá... "The Unplayable Sofa Guitar"
Foto: The Unplayable Sofa Guitar
Enquanto "Portugal" continua a comprar tudo o que venha de fora e cheire a "alternativo", bandas há em Portugal que, de tão desconhecidas, nem chegam a ser alternativas (se considerarmos que a própria palavra é sinónimo de escolha, para se escolher é preciso conhecer, certo?).
Unplayable Sofa Guitar pode até nem ser assim tão desconhecido (artigos no Blitz, um ou outro prémio...). É apenas mais uma boa banda ignorada pelas rádios portuguesas e, em sequência lógica, pelo público. Os nomes são os do produtor Paulo Miranda, de Ana Figueira e Francisco Silva (Old Jerusalem). A música tem pontos de contacto com o projecto a solo de Francisco mas soa mais crua, menos acústica, mais dramática. É outra música, igualmente boa música.
A ouvir, ali ao lado durante uns dias.
"Postcard Canyons"
Artista: The Unplayable Sofa Guitar
Álbum: Rocky Grounds, Big Sky
Sexta-feira, amigos do Mug Music ao vivo
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Mini-décadas...
Há pouco menos de um ano escrevi por aqui sobre a minha surpresa por, a propósito do concerto dos Strokes, se andar a aclamar os rapazitos como a banda da década ou mesmo a melhor da actualidade (da actualidade de há um ano atrás, bem entendido).
Curiosamente, menos de um ano decorrido, já há outra banda da década: "Ladies and Gentlemen, from Montreal, Quebec, The Arcade Fire".
Para além de gostar bastante mais dos Strokes do que dos Arcade Fire mesmo não achando os Strokes, por sua vez, nada de extraordinário, o que me aflige um bocado é a maneira como as décadas encolheram nos últimos tempos. Quando eu era puto e aprendia essas coisas na escola, as décadas duravam dez anos!
Ora bem, estando as coisas nestes termos, há várias hipóteses que se podem colocar para este fenómeno. vejamos então:
1- Sendo estes concertos normalmente em festivais de verão, o fenómeno terá certamente a ver com a frase que ouço várias vezes ao pessoal que continua a ir a festivais mesmo não gostando de festivais: "Eh pá, os festivais tiram-me anos de vida" (mais propriamente nove, diria eu).
2 - Considerando que, normalmente, os "fazedores" deste tipo de opiniões pertencem à classe jornalística, partindo do princípio de que não terão tirado o curso ao Domingo na Independente, poderão talvez alegar em sua defesa, como aliás tenho ouvido bastante nos últimos anos: "Pois, não tenho muito jeito para contas. Sou de Letras!"
3 - Por outro lado temos sempre a hipótese de se tratar de vulgar marketing (jura!!!). Peço desculpa por ter revelado este segredo até hoje tão bem guardado mas sim, é verdade:
- Pessoal! Andam a vender-vos opinião! E vocês compram!!!
Dito isto, ainda a propósito dos tais festivais (quantos é que são este ano?), tenho uma revelação a fazer:
- Descobri que os cartazes dos festivais são directamente proporcionais ao volume de cerveja ingerida durante os mesmos. Assim, se este ano em algum festival se conseguir atingir o bonito número de 30 mil comas alcoólicos, no ano que vem o cartaz poderá incluir todas as bandas que o vosso neurónio sobrevivente conseguir imaginar desde, claro, que se comprometam a fazer o canal de rega da Zambujeira transbordar de vomitado.
Curiosamente, menos de um ano decorrido, já há outra banda da década: "Ladies and Gentlemen, from Montreal, Quebec, The Arcade Fire".
Para além de gostar bastante mais dos Strokes do que dos Arcade Fire mesmo não achando os Strokes, por sua vez, nada de extraordinário, o que me aflige um bocado é a maneira como as décadas encolheram nos últimos tempos. Quando eu era puto e aprendia essas coisas na escola, as décadas duravam dez anos!
Ora bem, estando as coisas nestes termos, há várias hipóteses que se podem colocar para este fenómeno. vejamos então:
1- Sendo estes concertos normalmente em festivais de verão, o fenómeno terá certamente a ver com a frase que ouço várias vezes ao pessoal que continua a ir a festivais mesmo não gostando de festivais: "Eh pá, os festivais tiram-me anos de vida" (mais propriamente nove, diria eu).
2 - Considerando que, normalmente, os "fazedores" deste tipo de opiniões pertencem à classe jornalística, partindo do princípio de que não terão tirado o curso ao Domingo na Independente, poderão talvez alegar em sua defesa, como aliás tenho ouvido bastante nos últimos anos: "Pois, não tenho muito jeito para contas. Sou de Letras!"
3 - Por outro lado temos sempre a hipótese de se tratar de vulgar marketing (jura!!!). Peço desculpa por ter revelado este segredo até hoje tão bem guardado mas sim, é verdade:
- Pessoal! Andam a vender-vos opinião! E vocês compram!!!
Dito isto, ainda a propósito dos tais festivais (quantos é que são este ano?), tenho uma revelação a fazer:
- Descobri que os cartazes dos festivais são directamente proporcionais ao volume de cerveja ingerida durante os mesmos. Assim, se este ano em algum festival se conseguir atingir o bonito número de 30 mil comas alcoólicos, no ano que vem o cartaz poderá incluir todas as bandas que o vosso neurónio sobrevivente conseguir imaginar desde, claro, que se comprometam a fazer o canal de rega da Zambujeira transbordar de vomitado.
sábado, 26 de maio de 2007
Nós por cá... "Clarinetes Ad Libitum"
foto: http://www.clarinetesadlibitum.net/
Nos meus passeios pelo "myspace" em português encontrei este grupo que achei importante publicitar um pouco, já que não me parece que se trate de uma música que tenha grande divulgação. Por outro lado não são nada maus (muito pelo contrário) e isto de andar a fazer edições de autor pode desanimar quando não se vêem avanços.
Chamam-se Clarinetes Ad Libitum, tocam tudo e mais alguma coisa (desde que seja em clarinete) com umas ajudas nas percussões porque é difícil tocar clarinete e dar estalinhos com os dedos ao mesmo tempo. Têm um CD chamado "Contradanza" de que ainda só ouvi as músicas que estão no site e no "myspace". Gostei bastante do som de conjunto e acho que valem bem uma visita e a compra do disco, a ver se dá pelo menos para gravar o próximo... e o próximo... e o próximo...
Links:
Blog: http://clarinetesadlibitum.blogspot.com/
Site: http://www.clarinetesadlibitum.net/
myspace: http://www.myspace.com/clarinetesadlibitum
Fica aqui um pedacito que roubei do site, para despertar a curiosidade:
"Foliada de Berducido"
Artista: Clarinetes Ad Libitum
Álbum: Contradanza
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Zappa à moda do Porto
"A Low Budget Research Kitchen leva sábado (26 de Maio de 2007) a música de Frank Zappa à oitava edição do RotaJazz - Festival de Jazz da Trofa"
A notícia vinha no semanário Sol e, curiosamente, chegou-me da estranja por via dum "emigra".
Já conhecia a Low Budget Research Kitchen por um dia ter "caído" no "myspace" deles e resolvi dar um pouco mais de atenção. Realmente o que por lá se ouve tem qualidade e, apesar da falta de um vocalista, os temas instrumentais estão bastante bem conseguidos, como aliás podem comprovar carregando na setinha do "play" aí ao lado, ou então no link acima, onde aliás estão mais três músicas além desta.
Lá para Julho parece que vêm ao Maxime. Vai na volta...
Cá mais abaixo sabia da existência dos Zappanoia mas há uns tempos que não ouço falar deles. Será que ainda existem? Tenho ideia que, pelo menos um dos visitantes deste blog, já colaborou com eles. Será que alguém me dá notícias?
"Orange County Oh No"
Artista: Low Budget Research Kitchen
A notícia vinha no semanário Sol e, curiosamente, chegou-me da estranja por via dum "emigra".
Já conhecia a Low Budget Research Kitchen por um dia ter "caído" no "myspace" deles e resolvi dar um pouco mais de atenção. Realmente o que por lá se ouve tem qualidade e, apesar da falta de um vocalista, os temas instrumentais estão bastante bem conseguidos, como aliás podem comprovar carregando na setinha do "play" aí ao lado, ou então no link acima, onde aliás estão mais três músicas além desta.
Lá para Julho parece que vêm ao Maxime. Vai na volta...
Cá mais abaixo sabia da existência dos Zappanoia mas há uns tempos que não ouço falar deles. Será que ainda existem? Tenho ideia que, pelo menos um dos visitantes deste blog, já colaborou com eles. Será que alguém me dá notícias?
"Orange County Oh No"
Artista: Low Budget Research Kitchen
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Anos 60 (Ah pois!)
Não se sabe muito bem quantos havia, mas havia alguns. Estou a falar de músicos de rock durante os anos 60. Se agora é difícil ter visibilidade, naquela altura era muito pior. Para além do regime e do "Botas", havia ainda outros tipos de preconceito e pressão contra a música e os "conjuntos" "Yé-Yé" (expressões usadas na época), nomeadamente de alguns sectores da igreja católica (sempre prontos a proteger as "ovelhas" do que era novidade).
Mesmo assim havia artes para contornar estas "circunstâncias" e, tendo a televisão na altura uma grande componente de "programas de variedades" (adoro esta frase), foi possível a gravação de momentos como este que vos mostro aqui e de muito mais horas de música portuguesa ainda por divulgar e que estarão escondidos algures nos confins do arquivo da RTP.
O que aí podem ver é uma actuação ao vivo (com fios e tudo) dos "Sheiks" num desses "programas de variedades". Ora os Sheiks eram, nessa altura, o Carlos Mendes (sim, esse), O Fernando Chaby, O Edmundo Silva e o Paulo de Carvalho (pois, também é esse) que, além de massacrar as peles (da bateria, entenda-se), também cantava e, como se pode ver no video, "metia umas buchas pelo meio".
À escala da altura, os Sheiks eram uma excelente banda aqui ou em qualquer lado e diz-se que não "emigraram" por um triz. Como é costume, sim.
A banda (perdão, o conjunto) ficou pelo caminho mas ganharam-se dois bons cantores (perdão, três, que o Fernando Tordo também por lá passou). Já a internacionalização acabou por não acontecer, embora o Paulo de Carvalho ainda tenha feito algumas "surtidas", mas sempre foi muito dificil saltar para lá deste rectângulo à beira-mar plantado. Há coisas que não mudam, mesmo.
Mesmo assim havia artes para contornar estas "circunstâncias" e, tendo a televisão na altura uma grande componente de "programas de variedades" (adoro esta frase), foi possível a gravação de momentos como este que vos mostro aqui e de muito mais horas de música portuguesa ainda por divulgar e que estarão escondidos algures nos confins do arquivo da RTP.
O que aí podem ver é uma actuação ao vivo (com fios e tudo) dos "Sheiks" num desses "programas de variedades". Ora os Sheiks eram, nessa altura, o Carlos Mendes (sim, esse), O Fernando Chaby, O Edmundo Silva e o Paulo de Carvalho (pois, também é esse) que, além de massacrar as peles (da bateria, entenda-se), também cantava e, como se pode ver no video, "metia umas buchas pelo meio".
À escala da altura, os Sheiks eram uma excelente banda aqui ou em qualquer lado e diz-se que não "emigraram" por um triz. Como é costume, sim.
A banda (perdão, o conjunto) ficou pelo caminho mas ganharam-se dois bons cantores (perdão, três, que o Fernando Tordo também por lá passou). Já a internacionalização acabou por não acontecer, embora o Paulo de Carvalho ainda tenha feito algumas "surtidas", mas sempre foi muito dificil saltar para lá deste rectângulo à beira-mar plantado. Há coisas que não mudam, mesmo.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Anos 70 (parte IX)
Habituados que estamos à presença do Jorge Palma na música portuguesa de hoje, temos tendência para esquecer que o homem já cá anda há uns anitos e que estará mesmo em vias de comemorar os 40 anos de carreira. Sabemos, por exemplo, que em 69 já fazia parte dos Sindikato, que em 71 tocou com este grupo em vilar de Mouros e que editou o primeiro single a solo em 72 (só a solo já lá vão 35).
Segundo julgo saber, o primeiro álbum, de 75, "Com uma viagem na Palma da Mão", nunca foi editado em CD e este "'té já" foi editado em 94 pela Strauss com um som horrivel, como aliás podem comprovar. Mesmo assim, e enquanto esperamos as devidas reedições não só do Palma mas de muitos outros, vale a pena deixar aqui mais uma amostra do que se fazia por cá nos idos de setenta e que ( ao contrário do que parece ter vindo num jornaleco qualquer) não era pré-rock coisa nenhuma.
"Podem Falar"
Artista: Jorge Palma
Álbum: 'té já
Para os melómanos mais... digamos... experientes, aqui fica o "dream-team" que tocou neste disco (além do Palma, claro):
- Júlio Pereira, Luís Duarte, Rão Kyao, Guilherme Inês, Vitor Mamede, Luís Pedro (suponho que seja o Luís Pedro Fonseca) e Armindo Neves. Se fosse tentar fazer uma lista dos discos todos em que estes tipos participaram tinha trabalho de pesquisa a fazer durante uns tempos jeitosos e bem podia arranjar um blogue novo só para o assunto.
Pré-rock...!!!
Pfff!!!
Isso é que é poupar!
Sábado passado, 11 da manhã, RTP2
A televisão do estado arranjou agora umas "rolhas" para tapar os buracos horários de programação que ninguém vê (de facto, depois da Universidade Aberta, quem é que está a ver a "2" àquela hora?). Comprou uns DVDs de música nos saldos e transmite-os a uma hora com 0% de audiência. Assim, se alguém vir, é tudo lucro!
Ora no passado Sábado calhou a vez a um concerto do francês Jean Michel Jarre no deserto marroquino, segundo parece integrado numa campanha da UNESCO pela água e que se chamava "Water for Life".
Para além da habitual "música de plástico" a que o músico nos habituou e dos usuais adereços, efeitos especiais e outras pirotecnias, tudo do "mais fino bom gosto", Jarre cometeu mais umas argoladas, a começar pela opção de fazer a apresentação do concerto em Inglês (lembro que o concerto era em Marrocos), com um tradutor para árabe. Melhor ainda foi quando se dispôs a apresentar os músicos marroquinos que com ele colaboravam. Para além de apresentar gente que já não estava em palco e outra que ainda não estava, desta vez resolveu fazê-lo em francês. O problema foi ter-se esquecido de dizer ao tradutor, que foi tentando traduzir mas não se ouvia pois, percebendo os marroquinos perfeitamente o francês (Milagre!!!), o tradutor acabava sempre por falar por baixo das palmas! Entretanto, durante as músicas, JMJ passeava-se pelo palco exibindo os seus "gadjets" com ar triunfante, completamente alheio às prestações dos músicos marroquinos que ele prório tinha convidado, excepto o tipo do alaúde que ele apresentou como o "melhor tocador de alaúde marroquino do mundo".
Juntando estas peripécias ao aspecto do próprio músico em palco (assim como de quem acordou atrasado e saiu a correr para o trabalho), pensei: de facto, não há melhor escolha para uma campanha a favor da poupança de água do que um francês.
E assim pensando, programa cómico por programa cómico, mudei para o Conan O'Brien que é mais cómico e tem o Max Weinberg!
A televisão do estado arranjou agora umas "rolhas" para tapar os buracos horários de programação que ninguém vê (de facto, depois da Universidade Aberta, quem é que está a ver a "2" àquela hora?). Comprou uns DVDs de música nos saldos e transmite-os a uma hora com 0% de audiência. Assim, se alguém vir, é tudo lucro!
Ora no passado Sábado calhou a vez a um concerto do francês Jean Michel Jarre no deserto marroquino, segundo parece integrado numa campanha da UNESCO pela água e que se chamava "Water for Life".
Para além da habitual "música de plástico" a que o músico nos habituou e dos usuais adereços, efeitos especiais e outras pirotecnias, tudo do "mais fino bom gosto", Jarre cometeu mais umas argoladas, a começar pela opção de fazer a apresentação do concerto em Inglês (lembro que o concerto era em Marrocos), com um tradutor para árabe. Melhor ainda foi quando se dispôs a apresentar os músicos marroquinos que com ele colaboravam. Para além de apresentar gente que já não estava em palco e outra que ainda não estava, desta vez resolveu fazê-lo em francês. O problema foi ter-se esquecido de dizer ao tradutor, que foi tentando traduzir mas não se ouvia pois, percebendo os marroquinos perfeitamente o francês (Milagre!!!), o tradutor acabava sempre por falar por baixo das palmas! Entretanto, durante as músicas, JMJ passeava-se pelo palco exibindo os seus "gadjets" com ar triunfante, completamente alheio às prestações dos músicos marroquinos que ele prório tinha convidado, excepto o tipo do alaúde que ele apresentou como o "melhor tocador de alaúde marroquino do mundo".
Juntando estas peripécias ao aspecto do próprio músico em palco (assim como de quem acordou atrasado e saiu a correr para o trabalho), pensei: de facto, não há melhor escolha para uma campanha a favor da poupança de água do que um francês.
E assim pensando, programa cómico por programa cómico, mudei para o Conan O'Brien que é mais cómico e tem o Max Weinberg!
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Miosótis
Para que se saiba do que falamos ali nos comentários da festa, aqui fica um exemplo do que se pode ouvir no primeiro disco dos Miosótis.
Se bem que, por razões de comodidade (talvez) alguém os tenha "acomodado" dentro do "rock progressivo", o som da banda anda por muitos outros sítios. Chega-se à Banda do Casaco da era "conquilhas", passa perto da "zona Crimson" com ajuda na guitarra "frippiana" do Manuel Cardoso, "arrima-se" ao Jazz e à música improvisada por artes não estranhas aos sopros do Paulo Chagas e, como nesta música, chega mesmo a vaguear por memórias "sixties" de psicadelismo.
Muitas referências para um disco só? Nem tanto.
Considerando que é o primeiro, a tendência normal será sempre para consolidar as escolhas e melhorar sempre, como parece já estar a acontecer com a saída do segundo, "Risco", que ainda não tenho mas do qual já se pode ouvir umas coisas aqui
Até poder ir às compras, fica aqui uma amostra deste com o respectivo pedido de desculpas aos autores pelo atraso.
"O Monstro"
Artista: Miosótis
Álbum: O Monstro e a Sereia
terça-feira, 8 de maio de 2007
Festa!!!
5ª Festa do Jazz do São Luiz
A FESTA DO JAZZ PORTUGUÊS
11 de Maio, das 21h30 às 02h00
12 e 13 de Maio, das 14h00 às 02h00
Bilhetes: 1 dia: €15; 2 dias: €25; 3 dias: €30 Entrada livre nos concertos das 14h00 às 19h00.
Como o programa é muito extenso, quem quiser saber pormenores pode ir ao site do Testro S. Luiz
A FESTA DO JAZZ PORTUGUÊS
11 de Maio, das 21h30 às 02h00
12 e 13 de Maio, das 14h00 às 02h00
Bilhetes: 1 dia: €15; 2 dias: €25; 3 dias: €30 Entrada livre nos concertos das 14h00 às 19h00.
Como o programa é muito extenso, quem quiser saber pormenores pode ir ao site do Testro S. Luiz
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Buscas...
Ora hoje, entre os habituais que aqui chegam à procura de rock português ou de música dos anos 70 (já para não falar dos que querem de bilhetes para o steve Vai que parece que caem todos aqui, vá-se lá saber porquê), apareceram uns em busca de coisas no mínimo curiosas, a saber:
"Como inventar um solo de baixo"
- Pois é, amigo. Podes tentar de baixo ou de cima mas, se não sabes também não me parece que procurar no Google seja solução.
"Qual a história que nos passa a musica november air de guns n`roses?"
- É uma música com uma história bastante triste, direi mesmo até bastante depressiva. Foi tal a depressão que criou uma superfície frontal associada a ventos fortes que trouxe tal chuvada que os coitados tiveram de mudar o nome para November Rain.
"Musicas mochos"
- Mais um que já percebeu que para ver música de jeito na televisão portuguesa tem de mudar de turno.
"Foxtrot mug genesis"
- Obrigado pelo elogio, mas de facto não pertenci a essa banda e não fui eu que escrevi o álbum.
"Mug anos 60"
- Ok, já existia mas em pequenino!
Curiosamente, nos últimos tempos não tem vindo cá ninguém à procura da Floribela!
"Como inventar um solo de baixo"
- Pois é, amigo. Podes tentar de baixo ou de cima mas, se não sabes também não me parece que procurar no Google seja solução.
"Qual a história que nos passa a musica november air de guns n`roses?"
- É uma música com uma história bastante triste, direi mesmo até bastante depressiva. Foi tal a depressão que criou uma superfície frontal associada a ventos fortes que trouxe tal chuvada que os coitados tiveram de mudar o nome para November Rain.
"Musicas mochos"
- Mais um que já percebeu que para ver música de jeito na televisão portuguesa tem de mudar de turno.
"Foxtrot mug genesis"
- Obrigado pelo elogio, mas de facto não pertenci a essa banda e não fui eu que escrevi o álbum.
"Mug anos 60"
- Ok, já existia mas em pequenino!
Curiosamente, nos últimos tempos não tem vindo cá ninguém à procura da Floribela!
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Mais concertos
terça-feira, 1 de maio de 2007
Anos 70 (parte VIII) - Porque é 1º de Maio!
Há, na história da música popular, uma quantidade razoável de álbuns míticos, alguns porque são de facto bons, outros porque "caíram no goto", outros porque venderam muito, outros ainda porque alguma circnstância exterior à própria música os tornou míticos (não, hoje não vou falar do Curtis nem do Cobain).
Portugal, apesar de ter poucos (e com um "pedestal" pequenino), também tem alguns. Um deles é este "Pois Canté!!" do Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta. Com um nome deste tamanho não espanta que o pessoal, em tempo de PREC (Processo Revolucionário Em Curso, para quem nunca percebeu o que queria dizer), MFA, RAL1 e um milhão de outras siglas, lhes chamasse apenas... GAC!
Ora o GAC nasceu como uma espécie de grupo de apoio cultural à luta popular (operários, camponeses, soldados e marinheiros, e tal) e, durante o tal PREC, entre sessões culturais de luta e alfabetização (não estou a gozar, era mesmo assim) editaram alguns singles e chegaram mesmo a concorrer ao Festival da Canção com um hino revolucionário (vocês, os mais novitos, não estão bem a ver a música que concorreu ao Festival de 75).
Depois do 25 de Novembro de 75, morto o PREC e "arrumado" o Poder Popular, o GAC, embora não perca o panfletismo guerreiro das suas letras, passa a incorporá-las em canções mais chegadas às músicas tradicionais portuguesas, algumas delas com arranjos geniais (ou não andasse por lá o Zé Mário Branco).
Em termos estritamente musicais, o álbum é em geral bastante bom, com algumas opções bastante arrojadas no que diz respeito aos arranjos, de tal maneira que há canções que ainda hoje o José Mário Branco canta ao vivo (o caso da que fica aí em audição) e que poderiam ter sido feitas... amanhã.
Por outro lado (ou pelo mesmo, a bem dizer) notam-se já as sementes daquilo que virão a ser muitos anos mais tarde os Gaiteiros de Lisboa (alguns dos actuais membros já faziam parte do GAC e há que não esquecer a colaboração que o José Mário Branco sempre tem dado ao grupo). De todos estes factores, e mais do facto de ser um marco na memória de todos nós como "Banda Sonora Original" de um tempo vivido de maneira especialmente intensa (já para não falar da falta que nos faz uma edição em CD) lhe ficou a carga mítica que transporta.
Dito isto, ouvidos agora de uma maneira mais... diria... crescida...(?)... e tendo em conta algumas "escorregadelas" do Gac para o lado da "cançoneta politiqueira sul-americana" que se revelam muito inferiores ao resto do álbum, acho que (em termos estritamente musicais) gosto mais da maioria dos discos tanto do José Mário Branco a solo como dos Gaiteiros de Lisboa.
Pois, mas neste é que está a música "daquela altura"!
"Cantiga do Trabalho"
Artista: Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta
Álbum: Pois Canté!!
sábado, 28 de abril de 2007
Música na TV
(imagem retirada de Wikipedia.org)
Hoje (aliás amanhã), na RTP 1, à 01:30 (um bom horário para mochos, morcegos, corujas e bêbados).
«JP SIMÕES "1970"»
Eis o texto de apresentação que vem no site da RTP:
De voz inconfundível e escrita afiada, JP Simões numa apresentação ao vivo
Depois de ter deixado a sua marca na melhor música feita em Portugal nos últimos 10 anos, como um dos mentores de projectos como os Balle Chase Hotel e Quinteto Tati, JP Simões, inicia com “1970” uma carreira a solo que se apresenta como o grande desafio deste escritor de canções. De voz inconfundível e escrita afiada, JP Simões inicia no Maxime uma tour de apresentações ao vivo que culminará do outro lado do Atlântico com espectáculo no Brasil.
Neste primeiro trabalho a solo, JP Simões assume, pela primeira vez a totalidade do processo criativo, escrevendo músicas, letras e assumindo os arranjos e a produção musical do disco.
“1970” é uma obra que coloca JP Simões na trilha dos melhores "cantautores" da música portuguesa.
O dia dos Trabalhadores
Comunicado dos Trabalhadores:
Está próximo o dia dos Trabalhadores. Depois de uma longa espera, a “Iblussom” vai finalmente ser uma realidade; e em dose dupla. Como se 14 faixas de originais ao longo de mais de uma hora de música pudessem ser insuficientes para os mais impacientes, desesperados, inconformados e insatisfeitos, decidimos “meter-lhes no pacote” outra rodela de plástico com mais 45 minutos de pura diversão, em 11 interpretações de clássicos como 'Chamem a polícia', 'Binhu garrafas de binho', 'Lima 5' ou 'De manhá eu bou ó pom'.
O “Cumpilatóriu”- como decidimos baptizár o CD 2 desta nova obra - termina em beleza com uma histórica interpretação de 'Sim, soue um gaijo do Pôrto', em concerto, no Rock Rendez Vous em 1982, quando o protagonista acabava de fazer 10 anos.
Depois de mais de uma década de silêncio discográfico, finalmente vai chegar o dia dos Trabalhadores: 1 de Maio de 2007
www.trabalhadoresdocomercio.org
Anos 70 (parte VII)
Ora então deixem-me cá juntar a uma homenagem que uma amiga minha decidiu fazer a um dos grandes guitarristas que passou cá pelo "Rectângulo Sudoeste" e que, por muitas razões que ele lá saberá e que eu desconfio, resolveu deixar definitivamente de tocar guitarra.
O João Allain ficou conhecido como guitarrista da Go Graal Blues Band e este disco (com o nome da banda) gravado em 1979 (sim, antes do "Ar de Rock") é ainda um dos melhores álbuns de Blues que se fizeram por cá.
O João Allain é o guitarrista que toca no canal direito. Curioso o pormenor das duas harmónicas (Augusto Mayer e Paulo Gonzo) que posso assegurar-vos que resultavam em grande ao vivo e de notar ainda o baixista, também um dos nossos melhores, António Ferro.
"Leonor's"
Artista: Go Graal Blues Band
Álbum: Go Graal Blues Band
(Pois, o som é mau e está baixo. É que a musiquita teve de ser tirada do viníl. São os efeitos do mercado da música portuguesa que não reedita as suas grandes obras)
quarta-feira, 25 de abril de 2007
A galinha da vizinha... canta ao vivo!!!
Acabou há minutos o melhor programa de música portuguesa ao vivo (mesmo a sério, com fios e tudo) que me foi apresentado nos últimos anos, uma das mais bem feitas homenagens ao Zeca Afonso que vi até hoje e uma (cada vez mais rara) entusiasmada e sentida recordação do 25 de abril de 74.
É sintomático (triste?) que isto só seja possível... na Galiza!!!
Em Portugal também há programas com música ao vivo. Sim, mas só para dançar c'a Catarina e para meter uns separadores nos programas das velhinhas, que essas coisas da música em directo só dão é problemas técnicos (leia-se "trabalho").
Na televisão portuguesa a frase "Traz um amigo também" refere-se ao CD com o playback!
É sintomático (triste?) que isto só seja possível... na Galiza!!!
Em Portugal também há programas com música ao vivo. Sim, mas só para dançar c'a Catarina e para meter uns separadores nos programas das velhinhas, que essas coisas da música em directo só dão é problemas técnicos (leia-se "trabalho").
Na televisão portuguesa a frase "Traz um amigo também" refere-se ao CD com o playback!
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