Para os meus amigos que ainda desconhecem, a RTP tem uma nova aplicação chamada RTP Palco.
Estou neste momento a deliciar--me com um concerto do Mário Laginha Trio (+ Bernardo Moreira + Alexandre Frazão).
Podemos descarregar a aplicação para o telemóvel, mas também temos acesso por internet ou na televisão, através da RTP Play.
Tenho aqui a app aberta na primeira página do telemóvel e dá-me acesso, para além de todos os espetáculos que a RTP tem transmitido no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, a vários conteúdos de música, teatro, dança, circo, enfim, tudo o que tenha a ver com palcos, entrevistas, documentários, concertos e outros espetáculos.
Tem, inclusive, ligações a conteúdos de outros palcos fora da RTP, como o S. Luís, o CCB, a Gulbenkian, a Casa da Música e sítios tão improváveis como o Liceu Camões ou o Centro das Artes Casa das Mudas.
Vejo aqui concertos de Bonga, Carminho, Salvador Sobral, Maria João, Ricardo Ribeiro e mais umas boas dezenas.
Quando protestamos contra a falta de boa música na RTP, temos geralmente razão. A boa música passa poucas vezes na RTP, quando passa é lá para os confins da madrugada e muitas vezes nem sequer chegamos a saber, porque não passamos o tempo a ver as programações da madrugada. Nesta aplicação temos todos esses bons concertos e mais uns quantos que nem sequer chegaram ao ecrã da RTP. Pois bem, o sistema é o seguinte: Se estivermos fartos dos concursos do Palmeirim, das lágrimas da Catarina Furtado, dos programas das avós e das donas de casa, das meninas na Quinta ou dos grunhos na Casa, numa noite de descanso, num dia de folga ou de teletrabalho, há todo um manancial de conteúdos musicais de qualidade, seja na RTP Play, seja, muito principalmente, nesta RTP Palco.
A RTP não me paga nada pela publicidade. estou apenas a dar conta da minha surpresa de, afinal, haver tanta música para houver na RTP e nós não sabermos.
Segunda feira passada, no programa "Prós e Contras", da RTP:
Miguel Araújo: (…) Não me posso queixar, porque a minha música passa muito na rádio (risos). Mas é um facto que ouve-se muito mais música estrangeira em Portugal do que portuguesa.
Fátima Campos Ferreira: E é por isso que também gosta de cantar em inglês? É porque passa melhor em inglês?
M. A.: Não, eu canto em português.
F. C. F.: Mas também canta em inglês, não canta?
M. A.: Não. (risos)
F. C. F.: Não?
M. A.: É o que eu digo: eu canto o que escrevo e o que eu escrevo é em português. Não canto músicas de outros. É mais ao contrário. Faço é músicas para outros cantarem: o António (Zambujo), a Ana Moura... (...)
Infelizmente, e apesar de se ter reunido um bom grupo de músicos e produtores, perdeu-se mais uma oportunidade de se falar de Música Portuguesa com consequência. Ficaram de fora os investigadores (que os há, cada vez mais), as instituições, outros tipos de música e o público. E ficou a faltar, principalmente, alguém que soubesse um mínimo daquilo que se estava a falar, para poder conduzir um debate sério e construtivo. Que alguém na RTP perceba que "nem todo o pau faz uma boa colher".
Terminou no fim do mês de Março mais uma temporada da série "No Ar", programa feito para a Antena 3 e RTP2, que apresenta gravações ao vivo, em estúdios de Lisboa e Porto, de bandas e músicos a solo de várias áreas da música popular em Portugal (e também, pelo menos uma, do Brasil).
Como de costume nos programas de música nacional, a hora de exibição na televisão era já de madrugada, nas noites de quinta para sexta feira. Com as novas possibilidades das "boxes" da televisão por cabo, lá fui conseguindo ver a maioria dos programas e, apesar desta constante discriminação de que a boa música portuguesa continua a ser alvo por parte dos directores de programas das televisões (incluindo a pública), este é (espero que não tenha acabado de vez) um excelente programa de música e a prova de que há muitas e boas bandas e artistas a solo no panorama da chamada música moderna portuguesa. Ao fim de cerca de 50 episódios, ainda há muita música para se ouvir. Música tocada em directo, com excelentes condições de som e imagem, e com direito a dizer o que têm a dizer sobre a música que fazem. Uma boa ideia. Diria mesmo muito boa!
Como disse, espero que não acabe por aqui.
Sinopse no site da RTP:
Adotando o modelo ao vivo em estúdio, a Antena 3 em associação com a RTP2, produziram o programa No Ar. Semanalmente, bandas e artistas são convidados a tocar ao vivo as suas canções e a participar numa entrevista focada nas suas ideias. A ação decorre em dois estúdios localizados em Lisboa e no Porto e tem realização assinada por Paulo Prazeres e André Tentugal. O programa tem versão radiofónica disponível na Antena 3.
Fica aí o último episódio desta série:
Se perderam a série, podem ver a maior parte dos episódios:
Depois de decorridas as longas e penosas quatro horas que demorou a "final" do Festival RTP da Canção 2017 tenho, como pessoa interessada por música portuguesa, que tecer algumas considerações sobre todo o processo a que alguns decidiram chamar a Renovação do Festival da Canção.
O convite aos novos compositores e a escolha dos intérpretes:
Quando comecei a ver aparecer a lista de compositores convidados pensei: sim, há aqui algo de diferente nos nomes, mas o processo é o mesmo. Compositores convidados pela produção para apresentarem músicas a concurso. Analisando mais ao pormenor, noto que, dos 16 (soube mais tarde que tinha havido convites a outros, que recusaram), apenas 11 eram realmente novos e que, desses 11, apenas sete ou oito se me afiguravam como podendo fazer algo que significasse uma verdadeira mudança no estilo musical do Festival. Ou seja, metade. Sensivelmente o número de finalistas. Arriscado.
Veio a lista de intérpretes e percebi que, em metade dos casos, a aposta continuava a ser nos cantores saídos dos concursos de talentos, no resto em estreantes, com três "repetentes". Se não há aqui nada de mau à partida, a tal "renovação de conceitos" já se esfuma um pouco.
A promoção, formato e apresentação do "novo" festival:
Aqui começou a coisa a correr mal. Tudo se passava como nos anos anteriores: a promoção do evento como um grande acontecimento (que não é), o anúncio da escolha de "uma canção para a Europa" (desta vez é que ganhamos a Eurovisão), a mobilização de tudo o que é apresentador com supostas piadas para dizer e um desfiar de "palha" sem qualquer interesse para quem se que centrar apenas no que devia importar: a música. Correu mal nas semifinais, culminou na final com uma longa sessão de quatro horas, já que havia por força que juntar o Festival com a comemoração dos 60 Anos da RTP. Uma longa e penosa transmissão com os já costumeiros "flash backs" e ainda mais "medleys" de temas de anos passados do que era costume (afinal 60 anos é um número "redondo"), onde uma banda de fantásticos músicos (o núcleo dos Cais Sodré Funk Connection) se viu reduzida a debitar uns fragmentos de algumas das canções que já ouvimos mais de uma centena de vezes. Já não há paciência para este estilo. Se era para renovar, além de não o fazerem, ainda pioraram o que estava.
As Canções:
Chegados à primeira semifinal, cedo se viu que, também neste campo, o panorama não era maravilhoso, embora se tenham notado algumas melhoras em relação a anos anteriores, mas não tantas como seria de esperar, atendendo a alguns dos nomes presentes. Das oito canções a concurso, só três representavam reais mudanças em relação ao formato usual de "música" de festival e destas, a duas a interpretação não correu nada bem. Na minha opinião, salvou-se do lote a canção "Amar pelos dois" composta por Luísa Sobral e cantada pelo seu irmão Salvador.
Na segunda semifinal, o panorama foi um pouco diferente: se havia mais canções diferentes do formato habitual, também é verdade que não eram, em geral, muito boas. Destaco aqui (porque merece) a prestação de Lena D'Água. Não entrando aqui na discussão de alguns comentários que li, tenho a dizer que, aos 60 anos, deve haver muito pouca gente neste país com a voz tão jovem e clara como Lena D'Água a tem neste momento. Tudo o resto que se possa ter dito tem muito pouco interesse. Ainda uma menção à canção "Gente Bestial" da dupla "Virgem Suta", embora não propriamente novidade no seu formato, a fazer lembrar algumas boas memórias bem dispostas de outrora como as prestações dos SARL ou Trabalhadores do Comércio, por exemplo.
Não vou entrar mais a fundo na prestação dos intérpretes por achar que alguns foram traídos pela inexperiência, outros pela "falta de canção".
O Vencedor:
Se em muitas coisas nada mudou, a grande novidade é o facto de ter ganho aquela que era talvez a melhor canção, cantada por um dos melhores intérpretes. Isto sim, é diferente do habitual e um bom sinal de mudança, apesar de parte da opinião pública continuar a apregoar "uma canção festivaleira para a Eurovisão". Esta justiça no resultado final, deve-se certamente à introdução de um júri regional, composto (na sua maioria) por músicos ou gente de alguma maneira ligada à música que, com a sua votação, impediu a vitória do mais votado pelo público (a tal canção "festivaleira" e muito, muito mal interpretada).
Conclusão:
Para além do pequeno (grande) sinal de esperança de que falei acima, embora se tenha notado algum esforço no que respeita aos nomes dos compositores convidados para este Festival, a verdade é que, nalguns casos, esses compositores sofreram da falta de experiência nestas andanças e, mais importante, a RTP não esteve verdadeiramente disposta a mudar o formato de todo o resto do programa, conseguindo ainda piorar o que já era mau. Espero que tenha sido apenas um primeiro ensaio de uma verdadeira renovação a efectuar em anos próximos. A não ser assim, continuaremos a ter um evento de canções que não reflecte verdadeiramente a música que se faz no país, antes serve de apresentação de produtos eventualmente passíveis de obter uma boa classificação num festival de má música, organizado por uma Eurovisão tão decadente como a Europa que diz representar. E assim não vale a pena.
Pois aqui têm mais uma lista do "Youtube" para se entreterem (aí do lado direito).
E, perguntam vocês, o que raio são Transatlantic Sessions?
Perguntam muito bem (mesmo que não perguntem, ficam a saber). As Transatlantic Sessions são, simultâneamente, um programa de televisão, uma grande ideia e um conjunto extraordinário de CD e DVD que eu um dia terei na minha colecção.
Até hoje houve cinco programas, o primeiro em 1995, o quinto em 2011 (deve estar aí a vir o sexto), produzido pela BBC Scotland, pela BBC Four e pela Televisão Irlandesa. Basicamente, consiste numa reunião de músicos dos dois lados do Atlântico, escolhidos pelos directores musicais Jerry Douglas e Aly Bain, numa casa de campo na Escócia, para ensaiar, tocar e gravar a música que sai desses dias de partilha musical, normalmente versões de música popular dos Estados Unidos, Inglaterra, Escócia e Irlanda, ou novos arranjos de temas originais dos vários candidatos. Como bónus, no fim das sessões ainda fazem alguns concertos ao vivo. Como podem ouvir, se se quiserem dar ao trabalho, o que sai dali é tudo material de alta qualidade.
Infelizmente, as televisões portuguesas não conseguem encontrar espaço para transmitir estes programas, ocupadas que estão com coisas como "Feitos ao Bife", "Vale Tudo", "Big Brother" e as várias novelas de alta estirpe teatral e literária que transmitem todos os dias.
Amanhã (Domingo) estreia na RTP2 um novo programa com o nome de "aTensão Jazz", que pretende ser uma visão sobre a história do Jazz em Portugal. Por mim acho bem, já devia ter sido feito há mais tempo, mas vale mais tarde do que nunca. Espero que seja bom e que estes dez episódios fixem a base do que poderá vir a ser um programa sobre o Jazz português em que poderíamos ter, por exemplo, actuações ao vivo dos muitos músicos que, em Portugal, praticam este estilo e outros afins ou correlacionados. Como sonhar ainda não paga imposto, premiti-me um pequeno sonho acordado. Peço perdão se escandalizei alguém.
Aqui fica o texto de apresentação disponibilizado no site da RTP2: Uma série documental sobre a história do jazz em Portugal
aTensãoJAZZ é uma série televisiva documental sobre a história do jazz em Portugal , projeto pioneiro e fundamental no nosso país. Trata-se de um projeto da autoria de Rui Neves, conhecida autoridade do jazz, atuando como, entre outros papéis, radialista e diretor do festival Jazz em Agosto da Fundação Calouste Gulbenkian. A realização está a cabo de Paulo Seabra, autor de vários filmes e documentários televisivos, entre os quais Verbd e Uns tantos milhares de negativos. aTensãoJAZZ é um gesto ambicioso, jamais tentado neste formato e amplitude. Esta série de 10 episódios visa cobrir a especificidade deste género musical de grande mérito cultural e recepção crítica no nosso país, retratando aspectos inéditos da sua vida em Portugal desde as manifestações primitivas nos anos 1920-1930 ao dinamismo e diversidade da contemporaneidade. Para além de uma atenção para com o desenvolvimento histórico do género musical e seu campo sociocultural em Portugal, procurar-se-á moldar um prisma sobre o que é o jazz, o que é o jazz português e o que se reserva no seu futuro imediato, a partir das mais diversas opiniões, por vezes contraditórias, mas que apontam precisamente por essa razão à sua plena vida. Dos muitos músicos que fazem a sua história - dos amadores dos primeiros tempos aos profissionais mais jovens - às várias figuras institucionais e às instituições elas mesmas – com um destaque particular e óbvio para o universo do Hot Club -, de escolas a festivais, de editoras a encontros, procura-se uma máxima perspectiva de quem compõe as notas principais da melodia do Jazz em Portugal. Esta série foi totalmente captada em FullHD (vídeo) e Dolby Stereo (áudio).
Dia 7 de Março. Estava anunciado para hoje o início das emissões da RTP Música.
Viram? Em também não!
Segundo notícia que vi num jornal, o nascimento da RTP Música foi adiado devido a uma questão de "prioridades" relacionada com as saídas de José Alberto Carvalho e Judite Sousa, juntamente com um pré-aviso de greve.
Porque é que isto me parece uma desculpa esfarrapada?
Até hoje há pouco, não fazia ideia da existência do canal Q. É natural. Não uso Meo.
Foi através de um vídeo no facebook que tomei conhecimento, não só do canal mas também de um programa muito interessante que parece que por lá passa às quartas-feiras à noite, chamado Toca e Foge. Trata-se de um conjunto de actuações acústicas de músicos portugueses (com alguns estrangeiros pelo meio), gravadas algures pela cidade de Lisboa (pelo menos as que vi até agora eram em Lisboa), com alguns dedos de conversa pelo meio.
A conversa umas vezes é interessante, outras nem por isso (a coisa também depende dos entrevistados, claro), mas o que interessa de facto é a divulgação da música que se vai fazendo por aí e que, muitas vezes, por vários motivos, nos passa um bocado ao lado.
Já vi alguns dos episódios que incluiam, entre outros, Mazgani, Dead Combo, Noiserv, ou o fadista Marco Rodrigues e posso garantir que vou ver todos os outros, já que as Produções Fictícias (a produtora responsável pelo programa) nos dão a possibilidades de ver todo o programa por episódios em http://tocaefoge.blogs.sapo.pt/
Se estão interessados em nova música portuguesa, não percam. Não vão gostar de tudo o que virem, possivelmente. Mas não desanimem. Passem ao próximo. Eu aconselho.
Parece que a RTP vai ter um novo canal por cabo chamado RTP MÚSICA.
Fazendo algumas leituras por aí, apanhei o conceito base da coisa, a saber:
- A RTP MÚSICA dará destaque aos músicos portugueses e lusófonos. Pois... isso pode querer dizer muitas coisas diferentes e nem todas elas boas.
- O novo canal começa a emitir a 7 de Março de 2011 (confere - tudo o que a RTP faz e que julga importante passa-se a 7 de Março - um dia por ano, portanto).
- O novo canal vai ser codificado ou incluído no "pacote" básico? Não sabemos. Eu, pelo menos fiquei sem perceber.
- O director é o Jaime Fernandes e o primeiro apresentador confirmado é o Álvaro Costa. Será que os "Dias da Rádio" vão regressar na televisão? Não sabemos.
- A RTP não vai buscar colaboradores à SIC nem à TVI. Ainda bem. Também não vejo lá ninguém que perceba um boi de música.
- O orçamento para a criação do novo canal é de um milhão e trezentos mil euros. E então? Isso é muito? É pouco? Não faço a mínima ideia, para além da certeza de que vamos ser todos (os de nós que pagam impostos) a pagar.
- No novo canal, segundo Jaime Fernandes "Vamos ter três horas diárias de música ao vivo, vídeos, reportagens de concertos, agenda de espectáculos e [tudo] o resto". Três horas de música ao vivo é bom, se não forem sempre as mesmas músicas, claro. A mim parece-me ambicioso. Vamos ver.
- Nos planos da RTP está também a realização de vídeos para os músicos portugueses, tendo em conta a fraca produção do país, ainda mais numa altura em que as grandes editoras "definham" e as pequenas não "medram" por aí além.
No conjunto, parece-me uma boa ideia mas vindo de onde vem, continuo com as minhas dúvidas baseadas em anos e anos de desperdício de tudo o que se poderia ter feito de bom em televisão no que à música portuguesa diz respeito. Eu já ficaria satisfeito com um canal que passasse de tudo. Já nem peço um que passe só o que é bom.
Obrigado pela ideia, agora façam-na funcionar! (se fazem favor, já que sou eu que pago).
Hoje, à 21 horas na RTP1, o último episódio da série de documentários "TROVAS ANTIGAS, SAUDADE LOUCA", sobre a história do Fado.
Sim, sei que é em cima da hora e no último episódio. Tenho visto quase todos e nem me lembrei de falar disso aqui. Falo agora e até pode ser que, em breve, a RTP disponibilize a série no seu site, para quem não teve oportunidade de ver.
Eis o resumo do programa de hoje:
Peregrinações - Fado longe, fado perto, fado distância de mim
Fado longe, fado perto, fado distância de mim
A carreira internacional de Amália: retrospectiva.
O fenómeno Mariza .
O repertório de Carlos do Carmo nos anos 70/80 e o lançamento da sua carreira internacional.
Novos compositores para Fado: José Luís Tinoco, José Mário Branco, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, António Vitorino d’Almeida
As rupturas dos anos 80/90. Os não fadistas: a figura iconoclástica de António Variações, Paulo Bragança, Dulce Pontes, etc. O Fado na “World Music”.
Os novos fadistas, alternando fados clássicos e modernos.
A apresentação do fado a património da UNESCO.
A série fecha com uma reflexão de conjunto. O fado está vivo, renova-se, mergulha nas suas raízes, assume novos desafios. (texto disponível no site da RTP)
Parece que, na RTP, andam a escolher a "Melhor canção de sempre" dos Festivais da canção cá do rectângulo. Entre grandes e pequenas desafinações, tons mal escolhidos arranjos melhores ou piores, o programa (que vi a espaços) lá foi decorrendo, revelando entre todos os aspirantes a cantores uma cantora a sério chamada Teresa Radamanto. O problema está no facto de só as canções vencedoras das 44 edições serem aceites a concurso.
Não me lembrando obviamente de todas as que por lá passaram (até porque, algures nos anos 80, deixei de dar atenção ao "certame" em causa), tenho para mim que uma das melhores de sempre se ficou em terceiro lugar, lá para os idos de 1971. De uma coisa tenho a certeza: não vejo em nenhuma das 44 que ganharam, uma canção melhor do que esta que aqui vos deixo. E vocês?
Sim, já aqui tinha posto esta há cerca de um ano. Que querem? continuam a não fazer canções como esta!
Reconheço que não tenho visto o "Palcos" ultimamente. A culpa não é minha. O programa dos Moonspell já o tinha visto na Sic Radical e o dos Madredeus num dos outros canais da Sic. Não tenho a culpa de a RTP andar atrasada. Já o da Sara Tavares tinha sido transmitido em vários canais. Têm mesmo todos de passar a mesma coisa quase ao mesmo tempo?
Esta semana vou ver porque ainda não vi nenhum dos que vão ser apresentados, embora tenha ideia de que, pelo menos o do Movimento UPA já passou noutro canal. Menos mal. Para a semana são os Metallica. Estou farto de os ver na televisão. Aproveito para dormir.
Eis então o que se diz no site da RTP sobre cada um dos intervenientes do programa desta noite:
«DAVID FONSECA - DREAMS IN COLOUR LIVE»
A sala emblemática da capital, o Coliseu dos Recreios é, para David Fonseca, um lugar importante de descoberta e de memórias...
“Dreams In Colour”, o novo mundo de David Fonseca passa por Lisboa! Depois de há cerca de uma dezena de anos ter surgido com o grupo “Silence 4”, David Fonseca iniciou em 2003 a sua carreira a solo com a edição de “Sing Me Something New” e em 2005, “Our Hearts Will Beat As One”, trabalho que o confirmou como uma das vozes mais carismáticas da música produzida em Portugal. Pelo meio, participou no projecto Humanos, dando voz a temas inéditos de António Variações ao lado de Manuela Azevedo e Camané. Em 2007, surgiu o seu terceiro disco a solo “Dreams In Colour”, um disco repleto de grandes canções que reafirmaram o seu talento e que nos transportaram para um imaginário novo na obra deste artista. Ao vivo, e após o último lançamento, David Fonseca já passou por dezenas de palcos e localidades de Norte a sul do país mas… este concerto é diferente, único com inúmeras surpresas quer a nível audiovisual, quer a nível musical. Afinal, trata-se da sua estreia a solo na mítica sala lisboeta – o Coliseu dos Recreios!
Formação: David Fonseca – voz, guitarras Ricardo Fiel – guitarras Rita Redshoes – piano, teclado, voz Paulo Pereira – teclado, sintetizadores, voz Nuno Silva – baixo Sérgio Nascimento – bateria
DONNA MARIA - "MÚSICA PARA SER HUMANO"
Depois do sucesso do seu álbum estreia “Tudo é para Sempre“, os Donna Maria regressam com um novo trabalho de originais. Gravado e misturado no Estúdio Sonic State entre Maio e Julho deste ano e masterizado pelo engenheiro de som António Pinheiro da Silva e com produção de Miguel A. Majer e Ricardo Santos, o novo trabalho dos DONNA MARIA- “ Música Para Ser Humano”, conta com as participações de vários artistas nacionais, em destaque: Rui Veloso em “Amar-te Como te Amei” ( autor da música que abre o disco); Luis Represas em dueto com Marisa Pinto em “Nós Nunca Somos Iguais”, tema que conta também com a participação de Rão Kyao na Flauta; Raquel Tavares participa em “Anti-Repressivos “ e finalmente Julio Pereira em “ Zé Lisboa “. Os convites não ficaram por aqui e contam ainda com as seguintes participações: Ricardo Parreira na Guitarra portuguesa, Pedro Santos no acordeão, Máximo Ciuro no baixo eléctrico, Ruca Rebordão na percussão, o quarteto de cordas sob a direcção da violinista Viviena Toupikova ( Leonid Bykov- Violino; Avrora Vorokova - Viola; Abel Gomes - Violoncelo ) e Patricia Antunes e Patricia Silveira nos coros.
O que não poderia faltar neste trabalho são as grandes versões, a exemplo do que aconteceu na estreia discográfica: “ Bem Vindo ao Passado“ dos GNR e “Pomba Branca “ de Max são as contempladas.
"Música para ser humano" é o 2.º trabalho dos Donna Maria, que sem dúvida não vai deixar ninguém indiferente. Música portuguesa no seu melhor,com Miguel Majer, Ricardo Santos e Marisa Pinto.
MOVIMENTO UPA (UNIDOS PARA AJUDAR)
Vinte bandas e artistas portugueses juntaram-se num movimento de alerta para o preconceito de doenças mentais e gravaram, dez temas que agora estão reunidos numa colectânea. Mariza, Xutos e Pontapés, Sérgio Godinho, Clã, Mão morta, Dead Combo, Camané e José Mário Branco, são alguns dos nomes que interpretam oito temas inéditos e duas versões.
Movimento UPA – Unidos Para Ajudar, é um projecto da associação “Encontrar-se”, fundada há 2 anos e do guitarrista Zé Pedro, com o objectivo de criar temas originais que sensibilizem para o preconceito, que existe, em relação às doenças mentais.
Os Xutos e Pontapés juntaram-se aos Oioai para gravar «Pertencer», sobre a culpa e a tolerância, enquanto Jorge Palma cantou com os Clã sobre solidão e fraternidade em «Convite» e os Mesa colaboraram com Rui Reininho em «BI.polar», para falar de medo e compreensão.
Dos músicos que se associaram a esta causa, destacam-se ainda os Mão Morta, que gravaram com José Mário Branco o tema «Loucura», e Sérgio Godinho, desafiado para regravar com Xana um tema seu antigo, «O rei vai nu», ambos sob a dualidade culpa/tolerância.
Nota: Os textos acima foram transcritos directamente do site da RTP sem qualquer espécie de "amputação". Quaisquer imprecisões e erros de pontuação que se possam ler acima não são responsabilidade deste blogue.
Estava eu a olhar ali para a caixinha das radiações quando vi o anúncio que nos desafiava a votar nas canções candidatas ao festival RTP deste ano.
Esta agora! Então já não bastava a final e o eurofestival serem em televoto, agora ainda arranjaram uma votação do público na pré-selecção? Pensei cá para comigo que o pessoal da RTP não estava bem a ver no que se ía meter e, vai daí, fui lá ver o que se passava.
Eu só não adivinho coisas que dêem lucro. Quando lá cheguei, já estava a tenda armada. Desistências por despeito, suspeitas de favorecimento, votações supostamente fraudulentas, anulação de votos de modo arbitrário pela organização que geram desistências dos próprios concorrentes, pedidos de exclusão de músicas por, supostamente, não serem inéditas, isto para além das habituais dissertações sobre o que é uma "canção de festival" e dos também já costumeiros insultos a comentadores por terem... outra opinião. Quanto às músicas... não votei em nenhuma. Em 24!!!
É um facto que hoje em dia o Festival perdeu a importância que teve em tempos. Mas também é verdade que, nesses tempos de que se fala (anos 60 e 70) também não havia muito mais para ver e ouvir. Diz-se (e é verdade) que, nessa altura, passaram boas músicas pelo festival. Isto a passagem dos anos "lava" um bocado a coisa porque também houve muita música muito má a passar por aqueles palcos. E ponham má nisso.
Um dos festivais de que tenho mais memórias é o de 1975, até porque (modernices...) o meu pai o registou num gravador de bobines (uma maravilha da portabilidade com alguns dez quilos que ele usava no trabalho para gravar reuniões...) e ainda o ouvimos umas quantas vezes enquanto o aparelho funcionou. Sendo o primeiro pós-Abril, por alturas do 11 de Março e a caminho do "Verão Quente", aquilo foi, digamos assim, uma festa. Meteu Zé Mário a cantar uma já conhecida canção de luta (acho que da UDP), Jorge Palma e Fernando Girão, ambos com grandes "trunfas", um "Capitão de Abril" (que ganhou, pois claro) e os próprios autores das canções como juri. Um autêntico Festival do PREC!
E o que se curtiu a ouvir aquilo!
Bom, por muito de emoção e mesmo alguma boa música que por ali tenha passado (pelo menos diferente do que se tinha ouvido até então) hoje tenho de reconhecer que havia para ali coisas que, aos ouvidos de hoje, terão de se qualificar muito mázinhas. Eis um exemplo que costumo dar, esta que pode mesmo (não garanto, porque não conheço todas) ter sido a pior canção que o Sérgio godinho escreveu na vida, cantada no festival pelo Carlos Cavalheiro, vocalista dos Xarhanga:
E no entanto... A boca do lobo continua a morder na nuca do povo!
Vai para o ar todos os dias por volta da meia-noite.
Chama-se Os Sons do Tempo e é um programa onde António Victorino d'Almeida vai dizendo da sua experiência de vida, das suas memórias e dos contextos onde as coisa se foram passando, ora sentado a uma secretária, ora "fazendo das suas" ao piano.
As capacidades de comunicador do Maestro sempre foram evidentes mas eu tenho cá para mim que ele funciona muito melhor "a solo". Já era assim há mais de trinta anos, é assim ainda hoje.
Quero ver se não perco nenhum (parece que ainda faltam mais oito).
Cada vez mais tarde (2:30), numa altura em que a RTP anda a repetir programas, precisamente depois de não sei quantos episódios consecutivos de uma dessas repetições (ainda por cima duma série bastante má). Lamentável e demonstrativo da incompetência de quem manda na televisão do Estado (nossa, portanto).
Para hoje está programada a primeira parte de um DVD duplo (a outra parte passa na semana que vem) que ilustra o Crossroads Guitar Festival, organizado por Eric Clapton em benefício do centro de recuperação de dependentes de alcool e drogas com o mesmo nome que o guitarrista fundou na ilha de Antigua.
O Festival reuniu uma quantidade enorme de guitarristas que se foram revezando em cima do palco e, para os aficionados da guitarra, torna-se pouco menos que imperdível, assim os olhos se mantenham abertos. Eu vou tentar, pelo menos.
Alguns guitarristas que podem ser vistos nesta primeira parte (se a RTP passar os discos por ordem): Eric Clapton, Robert Cray, Jimmie Vaughan, Johnny Winter, B. B. King, Albert Lee, John McLaughlin, entre outros. Grande misturada? Sim senhores, assim é que é giro (às vezes).
Programa "Noites da 2". Todos os dias desta semana temos música, por volta das 0:20
Não percebo muito bem a intenção por detrás da coisa. Para a semana é uma espécie de barrigada de uma sériezeca qualquer. Enfim, é o que há. Eis então o programa para esta semana, que é o que interessa:
2ª (hoje): Rodrigo Leão
3ª: David fonseca + Cristina Branco
4ª: Mesa + Paula Oliveira
5ª: Paulo Gonzo
6ª: Camané + Jorge Palma
Visto assim até parece muito, não é? Pois bem, vários destes concertos passaram há muito pouco tempo no primeiro ou segundo canais (por exemplo o Gonzo e o Palma - este há menos de duas semanas, incrível). De qualquer maneira, para quem não viu é uma boa oportunidade.
Como os senhores da televisão não querem que a música nos faça mal, esta semana não há o programa Palco, que é por causa dos excessos (ou dos dzrt's, ou lá o que é...)
Desta vez para vos anunciar um novo programa de 14 episódios (do qual já foram transmitidos dois) chamado KM0 (quilómetro zero). Vai para o ar aos Sábados às 19:30, tem a duração de meia hora, é apresentado pelo J.P. Simões e tem o formato de uma viagem pelo país à procura das bandas de cada zona. A primeira paragem foi Coimbra e a segunda Braga.
Claro que em meia hora, apresentando três bandas por programa, não dá nem tempo para ouvir uma música inteira de cada uma. Talvez se cortassem um pouco das conversas (que muitas vezes não têm ponta por que se lhes pegue) desse para aproveitar mais qualquer coisa, musicalmente falando. A grande vantagem num programa deste tipo é ficarmos a conhecer alguma coisa do muito que para aí há escondido em termos de bandas mas, pelo menos pelos dois episódios que já vi (e pelas "digressões" que faço de vez em quando pelo Myspace), teriamos bastante a ganhar se a pesquisa tivesse sido um pouco mais cuidada (é que há ali alguns que... enfim... venha o Bisonte).
Posto isto, e depois das críticas, louve-se a iniciativa dos responsáveis da RTP 2. Pode ser pouco e não muito bem feito mas é o que temos (antes não tinhamos nada) e pode ser um começo (embora tenha as minhas dúvidas). A verdade é que só tenho falado da RTP 2 em termos de música na televisão. Não é embirração, não. É mais porque nas outras, a bem dizer, não há nada a dizer... porque não se passa nada!
Antes de mais, as minhas desculpas pelo fraco movimento que o blog tem tido ultimamente mas, entre "crashes" e reinstalações, muito trabalho e algum calor, tenho andado pouco inspirado para estas lides.
Ontem o nome no Palco da 2 foi Peter Gabriel e a tourné "Growing Up" de 2003. Basicamente é o concerto que veio apresentar no Rock in Rio Lisboa 2004, mas no conceito original, portanto mil vezes melhor. Quem perdeu não hesite em comprar o DVD porque visualmente é das melhores coisas que tenho visto, ou seja, a imaginação dos concertos dos Genesis dos anos 70 mas com mais 35 de experiência e, claro, de tecnologia.
E foi assim tão importante para mim que mereça um post de louvor?
Não. Foi muito bom mas o que me levou a vir aqui escrever foi o facto de ter começado depois das duas da manhã e terminado às 4:20. Quantas pessoas terão visto para além de mim? Não faço ideia mas ainda não percebi por que raio os bons programas começam a esta hora, considerando que às nove da noite passou um programa "interessantíssimo" sobre... o bisonte (mesmo o bicho, não o Bynia), um outro sobre uma miuda de 12 que trabalha... na coca e, com toda a certeza o pico de audiência, a repetição da emissão de Natal (sim, leram bem) do programa Sempre em Pé.
Será que mereço uma medalha por ter ficado acordado à espera?
Nem tanto, até porque ainda cheguei a passar pelas brasas antes de voltar para a sala e me sentar em frente à televisão.
Hoje à noite, no programa Palco, RTP2, a receita é Roxy Music "Live At The Apollo" em 2001.
Pois... os regressos das bandas antigas, a ferrugem, o reumático... No tempo deles, embora a coisa se "ouvisse bem", nunca cheguei a ser grande adepto. Em todo o caso, sempre preferi o material dos anos 70 ao dos 80s (agora que penso nisso, parece que isso me acontece com a maior parte das bandas dessa altura, vá-se lá saber porquê...) No caso, e pelo que já vi no "tubo", há por ali bastante energia e um certo espírito "Vinho do Porto".
Se ainda estiver acordado à 01:55 (!!!), não perco.