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segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Abortem o Referendo!

Ainda com muitos orçamentos por aprovar, a despesa da campanha eleitoral do próximo referendo sobre a despenalização do aborto já vai em mais de 2 Milhões de Euros"

Dois Milhões de Euros (e não fica por aqui) gastos em papeis, outdoors, almoços, jantares e outras acções de campanha num país que anda a fechar urgências e maternidades de hospitais e não tem meios de socorro fora das grandes cidades por falta de dinheiro.

E tudo isto porque o PS não quis arriscar a maioria absoluta dizendo que mudaria a lei no parlamento que, supostamente, é o sítio onde nós pagamos a 230 caramelos para fazerem... exactamente isso: aprovar leis!

Será?

Pois, o Engenheiro também não disse que ía aumentar tudo o que é imposto e taxa neste país nem que ía pôr portagens em tudo o que era estrada, nem que ía arranjar emprego para todos os amigos e familiares dos amigos e dos políticos e ex-políticos e no entanto fê-lo!
Se era para fazer o que não disse que fazia, que diferença faz mais uma lei?
De qualquer maneira, também ainda não fez o que disse que fazia...

Sim, mesmo assim vou votar, a ver se é a última vez que se vota este assunto!

Não, não tenho ilusões! Eles hão-de arranjar mais coisas para votar e, pelo caminho, meter uns almoços e jantares no bucho e uns euritos ao bolso.
A música deles já eu conheço e afinal este é um blog sobre...

... Música!!!

Se não sabes, pede ajuda!

A notícia está por todo o lado:
- O próximo disco dos Coldplay vai ser produzido por Brian Eno!

Acho muito bem. Já que as músicas dos Coldplay são todas iguais, a única solução é, de facto, ir buscar um produtor que tem como característica principal "mudar o som dos músicos que produz". Brian Eno na verdade não é apenas um produtor de discos. O senhor vem com arranjador "incorporado" e, segundo consta, em caso de conflito é a sua vontade que vence ou... arranjem outro.

Segundo o Diário Digital, parece que "Brian Eno tornou-se famoso pelo seu trabalho em discos dos U2, como «The Unforgettable Fire», «Zooropa» e «Achtung Baby»".

Pois!
Não será mais ao contrário?
Será que o senhor não foi chamado precisamente por ser já famoso?
Ou mais de trinta discos em 13 anos (com os Roxy Music, em colaboração ou em nome próprio), trabalhos com Bowie, Robert Fripp, Daniel Lanois, David Byrne (e por aí fora) e mais não sei quantas produções não lhe tinham dado fama que chegasse?
Que conversa é essa? andam a escrever para retardados ou foi a editora que encomendou o sermão para voltar a dizer que os Coldplay são os sucessores dos U2?

Pois, não! Deve ser mesmo só falta de cultura geral, mesmo!

Pois então aí fica um dos resultados da colaboração com o Bowie que "ninguém conhece".


"Sound + Vision"
Artista: David Bowie
Álbum: Low


terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Radar pica-miolos?

Tenho para mim que a Radar é, nos tempos que correm, (ainda) a rádio que melhor música passa de todas as que consigo "apanhar" aqui na zona (por acaso podiam aumentar o sinal que o meu leitor de mp3 não a capta dentro do comboio).

Ora, não tendo dúvidas quanto à veracidade desta afirmação, também não as tenho quando digo que muito mais podia ser feito para a melhorar. Repetir as mesmas músicas várias vezes ao dia, passar uma única música durante meses de um disco que tem entre 15 e 20, anunciar constantemente rubricas que já toda a gente sabe a que horas acontecem, repetir a música que acabaram de passar (chegaram a passar o "Crazy" 3 vezes seguidas, ou mais, que eu não aguentei e mudei de rádio), praticamente ignorar a música que se faz em Portugal (para além de haver música boa há uma lei para começar a cumprir, argumento que nunca pensei ter de usar), para mim não são práticas que encaixem numa rádio que se reclama de "Alternativa", seja lá o que raio isso for.

Pois aproveitando uma polémicazita que se gerou no blog da rádio, resolvi expor estes pontos, tal como mais alguns fizeram a ver se havia resposta de alguém de direito.
Não houve.

O que verdadeiramente me surpreendeu foi a reacção dos cegos defensores da "Rádio alternativa" que responderam coisas do estilo: "Tem de haver ordem na rádio, daí as playlists"; "A Radar é a maior, vocês querem é que a rádio vá à falencia"; "O Pedro Ramos é o maior e consegue fazer os finais de tarde uma constante festa" e mais coisas do género, sendo que a melhor de todas "rezava" assim: "a malta acaba por querer ouvir repetida a música que gosta. (Não é assim que se fixa uma malha? Uma banda?)".

Para além do facto de ouvir uma música todos os dias várias vezes ao dia durante vários meses para "fixar a malha", se calhar ser um problema de falta de ouvido para a música, isto mostra muito pouca vontade de conhecer boa música (quanto mais não seja por falta de tempo), vistas curtas, medo do risco (ainda mais estranho por ser a rádio a arriscar e não eles - sindroma X-FM) e, como súmula de tudo isto, uma enorme e óbvia falta de atitude alternativa.

Eles querem pica-miolos?
A Radar que lhos pique, então.
Pode ser que eu mude de rádio um dia destes, que já começo a sentir uma picaditas e disso já tive a minha conta.


"Radio Radio"
Artista: Elvis Costello & The Attractions
Álbum: This Year's Model

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Música (má) a mais




Numa entrevista que li hoje no "Y", David Sylvian dizia o seguinte:

(...) O mundo não necessita de tanta música. Pelo menos de tanta música semelhante. Continua a haver muito por explorar e isso é que é gratificante. Para a música desafiadora continua a haver lugar. O problema é que a música que vinga por aí é apenas música fabricada para satisfazer audiências. (...)

Bom, não sei se há música a mais no mundo ou não. Há de certeza muito mais do que aquela que eu, mesmo que não fizesse mais nada, conseguiria ouvir.
Na verdade, isto faz-me pensar nas razões que levarão a, de cada vez que alguém tem sucesso com algo relativamente novo, logo aparecerem um monte de coisas iguais vindas de todos os lados. Colou, o povo gosta, há que fornecer o mercado com mais do mesmo. As editoras investem, injectam nas rádios, massacra-se o público até à exaustão e, quando já ninguém pode ouvir nem mais um minuto daquilo, mata-se o "movimento" e os músicos ou mudam ou são descartados.
E não se julgue que isto acontece apenas nas rádios "mainstream" ou não anda a "alternativa" Radar encharcada de sucedâneos dos Strokes, de tal maneira que no blog desta rádio já haja quem se queixe que, mesmo sendo a melhor rádio das redondezas, a Radar se anda a repetir demais?

Falando por mim, eu gosto de ouvir rádio, por princípio.
Teoricamente eu nunca conseguiria comprar música suficiente para poder ir ouvindo coisas diferentes. A rádio tem essa possibilidade.
O que é que acontece?
Acontece que, com a ínfima quantidade de música que ali tenho na estante (sim, é pouca, o Sylvian sabe que há "...lhões" de vezes mais), consigo variar mais do que qualquer rádio que emite nas várias frequências da zona de Lisboa.

Sim, acredito que haja muita mas... onde é que está?
É que a mim mostram-me sempre a mesma!

Quanto ao David Sylvian, embora ele ache que é passado, ainda gosto muito das coisas que fez com o Robert Fripp (atenção, Fripp em Gouveia este ano) e fica aí a tocar uma já com 17 aninhos:


"Jean The Birdman"
Artista: David Sylvian & Robert Fripp
Álbum: The First Day


quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Assunto em atraso


Foto: www.gaudela.net/

Andava a dever esta há muito tempo mas só agora o "produto" me chegou às mãos e eu sei que vocês já não estão habituados a "ver sem mexer" (espanholices...).

Já tinha ouvido uns excertos, fiquei interessado e finalmente consegui comprá-lo. É de 2002, e é o álbum homónimo dos Trape-Zape de Fernando Guiomar, Vasco Sousa e João Luís Lobo. Entretanto soube que têm contado com a colaboração de José Manuel David e que já em 2006, em Gouveia (pelo menos), o Vasco foi substituído pelo André Carvalho. Se alguém souber novidades, agradeço, porque não os tenho visto (estou em exílio forçado dos Olivais) nem tenho números de telefone.

Mesmo comprado com atraso, o disquinho cumpre muito bem os propósitos. Os músicos são muito bons, a música é excelente (não vou discutir gostos, como sabem) e o preço é óptimo (mesmo para um teso como eu). As composições são do Fernando Guiomar com arranjos do colectivo.

Sim, já sei. Estão aí já a fazer cara de desconfiados como quem pergunta: Humm, não tem defeitos?
Tem, por acaso tem (mais aliviados?) alguns defeitos de produção e gravação, compreensíveis se tomarmos em conta o muito pouco tempo de estúdio (3 dias num espaço de 8 meses), mas nada que chegue a prejudicar a qualidade da música.

Fica aqui esta a tocar, não por ser a melhor ou a de que gosto mais (não é nem uma coisa nem outra), mas apenas porque é a mais curta do disco e o espaço disponível não é muito. Assim tem a vantagem de poder ser ouvida pelo pessoal da "banda estreita" (Não, não é um grupo rival).


"Nocturno (para um cão)"
Artista: Trape - Zape
Álbum: Trape - Zape


quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Para evitar surpresas...

Para evitar aqueles desconfortos provocados pela abertura de um site que começa a tocar música a altos berros no meio do escritório, a partir de hoje a musiquinha só toca se os meus visitantes carregarem no play.

Concordam ou querem que volte à antiga?

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Anos 70... ao de leve!



Vem este a propósito do artigo que Rui Miguel Abreu que aparece na revista Blitz deste mês.

É verdade que um artigo de revista não tem assim muito espaço disponível e que não se consegue descrever uma década de Rock em pouco mais de duas páginas, por muito pouco que tenha para contar. Não é que tenha muito (comparado com outros países) mas tem coisas importantes que poderiam ajudar a explicar algo do que se passou a seguir. Talvez um caderno específico dedicado ao assunto em futuras edições (ou menos fotos da Beyonce, quem sabe).

Pois o artigo não está mal escrito (algumas calinadas não muito graves, p. ex: o Mestre dos Petrus Castrus é de 73 e não de 70) mas dá uma ideia muito ao de leve do que se passou e, depois de o ler, a impressão que me ficou foi a de que, se eu não soubesse de nada sobre o rock dos anos 70 em Portugal, a única informação que me ficava destas páginas era o facto de Júlio Pereira nem sempre ter tocado cavaquinho e que tinha havido uma revolução que pode ou não ter influenciado o rock que se fez em Portugal depois dela.

Para além disso, uma leve referência a Vilar de Mouros, meia-dúzia de nomes que foram importantes na passagem dos anos 60 aos 80, um cheirinho de Punk e pronto.

Nem uma referência a bandas como os Ananga Ranga e a Go Graal Blues Band, dos primeiros a furar o bloqueio da rádios via Rock em Stock de Luís Filipe Barros; nem uma palavra para os Tantra, banda que fez o lançamento do álbum Holocausto no Coliseu dos Recreios com sala quase cheia, sala onde, aliás, cheguei a ver a Go Graal ainda nos anos 70 e, pior ainda, nem uma palavra sobre a Banda do Casaco um mês apenas depois da edição de "Hoje há Conquilhas..." (ah, pois... ainda há quem ache que a Banda do Casaco não era Rock porque tinha chocalhos"). Isto para não falar de outros como os Perspectiva, Abatroz, Carlos Vidal, Saga ou Jorge Palma (editou 3 discos nos anos 70).

Sim, já aqui escrevi que não se pode dizer tudo em pouco mais de duas páginas mas, muitas vezes, em vez de se fingir que se diz para se dizer que se disse, mais vale não dizer nada, ou seja, volto a pedir à redacção da Blitz que se empenhe um bocadinho mais na pesquisa do que escreve. Pois é, decalcar e comentar as notícias que chegam de fora é mais fácil, eu sei. Mas trabalhar de vez em quando até faz bem.

Continuo, assim, à espera que a Blitz (porque não há outra) devolva os anos 70 ao Rock Português ou então que alguém faça a pesquisa necessária e se lance à tarefa de fazer o tal livro que falta sobre a música portuguesa ( não só rock) da época. Até tenho esperanças numa certa tese de doutoramento de que ouvi falar há tempos...

Enquanto não chega, lê-se e discute-se (é sempre bom) o que há. E ainda bem que há quem escreva. E até há quem leia... por enquanto.


"Regresso às origens"
Artista: Ananga Ranga
Álbum: Regresso às Origens

PS: Peço desculpa pelo som de "batata frita" mas as senhoras editoras não se dignam a editar estas coisas em CD. Enfim, era assim que ficavam os "vinilos" (parece que é assim que se chamam, agora).

Portugal Rebelde

Ora aí está mais um blog sobre música portuguesa.

Não que concorde com tudo o que lá se escreve (what's new?) mas sou a favor da iniciativa e do empenho demonstrado até agora.

Ficam os desejos de que não esmoreça.

Vão lá fazer uma visita. é aqui.

Agenda Jazz

A Agenda Jazz do Leonel Santos, que comecei por receber do Verde e agora também recebo do próprio Leonel Santos (antes a mais do que a menos, obrigado aos dois) passa a estar online em http://www.jazzlogical.net/ .

A partir de agora ninguém pode alegar desconhecimento nas faltas aos eventos de Jazz do País.
Todas as outras razões serão válidas mas as datas dos concertos só não sabem se não quiserem.

Vão ver Jazz, aproveitem, e deixem que vos diga que não, afinal o pessoal do Jazz não é só aquela cambada de "iniciados pseudo-intelectuais elitistas que vos olham com desdém por não respeitarem a etiqueta da tribo". Também há alguns tipos "boa-gente" e normais (afinal os que interessam) que se contentam por nós afinal gostarmos apenas de ... música.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Que tal a versão do autor do original? (2)

Continuando nos "Orfãos" do Waits, aparece-nos a certa altura aquilo que parece ser uma versão de "Long Way Home" de Norah Jones (não acredito que nunca tenham ouvido) mas que não é mais do que a versão do autor do original da gravação original da versão, originariamente gravada por Norah Jones.

Quer isto dizer que a canção foi de facto escrita por Waits (e sua senhora) e gravada pela Norah (não a deles, contudo).

Por mim, ouvindo a letra, o tipo que troca tudo pela estrada e volta sempre para casa pelo caminho mais comprido é mais parecido com o Waits (lembra-me principalmente a fase "anos 70") do que com Miss Jones, mas devo dizer (para os "rezingões" do costume) que não, não desgosto da versão da menina.

"Long Way Home"
Artista: Tom Waits
Álbum: Orphans