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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #12... "Peixe: Avião"

Os "Peixe: Avião" deram o primeiro concerto há menos de um ano e já editaram um EP e um álbum. Agora vocês já estão a pensar: "Bom, lá vem a conversa do primeiro álbum, dos problemas de produção, da inexperiência..."

... Não!
Fossem todos os primeiros álbuns assim tão bem feitos e talvez a opinião das pessoas em relação às bandas portuguesas fosse diferente.

Dos "Peixe: Avião" se diz que soam muito a Radiohead. É verdade que soam alguma coisa, o que pelos visto é bom, já que estão a passar nas rádios, mas ali há bastante mais que Radiohead. O Adolfo Luxúria Canibal ouve Floyd, Van Der Graaf ou Neu. Eu ainda lá punha uns pózinhos de Gentle Giant, Beatles e, claro, Ornatos Violeta. É o que quiserem. Normalmente farto-me um pouco de vozes em falsete mas aqui a coisa é bastante mais tolerável do que, por exemplo, nos X-Wife (e eu gosto da música dos X-Wife, note-se, mas em doses pequenas que aqui a "cóclea" é sensivel, como sabem).

A única verdadeira contrariedade que encontro nos "Peixe: Avião" é ter de escrever o nome sempre com aspas. Não me dá jeito de outra maneira. Uma outra constatação que não tem nada a ver com esta mas começa a ter com boa música: Os "Peixe: Avião" são... de Braga! Ah, pois é!

Deixo-vos então as respostas do André Covas, guitarrista e teclista:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

Resposta:
- Uma grande "lata"
- Muita vontade



2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

Resposta:
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível
poderá ser numa garagem com um grupo de amigos com os quais vais ao máximo número de concertos possível? isso seria o ideal!



3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

Resposta:
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada



4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

Resposta:
- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras



5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

Resposta:
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque na televisão só há música estrangeira (se bem que a situação está a melhorar)
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais (acho que ficam mais “deslumbrados” pelo poder das multinacionais. Mais do que serem comprados)



6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

Resposta:
- Dos músicos (DIY!)
- Das editoras (coitadas, as que têm valor não têm poder capital...é tramado, contudo têm que se adaptar às novas necessidades de mercado)
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes (ainda há a mentalidade de que o que é português vai para o palco secundário...)
- Do governo (apoiem!)



7 - Como é que o problema se resolve?

Resposta:
- Com mudança de mentalidade


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

Resposta:
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.



9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta:
Squarepusher - just a souvenir


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta:
Leila





terça-feira, 28 de outubro de 2008

Quem é o cromo? (13)

Ora já vimos que o ideal é conseguir visualizar a cara do cromo logo à primeira vez que lhe vemos os olhos. De outra maneira, a coisa torna-se difícil. Mesmo assim, ainda tenho esperanças de que consigam adivinhar o nº 10. Eu sei que o homem até é assim "apagadito" e tal (isto sou eu a tentar ajudar) mas já há uns anitos que se tornou bastante conhecido, ao ponto de até já ter versões bastante famosas das suas músicas. E mais não digo.

Já o de hoje é de caras (de olhos, no caso). Por isso não faço comentários e passo então a apresentar a figurinha:






Tal como eu previa, este não demorou muito a ser desmascarado pela Laura, que ultrapassou o Mário e está a um ponto do Nuno (basta adivinhar o 10...). O próximo não será tão fácil, certamente. Eis mais um bocado de Rufus:





segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #11... Norton

Com o nome colectivo de Norton, o Rodolfo Matos, o Pedro Afonso, o Leonel Soares e o Alexandre Rodrigues fazem música muito interessante. Talvez com um pouco de electrónica a mais para o meu gosto, mas bastante boa e muito bonita, como poderão comprovar numa visita ao MySpace da banda. Viessem eles da estranja (de preferência de um qualquer país do norte da Europa) e teriam lugar em qualquer rádio "alternativa" portuguesa (perceberam o "toque", certo?).

O último álbum chama-se Kershe e saíu em 2007. Ainda nunca o vi à venda (é o tal problema...) mas se o vir por aí num dia com recheio nos bolsos, trago-o para casa. Já a versão "Remixed" não me agradou tanto.

Eis então as respostas dos Norton à pequena "entrevista" que lhes enviei:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta: Acima de tudo fazer boa música depois o mais dificil, conhecer muita gente importante no meio que te ajude! Creio que a sorte também poderá contar!


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta: Um grupo de amigos que goste de ouvir boa música, frequentar concertos, e depois a sala de ensaios e/ou estúdio para por as ideias em pratica e ai sim evoluir!


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta: Não faço ideia!


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta: Tem a ver com a música que se faz não com a língua em que se canta, se vires os músicos portugueses com sucesso no estrangeiro são maioritariamente de fado, estilo musical tipicamente português! Não tem absolutamente nada a ver com a língua em que se canta!


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta: Não concordo, há bandas a cantar em inglês e português que têm sucesso cá. Mas acho que para a maioria do publico português continua a ser sempre melhor o que vem de fora, mesmo que seja pior, o que acontece muitas vezes!


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta: Dos músicos não é de certeza! Acho que todos os outros têm a sua parte de culpa! Mas se calhar o principalmente culpado é o Governo... Que basicamente não faz nada pela música portuguesa! Na Suécia por exemplo o estado tem uma verba anual para dar as bandas para gravarem disco, tocarem fora do pais e promoverem o pais!...


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta: Mais salas para concertos ajudava, baixar o iva dos discos também, mais interesse dos media...


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta: Não, porque faz chegar a música a mais gente e leva mais gente aos concertos. Agora deveria ter um preço mínimo e não ser totalmente de borla!


9 - Qual foi o último disco que adquiriste?

Resposta: Digitalism


10 - Qual foi a tua última descoberta musical?

Resposta: Uma banda chamada Fotos, da Alemanha






Mudar de opinião




Há que dizer que nunca fui fã da voz da Filipa Pais. Nunca o escondi (também não era um caso de alergia grave, sempre cá tenho o disco da Lua Extravagante e até gosto dele). Por outro lado, sempre fui grande adepto da guitarra do José Peixoto, embora digam para aí que eu não gosto de nada...

Bom... entretanto os tempos passam, as pessoas crescem, os músicos melhoram e o público torna-se mais tolerante e adquire um gosto mais ecléctico (pelo menos é o que dizem).

Eis então que chegou o ano de 2004 e com ele um álbum, que passou por aí quase despercebido (pois, é normal), chamado Estrela e que juntava, para além do José Peixoto e a Filipa Pais, o Mário Delgado, o Yuri Daniel e o Cabé (para além das letras do João Monge, essenciais para o bom resultado final do disco). Pode até nem ser o meu álbum favorito do Peixoto, que não é, mas é muito bom e fica marcado como o disco em que eu fiz as pazes com a voz da Filipa Pais. Ela melhorou, eu tornei-me, talvez, um pouco mais sensato. Para mim o assunto está resolvido.



"Dia da Tentação"
Artista: Filipa Pais, José Peixoto
Álbum: Estrela



Para ser serviço completo, fica também aqui o (na minha opinião, excelente) video desta música, realizado pelo José Pinheiro:





sábado, 25 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #10... João Gil

Tal como o Júlio Pereira (ou mais ainda), não é preciso fazer grandes apresentações ao João Gil. Nas músicas da banda sonora da minha vida, há sem dúvida algumas do João Gil, principalmente enquanto membro do Trovante. Se tiverem reclamações em relação à minha pessoa, no entanto, escusam de lhe ir pedir contas. A culpa é de facto minha (eu é que escolho as músicas, ok?).

Ao fim destes anos todos de Trovante, Moby Dick, Ala dos Namorados, Rio Grande, Cabeças no ar, Filarmónica Gil e mais tudo o resto que fez, está prestes a sair o primeiro disco em nome de... João Gil. E o que ouvi despertou-me a curiosidade para o resto. Façam uma visitinha ao Myspace do João e ouçam os "aperitivos" que ele lá tem.

Por aqui ficam as respostas que ele me enviou:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta: Talento aliado a conhecimento teórico e prático.


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta: Isso, tudo junto.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta: No meu tempo de Trovante, conseguimos esse enorme feito, impondo cachets a programas de televisão.
Tudo isso terminou a partir do momento em que as televisões classificaram a musica como promoção e, como tal, só por si um cachet, e os músicos e editoras aceitaram...



4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta: Simplesmente, por uma questão de mercado.
Portugal não impõe nem tem uma estratégia para exportação do seu produto cultural.
Antes disso, ainda temos de nos impor cá dentro.
Mas a história é muito mais longa e vem de longa data.



5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta: Não é verdade. Os projectos de qualidade vão tendo sucesso. Os CDs deixaram de se vender em todo o mundo por outras razões. De facto não deviam ultrapassar os 10 euros, recuperando a sua competitividade.


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta: De todos.


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta: Recomeçando tudo de novo.


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta: Nada prejudica nada e tudo prejudica tudo. As mudanças são sempre violentas, mas depois, tudo fica claro e melhor para todos. É isso que vai acontecer no futuro. Preservados os direitos e o espaço de liberdade.


9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta: Tom Waits


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta: A minha própria realidade.








De bem com a vida

Um tipo que anda num Sábado de manhã pelas ruas de Mem Martins, num Smart Fortwo de tecto aberto, a ouvir o "My Friend The Wind" do Demis Roussos com o som no máximo, só pode estar de bem com a vida (e, na minha opinião, de mal com o bom gosto).

A verdade é que cada um sabe de si e o homem parecia mesmo bem disposto... eu cá sorri, fiz uma pequena viagem no tempo... e também fiquei.


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Música Portuguesa(???) em BD

Lê-se ali no Diário Digital:

A editora Tugaland vai apresentar, no próximo mês de Novembro, três colecções de livros de banda desenhada (com CD incluído) dedicados a artistas portugueses ligados ao pop-rock, fado e música clássica.


É verdade sim senhor, parece que vão sair três colecções de livros portugueses de Banda desenhada sobre música. Mas... Artistas portugueses???

Vejamos:

Colecção 1 - Pop Rock - Xutos & Pontapés, GNR, Pop Dell'Arte, Sérgio Godinho, Rui Veloso, Jorge Palma, António Variações e José Cid.

Até aqui tudo bem. Os artistas são bons artistas e são portugueses.

Colecção 2 - Fado - Uma retrospectiva histórica sobre este tipo de música.

Os artistas? Bom, parece que há um volume sobre Amália Rodrigues. Faltam volumes sobre mas artistas mas o Fado é português e a Amália também era.

Colecção 3 - Música classica - Schoenberg, Bach, Mahler e Beethoven.

Artistas portugueses? E o Braga Santos? E o Freitas Branco? E o Lopes Graça? E o Carlos Seixas? E o Emanuel Nunes? E o ... Sei lá... isto pergunto eu, que não percebo nada de música clássica. Mas portugueses há estes e muito mais, que são reconhecidos por todo o mundo e de quem nós não conhecemos praticamente nada. O único artista português neste "ramalhete" é o coordenador da colecção e chama-se António Victorino de Almeida.

Bach? Beethoven? Eh pá, há um milhão de livros e discos à venda e, se quiser saber alguma coisa, vou mas é à net!

Aos senhores jornalistas que escreveram a notícia: pois é, aqueles senhores são muito tocados em Portugal para gente de fato e estola mas portugueses, isso é que eles não são.

Sim???


P.S.: Vá lá que não se lembraram de que já há cantores de fado estrangeiros. Shhhhh...



A Net também nos dá "música"

Na minha visita do costume à Lâmpada dei com este "teste". O Jorge não acredita nestas coisas. Eu também não. Por isso é que temos a mania de fazer os que nos vão aparecendo. Se acreditássemos, havia alguns com resultados um tanto dolorosos. Desta vez a pergunta é: "Que génio-louco é você?" Como não sou louco e muito menos génio, fiz o "teste" e saiu-me este:





Que génio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia




Experimentem. Aposto que sai sempre prémio!
Não adianta nada mas sempre é um pouco de "música para o ego".


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #9... Spleen Poetry

Os Spleen Poetry andam por aí desde 2005 e, depois de algumas peripécias, editaram há pouco tempo o seu primeiro álbum, do qual apenas ouvi as canções que estão no Myspace da banda. Andam ali pelas bandas do pop-rock com bastante instrumentação acústica, próximos talvez de bandas como os Hands on Approach. Ainda há ali muito para melhorar, principalmente na maneira de cantar e nas letras, mas sente-se já no som dos Spleen Poetry alguma segurança no caminho a traçar. Veremos onde vai dar mas já deu para perceber que vontade de trabalhar não falta. Boa!

Quem respondeu à entrevista foi o Marco Brantner, vocalista e guitarrista dos SP:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta:
Não faço ideia pois ainda não venci na musica, mas tb gostava de saber ;).


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta:
Embora todas as opções permitam evoluir musicalmente (algumas com mais efectividade que outras) creio que depende essencialmente da motivação de cada um.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta:
Mais uma vez, não faço ideia pois ainda não passei por isso.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta:
Creio que se deve ao facto de que quando se canta em inglês caímos num mercado muito maior e a concorrência consequentemente também o é, enquanto que cantar algo típico português como o fado, que é das poucas coisas que tem sucesso no estrangeiro, abarca algo diferente. Por outro lado também me questiono se as bandas realmente se esforçam para ter sucesso no estrangeiro!!!


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta:
Creio que ainda há alguns grupos que tem sucesso em Portugal, porém, ter sucesso apenas em Portugal não se compara minimamente a ter sucesso internacional. E claro que ter uma boa equipa a promover o trabalho ajuda muito.


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta:
De todos um pouco.


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta:
Com mais investimento na cultura, sobretudo no que vem de dentro.


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta:
Prejudicam essencialmente o negócio de venda de CDs e quem vive desse negócio (como as editoras) porém é certo que pode ajudar a aumentar a divulgação e consequentemente os concertos para o músico. Como li uma vez numa critica (não em recordo onde), antigamente faziam-se concertos para promover os CDS, hoje em dia editam-se CDS para promover os concertos.


9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta:
O nosso ;) (pois é muito recente).


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta:
Por acaso tenho descoberto muitas bandas portuguesas através da net que desconhecia.






Quem é o cromo? (12)

Lá passou mais uma semana e o número 10 continua por decifrar. Aposto que há por aí gente que não consegue tirar os olhos do cromo. A verdade é que as pistas necessárias para conseguir adivinhar estão agora mais perto de vós... e mais não digo.

Enquanto ficam a pensar que raio é que eu quis dizer com isto, aqui fica o nº 12. E se não me adivinham este, também não sei o que querem que eu aqui ponha. Um espelho?

Ora tomem lá:





Cromo decifrado, desta vez pela Laura que, curiosamente, não protestou da dificuldade.

Cá está ele em "busto":






O preço dos discos... saber esperar




É verdade, sim senhor. Os discos estão caríssimos e os de músicos portugueses, sendo feitos por cá, nem por isso estão mais baratos. Pelo contrário, muitas vezes aparecem à venda por mais de 20 euros. "Ah, os preços de produção, a promoção, os músicos, o estúdio..."

Tudo bem. Mas a verdade é que há quem os consiga pôr cá fora mais baratos...

Isto porquê?
Pois comprei o Voo Nocturno do Jorge Palma, de 2007, multiplatinado, etc., etc., por menos de 10 euros. É assim que se faz. Primeiro vende-se um magote aos apressados e depois nós, os pobres, vamos aos restos, felizmente já mais baratos.

É verdade que o disco é óptimo. É sim senhor. Do Palma não esperava outra coisa, gosto muito de o ter cá em casa e também gostei de confirmar que o "Encosta-te à mine" não é, nem de perto nem de longe, a melhor canção do álbum. Deixo-vos aí a "Gaivota" para confirmarem.



"Gaivota do Alteirinho"
Artista: Jorge Palma
Álbum: Voo Nocturno


domingo, 19 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #8... Novembro

Os Novembro são, segundo o MySpace da banda, uma criação do Miguel Filipe que, além de cantar e de tocar guitarra portuguesa, ainda trata da composição e das programações. Os músicos que constituem o resto do "mês" (Novembro... estão a ver?) são: Mark William Harding - Bateria; Luís Aires - Baixo; Gil - Guitarra; Hugo Leitão - Teclados e programações.

Ao ouvir as músicas disponíveis (já têm um disco mas eu nunca o ouvi), conseguimos distinguir algumas das infuências reivindicadas pela banda como António Variações, Nick Cave, a música "urbano-depressiva" dos anos 8o (referência para bandas portuguesas como a Sétima Legião ou os Croix-Sainte) ou, para além dessas, a estética "minimalista" da 4AD ou o, não referido mas muito presente, Paulo Bragança.

Há aqui e ali alguns aspectos a melhorar na produção e gravação (como em todos os primeiros discos de toda a gente, digo eu) mas o entusiasmo do Miguel Filipe em relação à sua nova guitarra portuguesa eléctrica (idealizada por ele e construída pelo João Pessoa) deixa boas perspectivas para o segundo disco.

Eis então as respostas do Miguel Filipe às perguntas que já conhecem:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

Resposta: Depende do que consideras vencer...


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

Resposta: Depende do indivíduo em questão.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

Resposta: Nunca fomos tocar à televisão.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

Resposta: Talvez pelo mesmo motivo que me sinto atraído por ouvir musica cantada em russo.


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

Resposta: Julgo que devem haver músicos de sucesso em Portugal, ainda que sejam uma minoria.


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

Resposta: Talvez seja uma questão geracional.


7 - Como é que o problema se resolve?

Resposta: Evoluir e difundir ao máximo a nossa cultura. Mas não só a nível musical e sim em relação a tudo o que a rodeia, principalmente a imagem.


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

Resposta: Não tenho moral para responder a essa pergunta.


9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta: Assassin..s creed - Jesper Kyd


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta: A Guitarra Portuguesa eléctrica





sábado, 18 de outubro de 2008

Sondagens

Não, não são sondagens arqueológicas, não se cobram ao metro quadrado nem se escavam ao metro cúbico. Dão muito pouco trabalho e servem para saber o que as pessoas pensam do que me apetece saber que elas pensam sobre qualquer coisa.

É boa ideia divulgar música neste Blogue?

Já mais de uma vez me perguntei se as pessoas acharão boa ideia ter música a tocar de cada vez que aqui entram, se todas a conseguem ouvir, se os artistas ficam chateados por ouvir a música deles divulgada sem licença, etc.

Será melhor pôr a tocar em automático ou deixar ao critério dos visitantes o carregar ou não no "play"? E, nesse caso, será que consigo divulgar alguma coisa de jeito?

Já tive alguns comentários ao longo do tempo, que me foram até ajudando a melhorar o sistema audio do blogue, mas não me chega. Quero saber mais. Podem responder ali ao lado e comentar aqui. Se estiverem para isso, claro.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nós por cá... André Fernandes



Quando entro numa loja de discos (daquelas grandes) tenho a mania de ir ver como é que estão a ser tratados os músicos cá do sítio, começando por aqueles de cuja música sou coleccionador: o Mário... a Maria... o Zé Mário... o Peixoto... mesmo que não haja discos novos, só para ver como e onde estão arrumados. Normalmente fico zangadissimo e, quanto mais zangado fico, mais vontade me dá de comprar um disco que eles não querem vender e escondem da gente. E aí escarafuncho e acabo por encontrar. E encontrei! Escondido em Jazz Geral, Vários A, André Fernandes!

Já tinha ouvido o André Fernandes no Myspace e lido algumas boas críticas aos seus trabalhos mas ainda não tinha nada cá em casa. Agarrei no "Cubo" (é um disco, mas chama-se "Cubo") e mais um ou dois e vim-me embora bastante satisfeito. E mais satisfeito fiquei quando cheguei a casa e ouvi a coisa de fio a pavio. O disco é fantástico. Tem Jazz, "Quase Jazz", "não é bem Jazz" e "isto não é nada Jazz". Tem guitarra eléctrica e acústica, Tem Mário Laginha, Nelson Cascais e Alex Frazão, tudo nas doses certas, solos sobre solos, muito improviso, muita arrumação, muita inspiração, enfim, que mais se pode querer de um disco? Se calhar dirão que me contento com pouco mas a maior parte dos discos que tenho mais chegados ao Jazz são portugueses. Não sei por quê, mas é assim como... conhecer Portugal como deve ser antes de ir passar férias ao estrangeiro. É que em Portugal ando por onde quero e no estrangeiro acabo por ter de fazer os circuitos que vêm nos guias turisticos... será que fui claro? Hein???

Fica aqui então a tocar o "Perto"
Porque é acústico, porque é bom, porque o Cubo é no Porto e porque nos dias 16 de Outubro gosto de me sentir Perto do Porto.


"Perto"
Artista: André Fernandes
Álbum: Cubo







quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quem é o cromo? (11)

E já passou mais uma semanita e nada de adivinharem o cromo 10. Chegou portanto a altura de lançar o nº 11. Quem quiser reduzir a distância em relação ao Nuno, é chegar-se à frente.


Vamos lá então:





Pois o Mário voltou a acertar e se calhar é como ele diz: ou dá o "click" quando se olha ou então...

Cá está o senhor cromo nº 11:





Pequena "entrevista" #7... Budda Power Blues

Mais uma banda de Braga, mais uma banda de Budda!
aqui tinha falado deles no "post" sobre os Jargar, os Budda Power Blues tocam música "crescida". A juntar a referências reivindicadas pelos próprios como Jimi Hendrix, BB King, Stevie Wonder ou Ray Charles, eu ainda lá metia mais uns nomes, como ZZ Top ou Johnny Winter. Claro que esta coisa dos Blues vive bastante de versões de standards mas, quando uma banda é boa, é boa e pronto!

Assim sendo, cá vão as respostas do Budda, o próprio:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta: Se houver um curso de sorte ajuda mais. Depois parece-me que dá jeito 1,5kg de perseverança e de força de vontade.


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta: As duas últimas perecem-me boas opções. Um sala de ensaios também dá muito jeito, uma vez que é preciso trabalhar muito.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta: Quando os músicos se unirem e não se deixarem explorar mais.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta: É uma questão de atracção pelo "exótico"


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta: Portugal é um país fisicamente pequeno e não há suficientes nichos de mercado para sustentar os artistas não descartáveis. A grande maioria dos compradores de discos compram o que o que conhecem bem. Não há suficiente quantidade de curiosos que procurem conhecer novos artistas. As pessoas querem aquele tema específico que passa de 10 em 10 minutos na rádio, ou que dá na novela das 21h.


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta: De todos mas especialmente dos portugueses.


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta: A música estrangeira é essencial ao desenvolvimento da música nacional. E revolução tem que começar por nós próprios (público). Comprar um disco é uma forma de afirmar o acordo e o interesse na música acabada de comprar. É um sinal de viabilidade financeira para as editoras e é um sinal de apreço para o artista. Assistir a concertos é uma outra forma de demonstrar apreço pelo artista e de mostrar ao mercado a viabilidade financeira dos espectáculos desse artista.
Enfim, o público tem que mostrar que tem interesse na existência de música nacional, caso contrário pode parecer que ninguém se importa com nada.



8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta: Prejudicam sempre os artistas porque muitas vezes o número de pessoas que sacam musica da net não vão aos concertos, muitos dos concertos têm bilhetes a preços baixos, e muitas das pessoas que sacam temas da internet e até iriam aos concertos recusam-se a pagar bilhete para ver as bandas. É um péssimo sinal para o mercado e os músicos são os principais prejudicados.
Acho que o Youtube e o Myspace são uma excelente alternativa a sacar temas da net. Isto porque há um contador de visitas, e dessa forma é possível quantificar e rentabilizar de alguma forma as escutas dos temas.



9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta: Devido ao elevado preço dos discos a minha estratégia passa por comprar discos mais antigos a preços de promoção. Um dos últimos discos que comprei foi o último do Sérgio Godinho - Ligação Directa (do qual sou grande admirador).


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta: Tenho estado super intrigado com dois discos do Eric Clapton ("Sessions for Robert J." e "From The Cradle"). Não conhecia esta crueza dele nem esta forma brutal de tocar Blues. Outra grande descoberta foi o Andy Mckee através de um amigo e depois do You Tube.
Últimamente tenho andado à procura de antigos desconhecidos do Blues de forma a abrir os horizontes e procurar novas/velhas influências. Outro músico fantástico e bem antigo é o Jim Capilongo, um guitarrista que acompanha Norah Jones num projecto paralelo dela chamado The Little Willies.






segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Já agora...



Agora que falei nele... Apeteceu-me tomar um "banhinho" de nostalgia. Em periodo pós-PREC, para putos de 15 anos... só mesmo quem por cá andou nessa altura!



"Fernandinho vai ao vinho"
Artista: Júlio Pereira
Álbum: Fernandinho Vai Ó Vinho




Pequena "entrevista" #6... Júlio Pereira

Comecei a seguir a carreira do Júlio Pereira já lá vão mais de 30 anos, e já ele levava alguns de carreira. Como é natural, a ordem das coisas ao fim de tanto tempo troca-se um pouco mas, por aquela altura, segunda metade dos anos 70, o nome Júlio Pereira estava por todo o lado onde havia música boa, onde havia bons discos e, pricipalmente, grandes concertos. Lembro-me de celebrar grandes participações em discos do Fausto, Zeca, Zé Mário Branco, Jorge Palma, Shila..., de comemorar a chegada ao prédio (era assim uma espécie de "comuna a três casas") do "Fernandinho Vai Ó Vinho", da primeira audição do "Mestre" dos Petrus Castrus e da quantidade imensa de concertos, uns em nome próprio, outros como instrumentista de apoio, em que ele aparecia (especialmente da maravilhosa banda de suporte ao Zeca Afonso por alturas do Fura Fura).

Por esses dias havia um grupo de músicos que, basicamente, tocavam com quem fosse preciso, e bem. Ainda eram uns tantos mas, para o meu grupo de amigos, três eram mais "importantes" do que os outros: o Sérginho Mestre, o Rui Cardoso e o Júlio Pereira.

Chegados os anos 80, o Cavaquinho, a Braguesa... tudo o que se seguiu é do conhecimento de todos... os que têm idade para isso, mas posso garantir que há muito pouca gente neste país a poder dizer que nunca ouviu o Júlio Pereira, por muito pouco atentos à música portuguesa que façam questão de estar.

Pois o Júlio Pereira também respondeu à minha pequena "entrevista", como se pode ler de seguida:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta:
Ser bom músico...! E alguma... paciência...!
Atenção que a pergunta é... enganadora... :)!
Poderias estar a referir-te a um músico medíocre...!



2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta:
Tudo é importante! Mas o melhor de todos é a possibilidade física de tocar uns com os outros - como rotina! Por isso no nosso país se destaca o fado!


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta:
Nunca...!
A(s) nossa(s) televisão(ões) considera(m) que uma performance de um músico no pequeno ecran é... publicidade a si próprio...! (esquecendo - obviamente) que quem faz música... é o... músico!


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta:
Gosto e acredito na diferença. Qualquer cultura "aprende" com a outra exactamente na diferença dos... conteúdos.


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta:
Não é bem assim... As grandes "stars" da pop vendem... em qualquer lado!


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta:
Não gosto da palavra "culpa". (o nosso país tem o tamanho que tem...)
Dos músicos - porque trabalham pouco e pensam que são geniais.
Dos media - porque a vida profissional que suportam no presente não lhes permite TEMPO para conhecer o que é... diferente.
Dos sucessivos governos porque a atenção que dão à Cultura é directamente proporcional à verba dispensada...! (1%?)



7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta:
Os debates são importantes.
Uma "escola" (metodologia) mais rigorosa também.
E concertação de todos os universos que fazem parte das actividades performativas.
As leis só fazem sentido a partir daí!



8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta:
Sim, porque são discos que o público deixa de comprar.
Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas.
Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos.
Acontece que estamos num período de transição.
A Net "provocou" um problema... mas também tem a solução!
O Myspace é a prova - provada - de uma das soluções!
Ainda há pouco cheguei do País de Gales onde dei um concerto - e este convite chegou pelo myspace!



9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta:
Ofereceram-me alguns em Tenby. Tenho estado a ouvi-los.


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta:
Seria um rol extenso! Outra das maravilhas do Myspace é estar constantemente a descobrir o mundo, a música e os outros!




domingo, 12 de outubro de 2008

Nós por cá... Forgotten Suns



Os Forgotten Suns andam por aí, ao que parece, desde 1992, mas devo confessar que só dei por eles há cerca de dois ou três anos. A verdade é que há centenas (milhares?) de bandas em Portugal que eu nunca vou conhecer (algumas infelizmente, outras nem tanto...) e, quando tento imaginar o resto do mundo... fico muito descansado. Há-de haver sempre qualquer coisa de bom para ouvir.

Como o são os Forgotten Suns. Se é verdade (eles o disseram) que as primeiras grandes influências foram os Marillion, os Pink Floyd ou os Metallica, por alturas deste segundo disco (o único que conheço) são facilmente reconheciveis referências a bandas como Yes, Emerson, Lake & Palmer, ou aos primeiros tempos dos King Krimson. Tudo coisas boas, portanto, e ainda por cima bem tocado, bem cantado e com uma produção de qualidade muito acima da média para o que se faz por cá, como podem constatar na canção que fica aí a tocar. Pode demorar um pouco de tempo a carregar mas vale a pena (digo eu, claro).


"Senses"
Artista: Forgotten Suns
Álbum: Snooze







sábado, 11 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #5... Ölga

Os Ölga começaram em 2001 e já levam um EP e um álbum na bagagem, editados pela BorLand. Estão agora de partida para nova fase, com novo som e álbum já gravado, à espera de editora.

Tentando situar o percurso dos Ölga em termos sonoros, poderia dizer-se (pegando apenas nas influências mais notórias) que partiram de um som mais "chegado" ao estilo "4AD", passaram por um "encosto" aos Pink Floyd, versão anos 60, e evoluíram neste último álbum (pelo que já se ouve no site da banda) para sonoridades mais próximas do que se faz hoje em dia no universo "Indie" o que, se os torna mais acessíveis a ouvidos mais jovens, também os mergulha na multidão das bandas passíveis de ser ouvidas em rádios de cariz mais "independente". Não acho nem bem nem mal, é uma opção legítima da banda e, de certeza, comercialmente mais viável nos tempos que correm.

Não sei quais as razões que levaram a banda a abandonar a BorLand (também não é importante), mas espero que encontrem editora em breve, que a música não é nada má. Já em relação ao som que se consegue ouvir no site e no myspace, não sei se já são as versões finais mas, para mim, ainda precisam de algum trabalho de produção. Mas isso sou eu que tenho a mania das perfeições... (se calhar por isso é que não fui longe como músico).

Para responder às minhas perguntinhas, chegou-se à frente o baixista/guitarrista/vocalista João Hipólito que respondeu como podem ler de seguida:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

Resposta:
- Uma grande "lata"
- Um curso de marketing


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

Resposta:
- A garagem
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

Resposta:
- Quando lá arranjas um amigo

4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

Resposta:
- Os que cantam em inglês também têm tanto ou mais sucesso que os que cantam em português, trata-se de uma questão de exposição e oportunidade.

5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

Resposta:
- É um pais pequeno ainda com pouca cultura musical e existe pouco apoio por parte das entidades responsáveis para a promoção da cultura.

6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

Resposta:
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo


7 - Como é que o problema se resolve?

Resposta:
-É algo que levará algum tempo...com uma mudança de atitude por parte de todos os envolvidos ,terminando com os lobbys, começando pela educação e promoção da cultura nos jovens e terminando num maior apoio financeiro aos musicos e às salas de espectaculos, por parte da comunidade e do estado.

8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

Resposta:
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta:
- Miles Davis - bitches brew

10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta:
- os Clinic





Pequena nota: As entrevistas já publicadas vão começar a desaparecer da página inicial do blogue mas, se as quiserem ler todas, basta carregarem no "linque" Pequena entrevista aí do lado direito, na secção de "Marcadores".


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #4... Indigo

Não há dúvida. Braga e Leiria estão a dar música ao país, a julgar pela quantidade e, em muitos casos, qualidade da música que se anda a fazer por lá. No caso de Braga o fenómeno já não é recente mas, em todo o caso, são sempre boas notícias para quem começava a estar farto das "guerrinhas" entre Lisboa, Porto e Coimbra.

Ora os Indigo começaram há três anos precisamente em Leiria e acabam de editar o seu primeiro single, de nome "Art of Living", que apresentam como avanço para o álbum a sair em inícios de 2009. Os Indigo são um colectivo de bons músicos que faz boa música e, na minha opinião, apenas precisam de um bom produtor que consiga controlar a tendência da banda para "tocar demais" (alguns de vocês sabem o que eu quero dizer) para conseguirem pôr cá fora um bom disco. Do single, a minha favorita é, sem dúvidas, "The truth".


Sem mais, eis as respostas:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

Resposta:
- Saber tocar um instrumento


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

Resposta:
Um bocado dos 3
- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem



3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

Resposta:
- Não faço a mínima ideia


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

Resposta:
- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- De momento, não me lembro de bandas a cantar português a terem sucesso no estrangeiro (a não ser algumas a cantar fado e musica tradicional portuguesa), agora rock, pop, etc... não estou a ver...



5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

Resposta:
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
e
- Porque são sempre os mesmos...



6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

Resposta:
- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo



7 - Como é que o problema se resolve?

Resposta:
- Não sei... talvez as bandas mais velhas darem o lugar a bandas novas...


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

Resposta:
- Não faço a mínima, mas talvez...
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- No fim das contas, é "ela-por-ela"



9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta:
- James Taylor Quartet (A Bigger Picture)


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta:
- A banda "the music"






Ponto da situação:
Os músicos vão respondendo aos poucos (estou com cerca de 20% de respostas e mais algumas prometidas) e a coisa vai-se estendendo aos vários estilos de música, assim como aos vários níveis de experiência musical (desde os que estão a começar até gente com 40 anos de respeitável carreira). No fim do "projecto", com ainda mais gente a responder, somos capazes (uns mais, outros menos) de ficar com uma visão um pouco diferente do que se passa na música portuguesa. O que está a faltar, na verdade, são os comentários dos leitores, mas a isso já me vou habituando.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

No Music for Republicans

No concerto que deu em New Jersey, Madonna anunciou que a candidata a Vice pelos republicanos, Sarah Palin, não estava convidada para a festa e proibiu-a de assistir aos seus concertos. Já os Foo Fighters emitiram um comunicado no qual repudiam o uso pela campanha republicana da sua canção "My Hero", acusando McCain de desrespeito pela propriedade intelectual e por deturpar o verdadeiro sentido da canção, como se pode ler aqui:

"This isn't the first time the McCain campaign has used a song without making any attempt to get approval or permission from the artist. It's frustrating and infuriating that someone who claims to speak for the American people would repeatedly show such little respect for creativity and intellectual property.
(...)The saddest thing about this is that 'My Hero' was written as a celebration of the common man and his extraordinary potential. To have it appropriated without our knowledge and used in a manner that perverts the original sentiment of the lyric just tarnishes the song. We hope that the McCain campaign will do the right thing and stop using our song--and start asking artists' permission in general!"


Eis o video da canção em questão:





Pois é! Portam-se mal, não têm direito a música!


Quem é o cromo? (10)

Como o anterior "soube a pouco" para alguns leitores (que nem chegaram a ter tempo de ver a "fronha" antes da adivinhação), cá está o próximo. Desde já afirmo, no entanto, que discordo da opinião de alguns, segundo a qual o Nuno se devia abster de solucionar o enigma à primeira. Assim sendo, quem souber chegue-se à frente.


Eis o "cromo" de hoje:






E pronto. Depois de andar a espalhar pistas como "Não tirem os olhos deste. É a única maneira de chegar mais perto da solução", tive de escrever o apelido do senhor Arroz, para a coisa se dar. Claro que, no caso, era preciso saber um bocadinho como eu funciono mas pronto, as pessoas que me são mais próximas têm de ter alguma vantagem.

Desta vez acertou a Paula, que ainda não tinha nenhum ponto. O Nuno continua à frente, seguido pela Laura e pelo Mário.
Quanto à fronha do senhor Damien Rice, aqui está ela:




terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #3... Tambor

Também já falei dos Tambor aqui no blog. Para quem não sabe, trata-se da banda do Fernando Martins (Ritual Tejo, La Valise, M.Odernos, Wass... eh eh), da Alex, do Quimze (Ritual Tejo), do Miguel e do André (não, não são esses Miguel e André). Também já foi do Padi, mas entretanto deixou de ser.

Os Tambor já levam 10 anos de actividade e estão prestes a editar o quarto álbum de originais. Paralelemente, o Fernando, o André e a Alex ainda participam num projecto de música electrónica chamado Velosolex (onde é que eu já ouvi este nome?....). Eis as respostas:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta:
- Uma grande canção


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta:
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música e muita atenção

3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta:
- Às vezes , quando as produções têm dinheiro.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta:
- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"



5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta:
- Porque não há dinheiro nem meios para a promoção de todos os artistas portugueses, as promo de artistas estrangeiros com nome tornam-se mais simples pela dimensão mundial dos mesmos. Há alguns exemplos de artistas nacionais com exito em Portugal embora nem todos por razões artisticas.


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta:
- Acho que a musica portuguesa tem visibilidade o que não tem é o poder de a sustentar durante longos periodos de tempo e aí a "culpa" é de todos os envolvidos no processo, desde a musa do compositor até ao publico. É a lei natural de um mercado. No entanto as canções realmente universais perduram independentemente dos meios e do artista original.


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta:
- Fazendo canções que as pessoas queiram ouvir embora vá continuar a existir um sem numero de "artistas" com visibilidade produzida e apoiada mas com término anunciado no fim da série.


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta:
- Roubar é roubar.


9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta:
- radio one live lounge vol2.

10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta:
- abba





segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Quem é o cromo? (9)

Depois do "brilharete" do Nuno na semana passada, ficámos então a saber que, afinal, todos os cromos são "adivinháveis", certo? É verdade que nem toda a gente conhece bem todos os músicos e que, em principio, os cantores têm maior visibilidade por isso poderão ser mais fáceis de descobrir. Mas os instrumentistas também são músicos e também têm direito à vida. Além disso, não vi ninguém a queixar-se quando o cromo foi o Brian May.

Ora bem esclarecido o ponto "a papinha feita não tem piada nenhuma", aqui fica o cromo desta semana:





Será cantor, será instrumentista? Será cantor-instrumentista? Ou instrumentista-cantor? Maestro? Letrista? Vai-se a ver...

Pois é!
Não se chegam à frente, o Nuno "limpa isto num instante". O cromo é, efectivamente, o The Edge, como podem comprovar aqui em baixo





Visto que apareceu por aqui um "Pepe Rápido", parece-me que vou ter de aumentar a frequência "cromática". O próximo chega em breve.

Boas notícias!

Há dois anos escrevi aqui da minha alegria pelo regresso de Dave Swarbrick à música depois de um transplante pulmonar. Na altura da formação do Swarb's Lazarus, Swarbrick apenas tocava violino e duvidava-se que voltasse a cantar. Pois hoje, em passeio pelo "tubo" descobri isto:





Dave Swarbrick de volta a um dos seus anteriores projectos, Whippersnapper, e com a voz que já não se ouvia há uns anos. Não é lá grande coisa? É, pois!!!


domingo, 5 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #2... Old Jerusalem

aqui falei dos Old Jerusalem. Depois disso já saíu mais um disco (The Temple Bell), ainda melhor do que Twice The Humbling Sun, mais bem trabalhado, com mais colaborações e, no entanto, mantendo a simplicidade como "âncora". Old Jerusalem continua a ser uma "espécie de banda" alter-ego de Francisco Silva com convidados. Não me conhecendo de lado nenhum, o Francisco alinhou no desafio que lhe lancei e respondeu, como podem ler a seguir:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

Resposta: Depende do que se entende por "vencer".


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

Resposta: Como em tudo na vida, não há propriamente um "melhor" absoluto.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

Resposta: Quando já não precisas da televisão para nada.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

Resposta: Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta.


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

Resposta: ????


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

Resposta: Não sei.


7 - Como é que o problema se resolve?

Resposta: Não sei. Também não sei se é um "problema" ou uma mera circunstância. É um problema para mim, que não consigo viver da música, mas por que hei-de imputar aos outros a resolução dos meus problemas?


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

Resposta: Em alguns casos sim, em outros não.


9 - Qual foi o último disco que adquiriste?

Resposta: Pedro the Lion "Control"


10 - Qual foi a tua última descoberta musical?

Resposta: Uma versão do "That's how I got to Memphis", tema do Tom T Hall, pelos Mount Analog (com participação de Karl Blau)




Sandy... outra vez!



Pois é... com uns dias de férias e tempo para me dedicar a procurar... nada de especial, acabo sempre por encontrar coisas que normalmente me passariam longe da vista. Foi assim que encontrei este disco, quase escondido, no meio do ruído quase ensurdecedor do marketing de uma grande loja de discos. Parecia até que não o queriam vender. Compreendo, eu também não quero.

'Gold Dust' (The final concert) é isso mesmo. O último concerto de Sandy Denny. E um grande concerto. Começando pela banda, composta por amigos, quase todos antigos companheiros dos Fotehringay ou Fairport Convention, e indo acabar na voz de Sandy, aqui e ali denotando algum cansaço mas com o poder e intensidade de sempre. Como em outras ocasiões, só à segunda audição consegui começar a aperceber-me da perfeição e genialidade das "ajudas", principalmente do guitarrista Jerry Donahue e do baterista Dave Mattacks (por acaso já falei de ambos aqui e aqui), como podem comprovar na musiquinha que aí fica a tocar. Para saber mais, é comprar o disco, até porque a qualidade sonora é muito superior à que podem ouvir aqui.

Sobre tudo o resto que me vai passando pela cabeça de cada vez que me ponho a ouvir isto, obviamente (e como é costume) não vou falar. Digo só que encontrar coisas destas me faz muito bem.



"One More Chance"
Artista: Sandy Denny
Álbum: 'Gold Dust' Live At the Royalty


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Pequena "entrevista" #1... Paulo Chagas

Ora cá está a primeira!

O Paulo Chagas é flautista e saxofonista (e mais algumas coisas) dos Miosótis e também um produtivo músico a solo. Reencontrei-o há relativamente pouco tempo depois de nos termos conhecido há... bom... bastantes anos. Como temos ambos memória de elefante, lembrávamo-nos perfeitamente um do outro e temos mantido contacto. Daí que não seja estranho ter sido ele o primeiro a responder ao desafio.

Sendo o Paulo um resistente do meio musical português, em vários registos e estilos de música (uns mais "visíveis", outros nem tanto), vai para... bom... bastantes anos, a sua opinião é, para mim, muito importante. Ele, como eu esperava, não se negou. Aqui fica o registo:


1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta: Acho que é um pouco disso tudo o que referes (menos o inglês) e também os factores S e C - sorte e cunha!


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta: Todos eles e exactamente pela ordem em que estão.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta:
Aposto na tua última. Pessoalmente já fui várias vezes tocar à TV e o melhor que consegui foi que me pagassem o gasóleo ;-) Minto, uma vez pagaram-me mesmo cachet, mas já foi há muuuuitos anos - início de 80's. Nessa altura havia mais respeito pelos músicos.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta: Não concordo que os que cantam em inglês não tenham - olha o caso dos Moonspell (e num patamar menor de sucesso, os recentes If Lucy Fell e Dapunksportif)


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta:
Alguns têm muito - olha o Tony Carreira, por exemplo! eheheheheh


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta:
O que é a visibilidade? Como queres que haja visibilidade num país que anda cheio de nevoeiro há séculos?
A culpa é de todos nós, por sermos portugueses, pequeninos e egoístas. Os governos, claro, porque nunca se investiu na cultura de forma séria! Nem na educação, que teria um papel importantíssimo na divulgação cultural.


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta: Com políticas sérias e integradas de promoção da cultura, da arte. Com investimento sério na educação, de forma a que as escolas de música sejam de qualidade e públicas. Com exigências de qualidade aos media e aos promotores de espectáculos, de forma a que a música a divulgar não seja sobretudo a comercial.


8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta:
Prejudicam um bocado, mas por outro lado ajudam imenso na divulgação. Provavelmente prejudicam mais as editores do que os músicos e para essas é muito bem feito porque sempre andaram a explorar os músicos!


9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta: Zappa plays Zappa. DVD duplo. Dweezil com uma banda de grandes músicos a prestar homenagem ao pai. Um colosso!!!!!


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta: Olof Arnalds, uma jovem cantora islandesa. Encontrei-a aqui no myspace. Somos amigos ;-) Adoro-a.


(Nota: ao contrário da maioria das entrevistas que vemos publicadas, aqui o que está a "bold" são as respostas e não as perguntas. Afinal o que importa ler são as respostas, certo?)


Projecto "Pequena entrevista"

Tive uma ideia!

E se eu mandasse uma mensagem com uma pequena entrevista, de resposta rápida, para alguns músicos portugueses que encontro no Myspace para publicação no Mug Music? Será que alguém respondia? Muitos? Poucos? Será que me insultavam? Ou simplesmente ignoravam?

Meu dito (pensado, aliás), meu feito!

Depois de pensar e repensar em que termos é que a coisa se havia de fazer, saí-me com este grupo de dez perguntas:

1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?



Foi dada aos inquiridos total liberdade para responderem ao inquérito à sua vontade, ora utilizando o processo de resposta múltipla, ora respondendo de maneira completamente livre, dependendo do tempo e disposição que cada um tenha para se dedicar a responder a perguntas de um tipo que, na maior parte dos casos, não conhece de lado nenhum (ou seja, eu).

Estou ainda em processo de envio mas já recebi respostas.
A primeira estará aqui publicada mais logo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Buscas...

Este pessoal da net é decididamente um pouco estranho.
Acabou de entrar aqui um visitante com a seguinte frase de busca:

chris martin ema cueca

Onde é que os tipos vão buscar estas coisas?
(pelo menos este não quer músicas para a campanha eleitoral... ou quer?)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Quem é o cromo? (8)

Por agora temos dois cromos por decifrar e, neste último, poucas tentativas (se já estiverem fartos, digam). Vá lá, embora não sejam óbvios, também não são assim tão difíceis. Digo-vos mesmo que sei que alguns de vocês gostam bastante dos músicos em questão. Entretanto, novas tentativas de suborno no sentido de revelar as identidades dos donos dos olhinhos serão rechaçadas com o mesmo vigor com que o foram as que se fizeram sentir até agora.

Neste "interim", tomem lá o nº 8:




Pronto, aqui não havia muito que enganar. É o Anthony Kiedis dos Red Hot, também descoberto pelo Nuno, que passa assim para a frente com duas respostas certas.

Segue-se o cromo, para desfeiar um pouco este lindo blogue:




Palmas para... Gimba!



Em grande a "desancar" nos festivais de verão e nos interesses que os movem, na revista Blitz deste mês, revista essa cujo principal patrocinador é, por sinal, uma das empresas com (grandes) interesses económicos envolvidos nesses "certames". Citando:

«(...) E a verdade é que, no meio da nossa eterna e já nauseabunda «crise», há sempre uma certa burguesia com poder-de-compra e situação económica mais que confortável, que - bem vistas as coisas - merece e deve ser depenada no seu orçamento anual. Ora, os promotores de festivais - a par com os gestores de empresas cervejeiras e operadoras de telecomunicações (e restante rapinagem!) - sabem disto muito bem, e têm nos filhos desta classe emergente (que é justamente a sua), o target ideal para a extorsão. Presas fáceis para lucro fácil. (...)»

Uma nota positiva também para a Blitz que, apesar de ser muito patrocinada pela mesma rapinagem e publicitar estes festivais até à (nossa) exaustão - deve estar no contrato - mesmo assim deixou passar a opinião do Gimba demonstrando, no mínimo, algum "fair-play". Mesmo assim, lá puseram uma chamadita no fim do artigo, em discretos parentesis rectos e letra mais pequena dizendo: [Gimba é músico e agitador].