Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

sábado, 24 de março de 2007

Novidades?

A notícia era "Novas rubricas e música ao vivo no Top+"!

Fui ver, as "rubricas" eram uma espécie de propaganda à Antena 3, um anuncio aos downloads de músicas duma empresa de telemóveis e uma espécie de biografia dos Doors em que não chegámos a ter tempo sequer de ver as caras dos músicos (muito menos ouvir música da banda)...

Quanto à "música ao vivo", eu não vi.
Vi a Filarmónica Gil em "play-back" e descobri que o João Gil (pela resposta que deu ao "entrevistador") também não viu a "música ao vivo" no Top+!

Mas enfim, se o La Féria e a TVI conseguem enganar o Campo Pequeno inteiro fazendo um espectáculo em "play-back" e chamando-lhe "O Maior Espectáculo De Sempre Na Televisão Em Portugal", como é que o jovem entrevistador da RTP ia adivinhar que os instrumentos estavam desligados?

Agora até já nem há fios a sair das guitarras...


"When The Music's Over"
Artista: The Doors
Álbum: Strange Days

domingo, 18 de março de 2007

Se calhar não gosto de "Bem-Jazz"




É verdade que nunca fui um grande conhecedor de Jazz. Nunca tive grande paciência nem me senti tão entusiasmado com a coisa como alguns dos meus amigos, até porque os "tiros" me saiam sempre ao lado. De cada vez que aparecia alguma coisa que de facto me agradava, a conversa acabava sempre por ser mais ou menos a mesma:

- Eh pá, estive a ouvir uma coisas de Jazz bem fixes.
- Ah sim? e o que era?
- Mahavishnu Orchestra (por exemplo).
- Eh pá! Isso é fixe, mas não é bem Jazz...

E isto foi-me acontecendo pela vida fora, à medida que eu ia descobrindo "coisas de Jazz" que me agradavam. Aconteceu com a fase mais "Jazz" do Zappa (com o Ponty e o George Duke), aconteceu com o próprio Jean-Luc Ponty, com os Area, com o David Grisman, com o Mário Laginha mais recente e por aí fora. Nada era "Bem-Jazz", apesar de os músicos serem, à partida, músicos de Jazz e a música ter bastante a ver com o estilo. Sim, mas não era "bem Jazz".

Com o tempo fui descobrindo, por exclusão de partes, o que era "bem Jazz": umas bandas com um chefe que lhes dava o nome, mais o elemento de "agregação quantificante", consoante o número de elementos que tocavam na ocasião (quarteto, quinteto, sexteto, etc, até chegar ao número em que eles não sabiam qual a palavra a utilizar, altura em que a coisa se passava a chamar "Orchestra" ou "Big Band").

A coisa funcionava sempre da mesma maneira: tocava-se a música com muito juizinho, depois o chefe solava e ia dando licença aos meninos para fazerem os seus solos, desde que no fim voltassem ao tema original (tipo, "vai lá brincar à vontade mas quero-te aqui sossegadinho dentro de cinco minutos, senão na próxima vez já não te trago a passear"). É verdade que os solos não eram sempre iguais mas a estrutura era tão rígida que aquilo me soava tudo muito parecido e eu não tinha paciência.

Fui então obrigado a concluír que, na verdade, eu se calhar não gostava assim muito de "Bem-Jazz".
Como amostra, deixo aqui a tocar uma música da Mahavishnu Orchestra (lá está o "Orchestra" e tudo), banda de que ainda hoje gosto muito e que fazia parte daquilo que não era "bem-Jazz" (mas que aparece em tudo o que é bibliografia e site de... Jazz) e onde tocavam o John McLaughlin e o Billy Cobham, ainda hoje em actividade e considerados dois dos grandes músicos de sempre do... Jazz!

Vá-se lá entender estes "puristas"!

"Open Country Joy"
Artista: Mahavisnhu Orchestra
Álbum: Birds of Fire



Alguém se lembra? (2)

Estávamos em 1981, já não éramos assim tão putos e ainda viamos os Marretas...



Para quem não se lembra (e para quem ainda não era nascido), a menina que está a cantar com o Cocas é a Debbie Harry dos Blondie.

Quem muito se baixa...

Não consigo perceber muito bem porque é que alguém se dispõe a viajar milhares de quilómetros para tocar durante trinta e cinco minutos numa sala minúscula de um bar para cerca de dez pessoas e ainda haja quem diga que é uma excelente oportunidade de entrar no mercado americano da música.

Foi o que aconteceu a David Fonseca, aos X-Wife e aos You Should Go Ahead na edição deste ano do festival South By Southwest (SXSW) realizado em Austin, Texas, durante a semana que passou.
Se posso dar um desconto no caso das duas últimas bandas, já que ainda só editaram um álbum e estão, digamos assim, em princípio de carreira, no caso do David Fonseca acho que não há nenhuma razão para fazer isto por motivos de promoção. Se o rapaz grava para a mesma multi-nacional que os U2, por exemplo, não será trabalho da editora arranjar maneira de o promover nos outros países onde a editora está representada?

David Fonseca tem seis álbuns gravados (contando com os dos Humanos), todos com sucesso em Portugal. Não tem que ir para o Texas cantar num vão-de-escada para provar coisa nenhuma. Acho eu, não sei...

Por outro lado, o próprio David faz questão de desmistificar a coisa e está nitidamente numa de se divertir e de dar diversão a quem estiver interessado. Para isso abriu um "videoblog" e tem mandado regularmente pequenos filmes ilustrativos do que se vai passando durante a viagem e estadia nos States. Apesar da pouca qualidade de imagem possível neste meio, alguns dos filmes mostram mesmo algum cuidado e bastante "empenho artístico" na realização. Vale a pena ver. É aqui.

Se é para irem passear e divertirem-se o mais possível, de acordo.
Agora se é para ir para lá pedinchar um ou dois concertos num bar ranhoso, venham-se embora, que esses grunhos não merecem. Qualquer "analfamúsico" camone chega cá e toca nos festivais em horário nobre em relação a bandas portuguesas muito melhores (basta ver o aconteceu no último Rock in Rio) e o nossos têm que ir para lá "pedir batatinhas" e fazer o trabalho das editoras?

Não me convencem.
A América é grande?
Pois é, é grande mas não é grande coisa...

quarta-feira, 14 de março de 2007

Eh pá! Lá se vai a "alternativa"

Sobejamente publicitados, não só pelas rádios "alternativas" cá do sítio mas também, curiosamente, pela rádio "jovem" do estado, eis que chegam, ao segundo lugar do Top português "Neon Bilble" dos Arcade Fire e ao nono "Pocket Symphony" dos Air.

Aqui há tempos descobri na página dos leitores do Blitz uma frase que traduzia muito do "sentir alternativo" português e que, em síntese, queria dizer "Vende muito, é mainstream, não é alternativo, não é "arte", não gosto!".

Ali pelo Canal Maldito tenho lido comentários de alguns visitantes do blog (não dos autores, em todo o caso) que acham que ter 8 discos portugueses nos 10 primeiros do Top não tem nada de bom para a música portuguesa. Porquê? Porque o Top é Mainstream, o mainstream português é "Pimba", a música "alternativa" portuguesa não tem qualidade para chegar ao Top e se chegar é porque é Mainstream, logo má, logo "Pimba".

Neste momento tento imaginar o que vai pelos corações "alternativos" deste país ao saberem que, por causa da "traição" da Antena 3, os antecipadamente eleitos "expoentes do alternativo" para 2007 acabam de ser catapultados para o pódium do Top, onde vão tornar-se um sucesso de vendas, deixar de ser arte, afundar-se pelo mainstream dentro para todo o sempre, tornar-se maus e "não gostáveis".

Pelo sim, pelo não, já se lê pelo blog da Radar que os Arcade Fire soam a Springsteen (quem lhes dera...), não vá dar-se o caso de terem de deixar de gostar deles.
Mesmo assim, como os Arcade Fire vêm em Julho ao Super Bock Super Rock e este festival é organizado pelo dono da Radar, suponho que a própria rádio se encarregará de assegurar que sim, que são alternativos e muita bons, comprem lá os bilhetes e passem uma noite linda à beira do Trancão por 40 € (quarenta!) .

Ah, eu?
Quando os ouço na rádio não mudo de posto (ainda) mas não acho nada de extraordinário, até porque a teclista tem a mania de cantar e uma das vozes mais irritantes que conheço. De resto, pouco mais a assinalar, para além do facto de não terem absolutamente nada que ver com Springsteen mas também, o que é que o pessoal "alternativo" percebe de "Mainstream"?

quinta-feira, 8 de março de 2007

E eles a darem-lhe c'a Gala!

Depois de mais uma noite de "Bi-Gala" na RTP e na TVI em que de um lado se viu mais uma "Super-pseudo-produção" em play-back e do outro se fez uma "sentida" homenagem (entre outras noutras áreas) aos representantes de Portugal na Eurovisão (os que lá foram) como se isso fosse o mais importante que se passou na música portuguesa em 50 anos, continuamos a não ser autorizados a ver o que se passa com os músicos deste país.

Façam mais galas, convidem o La Féria para vos chupar o capital e a Maria Elisa para apresentar programas. Comprem mais espectáculos do Fernando Pereira a fazer más imitações em mau play-back. A bem dizer os vossos espectadores são cada vez mais a Geração Morangos com Floribela e as Cuscas Caras...

...
Pois, é verdade que o Reininho também não faz grande coisa para defender a causa!

As tears go by




"As Tears Go By"
Artista: The Rolling Stones

sábado, 3 de março de 2007

Pormenores...




Ainda nesta canção da Albion Band, e para aqueles que se interessam pelos pormenores, recomendo uma especial atenção ao trabalho de bateria, da responsabilidade de Mr. Dave Mattacks.

Este senhor, com ar de quem não parte um prato, já tocou com mais gente do que espaço razoável para nomes que se possam escrever numa entrada de blogue e de tudo o que se possa imaginar desde o rock mais suave até ao progressivo, passando pelo mais pesadito ou mesmo algum do chamado alternativo, sem esquecer o Jazz, claro.
Mesmo assim, para mim, é no Folk que "a coisa se dá", quanto mais não seja por, à partida, ninguém imaginar que alguém se dê ao trabalho de inventar estas autênticas "sinfonias" de percussão num tipo de música onde normalmente o baterista é o único que não "brilha", que o ritmo é para manter a música dançável.

E não é que, depois daquela maluquice toda que ali vai por trás, o pézinho não consegue parar de bater?


E andamos nisto há...



A coisa pelos vistos vem de muito longe e é das que mais vezes nos vem à cabeça:
- Olha o tempo que esta música já tem e como ainda é actual!

Quantas vezes é que já pensaram isto ao ouvir a letra de uma canção? Exacto, um monte delas.

Pois é verdade que as coisas estão sempre a mudar e na volta vai-se a ver... continuam a precisar de mudar.

Canções de mudança é o que não falta por aí. Para além do óbvio "The Times They Are A-changing", que já tem 43 anitos e que alguns de vocês me podem ter um dia ouvido cantar por aí, há mais umas tantas que de vez em quando lá nos "batem" na actualidade.
A de hoje vai já para 30 anos e eu continuo a tentar encontrar o CD do LP que não cheguei a ter, mas que havia no "círculo".
Esta é a versão ao vivo que me emprestaram, a qualidade sonora não é lá essas coisas mas dá para espicaçar a memória (xi, as coisas que eu queria mudar em 78...) e para mais qualquer coisa. Ora ouçam (sim, é carregar na seta aí do lado... essa...pois!).


"Time To Ring Some Changes"
Artista: The Albion Band
Álbum: Rise Up Like The Sun
(aqui retirada das BBC Sessions)