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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A propósito de Johnny Cash...

... e da escolha do álbum "At Folsom Prison" esta semana para a rúbrica "Álbum de Família" na Rádio Radar...





Por vezes (a maior parte delas) é engraçado já não ser teenager e ver a evolução que as coisas levam.

Lembro-me de começar a ouvir as bandas então chamadas "Country-rock" (Byrds, Eagles, Neil Young, etc) e de ter entrado por aí no "Country" (coisas fabulosas como "White Mansions", por exemplo); do que tinha de ouvir dos meus amigos adeptos do "Rock Progressivo" (de que, aliás, também gostava, assim como de bastante "Hard Rock" e mesmo de algum "Rock Alemão" e "Glam", já para não falar do "Folk Rock" e do "Jazz Rock" - sim, eu sei que hoje já não se pode ser assim) que me diziam que "Country" era música de parolos e que o Cash era um "Ganda Bimbo".

Lembro-me perfeitamente de alguém ter comprado o álbum "Higwayman" dos Highwymen (uma espécie de "Supergrupo Country") e de termos feito a classificação dos intervenientes enquanto o ouvíamos:
- Waylon Jennings - o melhor músico
- Willie Nelson - o "ganda maluco" (tocava uma Martin acústica com um grande buraco - acho que ainda a toca)
- Kris Kristofferson - o pior músico
- Johnny Cash - A melhor voz e o mais parolo.

Andava o homem em meados dos 90s a editar colectâneas e discos de natal quando o "mago" Rick Rubin decidiu salvar-lhe a carreira (como já tinha salvo a tantos, incluindo, por exemplo, os Red Hot) e eis que entra no novo século com imagem renovada (e marketing a condizer, em que a doença incurável até dava uma ajuda) e aparece como herói do "Country alternativo" (afinal há muitos anos que se vestia de preto...). A piada da coisa vai até ao ponto de quase me pedirem para dizer que o homem não era músico de "Country", mas sim de "Folk" (se é que isso interessa).

Bom, do que conheço da carreira do homem, este é sem dúvida o seu disco mais famoso (musicalmente nem sequer é grande coisa) e o que o celebrizou como "rebelde" da Country, mas também é verdade que rebeldia até era coisa que não abundava lá muito nos artistas que praticavam aquele estilo de música (e de vida, enfim...).

Do resto da carreira (para além daquela fase dos fins de 70s a meados dos 80s - excelente como Frank James em "The Legend of Jesse James" de Paul Kennerly) desinteressei-me um bocado (o Country cansa ao fim de algum tempo).

Pois então, na ressaca da "magia de Rubin" parece-me bastante salutar (a teenagers e não só) a audição desta obra de 1968, não só para se familiarizarem mais com a obra de Cash anterior a "American Recordings", mas também para confirmarem que sim, que isto é "Country" puro e duro. Vamos lá a ver se não vai haver por aí alguém a deixar de gostar do senhor (há alguma coisa mais "mainstream" do que o "Country" de Nashville?).


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