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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sucedâneando...



Na sequência das agressivas campanhas de marketing "alternativo" criador de "hypes" (ou seja lá o que for, como quer que se escreva) que se têm sucedido de há uns anos para cá, era de esperar que algum desses objectos de "alt-marketing" acabasse por vir parar cá a casa. Ofereceram-me há dias o último disco dos Interpol, "Our Love to Admire".

É claro que me agradou a oferta. Gosto de ter um pouco de tudo, até porque cada vez mais (talvez pressionado pela insistência dos "massacres radiofónicos" que nos proporcionam a nossas rádios de formato "play-list") gosto de variar a música que ouço. O disco até que nem é mau e tal mas...

À quinta canção descubro que a receita é adaptar um certo som entre os Bauhaus e os Sisters of Mercy (mais os primeiros, em todo o caso), direccionando-o a um certo "mercado" e, em consonância com os tempos, tratando de não extrapolar muito, não vá deixar de caber no público-alvo das rádios para que o produto foi pensado. Ou isto ou alguma dose de falta de imaginação.

Nunca fui grande adepto dos Bauhaus mas devo admitir que, seja por que lado lhes pegue, acabo por ver muito mais audácia, força e imaginação do que se consegue ouvir em qualquer das faixas deste disco "bonitinho", bem tocado (talvez melhor do que tocavam os "mentores") e muito bem "formatado".

Fiquei um bocado a pensar nesta coisa dos "mentores" e "seguidores", dos originais e seus sucedâneos e cheguei à conclusão óbvia: Os Interpol ouvem-se bem de vez em quando, os Bauhaus ouvem-se melhor do que há vinte e tal anos mas quem atirou a primeira pedrinha e sem medo nenhum foi mesmo o Bowie.

Ouçam Bowie de 1977 a 1980 (Low, Heroes, Lodger e Scary Monsters) e descubram onde tudo começou. Depois, se quiserem uma coisa mais inócua, com 30 anos de filtragem, que não estimula mas também não incomoda, têm este disco dos Interpol, pois então!


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