Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

3:10 to Yuma

Desculpem lá, mas "3:10 to Yuma" para mim é isto:



"3:10 to Yuma"
Artista: Sandy Denny
Álbum: A Boxful Of Treasures

Gente discreta

Já todos sabem da minha "panca" pela música dos Fairport Convention. Muitos de vocês já aqui leram sobre os personagens mais "salientes" (Sandy Denny ou Dave Swarbrick) mas, numa banda com tantas mudanças de formação, há sempre alguns elementos que, por uma questão de feitio acabam por passar mais ou menos despercebidos aos menos atentos. Desses já por aqui viram o Dave Mattacks (na altura assinalado na Albion Band) e serve a entrada de hoje para salientar um guitarrista com tanto de discreto como de virtuoso. Chama-se Jerry Donahue, é americano e começo por lhe apanhar o rasto em Inglaterra quando a Sandy Denny sai dos Fairport e forma os Fotheringay. Por artes mágicas muito comuns no Folk-rock" inglês, anos depois acabam os Fotheringay (já sem Denny) quase todos nos Fairport Convention, o que (parece ter sido esta a principal razão) acaba mesmo por trazer de volta a própria Sandy Denny (embora por pouco tempo, que a garota era um bocado irrequieta), para uma formação cujo periodo de duração ficou conhecido como "Fotheringay Convention" ou "Fotheringport Confusion" (álbuns "Live" e "Rising for the Moon").

Este video que aqui fica para vos dar a conhecer o senhor Donahue é do álbum anterior "Nine", ainda antes do regresso de Sandy Denny e tem a particularidade de mostrar o "bored stiff" baterista Dave Mattacks no baixo (não, o Markl não inventou as T-shirts) e o baixista Dave Pegg (o único ainda hoje nos FC) no bandolim (não, não é um jogador do FC do Porto dos anos 70 e hoje em dia ostenta uma reluzente careca). O senhor da guitarra-ritmo que gosta de cervejola é o Trevor Lucas e o maluco do violino e do "sombrero" é, claro, o Dave Swarbrick (muitos Daves havia lá pelo sítio, na altura). A qualidade não é grande coisa, tem alguns saltos, mas mesmo assim não consegui deixar de o trazer para aqui para vos mostrar... os Fairport... e o Jerry Donahue.

Fairport Convention - The Brilliancy Medley & Cherokee Shuffle


Se quiserem saber o que o americano das barbas anda a fazer hoje em dia, sigam o link aí em baixo:


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Tás aqui, tás no mainstream!

Depois de se tornar campeã das aparições na Comunicação Social de todo o mundo e de receber um cabaz cheio de Grammys, eis que Amy Winehouse chega ao primeiro lugar do top português (depois de ter feito o mesmo noutros países, note-se) destronando as "morangas" Just Girls!

Ainda bem, digo eu!

Entretanto, e apesar de algumas mentes "iluminadas" (e com gavetas prontas para arrumar tudo bem arrumadinho), lá se vai esvaziando de conteúdo o conceito de "alternatividade"... mais uma vez (eh eh eh).

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Versões (19)



Às vezes temos um bocado a mania que somos mais pequeninos do que realmente somos. É preciso vir alguém lá de fora convencer-nos do contrário.

Não, não vou falar da Mariza nem dos Madredeus nem da Amália.

Vim aqui deixar-vos a tocar uma versão que os Walkabouts fizeram de uma música do José Mário Branco. Improvável? Não sei porquê!



"Hard Winds Blowin' (Sopram Ventos Adversos)"
Artista: The Walkabouts
Álbum: Train Leaves At Eight



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Conheciam? Eu não.

16 Horsepower


"Haw"

Segundo parece, cheguei tarde (tudo bem, vai-se aos discos...).

David Eugene Edwards: Voz, guitarras
Jean-Yves Tola: Bateria
Pascal Humbert: Baixo

Os 16 Horsepower terminaram a sua actividade por volta de 2005, deixando dois "descendentes" de que também gosto bastante: o do vocalista (em que o baixista também toca), chamado Woven Hand e o do baixista e do baterista (em que o vocalista aparece como convidado) e que se chama Lilium.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A aula de comunicação



Já aqui se falou há tempos do último disco do David Fonseca, já aqui vos disse que é um excelente trabalho e, na altura, elogiei a capacidade de trabalho do rapaz em termos de promoção do que faz.

O David Fonseca é, não apenas um bom músico, mas também um óptimo comunicador. O trabalho que tem feito no seu "Weblog", os "webisódios" que vai editando e, sobretudo, o engraçadissimo diário da viagem ao festival South by Southwest em Austin (também em webisódios) fizeram despertar em mim a curiosidade em relação ao que seria o espectáculo na temporada de concertos que se seguiria ao álbum. Assim sendo, Olga Cadaval com ele que já se faz tarde. Além disso, como é que se pode escrever sobre música e nunca ter visto o David Fonseca ao vivo?

... (esta é a parte de "eu no concerto"... é minha, não dou a ninguém)...

Pois não há dúvidas. Isto sim, é trabalho de profissional.
Pois, eu sei que em Portugal há muito quem tenha a mania que um concerto profissional perde na emoção. Pensem outra vez, ou vão ver um concerto do Fonseca. Não é o único. Já se vai vendo qualidade e organização em muitos artistas cá do país (estou-me a lembrar dos Clã, dos Xutos e outros...). Agora, cuidados cénicos e verdadeiro trabalho de actor a este nível só me lembro de ter visto parecido em Portugal em concertos do Sérgio Godinho por volta de 1980 (os Tantra não contam, era outro tipo de "performance"). A comunicação com o público é constante e orientada de maneira que, embora deixando uma certa liberdade à assistência em termos de "participação", David Fonseca nunca perca o controlo da mesma e consiga sempre levá-la para onde quer, enquanto quer, um pouco à maneira do que fazia o Frank Zappa (embora num "registo" bastante diferente).

Em termos musicais praticamente não há falhas. A banda, embora pouco exuberante (a festa é definitivamente do David Fonseca), é competente e coesa. O alinhamento está planeado ao pormenor com os "picos", as "intimidades", os momentos "densos" e as surpresas (bastantes... não, não conto... vão ver ao Coliseu) distribuídos com lógica e bom gosto e, à volta de tudo isto, com mais ou menos discernimento, mais contidas ou descontroladas, as emoções soltam-se pela plateia e o público sente que tem a sua parte no espectáculo. Lá está, a comunicação...

Como se diz em "futebolês", Uma grande exibição em qualquer parte do mundo!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Cada um tem o Grammy que lhe convém

Em todas as notícias que ouvi sobre a entrega dos prémios Grammy, fiquei a saber que a Amy Winehouse ganhou 5 prémios, que a Amy Winehouse não conseguiu um visto para entrar nos EUA, que a Amy Winehouse acabou por participar via satélite de Londres, que a Amy Winehouse estava com muito bom aspecto, muito obrigada e... ah - que o Kanie West ganhou quatro prémios.

Poderia dizer-se:

1- E qual é a surpresa?
2- E o Doherty não ganhou nada?
3- Mas havia lá mais alguém...

Pois havia, pois havia.

Todos sabemos que os critérios de atribuição destes prémios são determinados por um monte de factores em que a qualidade, apesar de contar, entra em "competição" com uma série de outras variáveis, a que o comércio, as grandes empresas e as técnicas de marketing não são de modo nenhum alheios.

Visto que isto funciona assim, e não tirando qualquer valor ao trabalho da Winehouse, para quê reduzir tudo isto mais uma vez a uma notícia sobre a jovem e polémica (ainda não percebi porquê) inglesa?

Mesmo analisando os trabalhos que, estando nomeados, não ganharam nada, acabam por me vir à ideia alguns que nem sequer foram nomeados (e tantos que o foram). Mais uma vez isso não interessa muito já que os critérios são os que são e já falei deles.

Então porque é que estás a escrever esta cena, perguntam vocês (...ou não)?

Bom, é que houve mais gente a ganhar "grafonolitas" e alguns dos nomes até acabam por surpreender um pouco, como a atribuição de melhor álbum do ano (entre todas as categorias) a um disco de tributo a Joni Mitchell da autoria de Herbie Hancock (que ganhou 2 com este trabalho). E se já estão para aí a rir e a comentar "olha que belo par de ginjas", devo dizer-vos que a secção de terceira idade não acaba por aqui, com prémios ganhos por gente como Bruce Springsteen (3), Robert Plant + Alison Krauss (1), Joni Mitchell a própria (1), Prince (1), Chaka Khan (2), Willie Nelson (1), Michael Brecker (2), J.J. Cale + Eric clapton (1), Levon Helm (1), Suzanne Vega (1) ou Steve Earle (1), a juntar a bandas como Slayer, Eagles ou Beastie Boys, não falando nos dois que os Beatles (!) ganharam ou naquele abarbatado por... Woody Guthrie(!!!). Isto sim, são "nêsperas" para todos os gostos mais "entradotes" mas para os mais novitos (sim, que há um ou dois que aparecem por aqui) sempre comunico que gente mais nova como White Stripes(2), Foo Fighters (2), Justin Timberlake (2), Alicia Keys (2), Rihanna (1), Maroon 5 (1), Chemical Brothers (1) ou Michael Bublé (1) também tiveram direito a "molhar o bico".

Agora o que eu não percebi foi porque raio de carga de água é que o Alessandro Sanz e o Juan Luis Guerra (às borbulhas de amor) ganham prémios "amaricanos". Será porque o mundo "hispânico" vai "um bocadinho" mais à frente do que o Lusófono? Pois não sei, já houve brasileiros a ganhar Grammys. Se calhar o problema é só Luso (sem o "ófono")


Perguntas idiotas, respostas parvas.

A propósito do 25º aniversário da publicação de Thriller de Michael Jackson (a bem dizer foi mais o facto de sair uma nova edição do álbum - gostava tanto de conhecer os meandros destas "coisas"...), lá foram as televisões para a rua fazer as habituais perguntas: "Lembra-se do álbum?", "De que se lembra melhor?" "E o video?" "E os Zombies?" e outras do género. O pessoal abordado lá foi respondendo como sabia: "Ya, o gajo era de côr e agora já não se sabe de que cor é"; "Sim, os Zombies, dançavam assim..."; "Não curto, o gajo é maluco" até que apareceu um casal com ar de "gente culta", daqueles que "sabem coisas que o povo não sabe".

Ele:
- Não, não conheço!
- Michael Jackson? Não sei quem é. Eu gosto de Jacques Brel...

Ela:
- Conheço... conhecia!
- (Olhando para o par em busca de aprovação) é muito mau, não é?
- Sei lá, de 1 a 20... 1?

Conclusão:
Queres respostas francas e directas, pergunta ao povo inculto.
É que os "cultos" têm tanto medo de parecer mal que acabam por fazer figuras muito tristes.


Dito isto, todos os que me conhecem sabem que eu nunca gostei da música do "rapazito" mas este disco em particular, e tendo em conta os gostos de toda a gente (inclusivé o meu), terá de ser considerado um grande trabalho em termos de execução, produção e de tudo o que foi construido à sua volta na altura (também os videos e o filme, sim).

Pois, eu também não gosto. Mas também não consigo ouvir uma ópera do Wagner (não, não estou a comparar...) até ao fim e não tenho dúvidas que todas elas (pelo menos as conhecidas) são muito boas.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Afinal...

Alguém me explica o que se passa de facto com a escola de música do Conservatório Nacional?

Desde puto que ouço dizer que aquela escola precisa de uma grande volta, que as salas estão a cair, que o coitado do Salão Nobre está "interditado"...

Mas, se o que tenho lido por aí é verdade, não me parece que aprender o "pau ó gato" ou o "Trai-trai-olaré-trai-trai" duas horas por semana seja bem a mesma coisa ou algo de parecido com o que os miudos aprendem no "conservas" dos 6 aos 9 anos.
Bom, se as mudanças são essas e as outras que se anunciam... o melhor é forrar os ouvidos do povo a chumbo!

Há bocado vi a ministra na televisão e era capaz de jurar que a ouvi dizer: This is the Central Scrutinizer... mas deve ser impressão minha... ou não?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Nós por cá... "Deolinda"

Diz que o primeiro álbum da Deolinda sai na próxima Primavera.



(logo da banda no MySpace)

Do que ouvi no MySpace da banda, parece-me uma muito boa notícia. Resta depois saber em que é que a coisa dá, se sai aquilo que parece prometer e se, saindo o que parece prometer, consegue chegar onde merece, que a vida de músico anda cada vez mais difícil.

Façam uma visitinha à Deolinda e depois venham cá dizer das primeiras impressões.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Nós por cá... "Audible Architecture"


Álbum: Soul Talk - 2007 (Free Code Jazz Records)

Isto de andar às voltas pelo MySpace pode ser uma boa seca mas, mais cedo ou mais tarde, acaba por compensar. Por cada boa descoberta que aqui divulgo, ouço entre 5 e 50 (dependendo da sorte) coisas que não valem a pena. E mesmo as que valem qualquer coisa às vezes estão tão mal feitas que acabo por deixá-las para um dia em que descubram as virtudes de uma produção razoável.

Não é o caso dos Audible Architecture. Formados por Luís Guerreiro (trompete), Hugo Trindade (guitarras), Aurelien Vieira Lino (teclados, rhodes), Marco Jung (bateria e percussão) e Eddy Slap (baixo, cítara e tabla) e referenciados no MySpace como Jam Band/Jazz /Drum & Bass, o que lá puseram para ouvirmos é bom, está bem feito e eu gosto (aceitamos outros gostos e opiniões).
Os Audible Architecture têm um álbum (Soul Talk) editado por uma editora de Jazz espanhola (vá-se lá perceber porquê, não é?...) que eu ainda não ouvi na totalidade mas que é capaz de valer a compra. Está disponível para compra online no site da editora e até nem é caro.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

F-mérides (1)

1978 - Banda do Casaco - Contos da Barbearia



Faz este ano 30 anos que saiu o quarto álbum da Banda do Casaco, Contos da Barbearia. Sim, é verdade que em 2007 se falou muito de "Hoje Há Conquilhas, Amanhã Não sabemos" e que este é só o disco que se seguiu, mas também é verdade que esse falatório culminou com a primeira edição em CD, assim como é verdade que este também ainda não foi editado e que, embora diferente, não é de maneira nenhuma pior do que o seu antecessor. Pode mesmo acontecer que tenhamos direito a mais um CDzito da Banda lá mais para a frente no ano (isto sou eu a pedir).

"Contos da Barbearia" é um disco menos experimental do que o anterior e por isso mesmo menos apelativo ao gosto dos ouvintes mais "progressivos". As explicações para este facto podem ser várias, como uma mera questão de gosto dos elementos que participam no disco; a ascenção da chamada "Música Popular Portuguesa" que gerava por esta altura grandes obras como "Pano Crú" de Sérgio Godinho, "Madrugada dos Trapeiros" de Fausto (de 77) ou "Eito Fora" da Brigada Victor Jara ou a percepção da decadência do chamado "Rock Progressivo" em termos internacionais, com o fim de várias bandas de referência (apesar de em Portugal o género estar ainda em fase de "crescendo" com a edição do excelente "Holocausto" dos Tantra e do tão falado "10 000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" de José Cid). Qualquer que seja a razão (e talvez a coisa seja tão simples como a Banda do Casaco ser "incatalogável"), para mim o que interessa é mesmo a qualidade do álbum e essa, mais música tradicional, mais rock ou mais Jazz, é inegável. Acho mesmo que, ao nível da execução instrumental e da produção, a Banda do Casaco nunca antes tinha atingido este patamar de qualidade. Se os "argumentos" de "Conquilhas" tinham nomes como Carlos Barretto ou Rão Kyao, "Barbearia" pode orgulhar-se de ter contado nas suas "fileiras" com Carlos Zíngaro, Armindo Neves ou José Eduardo (para além dos elementos "fixos" da própria banda, claro).

Falar da Banda do Casaco provoca normalmente algumas divergências de opinião e uma ou outra discussão, facto que, no caso, só abona em favor de quem se fala. Eu, embora não me esquive à discussão, prefiro ouvir a música. Assim sendo, aqui fica por uns dias o tema de abertura com um renovado pedido de edição em CD. Pleeeeeeeeeeeeeease!


"Na Cadeira do Barbeiro"
Artista: Banda do Casaco
Álbum: Contos da Barbearia

F-mérides

Inaugura-se aqui mais uma secção deste blogue, dedicada à lembrança de coisas que toda a gente devia lembrar (ou saber, digo eu...).

Não, não tem nada a ver com "Ano novo, vida nova". é só mesmo porque eu estou a ficar velho e já sei coisas para ensinar aos mais novos. Além disso, já estamos em Fevereiro, seus caquéticos.

Primeira do ano

Depois de umas férias que decidi dar a mim mesmo, estou de volta. Na verdade foi mais uma licença sem vencimento, que eu nem a mim mesmo pago bem.

É sabido que esta coisa dos blogues cansa e que muitos acabam por fechar ao fim de uns meses de abandono. Pois eu andei a pensar se valeria a pena manter o estaminé. Depois de ter andado por outras paragens a ler o que se escreve na rede (e o que se diz na rádio) sobre música, achei que ainda não era altura de parar. Não que eu tenha pretensões a "Educador do Povo" (como está, Dr. Arnaldo Matos?) mas, uma vez que já aqui foi dito por alguém que este ou aquele texto gerou vontade de conhecer mais sobre o que aqui se escreveu, não vejo razões para que não possa acontecer de novo. Dito isto, vamos lá então começar o ano.