Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Comprar música portuguesa. Porque não?

Quando forem comprar música, passem primeiro pela secção de música portuguesa e ouçam umas coisas. Podem vir para casa com muito bom material.
Acreditem. A música portuguesa está boa mas escondida. Só precisa de um empurrãozinho nosso. Alinham?

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bem vindo, Frankie. Faz favor de entrar.


Normalmente o que me interessa na música que ouço é o facto de eu gostar dela. Há música boa de que não gosto e música má de que gosto. Penso que é assim com toda a gente e eu não sou diferente.

Frankie Chavez é português, de Lisboa, e toca música de origem estrangeira, em língua estrangeira, sob um nome estrangeiro. O que é que isso interessa? Nada. É música portuguesa? Pois com certeza!

Já ouvi gente a compará-lo a Ben Harper ou a Xavier Rudd... Jack Johnson? Seja. Tem um pouco disso mas não tudo e tem muito mais do que isso. E é feito em Portugal por portugueses, por muito que se tente acabar com a vontade de fazer música neste país.

Mais, muito mais importante do que tudo isso, é música boa e eu gosto.
Já tem, a partir de ontem, um lugar marcado na minha estante, entre o Frank Zappa e os Fun Lovin' Criminals (contigências "alfabéticas").

Ouçam com atenção e, se gostarem, comprem. Não é assim tão caro e os artistas também gostam de ter uma vida.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

So long, R.E.M., it´s been good to know you!

"To our Fans and Friends: As R.E.M., and as lifelong friends and co-conspirators, we have decided to call it a day as a band. We walk away with a great sense of gratitude, of finality, and of astonishment at all we have accomplished. To anyone who ever felt touched by our music, our deepest thanks for listening." 

R.E.M. In their own words: The guys share their thoughts on why now. 

MIKE 
"During our last tour, and while making Collapse Into Now and putting together this greatest hits retrospective, we started asking ourselves, 'what next'? Working through our music and memories from over three decades was a hell of a journey. We realized that these songs seemed to draw a natural line under the last 31 years of our working together.

"We have always been a band in the truest sense of the word. Brothers who truly love, and respect, each other. We feel kind of like pioneers in this--there's no disharmony here, no falling-outs, no lawyers squaring-off. We've made this decision together, amicably and with each other's best interests at heart. The time just feels right."

MICHAEL
"A wise man once said--'the skill in attending a party is knowing when it's time to leave.' We built something extraordinary together. We did this thing. And now we're going to walk away from it.

"I hope our fans realize this wasn't an easy decision; but all things must end, and we wanted to do it right, to do it our way.

"We have to thank all the people who helped us be R.E.M. for these 31 years; our deepest gratitude to those who allowed us to do this. It's been amazing."

PETER
"One of the things that was always so great about being in R.E.M. was the fact that the records and the songs we wrote meant as much to our fans as they did to us. It was, and still is, important to us to do right by you. Being a part of your lives has been an unbelievable gift. Thank you.

"Mike, Michael, Bill, Bertis, and I walk away as great friends. I know I will be seeing them in the future, just as I know I will be seeing everyone who has followed us and supported us through the years. Even if it's only in the vinyl aisle of your local record store, or standing at the back of the club: watching a group of 19 year olds trying to change the world."

Nestas coisas o que interessa é o bem estar e a liberdade das pessoas... e a vida continua!
Obrigado pela música!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

domingo, 31 de julho de 2011

ADUF no Olga Cadaval

















Sintra à noite é uma vila morta!
Afora o pequeno núcleo de (maus) bares junto ao palácio e os poucos restaurantes que, com maiores ou menores dificuldades, se vão conseguindo manter em actividade (alguns deles bons, diga-se), não se passa grande coisa em Sintra numa Sexta-feira à noite e aquela amostra de Feira do Livro frente à Biblioteca só acresce ainda um pouco mais à imagem de decadência.

Para quem vai ao Centro Cultural Olga Cadaval ver um concerto, o cumprir de um simples hábito como beber café implica um passeio até à estação de comboios ao longo de uma avenida pedestre (conquistada ao tráfego por motivos turísticos, diz-se) escura, suja e com todas as portas fechadas. Não seja por isso. Chego sempre cedo e não tenho medo de andar a pé. Mas é triste!

Na verdade, o que me levou ao "Olga", em dia de outros mais "badalados", foi o concerto do ADUF (ex-ADUFE), colectivo idealizado e agrupado em volta de José Salgueiro e que, nos últimos anos perdeu o "E" do fim mas ganhou a guitarra e as composições de José Peixoto. Boa troca, digo eu. Mas as mudanças não se ficam por aqui. Ó ADUF é hoje constituído por nove músicos (incluindo a voz "convidada"), já com algumas diferenças em relação ao disco, saído em 2009, que só me chegou às mãos precisamente no dia deste concerto, numa segunda edição com um DVD gravado na Aldeia de Monsanto, este último já com a mesma formação da última Sexta-feira.

Individualmente, há que dizer que estes nove músicos praticamente não têm defeitos. José Salgueiro é, reconhecidamente, dos melhores percussionistas portugueses. Igual lugar ocupa José Peixoto no que respeita à guitarra acústica. Os dois começaram a colaborar há uns vinte cinco anos, no Shish, banda que praticava um Jazz impregnado de influências da música tradicional e que, à distância, é sem dúvidas uma das bases para a música indefinível que o ADUF hoje pratica. A convidada Maria Berasarte chegou ao meu conhecimento pelo facto aparentemente bizarro de, sendo basca, ter gravado um disco de fados. E muito bom, por sinal. Menos estranha é a presença de Maria no ADUF, uma vez que José Peixoto foi director musical, arranjador e executante nesse mesmo disco. Maria Berasarte canta aqui canções de Peixoto com roupagens diferentes das que conheciam em disco e, em muitos casos, com vantagem. A dicção em português de Maria é mais perfeita do que a de muito nativo que por aí se ouve, a voz é intensa e a presença em palco é muito agradável. Só em "Quinta das Torrinhas" Berasarte fica um pouco aquém do que eu já tinha ouvido mas a prestação vocal de Maria João nesta música é "virtualmente impossível" e, até ver, definitiva. O teclista Alexandre Diniz também já leva uns anos disto e, sem se evidenciar visualmente, desempenha um papel crucial na construção musical deste ADUF. A grande surpresa ,por não o conhecer (desatenção minha, era dos Fadomorse), foi David Leão, encarregue dos sopros (gaitas e flautas). Competentíssimo, acrescenta mais uma componente de musicalidade aos concertos. Para último deixei os percussionistas Sebastian Sheriff, Ivo Costa, João Correia e João Contente, não por algum conceito de menoridade da sua importância, mas precisamente pelo contrário. Os quatro pecussionistas são a "cola" que liga todo o conceito. Ora distribuindo-se pelas várias (muitas) percussões necessárias, adicionando-se ou substituindo-se a Salgueiro, ora fundindo-se com os quatro grandes adufes que dominam o palco onde tecem as poderosas texturas que, em grande parte do concerto, são a base da música do ADUF. É trabalho de formiguinha. Estes quatro devem chegar ao fim bem esgotados. Que cheguem também satisfeitos, que o trabalho é muito mas é muito bem feito!

Resumindo, que a prosa já vai longa, quem quiser ver um concerto esteticamente belo, com muito boa música tocada por muito bons músicos, numa viagem por ambientes vários e surpresas agradáveis, pontuada por momentos de bom humor e de elevado virtuosismo, sempre ao serviço do colectivo, não perca um concerto do ADUF.

Só um lamento. Como que condizendo com o adormecimento da decadente Vila de Sintra, também a afluência de público não foi a que este concerto merecia. Mesmo com o balcão encerrado (medida previdente da organização), a plateia não estava cheia, o que se me afiguraria incrível (com bilhetes a 10,00 € e 12,50 €) não fosse este episódio passar-se nos arredores de Lisboa em 2011 (parece que o Jamie Cullum em Cascais encheu). Enfim... melhores dias virão para a música portuguesa.

sábado, 30 de julho de 2011

Uma das primeiras...

Nisto das guitarras ninguém nasce ensinado. Há quem vá à escola aprender, há quem tenha professores privados mais profissionais ou apenas amigos dispostos a ensinar, há quem aprenda sozinho (muito poucos) e há os que aprendem a observar o que os outros fazem. Foi assim que comecei. Havia uns maduros mais velhos do que eu que tinham umas guitarras e se punham a tocar umas coisas nas rua para ver se lhes caia alguma vizinha na rede e eu, sentado nas imediações, lá ia copiando umas coisas que treinava na guitarrinha da minha irmã. Esta sequência de notas inicial foi talvez a primeira coisa a exigir o uso de mais de uma corda. Grande progresso. Só bastante mais tarde soube que se tratava de "Love Like a Man" dos Ten Years After.



terça-feira, 26 de julho de 2011

Citações...

"... Acabas por tocar em festivais em que as pessoas estão lá só para tirar fotografias com os amigos, para poderem riscar isso da lista de coisas a fazer na vida. Não tem nada a ver com a música".
(Geoff Barrow dos Portishead ao site pitcchforkmedia - em http://blitz.aeiou.pt/)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A não perder...




ADUF
29 de Julho
22h00
Centro Cultural Olga Cadaval
Auditório Jorge Sampaio



ADUF
O espectáculo ADUF foi concebido, tendo como mote um instrumento de percussão de origem árabe – o adufe – composto por duas peles de cabra cozidas numa estrutura quadrangular e com uma longa e firmada tradição na música popular portuguesa, em particular nos cantares femininos da Beira Baixa.
A linha orientadora do projecto – as pontes, ligações e contrastes entre o passado e o presente do adufe – explora agora novos caminhos, novas sonoridades, novos diálogos e novas parcerias artísticas, com meios audiovisuais e a introdução de novos ritmos, urbanos e industrializados, dando um testemunho de contemporaneidade.
Inspirado na percussão ritualista asiática, o adufe sofre, na concepção deste projecto, uma metamorfose nas medidas, no som e na forma de tocar, sendo rebaptizado de Adufão ou Trovão. Com medidas agigantadas, os 4 instrumentos mutantes adquirem um novo visual, na forma de um cenário sonoro de 8 metros de comprimento, tornando‐os protagonistas do espectáculo.
Mais informação em 
www.adufmusica.net



Ficha Artística
Percussão, Composição, Concepção e Arranjos
José Salgueiro | Guitarra, Composição e Arranjos José Peixoto | Voz Maria Berasarte | Percussão Sebastian Sheriff | Percussão Ivo Costa | Percussão João Correia | Percussão João Contente | Sopros David Leão | Teclados Alexandre Diniz 


(In: http://www.ccolgacadaval.pt/)

sábado, 21 de maio de 2011

Modas...

De há uns anos para cá, convencionou-se que "Delfins é foleiro" (para não me estender a outros conceitos mais ofensivos também empregados). Alguma alminha, dessas que dizem "coisas" nas rádios "jovens" e sabe que tem carneirada à altura para apoiar os disparates que diz, passou um atestado de mau gosto à banda e, em alguns programas dessas coisas chamadas "rádios" chegou-se mesmo a celebrar o fim das actividades do grupo.

Não percebo. A sério que não!
Ok. Os elementos dos Delfins podem até nem ter o aspecto mais cool, visualmente eram uma banda bastante "estranha" e heterogénea (aos olhos dos trend-makers) e não há dúvida que algumas opções de carreira de um ou outro elementos da banda não terão sido as melhores ou surgido na altura ideal para os objectivos da banda como um todo. Mas nada disso justifica o ódio com que as camadas pseudo-alternativas da intelectualidade local passaram a tratar uma banda que foi responsável por alguns dos bons momentos da chamada "Música Moderna Portuguesa". Quando juntos na sua melhor formação (leia-se Nuno Fadigas no Baixo e Jorge Quadros na Bateria), os Delfins fizeram música muito interessante e, em muitos casos, até inovadora para o que por cá se fazia normalmente.

Continuo a dizer que "U Outro Lado Existe" foi um dos melhores álbuns da Música Portuguesa dos anos 80 e não desarmo.

Fiquei ainda deveras espantado ou, devo dizer, indignado (já que nestas coisas das "indústrias" já pouco me espanta) quando me dei conta, ao procurar um video para ilustrar esta entrada do blog, que o vídeo original da canção "Aquele Inverno" não se encontra disponível para Portugal! Olha que bom. Com a divulgação que a nossa música tem lá por fora, quem é que verá o referido "tele-disco"? Talvez meia-dúzia de brasileiros, três ou quatro galegos e...

Assim sendo, fica aqui a versão ao vivo na RFM de 2008 deste tema que, apesar de hoje tão subvalorizado, tem uma excelente letra, uma linha de baixo fantástica, uma excelente vocalização e é, digam o que disserem, uma grande canção!



http://youtu.be/8Jvzb9dBoLs

sábado, 7 de maio de 2011

Música "à toa" #7

Ora cá está mais uma "secção" de volta ao Mug Music.

Hoje, o toca-músicas ordenou que fosse esta a canção a "postar".
Dirão, talvez, que não é uma escolha muito óbvia em mim, mas eu até gostava de algumas coisas dos No Doubt, não só pela voz da Gwen Stefani mas, principalmente, porque o baixista é muito bom e dá um grande "balanço" à coisa.

"Spiderwebs" foi escrita exactamente pela Gwen Stefani e pelo Tony Kanal (o baixista) e faz parte do álbum Tragic Kingdom, de 1995.



http://youtu.be/6ZktNItwexo

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Hoje acordei com esta...

Porquê? Não faço ideia.
Nunca percebi esta coisa de acordar a cantar músicas que, em muitos casos, já não ouvia há anos. Suponho que acontece com a maior parte das pessoas.

Venham de lá os "psis" explicar a coisa à gente. Eu, pelo menos, admito que tenho uma certa curiosidade.

Fica a tocar aí ao lado:

"Nefretite Não Tinha Papeira"
Artista: José Afonso
Álbum: Venham Mais Cinco

Bom, sendo assim...

...Pratico mais ou desisto de uma vez?



sábado, 30 de abril de 2011

Atenção à Tensão



Amanhã (Domingo) estreia na RTP2 um novo programa com o nome de "aTensão Jazz", que pretende ser uma visão sobre a história do Jazz em Portugal. Por mim acho bem, já devia ter sido feito há mais tempo, mas vale mais tarde do que nunca. Espero que seja bom e que estes dez episódios fixem a base do que poderá vir a ser um programa sobre o Jazz português em que poderíamos ter, por exemplo, actuações ao vivo dos muitos músicos que, em Portugal, praticam este estilo e outros afins ou correlacionados. Como sonhar ainda não paga imposto, premiti-me um pequeno sonho acordado. Peço perdão se escandalizei alguém.

Aqui fica o texto de apresentação disponibilizado no site da RTP2:

Uma série documental sobre a história do jazz em Portugal


aTensãoJAZZ é uma série televisiva documental sobre a história do jazz em Portugal , projeto pioneiro e fundamental no nosso país. Trata-se de um projeto da autoria de Rui Neves, conhecida autoridade do jazz, atuando como, entre outros papéis, radialista e diretor do festival Jazz em Agosto da Fundação Calouste Gulbenkian. A realização está a cabo de Paulo Seabra, autor de vários filmes e documentários televisivos, entre os quais Verbd e Uns tantos milhares de negativos. aTensãoJAZZ é um gesto ambicioso, jamais tentado neste formato e amplitude. Esta série de 10 episódios visa cobrir a especificidade deste género musical de grande mérito cultural e recepção crítica no nosso país, retratando aspectos inéditos da sua vida em Portugal desde as manifestações primitivas nos anos 1920-1930 ao dinamismo e diversidade da contemporaneidade. Para além de uma atenção para com o desenvolvimento histórico do género musical e seu campo sociocultural em Portugal, procurar-se-á moldar um prisma sobre o que é o jazz, o que é o jazz português e o que se reserva no seu futuro imediato, a partir das mais diversas opiniões, por vezes contraditórias, mas que apontam precisamente por essa razão à sua plena vida. Dos muitos músicos que fazem a sua história - dos amadores dos primeiros tempos aos profissionais mais jovens - às várias figuras institucionais e às instituições elas mesmas – com um destaque particular e óbvio para o universo do Hot Club -, de escolas a festivais, de editoras a encontros, procura-se uma máxima perspectiva de quem compõe as notas principais da melodia do Jazz em Portugal. Esta série foi totalmente captada em FullHD (vídeo) e Dolby Stereo (áudio).


sábado, 2 de abril de 2011

The Wall

Já aqui falei de um filme escrito pelo Alan Parker (Melody). Hoje trago-vos o Alan Parker enquanto realizador. Podia ser o "Fame", "The Commitments", a "Evita"... mas deixo aqui aquele que para mim é o melhor dos que vi dele (pode haver outras opiniões, claro): Estou a falar, obviamente, de "The Wall"



segunda-feira, 21 de março de 2011

Descobrir coisas boas...

Não conhecia esta formação nem este disco, confesso.
Quero ver se o encontro rapidamente!



Fantástico!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Teach you fingers

Resposta de Keith Richards à pergunta "How do you remember songs?":

I don't! My fingers do! I just rely upon them to, a millisecond before, it has to do the right thing. They do it. It's a sort of a combo thing... but, no, if you try it... really, you have to suspend thought, specially on stage. You have to trust your legs to hold you up and you trust your fingers to remember the song better than you do because the thought process will slow you down (...)


Nem mais!!!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Corvos visitam U2


Quem viu no Sábado o Festival da Canção na RTP não pôde deixar de pensar que a música em Portugal está tão mal como o país. Realmente, se aquilo que se viu nas músicas concorrentes fosse a realidade da música em Portugal, era caso para alarme. Felizmente não é. Felizmente, a música portuguesa não é só o que se vê nas televisões ou o que se ouve nas rádios. A música portuguesa é principalmente o que não se ouve nas rádios e não se vê nas televisões. A única maneira de usufruir da nossa boa música é sair de casa e ir ouvi-la onde ela é tocada. Foi o que fiz na Sexta-Feira.

Corvos ao vivo no Olga Cadaval "visitando" a música dos U2 era, à partida, uma boa sugestão para a noite e os músicos fizeram questão de o confirmar durante cerca de hora e meia. Ambiente cénico discreto, projecção vídeo a condizer mas, principalmente, excelentes arranjos e execução. A interacção entre a banda e o público foi constante e, se a sala do Olga Cadaval não explodiu por várias vezes em entoações em coro dos refrões mais conhecidos foi, não por culpa dos Corvos, mas sim pela tradicional inibição do público, de que já falei em outras oportunidades.

No geral, foi mais um grande concerto de músicos portugueses (a música desta vez não era feita em Portugal mas que importa? A Maria João Pires não vira austríaca quando toca Mozart) inserido no que foi também uma grande noite. Mas essa já não é assunto deste blogue.

Surpresa? Nem por isso...

Dia 7 de Março. Estava anunciado para hoje o início das emissões da RTP Música.

Viram? Em também não!
Segundo notícia que vi num jornal, o nascimento da RTP Música foi adiado devido a uma questão de "prioridades" relacionada com as saídas de José Alberto Carvalho e Judite Sousa, juntamente com um pré-aviso de greve.

Porque é que isto me parece uma desculpa esfarrapada?

Começa bem, antes de começar, a RTP Música...

terça-feira, 1 de março de 2011

Collapse Into Now


Acabei de conhecer, em pré-audição, o novo álbum dos R.E.M. "Collapse Into Now", que estará disponível para todos nós comprarmos no dia 8 de Março.

Não é o melhor disco dos R.E.M., longe disso, mas pode ser um dos melhores dos últimos tempos, caso se confirme a impressão que me deixou à primeira audição. Muito "orgânico", guitarras a sério (muito "jangle" Rickenbacker), instrumentos acústicos à farta, alguma boa distorção, canções lentas e rápidas, de ambiente pesado ou leve, enfim, um disco variado que transpira bom ambiente, com bons convidados e algumas piscadelas de olho aos tempos pré-"Out of Time". A primeira impressão é boa mas ouçam bem antes de comprar.

Fica aí o "aperitivo":




segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

The king of limbs...

Grande expectativa com a saída de mais um álbum dos Radiohead.
Carradas de entradas em blogues de gente que já pagou, que está à espera, que acabou de descarregar ou já ouviu.
Criticas ao álbum que mais não são do que odes à genialidade da banda.

Hoje ouvi o álbum todo. Não gostei.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quem é que é parvo?

Esta semana tenho-me visto confrontado várias vezes ao dia com vídeos, notícias e solenes proclamações de qualidade poética da nova canção dos Deolinda, "Que parva que eu sou", como sendo a grande canção de protesto dos últimos anos e, quiçá, dos próximos. Ultimamente é assim. Ou é tudo muito mau ou é tudo o melhor de sempre.

No caso de que falo (e sim, também eu acabei por falar nele) o que se me apresenta não é mais do que um fenómeno de arrasto. Considerando que muito do público dos Deolinda é composto por universitários ou recém-licenciados (todos bem fornecidos de telemóveis "hi-tec"), é natural que a canção tenha tocado num ponto sensível, ao ponto de vídeo e respectiva letra terem ido parar ao Facebook. Sabendo nós que a "investigação" jornalística destes tempos se faz nos blogues, twitters e Faces desta vida, não se estranha que imediatamente tenha ido parar a jornais, rádios e televisões, com o consequente espalhafato mediático.

Não é que a canção não seja boa. A canção é uma boa canção (desde que não massacrem) mas nem sequer é a melhor canção política que os Deolinda fizeram até hoje. O Movimento Perpétuo Associativo é muito melhor em termos musicais e muito mais mordaz na ironia que carrega... mas não foi lançado no Facebook.

Concluindo...
Meus amigos. O mundo não tem de ser oito ou oitenta. Há muito espaço no meio. Os Deolinda são bons. O público gosta, a comunicação fala do que o povo gosta, o povo gosta do que vê na televisão... a pescadinha do costume. Tudo corre bem para a banda, ainda bem, é também por isso que se escreve por aqui, pode ser que se espalhe a outras.

Dizia eu, os Deolinda são bons mas... querer equiparar "Que parva que eu sou" a "Os Vampiros" de José Afonso é, no mínimo, um exagero. Acho eu, que tenho a mania de achar coisas...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Air solos #3

Ora cá está mais um à espera de ser descodificado. Este é um bocadinho mais difícil. Além de ser menos óbvio, é obra de vários executantes. Assim sendo, o que há para adivinhar é: o nome dos executantes; os instrumentos que tocam; nome da música; autor da música; nome do artista/banda; nome do álbum e todos os outros pormenores que consigam juntar.

Vamos lá. Esses ouvidos e essa memória a funcionar!




quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Toca e Foge, no canal Q!







Até hoje há pouco, não fazia ideia da existência do canal Q. É natural. Não uso Meo.

Foi através de um vídeo no facebook que tomei conhecimento, não só do canal mas também de um programa muito interessante que parece que por lá passa às quartas-feiras à noite, chamado Toca e Foge. Trata-se de um conjunto de actuações acústicas de músicos portugueses (com alguns estrangeiros pelo meio), gravadas algures pela cidade de Lisboa (pelo menos as que vi até agora eram em Lisboa), com alguns dedos de conversa pelo meio.

A conversa umas vezes é interessante, outras nem por isso (a coisa também depende dos entrevistados, claro), mas o que interessa de facto é a divulgação da música que se vai fazendo por aí e que, muitas vezes, por vários motivos, nos passa um bocado ao lado.

Já vi alguns dos episódios que incluiam, entre outros, Mazgani, Dead Combo, Noiserv, ou o fadista Marco Rodrigues e posso garantir que vou ver todos os outros, já que as Produções Fictícias (a produtora responsável pelo programa) nos dão a possibilidades de ver todo o programa por episódios em http://tocaefoge.blogs.sapo.pt/

Se estão interessados em nova música portuguesa, não percam. Não vão gostar de tudo o que virem, possivelmente. Mas não desanimem. Passem ao próximo. Eu aconselho.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

RTP MÚSICA?

Parece que a RTP vai ter um novo canal por cabo chamado RTP MÚSICA.

Fazendo algumas leituras por aí, apanhei o conceito base da coisa, a saber:

- A RTP MÚSICA dará destaque aos músicos portugueses e lusófonos. Pois... isso pode querer dizer muitas coisas diferentes e nem todas elas boas.

- O novo canal começa a emitir a 7 de Março de 2011 (confere - tudo o que a RTP faz e que julga importante passa-se a 7 de Março - um dia por ano, portanto).

- O novo canal vai ser codificado ou incluído no "pacote" básico? Não sabemos. Eu, pelo menos fiquei sem perceber.

- O director é o Jaime Fernandes e o primeiro apresentador confirmado é o Álvaro Costa. Será que os "Dias da Rádio" vão regressar na televisão? Não sabemos.

- A RTP não vai buscar colaboradores à SIC nem à TVI. Ainda bem. Também não vejo lá ninguém que perceba um boi de música.

- O orçamento para a criação do novo canal é de um milhão e trezentos mil euros. E então? Isso é muito? É pouco? Não faço a mínima ideia, para além da certeza de que vamos ser todos (os de nós que pagam impostos) a pagar.

- No novo canal, segundo Jaime Fernandes "Vamos ter três horas diárias de música ao vivo, vídeos, reportagens de concertos, agenda de espectáculos e [tudo] o resto". Três horas de música ao vivo é bom, se não forem sempre as mesmas músicas, claro. A mim parece-me ambicioso. Vamos ver.

- Nos planos da RTP está também a realização de vídeos para os músicos portugueses, tendo em conta a fraca produção do país, ainda mais numa altura em que as grandes editoras "definham" e as pequenas não "medram" por aí além.

No conjunto, parece-me uma boa ideia mas vindo de onde vem, continuo com as minhas dúvidas baseadas em anos e anos de desperdício de tudo o que se poderia ter feito de bom em televisão no que à música portuguesa diz respeito. Eu já ficaria satisfeito com um canal que passasse de tudo. Já nem peço um que passe só o que é bom.

Obrigado pela ideia, agora façam-na funcionar! (se fazem favor, já que sou eu que pago).

Homenagem a António Sérgio, no S. Jorge e na Radar FM

É já amanhã e chama-se AS 61 - Tributo António Sérgio - Pelo Direito à Diferença. O concerto realiza-se no Cinema S. Jorge e conta com a participação de Xutos & Pontapés, Linda Martini, Dead Combo, Moonspell, Os Golpes e Peste & Sida (Power Trio). Já está esgotado.

No que respeita à Radar FM, a rádio (cumprindo a promessa feita há um ano) vai também assinalar os 61 do nascimento de Sérgio com programação especial, mais propriamente um conjunto alargado de mini-concertos ao vivo em estúdio com o seguinte alinhamento previsto (será cumprido? O que é que isso interessa?):

10:30: Noiserv
11:30: António Manuel Ribeiro
12:30: Samuel Úria
13:00: Hipnótica
13:30: Phil Mendrix
14:00: Madame Godard
14:30: Aquaparque
15:00: TV Rural
15:30: Feromona
16:00: Minta & The Brook Trout
16:20: Julie & The Carjackers
16:40: Filho Da Mãe
17:00: Balla
17:30: Cool Hipnoise
18:00: Rita Redshoes
18:30: Márcia
19:00: Os Pontos Negros
19:30: Batida
20:00: Pop Dell'Arte

A emissão passará depois para o São Jorge onde acompanhará em directo o concerto:

21:00: Dead Combo
21:30: Os Golpes
22:10: Linda Martini
22:45: Peste & Sida
23:20: Moonspell
00:00: Xutos & Pontapés

Amanhã faço gazeta ao "tubo" e vou fazer os meus "bonecos" ligado à Radar, coisa que já não faço há muito tempo.

Como muitos outros, espero o regresso dos "dias da Rádio". Com poucas esperanças, admito. Que seja ao menos por um dia. Será?

Citações...

"I have lost faith and interest in politics in my country. (...) I think Obama is another guy in a suit. (...) These are hard times and music can lift us. If I can lift one person, one day of their lives, then I did a good thing in my life"

(Rickie Lee Jones)





http://www.youtube.com/watch?v=mIjl5LMf8D4

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Richie & Steve! Muito bom!

Em tempos troquei este LP pelo "Easter" da Patti Smith. Acabava de conhecer a senhora e andava com uma panca pelo disco e sem dinheiro. Por outro lado, o "Please Don't Touch" do Steve Hackett tinha uma ou outra música que não me diziam grande coisa. Não era o caso desta, que reencontrei hoje no "tubo". Grande canção, grande cantor e um fantástico e sóbrio guitarrista que sabe apagar-se para bem da música, coisa rara nos dias de hoje, em que se contam as notas ao segundo.




http://www.youtube.com/watch?v=BMEnvCGZV3c


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A propósito...













Já há água potável na Ilha da Culatra?

Em 1979 o Júlio cantava assim.

No Verão de 2010 a água potável "já" corria (depois de uma espera de mais trinta anos) nos canos da Ilha mas a maioria dos habitantes ainda bebia água contaminada de poços devido ao atraso no licenciamento dos contadores.

Por isto e mais um monte de coisas é que em Portugal a música e as letras mantêm actualidade durante muito mais tempo que noutras paragens.


"E a Zé cantava na Ilha da Culatra"
Artista: Júlio Pereira
Álbum: Mãos de Fada


domingo, 2 de janeiro de 2011

Seda?

É assim que funciona! Como os meus amigos sabem que sou um tipo interessado por estas coisas da música portuguesa, sempre que descobrem uma coisa nova, fazem o favor de me chamar a atenção para ela. E eu agradeço, claro, e espero que continuem a fazê-lo.

Já não é a primeira vez que me falam dos "Seda".

Ora bem... todos sabemos que o Miguel Majer e o Ricardo Santos produzem projectos à velocidade que conhecem vocalistas femininas. Uns funcionam melhor do que outros, outros funcionam melhor para uns do que para outros.

Seda é Nouvelle Vague à portuguesa. Canções do pop-rock português em ritmo bossa ou Soft-Jazz.

Pois bem, fiquem sabendo, só para registo futuro, que não acho piadinha nenhuma aos Nouvelle Vague. Topam?

Air Solos

Ora bem, já percebi que com as letras o Google não me deixa ir muito longe.
Já com os solos, parece-me que é mais difícil fazer pesquisas (pelo menos por enquanto).

Este também é fácil, considerando a idade que tem, e um dos que gerava, juntamente com o pseudo-solo, uma notável e estranha tendência para o contorcionismo, ainda mais se considerarmos a pouca vocação do músico original para se mexer.

Ora então, vamos lá a saber... Artista? Canção? Álbum? Instrumentista? é tudo para responder.
Vamos lá que os próximos já são mais complicados... ou não!