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sábado, 30 de agosto de 2008

Paisley Underground? Que raio é isso?



Isto quando há dúvidas uma pessoa tem de as esclarecer. É o caso presente. Depois de ter escrito sobre o chamado "Paisley Underground", logo me vieram perguntar: "Paisley Undeground? Que raio é isso?"

Pois é. Como sabem, este pessoal da música gosta de meter tudo em gavetinhas o que, se por um lado acaba por misturar coisas diferentes e separar coisas parecidas (critérios, enfim...), por outro lado acaba por tornar mais fácil a identificação de certos "grupos" na música, sejam eles estilisticos, ideológicos, regionais, etc.
O problema muitas vezes é que, ao arranjarem tantas gavetinhas, acabamos por não chegar a perceber a que grupo pertence o quê, exactamente. Eu, por exemplo, não faço ideia do que é que cabe em cada subdivisão do Metal ou do Hip-Hop, só para dar dois exemplos, dos muitos que poderia referir.

Ora, quanto ao tal do "Paisley Underground" a coisa também se reveste de alguma complexidade, a meu ver desnecessária (lá está, os critérios...). Comecemos pelo nome. O que é Paisley? Pois Paisley é, segundo apurei hoje (nunca me tinha debruçado sobre a origem do nome), um padrão de origem oriental usado principalmente em tecidos, com o aspecto que podem ver na imagem acima (este é o mais simples que encontrei) e a que nós por cá chamamos de "cornucópias". E o que é que isto tem a ver com música? Absolutamente nada. O facto é que, quando este "movimento" músical apareceu em Los Angeles nos principios dos anos 80, foi rotulado por alguns críticos como herdeiro do legado dos Velvet Undeground (velvet = veludo). Criativos como são (os críticos), ao repararem que muitos dos músicos destas bandas usavam camisas com as tais "cornucópias" (os anos 80 em todo o seu esplendor) lá se lembraram do Paisley em oposição ao Velvet para fazer a junção da inspiração aos inspirados. Forçadinho? Pois, um pouco. E ainda mais quando se vai ver a lista de bandas que acabaram depois por ser incluídas na tal gaveta. Influências de Velvet Underground? Pois sim, mas também de Byrds, Beach Boys, Credence Clearwater Revival, Neil Young, The Band, Bob Dylan, Rolling Stones e mais uma carrada deles. E isto complica-se ainda mais quando se descobre que este "Paisley Underground" afinal, não era mais do que uma subdivisão do que se chamou "Jangle Pop", onde se incluíram mais meia dúzia de "sub-movimentos" parecidos ou um pouco diferentes, por razões de localização geográfica, ou por terem mais Country, mais Rock'n'Roll, mais Folk ou mais Punk ou tudo isso junto (imaginem que uma das subdivisões se chamava Cowpunk).

O próprio nome "Jangle Pop" tem origens dúbias, entre uma ligação à letra de "Mr. Tambourine Man" de Bob Dylan e uma referência ao som característico da guitarra eléctrica Rickenbaker de 12 cordas, ambos "ligações directas" aos Byrds e foi de facto os Byrds que me lembrou, por exemplo, a música dos R.E.M. logo na primeira vez que a ouvi (o que as coisas mudam, já viram?). No fim das contas, tudo se resume a uma música que descende do que se fez nos Estados Unidos entre a segunda metade dos anos 60 e a primeira dos anos 70. Mas as pessoas têm a mania de dar nomes a tudo, não é?

Então e como é que isso soava? Pois aí a coisa complica-se de novo. Dentro do "Paisley Undeground" havia coisas tão diferentes como as influências de que falei acima, desde a música "leve e fresca" das Bangles (antes de "Manic Monday" e "Walk Like an Egyptian") às "sombrias e densas" melodias dos Rain Parade, passando pelo Rock "à Crazy Horse" dos Dream Syndicate ou pelo Country-Rock ao estilo de Gram Parsons tocado pelos Long Ryders, entre outros (sim, os critérios...).

Chegamos então à conclusão. O que era o Pailsey Underground? Bom, era um grupo de bandas que apareceram na mesma cidade, que tocavam juntos nos mesmos bares e gravavam nos mesmos estúdios colaborando entre si, com uma predilecção especial pelos vários estilos de rock de guitarras dos anos 60 e 70 na costa Oeste dos E.U.A., numa época em que o que estava a dar eram os sintetizadores, os penteados armados e as rendas. Só das "cornucópias" é que eles não se safaram. Taditos.


Como amostra fica aí a tocar por uns dias uma cançãozita dos Long Ryders, banda que conheci (não me perguntem porquê, não interessa nada) entre Portalegre e o Instituto Superior Técnico onde, como sabem, nunca tive aulas.


"You Just Can't Ride The Boxcars Anymore"
Artista: Long Ryders
Álbum: State of Our Union




quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mal dos anos 80! Pronto, já disse!

Dizem que eu tenho a mania de ser “do contra”. Eu gosto de pensar que tenho direito à minha opinião. Não tenho culpa de, em muitas coisas, pensar diferente da maioria. Nem sequer é mania de ser diferente que, por exemplo no que toca a gostos musicais, a mim até me dava jeito gostar do mesmo que os outros.

É, segundo parece, o que se passa com a minha opinião sobre o panorama musical dos anos oitenta.

Em primeiro lugar tenho de dizer que não me surpreende nada a presente onda revivalista no que toca à música dos “eighties”. A grande maioria dos profissionais de topo nas rádios de hoje anda pelos trinta e tal. Nos anos 80 eram adolescentes. Resultado: “Vamos lá impingir as “malhas” que ouvíamos quando éramos uns gandas malucos”. Como já passei um bocadinho dessa idade, é natural que me falte um bocado de entusiasmo para esse tipo de música.

É verdade que a década de oitenta até começou com um saudável clima de inovação quase revolucionário, pensava-se. Em 1989, no entanto, já eu tinha percebido que a música deixara de pertencer aos músicos e que quem mandava tinham passado a ser as grandes empresas, com enormes campanhas de marketing, comprando rádios e abrindo canais de televisão destinados exclusivamente a vender a música dos catálogos das grandes editoras. Estas, por sua vez (já na entrada dos “noventas”), ainda se dedicaram a comprar as “independentes”, mantendo-as como subsidiárias para poderem controlar também o mercado “alternativo” com estratégias de “anti-marketing” que convenciam (convencem) a camada mais “culta” (?) da juventude de que ouvia música que não estava ao alcance de qualquer um.

Em Portugal, a década começou com um tal de “boom” do rock Português. Alguém descobriu que se conseguia vender música portuguesa e, de repente, começaram a sair discos de tudo o que era músico e não era, gravados em condições paupérrimas, praticamente sem produção, mal tocados, mal cantados, com letras terríveis e músicas indescritíveis, desde que se pudesse apanhar a onda de sucesso que parecia afundar o país. O resultado disto tudo não podia ser bom e, lá para o meio da década, já se tinha percebido que, do magote todo, muito pouco tinha ficado. Poucos gravaram o segundo LP e muitos nem passaram do primeiro ou segundo Single. Em 88 pouco mais restava da Música Moderna Portuguesa do que umas 10 (se calhar estou a exagerar) bandas de relativo sucesso contratadas pelas editoras principais (só para terem um “nome” nacional), Um Rock Rendez Vous em plena decadência, algumas editoras independentes que editavam os discos “dos amigos”, e os maduros de sempre, espalhados pelas garagens escuras do país (e nem net havia ainda). Mas já por volta de 84 se tinha percebido onde isto ia dar quando, nos “topes” televisivos, a música portuguesa começou a ser substituída por bandas “Pop-rock” de consumo rápido, com muita renda e ainda mais maquilhagem, por bandas de “Hard Rock” com desconto de quantidade em cabeleireiros unisexo e por uma coisa chamada por alguns de “Euro-pop” mas que não era mais do que música de bailarico centro-europeia com batida electrónica (por cá há quem chame “pimba” ao mesmo tipo de música feito por portugueses). Em meados da década qualquer bosta, desde que tivesse um tele-disco vistoso e viesse de fora, vendia.

A rádio em Portugal também não ficou parada. Os efeitos da liberdade adquirida em 74 tinham feito “explodir” a rádio. Tudo se ouvia em todos os (poucos) canais. Com o aumento exponencial dos receptores equipados com FM, criou-se um novo culto radiofónico: o dos programas de autor. Não havia quem não tivesse um ou vários programas que não perdia, e muita gente passava horas a gravar programas para cassetes de áudio (eu incluído). Entrou a década de oitenta e a coisa foi-se tornando mais difícil. Os “programas de autor” foram-se acabando, substituídos por emissões de “topes” e grandes êxitos, nasceu a famigerada “playlist”. Por volta de 87 praticamente só restavam o Som da Frente do António Sérgio e o Morrison Hotel do Rui Morrison. Por um momento respirou-se algo de novo com o aparecimento das “Rádios Piratas” mas depressa a “legalização” acabou com as “revoluções” e pôs os radialistas nos seus “devidos lugares”. Nasceram as “Rádios Jovens”, começou a trabalhar-se às claras para a estupidificação: “És jovem, és um ganda maluco, ouves a música que eu te impinjo (és um anjinho)”.


Se houve boa música nos anos 80? Claro que houve… alguma… bastante, até.
No fundo nem consigo dizer se a música foi melhor na década de setenta ou na de oitenta. O que eu sei como certo é que nos setentas conheci um monte de boa música na rádio que não conseguia comprar (editava-se pouco em Portugal e eu não tinha dinheiro para comprar “importações”) e nos oitentas, já a trabalhar e com algum dinheiro, a rádio e a televisão passaram a dedicar-se à repetição massacrante da mesma música que, na maior parte dos casos, ainda por cima era má… mesmo muito má!!!

Ok Xano, podes bater. Mas não te vai servir de muito.
Já agora, um bocadinho de “eighties” aí em baixo. Uma autêntica pérola... ou duas?
Topas???






segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Quem é o cromo? (3)

Ora agora que captei a vossa atenção, vamos lá aumentar um bocadinho a dificuldade da coisa. Mesmo assim, sendo um cromo mesmo cromo, não é assim um dos difíceis, tão difíceis que um gajo até diz: "ena que cromo tão difícil", não. É assim um cromo medianamente menos fácil.





Vamos lá, então!



Mais um cromo descoberto, este pelo Filipe.
Aqui fica a foto completa.
Esperem pelo próximo.



Eric Clapton


Esta semana na Dois

Programa "Noites da 2". Todos os dias desta semana temos música, por volta das 0:20

Não percebo muito bem a intenção por detrás da coisa. Para a semana é uma espécie de barrigada de uma sériezeca qualquer. Enfim, é o que há. Eis então o programa para esta semana, que é o que interessa:

2ª (hoje): Rodrigo Leão

3ª: David fonseca + Cristina Branco

4ª: Mesa + Paula Oliveira

5ª: Paulo Gonzo

6ª: Camané + Jorge Palma

Visto assim até parece muito, não é?
Pois bem, vários destes concertos passaram há muito pouco tempo no primeiro ou segundo canais (por exemplo o Gonzo e o Palma - este há menos de duas semanas, incrível). De qualquer maneira, para quem não viu é uma boa oportunidade.

Como os senhores da televisão não querem que a música nos faça mal, esta semana não há o programa Palco, que é por causa dos excessos (ou dos dzrt's, ou lá o que é...)

domingo, 24 de agosto de 2008

Quem é o cromo? (2)

Ora então cá está mais um cromo.
Já que vocês não fazem nada à borla, já tenho aqui um prémio pensado para quem chegar primeiro ás 10 respostas certas. Não vou dizer o que é (não marquem já as férias nas Caraíbas) mas há-de ser algo relacionado aqui com o bloguito, claro.

Ei-lo:




Vá! Este também é fácil. Experimentem.




Bem, este acho que nem deu tempo para os outros verem.
Mas nestas coisas não se perde tempo e este também era fácil.
Acertou o Jorge

cá está a fronha inteira:



John Lennon

Enjoy the Silence




I like thunder, and I like rain
And open fires, and roaring flames.
But if the thunder's in my brain,
I'd like to be on horseback

Some like the city, some the noise
Some make chaos, and others, toys.
But if I was to have the choice,
I'd rather be on horseback.




Não, hoje não há Depeche Mode.

Pois, eu sei que voltei a deixar isto aqui um bocadinho ao abandono por uns dias. A razão é simples: acontece que esta é a altura do ano em que, por razões várias, eu aproveito para fazer a minha cura de silêncio.

Sempre me custou a entender a necessidade que as pessoas têm de estar rodeadas de ruídos. E a verdade é que tenho notado, com o passar dos anos, que esta é uma tendência que se acentua. As pessoas têm tendência para se enfiarem no meio de multidões em sítios onde dificilmente se conseguem ouvir umas às outras. Já não falando nas feiras, que pioraram muito desde que se descobriu que o ruído vendia (!), os bares passaram da “música ambiente” para “caos ambiente”, impossibilitando a principal actividade que me levava a esses estabelecimentos: conversar calmamente (sim, eu sei que agora a principal actividade é o “emborrachamento”). Quando comecei a ir a concertos, antes do início do próprio concerto, enquanto as pessoas entravam, havia música de fundo a um nível que possibilitava que quem já estava “arrumado” desse dois dedos de conversa. Hoje vamos a um festival e o nível de ruído é mantido constantemente desde pelo menos 200 metros antes da entrada, durante todos os segundos de intervalo entre artistas (já de si com som altíssimo), até pelo menos 200 metros depois da saída. A própria televisão tem os intervalos publicitários a um nível sonoro muito mais alto do que o dos programas (será para se conseguir ouvir no WC?). Para além disto, em todo o lado acabamos de levar com esse novo conceito de “música ambiente” que passa uma mensagem do tipo: “meus amigos, não há cá conversas e quem quiser dizer alguma coisa, grite por cima das lindas músicas que vos oferecemos”.
O que é que isto provoca? Gente aos gritos em todo o lado já por hábito, haja ou não música de fundo; criancinhas aos gritos que os pais, em vez de evitarem o despropósito, tentam calar com gritos ainda mais altos; o ajuntamento de pessoas, em tempos de lazer, em qualquer sítio desde que tenha muita gente e muito barulho.

Não sei o que motivou este medo que as pessoas passaram a ter do silêncio. A mim faz-me falta. Sempre fez. Por isso tive de ir aprendendo a produzir, de tempos a tempos, silêncio à minha volta. E quando falo em silêncio, não tem de ser ausência total de som (coisa complicada de fazer). Ouvi dizer um dia que a parte mais importante na composição musical era o silêncio, sem o qual a música seria um aglomerado caótico de notas completamente incompreensível. Nem mais.

Durante muito tempo, esta foi uma das minhas “músicas de silêncio”. Não sei se entendem. Também não interessa muito.


"On Horseback"
Artista: Mike Oldfield
Álbum: Ommadawn




terça-feira, 12 de agosto de 2008

Reaquisições




Até hoje só me roubaram dois discos. É verdade que posso considerar-me um tipo com sorte mas também não é mentira nenhuma que a sorte se procura e, no meu caso, pode dizer-se que a consegui juntamente com a fama de ser "um gajo antipático que não empresta discos". É que os dois que não voltaram sairam exactamente como empréstimo. Remédio santo!

E quais foram as obras? Pois foram o "Snow Goose" dos Camel e o "Voyage of the Acolyte" do Steve Hackett. Com a desculpa da saída em CD comprei o primeiro, que é muito mais conhecido e aparece em todo o lado mas o segundo ou não o encontrava ou, se o encontrava, a altura não era "a mais indicada". Pois é verdade. Já cá tenho também o "Voyage...". Numa daquelas "loucas" incursões que faço de vez em quando à ProgCDs decidi que era chegada a altura e lá o meti entre a "resma" (5) de CDs que resolvi trazer para casa. Dos outros quatro falarei mais à frente.

Para o caso, o que interessa é a inesperada sensação de bem estar por ter finalmente em casa todos os meus discos (sim, mesmo tendo sido obrigado a comprá-los de novo). Deve ser verdade que há coisas que, sem sabermos, ficam por resolver. Se calhar tenho mais. Quero lá saber. Esta está resolvida!

Fica aí a tocar a música que abre o disquito. Salienta-se aqui a ajudinha do Phil Collins a fazer o que sabia fazer: tocar bateria.



"Ace of Wands"
Artista: Steve Hackett
Álbum: Voyage of the Acolyte


terça-feira, 5 de agosto de 2008

Quem sabe, sabe!



"Infelizmente a verdade é que, no rock'n'roll, o suicídio é romantizado - sempre. E é muito difícil, quando estás a ouvir um artista que se suicidou, saber se estás a ouvir a música dele ou a história da vida dele a colorir a música... Isso vai dos Nirvana aos Joy Division. Em Inglaterra percebes que [os jornais] querem as suas Amy Whinehouses, os seus Pete Dohertys, porque querem sangue. Dá uma grande história, é um acidente de carro que acontece em câmara lenta e em público. É mais fácil escrever sobre isso do que sobre alguém que é um sucesso ou um sobrevivente. Mas há uma sede de sangue e um grande fascínio por mártires para sacrificar."

Tim Booth (James) in Blitz nº 26


Eu não o diria melhor!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Quem é o cromo?

Vai uma adivinha?

Ora então vamos lá a ver quem é que acerta no nome do artista dono do fragmento aqui em baixo (do fragmento e do resto, claro).



Vá lá, este nem é muito dificil.






Ora então já houve alguém a acertar (vêem como foi rápido?)
E cá está então a solução:



Fausto

domingo, 3 de agosto de 2008

Magia em acorde único




É costume dizer-se, nas situações em que se acha certo tipo de música pobre ou pouco elaborado, "Esses gajos só sabem três acordes" ou "Isso é música de três acordes".
É verdade. Eu próprio já utilizei a expressão (lembro-me, por exemplo, de quando me perguntaram se ía ver o concerto dos Ramones, para aí em 1980). Mas se quisermos ser mesmo correctos e pensarmos no assunto, teremos de admitir que três acordes não só dão para fazer milhares de músicas como dão para fazer montes de música boa. Não acreditam?

Pois bem, para provar que nem sequer são precisos tantos, fica aqui a tocar uma musiquinha da Banda do Casaco com não três, nem dois, mas apenas... um. A prova de que, com imaginação e inspiração, basta um acorde para fazer magia.


"Canto de Amor e Trabalho"
Artista: Banda do Casaco
Álbum: Coisas do Arco da Velha



sábado, 2 de agosto de 2008

Vídeo do mês



Conheço muitos que, mesmo com o "material à vista", se safam bem pior!

Ainda a RTP 2

Desta vez para vos anunciar um novo programa de 14 episódios (do qual já foram transmitidos dois) chamado KM0 (quilómetro zero). Vai para o ar aos Sábados às 19:30, tem a duração de meia hora, é apresentado pelo J.P. Simões e tem o formato de uma viagem pelo país à procura das bandas de cada zona. A primeira paragem foi Coimbra e a segunda Braga.

Claro que em meia hora, apresentando três bandas por programa, não dá nem tempo para ouvir uma música inteira de cada uma. Talvez se cortassem um pouco das conversas (que muitas vezes não têm ponta por que se lhes pegue) desse para aproveitar mais qualquer coisa, musicalmente falando. A grande vantagem num programa deste tipo é ficarmos a conhecer alguma coisa do muito que para aí há escondido em termos de bandas mas, pelo menos pelos dois episódios que já vi (e pelas "digressões" que faço de vez em quando pelo Myspace), teriamos bastante a ganhar se a pesquisa tivesse sido um pouco mais cuidada (é que há ali alguns que... enfim... venha o Bisonte).

Posto isto, e depois das críticas, louve-se a iniciativa dos responsáveis da RTP 2. Pode ser pouco e não muito bem feito mas é o que temos (antes não tinhamos nada) e pode ser um começo (embora tenha as minhas dúvidas). A verdade é que só tenho falado da RTP 2 em termos de música na televisão. Não é embirração, não. É mais porque nas outras, a bem dizer, não há nada a dizer... porque não se passa nada!


Palcos nocturnos

Antes de mais, as minhas desculpas pelo fraco movimento que o blog tem tido ultimamente mas, entre "crashes" e reinstalações, muito trabalho e algum calor, tenho andado pouco inspirado para estas lides.

Ontem o nome no Palco da 2 foi Peter Gabriel e a tourné "Growing Up" de 2003. Basicamente é o concerto que veio apresentar no Rock in Rio Lisboa 2004, mas no conceito original, portanto mil vezes melhor. Quem perdeu não hesite em comprar o DVD porque visualmente é das melhores coisas que tenho visto, ou seja, a imaginação dos concertos dos Genesis dos anos 70 mas com mais 35 de experiência e, claro, de tecnologia.

E foi assim tão importante para mim que mereça um post de louvor?

Não. Foi muito bom mas o que me levou a vir aqui escrever foi o facto de ter começado depois das duas da manhã e terminado às 4:20. Quantas pessoas terão visto para além de mim? Não faço ideia mas ainda não percebi por que raio os bons programas começam a esta hora, considerando que às nove da noite passou um programa "interessantíssimo" sobre... o bisonte (mesmo o bicho, não o Bynia), um outro sobre uma miuda de 12 que trabalha... na coca e, com toda a certeza o pico de audiência, a repetição da emissão de Natal (sim, leram bem) do programa Sempre em Pé.

Será que mereço uma medalha por ter ficado acordado à espera?

Nem tanto, até porque ainda cheguei a passar pelas brasas antes de voltar para a sala e me sentar em frente à televisão.