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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Bluegrass do bom, no feminino!

Pré-audição do próximo EP do grupo americano Della Mae, "The Butcher Shoppe EP".




Depois da saída da guitarrista Courtney Harman, a banda passou a ser formada por Celia Woodsmith (voz e guitarra), Kimber Ludiker (violino), Jenni Lyn Gardner (bandolim) e Zoe Guigueno (contrabaixo).

As colaborações neste disco incluem Avril Smith e Molly Tuttle nas guitarras e Alison Brown em banjo. 

Competência no feminino. Sem quotas!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Há raiva na boa esperança. É Rock 'n' Roll!














"O tempo passa, eu também!"

No fim de 2011 saiu o novo dos Trabalhadores do Comércio, "Das Turmêntas hà Boua Isperansa" que, por razões "logísticas", me chegou neste início de 2012. Curiosamente vi-me com mais tempo para estas andanças da "crítica musical" (por oposição a outras agora mais paradas) e achei, perante a imponência da coisa, que não ia daqui sem uma palavrinha ou duas.

Para começo de conversa, tenho a dizer que nunca vi até hoje nada, em termos de edições musicais portuguesas, que se chegue à qualidade desta nova obra dos Trabalhadores do Comércio. Pelo preço de um CD (e nem é dos caros) temos acesso, não só ao propriamente dito, mas também a um livro que conta, numa envolvente gráfica muito bem conseguida, entre imagens de antologia e documentos de inegável interesse histórico para a compreensão daquilo a que se convencionou chamar o "Boom" do Rock Português no início dos anos 80, a história dos Trabalhadores do Comércio. Entre episódios mais corriqueiros e outros mais escabrosos, a escrita de Sérgio Castro dá a sequência devida ao tempo e à gente que passou pela banda. Muita informação. Tanta que, não tendo ainda chagado ao fim da leitura, achei que já era mais do que tempo de fazer a divulgação.

Eis-nos então chegados à música do novo CD dos Trabalhadores do Comércio. Preparado para mais uma barrigada de boa disposição, a primeira audição reservava-me uma pequena surpresa: sim, as letras continuam mordazes mas, comparado com a atitude trocista e irónica de quase todo o anterior "Iblussom", este novo álbum traz mais raiva do que festa, mais política do que costumes e mais nomes nos bois (ou boys?). Mas sempre, como sempre, com muito boa música. Se as letras reflectem o espírito de quem as escreve (mais arrevezado João Médicis, mais directo Sérgio Castro), a música estende-se, como é hábito, por vários estilos musicais unificados, como já acontecia em "Iblussom", pelo reconhecível e distinto som "à Trabalhadores". Começando no épico prog-cinéfilo "Hino à Desanexassom" e terminando no exercício tecno-político "Fantuxada Mix" (com participação especial de ex-ministro e tudo), a barca da "isperansa" navega por entre ondas Funky, Rock e Blues com espuma Country, Doo-wop ou mesmo Surf-Rock à Beach Boys (terei sentido lá atrás um balanço Arte & Ofício?), tudo "compactado" pela boa tecnologia do século XXI.

Se não há maus momentos? Bom, será talvez uma questão de gosto mas eu teria dispensado a nova versão em jeito de "Bolero" de "A Cansão Quiu Abô Minsinou". De facto não gostei da nova roupagem mas há que dizer que, das músicas dos primeiros tempos dos Trabs, esta seria talvez a minha preferida e continuo a achar um achado aquele balanço "Reggae-fadunxo" do original. Tirando isto, apenas o pequeno erro da troca de ordem no disco entre "Dálhe cordÓ Cucu" e "Abestruzurbana", que se torna chato para um tipo picuinhas como eu.

"Das Turmêntas hà Boua Isperansa" é, então, um disco menos bem disposto do que o seu antecessor mas, em todo o caso, um excelente trabalho. Ao fim de 30 anos a formação está unida e estabilizada num colectivo de excelentes músicos. A banda é grande? Bom, já não é o trio de antigamente mas eu diria que não há ninguém a mais. E isto inclui os convidados!

"hà Boua Isperansa"! Se o próximo for uma festa será bom sinal... ou velhice?

Fica aí a tocar:

"Gladiador"
Artista: Trabalhadores do Comércio (letra de António Garcez)
Álbum: "Das Turmêntas hà Boua Isperansa"


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Hoje acordei com esta...

Porquê? Não faço ideia.
Nunca percebi esta coisa de acordar a cantar músicas que, em muitos casos, já não ouvia há anos. Suponho que acontece com a maior parte das pessoas.

Venham de lá os "psis" explicar a coisa à gente. Eu, pelo menos, admito que tenho uma certa curiosidade.

Fica a tocar aí ao lado:

"Nefretite Não Tinha Papeira"
Artista: José Afonso
Álbum: Venham Mais Cinco

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A propósito...













Já há água potável na Ilha da Culatra?

Em 1979 o Júlio cantava assim.

No Verão de 2010 a água potável "já" corria (depois de uma espera de mais trinta anos) nos canos da Ilha mas a maioria dos habitantes ainda bebia água contaminada de poços devido ao atraso no licenciamento dos contadores.

Por isto e mais um monte de coisas é que em Portugal a música e as letras mantêm actualidade durante muito mais tempo que noutras paragens.


"E a Zé cantava na Ilha da Culatra"
Artista: Júlio Pereira
Álbum: Mãos de Fada


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Música nova, boa... e barata!

Quem aqui chegou hoje, é capaz de ter reparado que estava uma música a tocar sem qualquer referência da minha parte. Pronto! Cá está ela agora.

O disco em (grande) apreço trata-se de "Lunar", do projecto de José Peixoto, El Fad. É a edição 001 da Editora JACC (Jazz Ao Centro) Records e, embora não haja nenhuma referência no disco que o comprove, saiu em 2010.

A formação, de luxo, envolve José Peixoto - guitarra; Carlos Zíngaro - violino; Miguel Leiria Pereira - contrabaixo, António Quintino - contrabaixo e José Salgueiro - percussão. Com gente assim, é sempre uma compra segura, por certo. No caso, vinha "acoplado" com a revista "Jazz.pt" de Julho/Agosto pela módica quantia de 10€. Ou seja, comprei um grande disco bem barato e ainda me deram uma revista à borla!

Aqui está então (aí no "tocador" à direita), a música que fecha o CD:


"Na esquina, à espreita"
Artista: El Fad
Álbum: Lunar

sábado, 4 de setembro de 2010

The one (disco) that got away



A ideia deste disco apareceu porque o «Em Nome da Vida» não tinha correspondido às nossas expectativas e era necessário pôr alguma coisa cá fora, nem que fosse um single. Então surgiu a ideia de se gravar um disco com duas músicas que entretanto já estavam prontas. À falta de editora, seria a Forum a lançar o disco cuja gravação seria paga pelo grupo e pelo Xico Viana.
O single saiu com dois temas "A tocar a reunir", dedicado à Maria da Fonte e "Não há Três sem Dois" um poema jocoso de amor pastoril a uma mulher chamada Aldina. Passou completamente despercebido


(Manuel Faria em "Trovante por detrás do palco", Pub. D. Quixote, 2002, Lx, Pt)

É um facto!

Algum tempo depois disto (o disco saiu em 79) andou o pessoal à procura dos discos "desaparecidos" do Trovante e, dos confins de algum armazém do PCP e nalgum acaso esquecido na CDL, lá apareceram alguns exemplares do "Em Nome da Vida" e, mais difícil ainda, um único do single "Nuvem Negra". Deste "O Trovante toca a reunir" nem ouvimos falar e, embora nunca tenha visto o Trovante ao vivo com a Né Ladeiras, ainda vi estas duas músicas ao vivo, principalmente o "Não há Três sem Dois", a que eu chamava "Aldina Te vejo".

Entretanto, e procurando coisas da Né Ladeiras para a lista aí em baixo, tropecei há uns dias num download (ilegal, claro) deste single, de cuja existência fui sendo informado ao longo dos anos, como se pode ver aí em cima. Ora, se eu nunca tinha ouvido as versões originais destas músicas, calculo que haja muito mais gente que as desconhece. Considerando que são neste momento impossíveis de comprar, parece-me que a pirataria se afigura muito menos grave e a divulgação se torna muito mais necessária. Aqui ficam então:


"A Tocar a Reunir"
"Não há Três sem Dois"
Artista: Trovante
Single: "O Trovante Toca a reunir"


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Música de Verão (muito) passado

Pois, está na hora de mudar a musiquinha de entrada aqui do estaminé e, com este calor, veio-me à ideia uma das minhas canções do verão, já não sei se de 86 ou de 87, nos tempos em que a Semi-pirata RUT era a minha estação de rádio prioritária. De cada vez que penso na quantidade de música nova que conheci ouvindo aquela rádio feita por putos universitários (bom... nem todos) sem qualquer preparação profissional e a comparo com o panorama actual... Eh pá! Venham de lá as piratas, que as legais são feitas por preguiçosos incompetentes.

Entretanto... fica o Verão em música tosca mas bem disposta!


"I'm Just Beginning To Live"
Artista: Jonathan Richman & The Modern Lovers
Álbum: Rockin' and Romance

terça-feira, 4 de maio de 2010

Pata... lenta???



A primeira vez que vi o Norberto Lobo tocar foi no programa do JP Simões "KM0" e pensei: "Ora aí está a razão de se fazerem programas de música portuguesa". A verdade é que já lá vão quase dois anos e dois discos e ainda pouca gente conhece Norberto Lobo.

Por mim, ontem foi um dos poucos dias de compra de música que tenho em cada ano e, claro, aproveitei para comprar o mais recente CD, por sinal já de 2009 (cada vez menos consigo comprá-los "quentinhos"), de seu nome "Pata Lenta".

Se o nome do álbum me sugere uma alusão humorística a Eric Clapton (Slowhand), já o som é muito mais chegado a músicos como John Fahey (referência assumida), Leo Kottke ou Ry Cooder, se bem que menos "americano", ao que também não será estranho o fascínio (também assumido) de Norberto Lobo pela música de Carlos Paredes. Mais ou menos como passear de Cadillac pelos "Grandes Espaços"... do Alentejo.

Pata Lenta é um álbum crú, gravado "em vivo", como se de um concerto se tratasse, e assumindo todo o processo como tal. Há uma ou outra falha, sim, mas isso também torna a coisa mais "real". Não é o caso, mas tudo se podia passar aqui na sala... ou em qualquer lado. Basta pô-lo a tocar. Foi o que fiz.



"Sra. do Monte"
Artista: Norberto Lobo
Álbum: Pata Lenta


sábado, 1 de maio de 2010

Para o 1º de Maio...

Ainda antes de andar por aí a ser (mal) recitado a toda a hora a pontos de já fartar, o poema "Calçada de Carriche" de António Gedeão teve uma versão em canção, com música de José Niza e cantada por Carlos Mendes.

Uma amiga minha escolheu-o para celebrar o 1º de Maio mas não conhecia a canção. Ora, se há uma pessoa que não conhecia, com certeza haverá outras. E assim sempre se fica com uma memória auditiva do poema mais... como direi?... agradável.

Aqui tens, T.


"Calçada de Carriche"
Artista: Carlos Mendes



quarta-feira, 24 de março de 2010

Eis a resposta!



Alguém se lembra do último disco de Blues feito em Portugal? Puxando aqui pela cabeça (a informação na net é pouco mais que nula), tirando a edição privada dos No Secrets do João Allain e a edição online da Nobody's Bizness Blues Band (tenho cá os dois), a última edição de Blues "mesmo blues" (da Go Graal só talvez o primeiro disco caiba nesta categoria) é mesmo capaz de ser... o outro disco de Minnemann (Bluindo, 1980)!

Desejando ardentemente que me desmintam e me apresentem outro disco de Blues gravado por cá nos últimos 30 anos, apresento-vos o novo disco da Minnemann Blues Band, "Blues 88 - Live at Hot Five Jazz & Blues Club". Desta vez não há Rui Veloso, mas os músicos presentes, para além de levarem todos uns bons anos de "tarimba" ainda são, neste género e noutros, do melhor que se encontra pelo país. A saber:

WOLFRAM MINNEMANN - piano, voz
RUI AZUL - sax tenor, flauta, percussão
ANTONIO MÃO de FERRO - guitarra, voz
MANUZÉ - baixo
RUI CENOURA FERRAZ - bateria

Tenho andado a ouvir o disco nos últimos dias e devo dizer que gosto. Bastante. Mesmo muito. Razões, várias!

Primeiro, não é um disco de standards. As músicas são quase todas (menos duas) do próprio Minnemann. Logo aqui a vantagem de não ter de ouvir "as do costume".

Segundo parece, o Blues tem bastantes sub-géneros. Ouvindo "Blues 88" passamos por vários. Se acham que o Blues é "sempre a mesma coisa", comprem e ouçam. São capazes de ser surpreendidos.

Um dos grandes trunfos da Minnemann Blues Band é a secção rítmica. Certinhos que nem metrónomos (não esquecer que é um disco ao vivo), Rui 'Cenoura' Ferraz e Manuzé nunca perdem o balanço. Devaneios rítmicos balizados, ordem para "abanar (moderadamente) o capacete" (e o mais que apetecer).

A outra grande vantagem é ter três instrumentos solistas. O piano de Minnemann, o sax do Rui Azul e a guitarra de António Mão de Ferro cruzam-se, ora em apontamentos de resposta mútua, ora em frases colectivas, ora em solos bem construídos e inspirados.

No geral é um excelente disco de blues, o melhor de todos os que aqui tenho feitos em Portugal (minha opinião, claro). Haveria uma ou outra coisa que poderia ter saído melhor? Sim. O som geral podia estar um pouco melhor, assim como alguns pormenores de equilíbrio sonoro entre instrumentos mas se considerarmos que foi gravado ao vivo num clube durante uma única noite, teremos de concluir que o resultado é muito mais que satisfatório (e de muito melhor qualidade do que outro que aqui tenho e que foi gravado em estúdio).

Para esclarecer quaisquer dúvidas, façam favor de comprar o disquinho. Mais informação em http://minnemannbluesband.blogspot.com/


Deixo aqui uma a tocar, se me permitem


"Relax Your Mind"
Artista: Minnemann Blues Band
álbum: Blues 88 - Live at Hot Five Jazz & Blues Club



terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Too Hot, I guess...


Imagem: JNPDI

O prédio que albergava o Hot Clube de Portugal foi esta noite gravemente danificado por um incêndio que deflagrou num dos andares de cima, há bastante tempo devoluto. A notícia é triste mas não me espanta tanto como isso. Há muitos anos que o edifício mostrava sinais de ruína e não parecia haver solução à vista. Da mesma maneira, o próprio espaço do Clube, embora com o ambiente a a carga histórica que lhe davam o encanto que ainda tinha, já não era suficiente para um funcionamento eficaz e, em dias de concerto, nem se via nem se ouvia (nem sequer se bebia) nada de jeito.

Falava-se há muito tempo em recuperar o prédio e na cedência do mesmo ao Hot. O estatuto de utilidade pública é mais do que justo e o Clube merece voltar à Praça da Alegria em breve, usufruindo desta vez de um espaço com as dimensões necessárias, não só para o bar e sala de concertos, mas também para a escola, hoje em dia um dos principais centros de formação dos bons músicos que se vão ouvindo por cá, e para um espaço museológico sobre a história do Jazz em Portugal e do próprio Clube, protagonista de um património com mais de 60 anos. Quanto ao dinheiro necessário... é de certeza bem menos do que aquilo que se desperdiça em incompetência todos os anos!

Talvez seja esta a oportunidade que se esperava!

Mais do que chorar desgraças, vamos todos exigir um novo Hot Clube de Portugal. Alinham?

Para ajudar à leitura, fica uma das boas músicas que ouvi ao vivo no Hot:


"3.4.7."
Artista: Suite da Terra (Carlos Barretto, Mário Delgado, José Salgueiro)
Álbum: Suite da Terra

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Verde has left the building

So long, it's been good to know you
...
I guess you've got to be drifting along.



"Elvis Has Just Left The Building"
Artista: Frank Zappa
Álbum: Broadway the hard way



domingo, 1 de novembro de 2009

António Sérgio, sempre à frente!


António Sérgio e o som da frente



"So be easy and free
When you're drinkin' with me
I´m a man you don't meet every day"




"I'm a man you don't meet every day"
Artista: The Pogues
Álbum: Rum, sodomy and the lash


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Parece que é dia de S. Beatle!



Que maravilha!

É Beatles por todo lado. Ele é músicas dos Beatles e versões várias na rádio a toda a hora. Ele é documentários. Ele é anúncios na televisão. Ele é notícias nos jornais e telejornais. Ele é números extra de revistas... tudo para celebrar a edição de toda a obra discográfica da banda em três formatos diferentes: disco a disco ou em caixa com a obra total, em "stereo" digital, ou a versão coleccionador "picuínhas" com remasterização mas em "mono".

Pois é, pensavam que se celebrava a fabulosa obra musical daquela que muitos consideram a melhor banda de sempre (eu cá não sei, que ainda não ouvi todas)? Naaaaa! É mesmo só para vender as reedições, que a vida está difícil e pode ser que calhe uma fatia de bolo a todos, por muito pequena que seja.

Que se lixe. A verdade é que há muitos anos que não ouvia tanta música dos Beatles num só dia nas rádios portuguesas (será que alguma vez ouvi?).

Por mim, que não tenho com que comprar os melões, qualquer razão é boa para pôr Beatles a tocar por aqui, mesmo não me calhando nem uma migalhinha do bolo. é bom para mim e é bom para quem também me... visita.


"Across The Universe"
Artista: The Beatles
Álbum: Let It Be



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Não é só o Verão que anda seca & chuva...

Fala

Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu escuto
Se você disser
Tudo o que quiser
Então eu escuto
Fala

Se eu não entender
Não vou responder
Então eu escuto
Eu só vou falar
Na hora de falar
Então eu escuto
Fala


"Fala"
Artista: Secos & Molhados
Álbum: Secos & Molhados


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um concerto que faz bem.




Ouvir James Taylor sempre foi (para mim) um bom remédio para ultrapassar tempos complicados. Ontem nem era o caso. Foi só o dia em que James Taylor veio tocar a Cascais, por ocasião do "Festival Cool Jazz", denominação aliás bastante estranha pois a coisa parece tudo menos um festival de Verão (daqueles de que eu costumo falar), para além de a maior parte dos artistas pouco ter a ver com Jazz. Como diria o ALC: "E o que é que isso interessa?". Numa coisa acertaram: James Taylor é indubitávelmente "cool"!

Sair de casa tarde, ter dificuldade em estacionar, deparar com um recinto excelente completamente desaproveitado por rígidos "formalismos pseudo-chique"... todos os "contras" se desvanecem quando JT entra em palco. Não há maneira de não me sentir bem quando confrontado com aquela combinação infalível guitarra-voz-música, muitas vezes acompanhada por uma discreta e competentíssima banda de 7 elementos (eram tantos? nem se notava...).

É verdade que as letras de algumas das canções de James Taylor resvalam um pouco para a lamechice. Que importa? Títulos como "Sweet Baby James", "You Can Close Your Eyes", "Fire and Rain", "Steamroller", "You've Got a Friend" (e por aí fora...) sempre tiveram em mim o mesmo efeito e não há nada que eu possa (ou queira) fazer contra isso. Ao vivo, a simpatia do senhor só ajuda à festa. E não terei mesmo ido a "Carolina in My Mind"?...


"Carolina in My Mind"
Artista: James Taylor
Álbum: James Taylor



quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ainda o Elvis...



Saiu há cerca de um mês o último disco (até agora) do Sr. Elvis Costello, que eu ainda não conhecia, mas que me caiu um destes dias mesmo em cheio numa página do "tubo".

Satisfeita a curiosidade, fiquei a saber que, 23 anos depois do excelente "King of America", Elvis volta a gravar um disco com produção de T Bone Burnett, este ainda mais "country" do que o outro (com Loretta Lynn e Emmylou Harris pelo meio, mais o fabuloso Jerry Douglas), este tão bom como o outro (não digo melhor porque este ainda tem de ser bem digerido e só depois de "assentar" é que vou ter a certeza), este talvez mais dificil do que o outro para quem tem aversão a música "country".

A mim enche-me as medidas e eu, que nem sou de "repeats", só ontem ouvi-o inteiro três vezes. Experimentem. Não neguem à partida um "country" que desconhecem.


"My All Time Doll"
Artista: Elvis Costello
Álbum: Secret, Profane & Sugarcane



quinta-feira, 9 de julho de 2009

This is Radio Woodstock

Nos últimos tempos tenho andado a ouvir uma espécie de rádio online, criada pela Antena 3 para comemorar os 40 anos decorridos sobre o famoso Festival. Chama-se Radio Woodstock e na realidade não é bem uma rádio mas sim uma colagem de programas de rádio (não sei se chegaram a ser emitidos ou se foram criados para este efeito) em rotação contínua.

No geral achei bastante piada. Por um lado fiquei a saber muitos factos que não conhecia, por outro tomei conhecimento de alguns mitos em que os nossos radialistas acreditam mas, principalmente, proporcionou-me a oportunidade de ouvir muita música dos anos 60, da que esteve no Festival e da que lá podia ter estado.

Contam-se muitas histórias à volta do Festival de Woodstock, muitas delas lendas que não se sabe bem que fundo de verdade têm, sobre a comunhão, o amor e a paz que se viveram, sobre música "à borla" e sobre o carácter "único" e a "irrepetibilidade" do evento. É verdade que foi um acontecimento único mas apenas porque resultou de um conjunto de erros e acasos que, só por muita sorte (na minha humilde opinião) não deram para o torto. Mesmo alguns dos slogans que ficaram famosos como "It's a free concert from now on" ou "We're all feeding each other" resultaram de coisas que correram muito mal como vedações que não foram completadas ou falta de comida por erro de cálculo em relação ao público que compareceria. A verdade é que a impressão final que a música, os relatos e, principalmente, o filme deixaram foi a de pouco menos do que um paraíso na terra (embora eu ainda hoje não consiga perceber o que é que escorregar na lama tem de paradisíaco).

O que normalmente as pessoas se esquecem de mencionar é que a intenção original, longe de ser a de proporcionar um lugar de "comunhão hippie", era a de fazer um Festival comercial, um pouco como os que temos hoje mas à escala (comercial) dos anos 60, com bilhetes e alojamento pagos, stands de comida, artesanato e merchandising e artistas contratados e a tocar a horas. Os organizadores não eram tão "verdes" como se costuma dizer e tinham mesmo organizado dois festivais no ano anterior, pelo menos um deles com cerca de cem mil pessoas a assistir. Ao comparecer muito mais gente em Woodstock do que estava previsto, desencadeou-se uma sequência de acontecimentos que, por acaso, correu bem. Meses depois, no Concerto de Altamont a organização falhou igualmente mas as consequências levaram a que tudo corresse mal (fala-se em quatro pessoas mortas, uma delas espancada pelos seguranças em frente ao palco onde actuavam os Rolling Stones). A época era a mesma, as pessoas também. A grande diferença foi o acaso.

Diz-se que a "revolução" acabou em Altamont. Não me parece. Na verdade a indústria musical americana já tinha tinha percebido antes que havia muito dinheiro a ganhar com "aqueles cabeludos do Pop-rock". Os festivais foram o primeiro sintoma disso e, apesar do público pensar na sua ingenuidade que estava a mudar o mundo, para os organizadores, diga-se o que se disser, o objectivo era primordialmente comercial.

A partir dos anos 70 assistiu-se à comercialização da Pop à escala global. Em cerca de 40 anos atingiu-se o ponto em que estamos hoje: os produtos vêm de tal maneira formatados que a cada "tribo" se apresenta, já pronta, a lista de artistas e músicas de que é suposto gostarem e cujo trabalho devem comprar. Com a disseminação dos downloads ilegais, a parte do "comprar" ficou um pouco tremida mas, como a "formatação" está feita, em breve a "indústria" arranjará maneira de recuperar as rédeas do mercado.

Em Portugal já começou a "Festival Season" (agora é tudo em inglês, parece). Já aqui disse muitas vezes o que penso desta febre dos festivais de Verão, não me vou alongar sobre o assunto. Estive a ver imagens dos "jovens" no "Alive" e de algumas das bandas que lá tocaram hoje e... antes passar três dias a escorregar na lama. Que bem que se deve ter estado em 1969, a ouvir boa música no Festival de Woodstock!!!



"Sea of Madness"
Artista: Crosby, Stills, Nash & Young
Álbum: Music from the Original Soundtrack and More: Woodstock



sábado, 27 de junho de 2009

Acho que me emociono mais com a vida...

Aqui há anos, ao ler a notícia que Dave Swarbrick (ex- Fairport Convention, entre outros) tinha voltado a tocar depois de um transplante de ambos os pulmões e de mais de dois anos de dura recuperação fiquei genuinamente contente. Tempos depois, Swarb voltou a cantar e a ordem do mundo pareceu restabelecida (por momentos, claro) e dessa alegria dei notícia aqui e aqui.

Vem isto a propósito da minha pouco emotiva reacção a mortes de estrelas da música estrangeiras, comparada com as "manifestações" que costumo ver à minha volta. Já sem falar nas lágrimas de crocodilo e nos discursos de ocasião que sempre se vêm nestas alturas, ao longo dos anos tenho assistido à criação de mitos rodeando as mortes (e as vidas) das estrelas da música popular que vão desaparecendo. Não compreendo porque é que gente como Elvis Presley, Jim Morrison John Lennon, Ian Curtis ou Kurt Cobain (e para lá caminha Michael Jackson) é hoje "endeusada" só porque... morreu.

No caso de artistas que estavam no pleno da sua criação, ainda me fica o lamento por não termos no futuro mais música produzida por eles mas também é verdade que, muitos dos que passaram à categoria de "semi-Deus" já nem sequer produziam grande coisa que se (ou)visse (houve mesmo alguns que, a meu ver, pouco produziram de jeito).

No fundo, mais ou menos famosos, acabamos todos por chegar a um fim, não é? Mais vale alegrarmo-nos com os adiamentos conseguidos do que ficarmos deprimidos com o inevitável.

Hoje, mais uma vez celebro a recuperação de Swarb e de todos os que conseguem ganhar mais algum tempo para partilhar com quem por cá vai andando.



"The Hard Times of Old England"
Artista: Whippersnapper



terça-feira, 9 de junho de 2009

Neca... eis a canção!

Depois de várias tentativas de esclarecimento e de várias horas de análise do acervo musical de Mestre Zappa, cheguei à seguinte conclusão:

- A tal canção do "Bo-uo-uo-uo-uo...io-io-uo-ie-iuo" é esta!



"Be In My Video"
Artista: Frank Zappa
Álbum: Them Or Us




PS: Para quem não percebeu nada do que acabou de ser escrito ali em cima, sim, esta entrada do blogue é o resultado de uma bela conversa em noite de "importantíssimas" eleições "europeias" desenvolvida durante um jantar em restaurante "extra-comunitário".