Aqui há anos, ao ler a notícia que Dave Swarbrick (ex- Fairport Convention, entre outros) tinha voltado a tocar depois de um transplante de ambos os pulmões e de mais de dois anos de dura recuperação fiquei genuinamente contente. Tempos depois, Swarb voltou a cantar e a ordem do mundo pareceu restabelecida (por momentos, claro) e dessa alegria dei notícia aqui e aqui.
Vem isto a propósito da minha pouco emotiva reacção a mortes de estrelas da música estrangeiras, comparada com as "manifestações" que costumo ver à minha volta. Já sem falar nas lágrimas de crocodilo e nos discursos de ocasião que sempre se vêm nestas alturas, ao longo dos anos tenho assistido à criação de mitos rodeando as mortes (e as vidas) das estrelas da música popular que vão desaparecendo. Não compreendo porque é que gente como Elvis Presley, Jim Morrison John Lennon, Ian Curtis ou Kurt Cobain (e para lá caminha Michael Jackson) é hoje "endeusada" só porque... morreu.
No caso de artistas que estavam no pleno da sua criação, ainda me fica o lamento por não termos no futuro mais música produzida por eles mas também é verdade que, muitos dos que passaram à categoria de "semi-Deus" já nem sequer produziam grande coisa que se (ou)visse (houve mesmo alguns que, a meu ver, pouco produziram de jeito).
No fundo, mais ou menos famosos, acabamos todos por chegar a um fim, não é? Mais vale alegrarmo-nos com os adiamentos conseguidos do que ficarmos deprimidos com o inevitável.
Hoje, mais uma vez celebro a recuperação de Swarb e de todos os que conseguem ganhar mais algum tempo para partilhar com quem por cá vai andando.
"The Hard Times of Old England"
Artista: Whippersnapper
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