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domingo, 8 de julho de 2007

Não tivesse eu mais que fazer...

Não fosse ontem um dia dedicado à "cumbibência" e hoje estaria provavelmente com a neura. E porquê?

É que, como se sabe, hoje em dia não há sítio onde não haja uma televisão acesa, o que motivou o facto de eu ir dando umas olhadelas a ver o que se ía passando na tão proclamada transmissão de 24 horas do Concerto Global Live Earth.

Se é verdade que não foram umas olhadelas assim tão esporádicas, também é verdade que, ainda menos do que isso (esporádicas) foram as vezes em que consegui ver alguma parte dos vários concertos que, dizem, aconteceram por esse mundo fora (dizem, que eu cá duvido). E mesmo essas poucas vezes em que se ouviu música muito raramente resultaram sequer na audição de uma canção completa.

Ainda consegui ouvir a Catarina Furtado interromper as "interessantissimas" conversas que se passavam no estúdio para dizer que a culpa de não vermos mais era dos Americanos, que tinham o sinal e só mostravam o que se queriam. (pois, e eu não via, volta e meia, as bandas a tocar no ecrã que estava por trás).

Ora então, o que eu fui vendo durante todo o dia foram alguns bocados de conversas em que alguns "vipes" à portuguesa iam alternando alegremente banalidades com enormidades a propósito do tema do dia: S.O.S. Terra!

O que havia para saber de facto quanto aos perigos para Portugal do Aquecimento Global já eu tinha visto, num programa que tinha dado de madrugada e do qual eu acabei por desistir para lá da 3 da manhã (excelente hora para transmitir o saber de quem realmente... sabe).

Agora, falando mais a sério (se é que antes falei a brincar), o que se viu ontem na televisão pública foi, à falta de outro termo mais adequado, uma vergonha! Mas daquelas vergonhas que deviam fazer os responsáveis por aquela tristeza vir pedir desculpas a quem lhes paga as "madurezas": nós todos!

Se queriam pôr uma cambada de gente pseudo-importante a conviver uns com os outros e a dizer coisas (parece que eles gostam muito de dizer coisas), escusavam de o fazer nas nossas televisões. Faziam mais uma festa daquelas que costumam fazer, pagas pelas revistas que as costumam pagar, com uns fatinhos emprestados e umas limusines alugadas, iam todos para lá e deixavam a televisão a transmitir sozinha aquilo que "os Americanos deixavam", que a gente agradecia (e o Puto até era capaz de ter conseguido ver a Madonna).

Só mais uma coisa:
Vejam lá! É que isto de os Americanos mandarem nos concertos do Pavilhão Atlântico e não deixarem transmitir uma única canção inteira das bandas portuguesas que lá tocaram, fossemos nós uma nação valente e imortal que deu novos mundos ao mundo e poderia mesmo ter causado um incidente diplomático!


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