Não se sabe muito bem quantos havia, mas havia alguns. Estou a falar de músicos de rock durante os anos 60. Se agora é difícil ter visibilidade, naquela altura era muito pior. Para além do regime e do "Botas", havia ainda outros tipos de preconceito e pressão contra a música e os "conjuntos" "Yé-Yé" (expressões usadas na época), nomeadamente de alguns sectores da igreja católica (sempre prontos a proteger as "ovelhas" do que era novidade).
Mesmo assim havia artes para contornar estas "circunstâncias" e, tendo a televisão na altura uma grande componente de "programas de variedades" (adoro esta frase), foi possível a gravação de momentos como este que vos mostro aqui e de muito mais horas de música portuguesa ainda por divulgar e que estarão escondidos algures nos confins do arquivo da RTP.
O que aí podem ver é uma actuação ao vivo (com fios e tudo) dos "Sheiks" num desses "programas de variedades". Ora os Sheiks eram, nessa altura, o Carlos Mendes (sim, esse), O Fernando Chaby, O Edmundo Silva e o Paulo de Carvalho (pois, também é esse) que, além de massacrar as peles (da bateria, entenda-se), também cantava e, como se pode ver no video, "metia umas buchas pelo meio".
À escala da altura, os Sheiks eram uma excelente banda aqui ou em qualquer lado e diz-se que não "emigraram" por um triz. Como é costume, sim.
A banda (perdão, o conjunto) ficou pelo caminho mas ganharam-se dois bons cantores (perdão, três, que o Fernando Tordo também por lá passou). Já a internacionalização acabou por não acontecer, embora o Paulo de Carvalho ainda tenha feito algumas "surtidas", mas sempre foi muito dificil saltar para lá deste rectângulo à beira-mar plantado. Há coisas que não mudam, mesmo.
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