Por acaso acho uma certa piada. De repente ficou toda a gente preocupada com as masters. O José Afonso morreu há 30 anos. O material da Orfeu foi vendido pelo Arnaldo Trindade nos anos 80 à Movieplay, que ficou também com o que sobrou da Rádio Triunfo. Não se trata só das masters do José Afonso, mas da maioria dos "cantautores" (como se diz agora) de antes do 25 de Abril e de muita da música portuguesa dos anos 70 e do "boom" do rock no início dos anos 80. A Movieplay enfrentou, durante anos, problemas financeiros, que toda a gente conhecia (até porque, segundo parece, o dono devia dinheiro a toda a gente). Durante todo este tempo ouvi falar várias vezes do problemas das masters do Arnaldo Trindade, mas nunca vi nenhum organismo chegar-se à frente para as adquirir ou, sequer, para as declarar património de interesse público, para que não pudessem ser vendidas sem consulta dos organismos oficiais. Agora fala-se que poderão ter sido vendidas para o estrangeiro? Olha, deixem-se de hipocrisia e aguentem-se. Tivessem trabalhado (sim, isto inclui os jornalistas que andam a "levantar a lebre").
Mostrar mensagens com a etiqueta Música na imprensa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Música na imprensa. Mostrar todas as mensagens
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
sábado, 21 de agosto de 2010
Ofertas Blitz
É uma maneira de fazer publicidade. Uma boa maneira, se não se deixar a coisa cair em "panelinhas"...
A Blitz 49 trouxe 4 músicas da Maria Clementina e uma dos Andersen Moliere.
Passando à frente o massacre de ser anúncio (ainda por cima de algo tãaaao mau), Maria Clementina surpreendeu agradavelmente, tirando o facto de a "vocalista" ser tão fraquinha. A música tem uma certa piada. Já quanto ao "mistério" das identidades dos músicos da banda, já li muito palpite e no mínimo os vocalistas são pouco menos que óbvios. Cá para mim... é como os óculos do Abrunhosa: eles não querem dizer... não vou alimentar a "campanha". Produção do Nuno Rafael. Nota-se!
Já os Andersen Moliere, vencedores do último Rock Rendez Worten, não tocam mal... não cantam mal... mas começo a ficar farto do registo "Amigos de Gaspar meets Ornatos Violeta". É só uma música. Espero que o resto seja bem diferente.
A Blitz 49 trouxe 4 músicas da Maria Clementina e uma dos Andersen Moliere.
Passando à frente o massacre de ser anúncio (ainda por cima de algo tãaaao mau), Maria Clementina surpreendeu agradavelmente, tirando o facto de a "vocalista" ser tão fraquinha. A música tem uma certa piada. Já quanto ao "mistério" das identidades dos músicos da banda, já li muito palpite e no mínimo os vocalistas são pouco menos que óbvios. Cá para mim... é como os óculos do Abrunhosa: eles não querem dizer... não vou alimentar a "campanha". Produção do Nuno Rafael. Nota-se!
Já os Andersen Moliere, vencedores do último Rock Rendez Worten, não tocam mal... não cantam mal... mas começo a ficar farto do registo "Amigos de Gaspar meets Ornatos Violeta". É só uma música. Espero que o resto seja bem diferente.
segunda-feira, 28 de agosto de 2006
Os 30 piores álbuns de sempre???
Ainda na Blitz nº3, uma lista dos 30 piores álbuns de sempre, na opinião de Lia Pereira e Luís Guerra.
Nem vou aqui questionar o (discutível) conteúdo da lista apresentada. Quero apenas fazer-lhes uma "confidência":
- Meus caros, os 30 piores álbuns de sempre de certeza que nunca passaram pelos vossos ouvidinhos de críticos musicais.
Vá lá, agradeçam ao vosso patrão por vos poupar às coisas verdadeiramente más da vida e por vos pagar para fazerem coisas que não servem para nada a não ser ocupar espaço na revista.
(Seis páginas numa revista de música faziam tanto jeito aos músicos portugueses...)
Nem vou aqui questionar o (discutível) conteúdo da lista apresentada. Quero apenas fazer-lhes uma "confidência":
- Meus caros, os 30 piores álbuns de sempre de certeza que nunca passaram pelos vossos ouvidinhos de críticos musicais.
Vá lá, agradeçam ao vosso patrão por vos poupar às coisas verdadeiramente más da vida e por vos pagar para fazerem coisas que não servem para nada a não ser ocupar espaço na revista.
(Seis páginas numa revista de música faziam tanto jeito aos músicos portugueses...)
domingo, 27 de agosto de 2006
Diz-se cada coisa...
Na secção "Cartas+Mailes" da revista Blitz nº3 dei de caras com esta "pérola" da Filosofia Moderna escrita por um tal "ruimvg":
Penso que o acesso ilegal a obras de arte, sejam elas fonográficas, artes plásticas, cinematográficas ou outras, prejudica aquilo que entendemos por arte.(...)
Até aqui, o autor parece preocupado com as cópias ilegais das obras de arte e com o resultado que essa prática pode ter na actividade dos artistas. A afirmação que vem a seguir, explicando o que de facto o autor quer dizer com esta primeira, é que se revela espantosa e reveladora de um tipo de mentalidade cada vez mais comum neste país:
(...) Dado o acesso de cada vez mais pessoas à Arte, acabamos por não saber se uma grande obra é arte ou não. Isto numa altura em que cada vez aparecem mais artistas e bandas. Bandas ou artistas como os U2 ou Bruce Springsteen deixaram uma marca na história por terem beneficiado de algumas limitações no acesso às suas obras, o que não acontece agora.(...)
Este texto, só por si, não me despertaria qualquer tipo de atenção especial se não fosse o reflexo e a expressão de uma maneira de pensar tão comum em certos círculos da suposta juventude "alternativa" do país.
Ora então o rapaz não sabe se uma obra é Arte porque há muita gente a ter acesso a ela, ou seja, a Arte tem de ser validada e só pode ser reconhecida como tal quando é apenas conhecida por elites privilegiadas. São essas pessoas que decidem (segundo julgo compreender) o que é e não é Arte.
A partir do momento em que a obra passa para o domínio público, dificilmente poderá ser considerada Arte.
A seguir vem uma outra teoria extraordinária: uma em que, segundo o autor do texto, os artistas deixam a sua marca na história se o acesso às suas obras for limitado (às tais elites, suponho). Quer isto dizer portanto que, se Portugal tivesse, nos primeiros tempos de Springsteen ou U2, um mercado discográfico a funcionar correctamente, estes não ficariam na história da música. Isto porque, obviamente, nunca houve restrições no acesso à música destes artistas nos seus países de origem, nem sequer em nenhum dos países anglo-saxónicos.
Conclusão: A História da Arte Mundial depende da comunidade "pseudo-intelecto-alternativa" portuguesa e do que ela conseguir conservar longe do alcance da "populaça".
É bom viver num país onde até as maiores alarvidades podem ser escritas na imprensa. Se fosse obrigatório ser inteligente para se escrever em revistas (mesmo que apenas nas cartas dos leitores), que seria feito da Intelectualidade Portuguesa?
Viva a Liberdade e o treino de tolerância que nos proporciona!
(Se calhar por isso é que dizem que a falta de Liberdade é a principal causa das guerras).
Penso que o acesso ilegal a obras de arte, sejam elas fonográficas, artes plásticas, cinematográficas ou outras, prejudica aquilo que entendemos por arte.(...)
Até aqui, o autor parece preocupado com as cópias ilegais das obras de arte e com o resultado que essa prática pode ter na actividade dos artistas. A afirmação que vem a seguir, explicando o que de facto o autor quer dizer com esta primeira, é que se revela espantosa e reveladora de um tipo de mentalidade cada vez mais comum neste país:
(...) Dado o acesso de cada vez mais pessoas à Arte, acabamos por não saber se uma grande obra é arte ou não. Isto numa altura em que cada vez aparecem mais artistas e bandas. Bandas ou artistas como os U2 ou Bruce Springsteen deixaram uma marca na história por terem beneficiado de algumas limitações no acesso às suas obras, o que não acontece agora.(...)
Este texto, só por si, não me despertaria qualquer tipo de atenção especial se não fosse o reflexo e a expressão de uma maneira de pensar tão comum em certos círculos da suposta juventude "alternativa" do país.
Ora então o rapaz não sabe se uma obra é Arte porque há muita gente a ter acesso a ela, ou seja, a Arte tem de ser validada e só pode ser reconhecida como tal quando é apenas conhecida por elites privilegiadas. São essas pessoas que decidem (segundo julgo compreender) o que é e não é Arte.
A partir do momento em que a obra passa para o domínio público, dificilmente poderá ser considerada Arte.
A seguir vem uma outra teoria extraordinária: uma em que, segundo o autor do texto, os artistas deixam a sua marca na história se o acesso às suas obras for limitado (às tais elites, suponho). Quer isto dizer portanto que, se Portugal tivesse, nos primeiros tempos de Springsteen ou U2, um mercado discográfico a funcionar correctamente, estes não ficariam na história da música. Isto porque, obviamente, nunca houve restrições no acesso à música destes artistas nos seus países de origem, nem sequer em nenhum dos países anglo-saxónicos.
Conclusão: A História da Arte Mundial depende da comunidade "pseudo-intelecto-alternativa" portuguesa e do que ela conseguir conservar longe do alcance da "populaça".
É bom viver num país onde até as maiores alarvidades podem ser escritas na imprensa. Se fosse obrigatório ser inteligente para se escrever em revistas (mesmo que apenas nas cartas dos leitores), que seria feito da Intelectualidade Portuguesa?
Viva a Liberdade e o treino de tolerância que nos proporciona!
(Se calhar por isso é que dizem que a falta de Liberdade é a principal causa das guerras).
Subscrever:
Mensagens (Atom)