Ora então, mais um pequeno passatempo pseudo-cultural.
Tudo o que vocês têm de fazer é adivinhar o nome da canção e o autor (ou o intérprete, ou ambos). Toda a informação adicional que queiram dar a propósito (ou despropósito) da música em questão é lucro.
Eis a primeira:
"Não sei se o faça se não
Estive a pensar no outro dia
Se hei-de vender a minha alma
À companhia
Mas por mais que eles me pagassem
Era sempre eu quem perdia
Eu gosto muito de dinheiro
Mas gosto mais de alegria"
Quem cantou?
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Riding with Lady Luck
Ele há grandes versões que conseguem transformar uma boa canção noutra boa canção completamente diferente sem mudar, na verdade, grande coisa... na canção.
sábado, 6 de novembro de 2010
Ainda respiramos?
Mais uma banda do lote dos progressivos portugueses dos anos 70. Aqui o vocalista era o Tó Leal mas também por lá passou a Lena de Água, antes da Salada de Frutas e da Banda Atlântida.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Interessante ver
Hoje, à 21 horas na RTP1, o último episódio da série de documentários "TROVAS ANTIGAS, SAUDADE LOUCA", sobre a história do Fado.
Sim, sei que é em cima da hora e no último episódio. Tenho visto quase todos e nem me lembrei de falar disso aqui. Falo agora e até pode ser que, em breve, a RTP disponibilize a série no seu site, para quem não teve oportunidade de ver.
Eis o resumo do programa de hoje:
Peregrinações - Fado longe, fado perto, fado distância de mim
Fado longe, fado perto, fado distância de mim
A carreira internacional de Amália: retrospectiva.
O fenómeno Mariza .
O repertório de Carlos do Carmo nos anos 70/80 e o lançamento da sua carreira internacional.
Novos compositores para Fado: José Luís Tinoco, José Mário Branco, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, António Vitorino d’Almeida
As rupturas dos anos 80/90. Os não fadistas: a figura iconoclástica de António Variações, Paulo Bragança, Dulce Pontes, etc. O Fado na “World Music”.
Os novos fadistas, alternando fados clássicos e modernos.
A apresentação do fado a património da UNESCO.
A série fecha com uma reflexão de conjunto. O fado está vivo, renova-se, mergulha nas suas raízes, assume novos desafios.
(texto disponível no site da RTP)
Sim, sei que é em cima da hora e no último episódio. Tenho visto quase todos e nem me lembrei de falar disso aqui. Falo agora e até pode ser que, em breve, a RTP disponibilize a série no seu site, para quem não teve oportunidade de ver.
Eis o resumo do programa de hoje:
Peregrinações - Fado longe, fado perto, fado distância de mim
Fado longe, fado perto, fado distância de mim
A carreira internacional de Amália: retrospectiva.
O fenómeno Mariza .
O repertório de Carlos do Carmo nos anos 70/80 e o lançamento da sua carreira internacional.
Novos compositores para Fado: José Luís Tinoco, José Mário Branco, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, António Vitorino d’Almeida
As rupturas dos anos 80/90. Os não fadistas: a figura iconoclástica de António Variações, Paulo Bragança, Dulce Pontes, etc. O Fado na “World Music”.
Os novos fadistas, alternando fados clássicos e modernos.
A apresentação do fado a património da UNESCO.
A série fecha com uma reflexão de conjunto. O fado está vivo, renova-se, mergulha nas suas raízes, assume novos desafios.
(texto disponível no site da RTP)
domingo, 31 de outubro de 2010
Importante ouvir
Programa transmitido hoje na TSF sobre a questão da internet e dos direitos de autor. A informação nunca é demais. Ouçam:
Debate TSF sobre direitos de autor
Debate com Pedro Abrunhosa e Luís Sampaio (músicos) e Lucas Serra (advogado da SPA).
Diz o Pedro Abrunhosa (entre outras coisas que será bom vocês ouvirem) que os discos podem e devem ser vendidos a 5 euros.
Gostava de ter ouvido, no entanto (ninguém fala disso no debate) a opinião dos músicos sobre a divulgação de música nos blogues (como eu faço, por exemplo). É um assunto que me preocupa e sobre o qual tenho ouvido muito poucas opiniões dos próprios músicos. Será que tenho de pagar direitos? O problema é que eu não ganho nada com isto. No dia que me disserem que tenho de pagar para divulgar, acaba-se a música no Mug Music. Até lá...
Debate TSF sobre direitos de autor
Debate com Pedro Abrunhosa e Luís Sampaio (músicos) e Lucas Serra (advogado da SPA).
Diz o Pedro Abrunhosa (entre outras coisas que será bom vocês ouvirem) que os discos podem e devem ser vendidos a 5 euros.
Gostava de ter ouvido, no entanto (ninguém fala disso no debate) a opinião dos músicos sobre a divulgação de música nos blogues (como eu faço, por exemplo). É um assunto que me preocupa e sobre o qual tenho ouvido muito poucas opiniões dos próprios músicos. Será que tenho de pagar direitos? O problema é que eu não ganho nada com isto. No dia que me disserem que tenho de pagar para divulgar, acaba-se a música no Mug Music. Até lá...
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Música na net,
Música na rádio,
Sobre música...
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Grandes...
Grande filme de um grande realizador, grande fotografia, grandes actores e, claro, grande música, feita por um grande músico, Stewart Copeland. Para a maioria um dos louros dos Police, para mim um dos grandes bateristas de rock, talvez mesmo o meu preferido... talvez.
Talvez o filme que gostei mais de ver até hoje... talvez.
Talvez o filme que gostei mais de ver até hoje... talvez.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Citações...
"Rhythm section consists of four people. Edge is all four, eh eh... and more!"
(B.B. King sobre The Edge, dos U2)
(B.B. King sobre The Edge, dos U2)
A canção que os U2 gostavam de ter escrito...
A afirmação não é minha, ok?
Ora ouçam:
Não está muito bem cantado, pois não?
E até mal ensaiado, não é?
Pois é. Está espectacular!
Ora ouçam:
Não está muito bem cantado, pois não?
E até mal ensaiado, não é?
Pois é. Está espectacular!
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Música nova, boa... e barata!
Quem aqui chegou hoje, é capaz de ter reparado que estava uma música a tocar sem qualquer referência da minha parte. Pronto! Cá está ela agora.
O disco em (grande) apreço trata-se de "Lunar", do projecto de José Peixoto, El Fad. É a edição 001 da Editora JACC (Jazz Ao Centro) Records e, embora não haja nenhuma referência no disco que o comprove, saiu em 2010.
A formação, de luxo, envolve José Peixoto - guitarra; Carlos Zíngaro - violino; Miguel Leiria Pereira - contrabaixo, António Quintino - contrabaixo e José Salgueiro - percussão. Com gente assim, é sempre uma compra segura, por certo. No caso, vinha "acoplado" com a revista "Jazz.pt" de Julho/Agosto pela módica quantia de 10€. Ou seja, comprei um grande disco bem barato e ainda me deram uma revista à borla!
Aqui está então (aí no "tocador" à direita), a música que fecha o CD:
"Na esquina, à espreita"
Artista: El Fad
Álbum: Lunar
O disco em (grande) apreço trata-se de "Lunar", do projecto de José Peixoto, El Fad. É a edição 001 da Editora JACC (Jazz Ao Centro) Records e, embora não haja nenhuma referência no disco que o comprove, saiu em 2010.
A formação, de luxo, envolve José Peixoto - guitarra; Carlos Zíngaro - violino; Miguel Leiria Pereira - contrabaixo, António Quintino - contrabaixo e José Salgueiro - percussão. Com gente assim, é sempre uma compra segura, por certo. No caso, vinha "acoplado" com a revista "Jazz.pt" de Julho/Agosto pela módica quantia de 10€. Ou seja, comprei um grande disco bem barato e ainda me deram uma revista à borla!
Aqui está então (aí no "tocador" à direita), a música que fecha o CD:
"Na esquina, à espreita"
Artista: El Fad
Álbum: Lunar
domingo, 17 de outubro de 2010
Sintra Misty
Ora aqui está um festival com termos: boas salas, gente asseada e, principalmente, boa música. Em princípio todas as condições para nada poder correr mal. Nada? Bom, não será tanto assim, mas quase.
Nem era para ter ido. Decidi-me à última hora, mais por causa dos nomes portugueses do que dos estrangeiros o que, só por si, já se pode considerar um bom começo. Nunca tinha visto Mazgani nem Foge Foge Bandido em palco e a proposta de Tó Trips despertou-me algum interesse. Lloyd Cole, Joan as Police Woman e Mark Kozelek também interessavam. Sexta-Feira à tarde telefonei, confirmei que ainda havia bilhetes e lá fui. Confrontado com a vasta oferta e os meus escassos recursos, acabei por optar por Mazgani e Tó Trips no primeiro dia e Foge Foge Bandido e Mark Kozelec no segundo. Quatro concertos por 20 €. Não é muito caro, eu é que ganho pouco.
Sexta-Feira, 15 de Outubro de 2010
Mazgani
A música de Mazgani é boa música. Quem conhece concordará, por certo. Nesta versão "Misty" a banda foi reduzida a trio, com voz, duas guitarras, contrabaixo e caixa de madeira. Com esta formação, o ambiente da sala e a reverberação ostensiva das guitarras, as canções de Mazgani adquirem um ambiente mais denso do que as versões do disco tornando-as, na minha opinião, talvez ainda mais interessantes. Com acompanhantes discretos e competentes, Mazgani entregou-se à função com dedicação, fazendo um excelente concerto. Único senão: a certa altura, Mazgani terá sentido falta de reacção mais entusiástica do público e foi lançando pequenas provocações de quando em quando, acabando mesmo o concerto a andar por cima das cadeiras do auditório num apelo, nas palavras do próprio, "muita Rock'n'roll".
Caro Mazgani: gostei imenso do concerto, lamento se interagi pouco contigo mas o ambiente convidava mais à introspecção do que ao "mosh". Mas também te digo que com provocações, daqui não levas nada. Ficamos assim agora e da próxima vez se verá.
Tó Trips / Tiago Gomes / Raquel Castro - On The Road (homenagem a Jack Kerouac)
Não foi bem um concerto. No estrangeiro chamam-lhe uma sessão de "spoken word". Tiago Gomes lia excertos de "Pela estrada fora" (On the road) de Jack Kerouac, ora em português, ora em inglês, enquanto Tó Trips em guitarra e efeitos e Raquel Castro (vídeo) providenciavam as bandas sonora e visual para a sessão. O princípio da coisa é interessante mas, com quase uma hora de duração, convém que vá acontecendo algo mais do que uma pessoa a ler com imagens quase paradas num ecrã. A meu ver, faltou vídeo e sobrou voz, ou seja, nunca houve alternância no peso dos três meios intervenientes, a música ficou sempre como fundo, a voz à frente e o vídeo por vezes (muitas) estático. Dei por mim, lá para o meio, a desligar da leitura e do vídeo e a centrar-me unicamente no que fazia Tó Trips, esse sim, tratando de ir oferecendo coisas diferentes à medida do que se passava no resto da sessão, acabando com uma fantástica pequena "jóia" que deixou em "loop" (repetição) no sequenciador depois do fim do espectáculo. Finalmente lá me obriguei a sair e, como as últimas são as que ficam, ficaram muito bem.
Uma pequena nota final para este dia:
Como se teriam passado as coisas se o alinhamento fosse invertido? Porquê a pressa de acabar os concertos? Mazgani tocou pouco mais de 45 minutos. Não se podiam adiar as tais Misty Sessions para um pouco mais tarde e dar mais tempo às bandas? Pensem nisso para a próxima edição do festival, por favor.
Sábado, 16 de Outubro de 2010
Foge Foge Bandido
Normalmente Manuel Cruz não engana e este poderá ter sido (não sei se me está a passar algum mas suponho que me lembraria) o melhor concerto que vi este ano.
Já tinha ouvido várias coisas deste novo projecto, das muitas que o próprio Manuel Cruz vai publicando no seu site e no "tubo" mas em palco todo este mundo de "coisas diferentes" ganha unidade. Esta mistura de coisas tão diferentes como Beatles e Tom Waits, Vaudeville e Zappa, Ornatos (sim, também) e outras tantas manias soa tão bem no contexto da actual música portuguesa como soaram os Mler Ife Dada nos idos anos 80. A "banda" são cinco músicos (contando com o MC), todos eles multi-instrumentistas, todos eles competentes e participativos. Uma pequena falha na leitura do alinhamento por parte de um deles não tirou brilho à prestação e acabou por se tornar num momento bem disposto que serviu, se ainda fosse necessário (não era) para confirmar a "rendição" do público à qualidade do concerto. Podia ter durado mais uma hora que ninguém se importava (mas as "Sessions"...)
Mark Kozelek
As músicas de Mark Kozelek são bonitas, muito bonitas. Mark Kozelek toca muito bem guitarra acústica. O auditório principal do CC Olga Cadaval tem o ambiente ideal para se ouvir o som das canções e da guitarra de Mark Kozelek. Então... porque é que o concerto de Mark Kozelek não correu bem?
Primeiro, não consigo perceber como é que se põe um músico quase desconhecido a tocar a solo depois de um concerto que já se previa que fosse correr como correu o de Foge Foge Bandido, com uma banda forte e "em alta" a tocar para um público que compareceu quase em exclusivo para a ver.
Quando entrei na sala para a segunda parte, tornou-se imediatamente óbvio que a sala cheia do primeiro concerto se transformara em menos de meia-casa para Mark Kozelek. A coisa tornou-se pior quando, à medida que Kozelek desfiava as suas canções melancólicas e sem refrão, a sala se foi tornando cada vez mais vazia. A cada canção que acabava, mais um grupo de pessoas se levantava e saía. Ora Mark Kozelek não é um novato, apercebeu-se do que se passava e... reagiu mal. Decidiu pegar-se com os técnicos da sala, chamou nomes ao pessoal das luzes e começou a sair muito antes do fim do concerto, acabando as canções bruscamente, atingindo o auge da "neura" na última, que não chegou a acabar. Parou de tocar, agradeceu, disse Boa Noite e saiu.
Parece (disseram-me) que não é a primeira vez que Mark Kozelek se porta mal em Portugal. Segundo algumas vozes, o senhor tem mau feitio. Mas desta vez alguém tratou de lhe dar uma ajuda para começar a birra, parece-me a mim.
Mais uma notas:
Já aqui tenho falado várias vezes da questão dos alinhamentos dos concertos com vários artistas. Já aqui protestei contra o facto de as bandas portuguesas terem sempre de tocar antes dos estrangeiros por nenhuma razão especial a não ser o próprio facto de... serem portuguesas e os outros estrangeiros. Neste caso, então, a situação era mais do que óbvia: os Foge Foge Bandido são neste momento uma das bandas que "está a dar" e Mark Kozelec pouco mais é que um desconhecido. Para mim era o nome principal dos Red House Painters mas, para a maioria dos miúdos que estiveram ontem à noite no Olga Cadaval, quem eram os Red House Painters? Há 15 anos atrás muitos ainda andavam de fraldas.
Mais uma vez, senhores produtores de concertos, pensem bem nos alinhamentos. Obrigado.
Nem era para ter ido. Decidi-me à última hora, mais por causa dos nomes portugueses do que dos estrangeiros o que, só por si, já se pode considerar um bom começo. Nunca tinha visto Mazgani nem Foge Foge Bandido em palco e a proposta de Tó Trips despertou-me algum interesse. Lloyd Cole, Joan as Police Woman e Mark Kozelek também interessavam. Sexta-Feira à tarde telefonei, confirmei que ainda havia bilhetes e lá fui. Confrontado com a vasta oferta e os meus escassos recursos, acabei por optar por Mazgani e Tó Trips no primeiro dia e Foge Foge Bandido e Mark Kozelec no segundo. Quatro concertos por 20 €. Não é muito caro, eu é que ganho pouco.
Sexta-Feira, 15 de Outubro de 2010
Mazgani
A música de Mazgani é boa música. Quem conhece concordará, por certo. Nesta versão "Misty" a banda foi reduzida a trio, com voz, duas guitarras, contrabaixo e caixa de madeira. Com esta formação, o ambiente da sala e a reverberação ostensiva das guitarras, as canções de Mazgani adquirem um ambiente mais denso do que as versões do disco tornando-as, na minha opinião, talvez ainda mais interessantes. Com acompanhantes discretos e competentes, Mazgani entregou-se à função com dedicação, fazendo um excelente concerto. Único senão: a certa altura, Mazgani terá sentido falta de reacção mais entusiástica do público e foi lançando pequenas provocações de quando em quando, acabando mesmo o concerto a andar por cima das cadeiras do auditório num apelo, nas palavras do próprio, "muita Rock'n'roll".
Caro Mazgani: gostei imenso do concerto, lamento se interagi pouco contigo mas o ambiente convidava mais à introspecção do que ao "mosh". Mas também te digo que com provocações, daqui não levas nada. Ficamos assim agora e da próxima vez se verá.
Tó Trips / Tiago Gomes / Raquel Castro - On The Road (homenagem a Jack Kerouac)
Não foi bem um concerto. No estrangeiro chamam-lhe uma sessão de "spoken word". Tiago Gomes lia excertos de "Pela estrada fora" (On the road) de Jack Kerouac, ora em português, ora em inglês, enquanto Tó Trips em guitarra e efeitos e Raquel Castro (vídeo) providenciavam as bandas sonora e visual para a sessão. O princípio da coisa é interessante mas, com quase uma hora de duração, convém que vá acontecendo algo mais do que uma pessoa a ler com imagens quase paradas num ecrã. A meu ver, faltou vídeo e sobrou voz, ou seja, nunca houve alternância no peso dos três meios intervenientes, a música ficou sempre como fundo, a voz à frente e o vídeo por vezes (muitas) estático. Dei por mim, lá para o meio, a desligar da leitura e do vídeo e a centrar-me unicamente no que fazia Tó Trips, esse sim, tratando de ir oferecendo coisas diferentes à medida do que se passava no resto da sessão, acabando com uma fantástica pequena "jóia" que deixou em "loop" (repetição) no sequenciador depois do fim do espectáculo. Finalmente lá me obriguei a sair e, como as últimas são as que ficam, ficaram muito bem.
Uma pequena nota final para este dia:
Como se teriam passado as coisas se o alinhamento fosse invertido? Porquê a pressa de acabar os concertos? Mazgani tocou pouco mais de 45 minutos. Não se podiam adiar as tais Misty Sessions para um pouco mais tarde e dar mais tempo às bandas? Pensem nisso para a próxima edição do festival, por favor.
Sábado, 16 de Outubro de 2010
Foge Foge Bandido
Normalmente Manuel Cruz não engana e este poderá ter sido (não sei se me está a passar algum mas suponho que me lembraria) o melhor concerto que vi este ano.
Já tinha ouvido várias coisas deste novo projecto, das muitas que o próprio Manuel Cruz vai publicando no seu site e no "tubo" mas em palco todo este mundo de "coisas diferentes" ganha unidade. Esta mistura de coisas tão diferentes como Beatles e Tom Waits, Vaudeville e Zappa, Ornatos (sim, também) e outras tantas manias soa tão bem no contexto da actual música portuguesa como soaram os Mler Ife Dada nos idos anos 80. A "banda" são cinco músicos (contando com o MC), todos eles multi-instrumentistas, todos eles competentes e participativos. Uma pequena falha na leitura do alinhamento por parte de um deles não tirou brilho à prestação e acabou por se tornar num momento bem disposto que serviu, se ainda fosse necessário (não era) para confirmar a "rendição" do público à qualidade do concerto. Podia ter durado mais uma hora que ninguém se importava (mas as "Sessions"...)
Mark Kozelek
As músicas de Mark Kozelek são bonitas, muito bonitas. Mark Kozelek toca muito bem guitarra acústica. O auditório principal do CC Olga Cadaval tem o ambiente ideal para se ouvir o som das canções e da guitarra de Mark Kozelek. Então... porque é que o concerto de Mark Kozelek não correu bem?
Primeiro, não consigo perceber como é que se põe um músico quase desconhecido a tocar a solo depois de um concerto que já se previa que fosse correr como correu o de Foge Foge Bandido, com uma banda forte e "em alta" a tocar para um público que compareceu quase em exclusivo para a ver.
Quando entrei na sala para a segunda parte, tornou-se imediatamente óbvio que a sala cheia do primeiro concerto se transformara em menos de meia-casa para Mark Kozelek. A coisa tornou-se pior quando, à medida que Kozelek desfiava as suas canções melancólicas e sem refrão, a sala se foi tornando cada vez mais vazia. A cada canção que acabava, mais um grupo de pessoas se levantava e saía. Ora Mark Kozelek não é um novato, apercebeu-se do que se passava e... reagiu mal. Decidiu pegar-se com os técnicos da sala, chamou nomes ao pessoal das luzes e começou a sair muito antes do fim do concerto, acabando as canções bruscamente, atingindo o auge da "neura" na última, que não chegou a acabar. Parou de tocar, agradeceu, disse Boa Noite e saiu.
Parece (disseram-me) que não é a primeira vez que Mark Kozelek se porta mal em Portugal. Segundo algumas vozes, o senhor tem mau feitio. Mas desta vez alguém tratou de lhe dar uma ajuda para começar a birra, parece-me a mim.
Mais uma notas:
Já aqui tenho falado várias vezes da questão dos alinhamentos dos concertos com vários artistas. Já aqui protestei contra o facto de as bandas portuguesas terem sempre de tocar antes dos estrangeiros por nenhuma razão especial a não ser o próprio facto de... serem portuguesas e os outros estrangeiros. Neste caso, então, a situação era mais do que óbvia: os Foge Foge Bandido são neste momento uma das bandas que "está a dar" e Mark Kozelec pouco mais é que um desconhecido. Para mim era o nome principal dos Red House Painters mas, para a maioria dos miúdos que estiveram ontem à noite no Olga Cadaval, quem eram os Red House Painters? Há 15 anos atrás muitos ainda andavam de fraldas.
Mais uma vez, senhores produtores de concertos, pensem bem nos alinhamentos. Obrigado.
Aromas Misty
Não exactamente como foi. Apenas o que há aí pelo "tubo".
Mazgani
Tó Trips / Tiago Gomes / Raquel Castro
Foge Foge Bandido
Mark Kozelek
Mazgani
Tó Trips / Tiago Gomes / Raquel Castro
Foge Foge Bandido
Mark Kozelek
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Mais uma lista parva...
Uma (mais uma) votação do NME (New Musical Express) deu como resultado que a melhor versão de sempre é... "Feeling Good" pelos Muse.
Estas votações pela Internet de listas de tudo e mais alguma coisa não são mais do que um "entretém" para os leitores. O universo não é balizado, por isso entra tudo. Como nunca ninguém ouviu tudo, a coisa não vale muito. Se considerarmos ainda que, num mundo actual que se move a cada vez maior velocidade, a memória tende a ser cada vez mais curta e que as rádios e televisões de hoje padecem cada vez mais de pré-formatação e falta de vistas; se, mais ainda, levarmos em conta a vontade que o ser humano tem de pertencer (mas sendo "diferente", claro) e que afinal o leva a mover-se permanentemente em "rebanho" sem sequer dar por isso, temos o resultado lógico e esperado: a versão mais conhecida da banda mais falada nas rádios. "Feeling Good" - Muse!
Não bastasse isto e o facto de o "original" referido no artigo ser também ele uma versão (não, a música não é da Nina Simone), mesmo não saindo da mesma canção e não conhecendo todas as versões que foram feitas dela, de Michael Bublé a David Hasselhoff passando sei lá por quantos mais, prefiro esta que aí fica a seguir. Eu, que nem sou fã do senhor Coltrane.
Estas votações pela Internet de listas de tudo e mais alguma coisa não são mais do que um "entretém" para os leitores. O universo não é balizado, por isso entra tudo. Como nunca ninguém ouviu tudo, a coisa não vale muito. Se considerarmos ainda que, num mundo actual que se move a cada vez maior velocidade, a memória tende a ser cada vez mais curta e que as rádios e televisões de hoje padecem cada vez mais de pré-formatação e falta de vistas; se, mais ainda, levarmos em conta a vontade que o ser humano tem de pertencer (mas sendo "diferente", claro) e que afinal o leva a mover-se permanentemente em "rebanho" sem sequer dar por isso, temos o resultado lógico e esperado: a versão mais conhecida da banda mais falada nas rádios. "Feeling Good" - Muse!
Não bastasse isto e o facto de o "original" referido no artigo ser também ele uma versão (não, a música não é da Nina Simone), mesmo não saindo da mesma canção e não conhecendo todas as versões que foram feitas dela, de Michael Bublé a David Hasselhoff passando sei lá por quantos mais, prefiro esta que aí fica a seguir. Eu, que nem sou fã do senhor Coltrane.
sábado, 4 de setembro de 2010
The one (disco) that got away
A ideia deste disco apareceu porque o «Em Nome da Vida» não tinha correspondido às nossas expectativas e era necessário pôr alguma coisa cá fora, nem que fosse um single. Então surgiu a ideia de se gravar um disco com duas músicas que entretanto já estavam prontas. À falta de editora, seria a Forum a lançar o disco cuja gravação seria paga pelo grupo e pelo Xico Viana.
O single saiu com dois temas "A tocar a reunir", dedicado à Maria da Fonte e "Não há Três sem Dois" um poema jocoso de amor pastoril a uma mulher chamada Aldina. Passou completamente despercebido
(Manuel Faria em "Trovante por detrás do palco", Pub. D. Quixote, 2002, Lx, Pt)
É um facto!
Algum tempo depois disto (o disco saiu em 79) andou o pessoal à procura dos discos "desaparecidos" do Trovante e, dos confins de algum armazém do PCP e nalgum acaso esquecido na CDL, lá apareceram alguns exemplares do "Em Nome da Vida" e, mais difícil ainda, um único do single "Nuvem Negra". Deste "O Trovante toca a reunir" nem ouvimos falar e, embora nunca tenha visto o Trovante ao vivo com a Né Ladeiras, ainda vi estas duas músicas ao vivo, principalmente o "Não há Três sem Dois", a que eu chamava "Aldina Te vejo".
Entretanto, e procurando coisas da Né Ladeiras para a lista aí em baixo, tropecei há uns dias num download (ilegal, claro) deste single, de cuja existência fui sendo informado ao longo dos anos, como se pode ver aí em cima. Ora, se eu nunca tinha ouvido as versões originais destas músicas, calculo que haja muito mais gente que as desconhece. Considerando que são neste momento impossíveis de comprar, parece-me que a pirataria se afigura muito menos grave e a divulgação se torna muito mais necessária. Aqui ficam então:
"A Tocar a Reunir"
"Não há Três sem Dois"
Artista: Trovante
Single: "O Trovante Toca a reunir"
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Hoje foi dia de...
Né Ladeiras!
Deu-me na pinha, fiz uma busca no "Tubo", encontrei uns videozitos e pumba, nem é tarde nem é cedo, fiz uma listinha automática só com musiquinhas da menina e dos sítios por onde tem passado. Aí em baixo, por favor:
Isto é uma experiência. Vamos lá a ver se resulta.
Deu-me na pinha, fiz uma busca no "Tubo", encontrei uns videozitos e pumba, nem é tarde nem é cedo, fiz uma listinha automática só com musiquinhas da menina e dos sítios por onde tem passado. Aí em baixo, por favor:
Isto é uma experiência. Vamos lá a ver se resulta.
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Baú dos esquecidos,
Música na net,
Nós por cá...,
Vídeo
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Mau gosto com bom gosto se paga
Depois da "vomitavelmente" electrónica versão de "Gone Daddy Gone" dos Violent Femmes "perpetrada" pelos Gnarls Barkley em 2006, decidiram os próprios Violent Femmes retribuir em 2008, com uma versão de "Crazy". No processo aproveitaram para dar (na minha muito parcial opinião) uma lição de bom gosto e elegância, melhorando o original. Claro que, depois do massacre desconforme que os ouvintes da Radar tiveram de suportar na altura em que se quis vender o produto Gnarls Barkley, nunca ouvi na mesma rádio esta versão (nem mesmo no "Camaleão de imitação").
Pois é... a cada um as suas "parcialidades".
Pois é... a cada um as suas "parcialidades".
Música de Verão (muito) passado
Pois, está na hora de mudar a musiquinha de entrada aqui do estaminé e, com este calor, veio-me à ideia uma das minhas canções do verão, já não sei se de 86 ou de 87, nos tempos em que a Semi-pirata RUT era a minha estação de rádio prioritária. De cada vez que penso na quantidade de música nova que conheci ouvindo aquela rádio feita por putos universitários (bom... nem todos) sem qualquer preparação profissional e a comparo com o panorama actual... Eh pá! Venham de lá as piratas, que as legais são feitas por preguiçosos incompetentes.
Entretanto... fica o Verão em música tosca mas bem disposta!
"I'm Just Beginning To Live"
Artista: Jonathan Richman & The Modern Lovers
Álbum: Rockin' and Romance
Entretanto... fica o Verão em música tosca mas bem disposta!
"I'm Just Beginning To Live"
Artista: Jonathan Richman & The Modern Lovers
Álbum: Rockin' and Romance
sábado, 21 de agosto de 2010
Ofertas Blitz
É uma maneira de fazer publicidade. Uma boa maneira, se não se deixar a coisa cair em "panelinhas"...
A Blitz 49 trouxe 4 músicas da Maria Clementina e uma dos Andersen Moliere.
Passando à frente o massacre de ser anúncio (ainda por cima de algo tãaaao mau), Maria Clementina surpreendeu agradavelmente, tirando o facto de a "vocalista" ser tão fraquinha. A música tem uma certa piada. Já quanto ao "mistério" das identidades dos músicos da banda, já li muito palpite e no mínimo os vocalistas são pouco menos que óbvios. Cá para mim... é como os óculos do Abrunhosa: eles não querem dizer... não vou alimentar a "campanha". Produção do Nuno Rafael. Nota-se!
Já os Andersen Moliere, vencedores do último Rock Rendez Worten, não tocam mal... não cantam mal... mas começo a ficar farto do registo "Amigos de Gaspar meets Ornatos Violeta". É só uma música. Espero que o resto seja bem diferente.
A Blitz 49 trouxe 4 músicas da Maria Clementina e uma dos Andersen Moliere.
Passando à frente o massacre de ser anúncio (ainda por cima de algo tãaaao mau), Maria Clementina surpreendeu agradavelmente, tirando o facto de a "vocalista" ser tão fraquinha. A música tem uma certa piada. Já quanto ao "mistério" das identidades dos músicos da banda, já li muito palpite e no mínimo os vocalistas são pouco menos que óbvios. Cá para mim... é como os óculos do Abrunhosa: eles não querem dizer... não vou alimentar a "campanha". Produção do Nuno Rafael. Nota-se!
Já os Andersen Moliere, vencedores do último Rock Rendez Worten, não tocam mal... não cantam mal... mas começo a ficar farto do registo "Amigos de Gaspar meets Ornatos Violeta". É só uma música. Espero que o resto seja bem diferente.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Pequenas notas para "Jornalistas"
Não, senhores da TSF, colaborar com David Bowie em "This is not America" não foi a coisa mais importante que Pat Metheny fez na vida (nem a melhor, já agora)!
Mais informação em http://www.patmetheny.com/ (se tiverem paciência para isso, claro...)
Mais informação em http://www.patmetheny.com/ (se tiverem paciência para isso, claro...)
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Continuando...
Para quem não se deu ao trabalho de seguir o "linque" que o Serjom ali deixou, transcrevo uma parte do que lá se pode ler, isto na continuação do assunto da entrada anterior:
(...) Como alguns escreveram em comentários e com acerto, que percentagem, do custo de um CD, por exemplo, reverte realmente para o criador/executante da obra em questão? A que se deve o preço exorbitante de um CD, no mercado, quando nos dias que correm (e já há vários anos) as editoras deixaram em mãos dos artistas a produção com os respectivos custos, de todo o processo de gravação? E quando começaram, a pirataria aferia-se ainda por cifras anedóticas.
Além disso, e para quem não sabe, a fabricação de 1000 Cds, com direitos de autor e capa simples incluídos custa ao produtor pouco mais de 600€, o que significa um custo de 60 cêntimos por unidade. E esta quantia diminui conforme vai aumentando a quantidade de Cds fabricados para um mesmo título.
Digo-o com toda a tranquilidade, pois sou músico e criador de mais de 100 temas registados na SPA, e cobro direitos dos quais não abdico sempre que se vendem discos meus ou quando alguma entidade quer utilizar as minhas criações para fins comerciais. Não apoio a pirataría nem nenhuma actividade delitiva, mas encontro mais depressa atenuantes para um sem abrigo que rouba uma maçã para matar a fome, que para um gestor da banca que vendeu productos financeiros tóxicos. E com isto espero deixar clara a minha linha de pensamento. (...)
(Sergio Castro in "Iblussom")
(...) Como alguns escreveram em comentários e com acerto, que percentagem, do custo de um CD, por exemplo, reverte realmente para o criador/executante da obra em questão? A que se deve o preço exorbitante de um CD, no mercado, quando nos dias que correm (e já há vários anos) as editoras deixaram em mãos dos artistas a produção com os respectivos custos, de todo o processo de gravação? E quando começaram, a pirataria aferia-se ainda por cifras anedóticas.
Além disso, e para quem não sabe, a fabricação de 1000 Cds, com direitos de autor e capa simples incluídos custa ao produtor pouco mais de 600€, o que significa um custo de 60 cêntimos por unidade. E esta quantia diminui conforme vai aumentando a quantidade de Cds fabricados para um mesmo título.
Digo-o com toda a tranquilidade, pois sou músico e criador de mais de 100 temas registados na SPA, e cobro direitos dos quais não abdico sempre que se vendem discos meus ou quando alguma entidade quer utilizar as minhas criações para fins comerciais. Não apoio a pirataría nem nenhuma actividade delitiva, mas encontro mais depressa atenuantes para um sem abrigo que rouba uma maçã para matar a fome, que para um gestor da banca que vendeu productos financeiros tóxicos. E com isto espero deixar clara a minha linha de pensamento. (...)
(Sergio Castro in "Iblussom")
sábado, 7 de agosto de 2010
Afinal não é assim tão difícil de explicar
Um disco como o “Femina” foi um disco insuportavelmente caro, por várias razões, principalmente todas as viagens necessárias para o fazer, o Super 8 e todas as coisas que estiveram envolvidas. É impossível fazer este tipo de discos se depois eles não venderem. Por acaso tive sorte e o disco está a correr bem mas isto acabou por ser uma edição de autor que foi feita entre mim e o meu manager e portanto é, obviamente, um grande investimento. E eu acho que cada vez mais os músicos têm de fazer esses investimentos. No final, lá está… eu prefiro que as pessoas oiçam a minha música do que não a oiçam. Agora… acho que o único momento em que fazer um download é válido, é quando se tem que escolher entre comer e comprar um disco. Assim prefiro que comam e façam o download. Se não é assim, não há razão.
(Paulo Furtado - também conhecido como Legendary Tigerman - em entrevista no programa "A de Autor" da RTP2)
Mai'nada!!!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
No "baú dos esquecidos"...
Corria o ano de 1992, mais um tele-disco realizado pelo José F. Pinheiro.
Alguém se lembra desta "Calmeirona"?
E dos "De Biltres"?
Alguém se lembra desta "Calmeirona"?
E dos "De Biltres"?
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Pequenas notas para "Jornalistas"
Uma obra dividida em três partes, seja ela um álbum de música, um livro, uma peça de teatro ou outra coisa qualquer, não é uma "triologia" mas sim uma trilogia.
domingo, 1 de agosto de 2010
"Air" solos?
Agora há concursos de tudo e mais alguma coisa. Provavelmente, um dos tipos de concurso mais ridículos é o de "Air guitar" em que se tenta tocar guitarra o melhor possível... sem guitarra.
Devo confessar que lá pelos anos setenta a coisa (embora sem concurso) já se fazia (eu próprio, em alturas que não estivesse sozinho em casa), fosse em modo "air guitar", "table keyboard" ou "bucket drums". Mas o que eu e alguns amigos gostávamos mesmo de fazer era "cantar os solos".
Pois decidi pôr aqui alguns solos que a seita "cantava" para vocês também poderem experimentar aí em casa. Eis o primeiro, um dos mais famosos. De quem?...
Devo confessar que lá pelos anos setenta a coisa (embora sem concurso) já se fazia (eu próprio, em alturas que não estivesse sozinho em casa), fosse em modo "air guitar", "table keyboard" ou "bucket drums". Mas o que eu e alguns amigos gostávamos mesmo de fazer era "cantar os solos".
Pois decidi pôr aqui alguns solos que a seita "cantava" para vocês também poderem experimentar aí em casa. Eis o primeiro, um dos mais famosos. De quem?...
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Cool Costello Fest!
É bom haver um festival assim. O Cool Jazz Fest tem muito pouco Jazz mas é um festival diferente, muitos lhe chamarão um Festival para "cotas". Eu chamo-lhe um "Festival de boa música em bom ambiente". E uma excelente oportunidade para "resolver" concertos que estavam em falta. No ano passado foi o James Taylor, este ano Elvis Costello.
Acho que já aqui tinha escrito (ou noutro lado qualquer) que, quando menos espero, tropeço na música de Elvis Costello. É natural que aconteça com um músico que, em mais de trinta anos, já tocou quase tudo com quase toda a gente.
Desta vez Costello chega a Portugal com os Sugarcanes, uma banda de gente ilustre da área do Country/Bluegrass que toca o que for preciso. Formada para tocar o último disco "Secret, Profane & Sugarcane" de 2009, transforma-se quando toca coisas tão diferentes como "I Want You", "Happy" dos Stones ou o inevitável "She" de Aznavour. Quanto a Costello, a boa disposição contagiante, o humor inteligente e a grande experiência de "estrada" juntam-se à qualidade e inspiração musicais servidas por uma voz em grande forma para "entregar" um concerto inesquecível.
No caso de Elvis Costello nem se pode dizer que está visto. Da próxima vez que cá vier, será um concerto completamente diferente, como os anteriores que cá fez foram diferentes deste. Em breve Jerry Douglas e os seus amigos voltarão às suas vidas e Costello inventará outra maneira de se divertir. E de nos divertir a nós também.
Para o Cool Jazz fica o desejo de que um dia percebam que não é boa ideia ter uma plateia de múmias que chegam tardíssimo ao concerto e que acabam por obrigar os músicos a chamar o "povo" lá de trás para vir fazer a festa à frente. Aconteceu com Taylor e aconteceu com Costelo. Será que acontece em todos os concertos? Pensem nisto, senhores "promotores".
E os dois senhores citados, o que pensarão?
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Por enquanto... mas alguns vão desistindo.
"Struck me kinda funny seem kinda funny sir to me
Still at the end of every hard earned day people find some reason to believe"
Still at the end of every hard earned day people find some reason to believe"
sábado, 26 de junho de 2010
As músicas das nossas vidas (15)
A política educacional do país é uma coisa misteriosa, mas não é de agora. Em finais dos anos 70 o governo inventou, para melhor gerir o recém-inventado "numerus clausus", uma aberração chamada "Ano Propedêutico". Consistia em obrigar os alunos saídos dos liceus e da respectiva vida em comunidade a ficar enfiados em casa a ver aulas na televisão. E que más que elas eram!
Lembro-me de toda a gente ter as suas técnicas para ultrapassar o tédio, umas mais imaginativas do que outras. Eu comecei pelo óbvio: fui ao centro de apoio, no meu caso no Filipa de Lencastre, a ver o que dava. Não dava nada. Havia uma professora destacada que mandava o pessoal de volta para casa com a incumbência de estudar muito e nos convidava a voltar se precisássemos de sugestões para conseguir... estudar muito.
A situação requeria um Plano B.
Em breve arranjei a solução ideal: arrancar para casa do meu amigo e ex-colega CP, que estava na mesma situação "ocupacional". Em casa o povo ficava descansado porque eu ia estudar em vez de, como era costume, dormir em frente ao televisor. E estudávamos... muito. O meu amigo era um privilegiado. Tinha uma aparelhagem só dele no quarto e a possibilidade de ir juntando uma respeitável colecção de discos importados. Mais ninguém que eu conhecesse tinha aqueles discos e as manhãs passavam-se a ouvir as novidades e a fazer solos de guitarra por cima de tudo o que tocasse. Foi numa dessas sessões que conheci a Bothy Band, que vos deixo aqui.
O Propedêutico? Com tão bom material de estudo, passei todos os exames, claro!
Lembro-me de toda a gente ter as suas técnicas para ultrapassar o tédio, umas mais imaginativas do que outras. Eu comecei pelo óbvio: fui ao centro de apoio, no meu caso no Filipa de Lencastre, a ver o que dava. Não dava nada. Havia uma professora destacada que mandava o pessoal de volta para casa com a incumbência de estudar muito e nos convidava a voltar se precisássemos de sugestões para conseguir... estudar muito.
A situação requeria um Plano B.
Em breve arranjei a solução ideal: arrancar para casa do meu amigo e ex-colega CP, que estava na mesma situação "ocupacional". Em casa o povo ficava descansado porque eu ia estudar em vez de, como era costume, dormir em frente ao televisor. E estudávamos... muito. O meu amigo era um privilegiado. Tinha uma aparelhagem só dele no quarto e a possibilidade de ir juntando uma respeitável colecção de discos importados. Mais ninguém que eu conhecesse tinha aqueles discos e as manhãs passavam-se a ouvir as novidades e a fazer solos de guitarra por cima de tudo o que tocasse. Foi numa dessas sessões que conheci a Bothy Band, que vos deixo aqui.
O Propedêutico? Com tão bom material de estudo, passei todos os exames, claro!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
As músicas das nossas vidas (14)
Corriam ainda os anos setenta, de vida pacata e aulas vespertinas. Na rádio havia ainda um programa que passava álbuns inteiros, o "Dois Pontos". Muitas manhãs eram gastas em frente ao rádio, de cassete preparada, à espera que fosse anunciado o disco do dia e depois a gravá-lo com todo o cuidado, para que ficasse livre de falas e anúncios.
Foi por essa altura que gravei Evensong dos Amazing Blondel. A cassete desapareceu há muitos anos (talvez mesmo no roubo da Fórnea em 84?) e nunca comprei o disco (as razões do costume).
Hoje reencontrei "Pavan", talvez a canção que fez com que Evensong tivesse resistido à sorte natural de muitas cassetes, depois de ouvidas vezes demais: a regravação.
Hoje já não tenho nenhuma cassete do "Dois Pontos". É pena.
Foi por essa altura que gravei Evensong dos Amazing Blondel. A cassete desapareceu há muitos anos (talvez mesmo no roubo da Fórnea em 84?) e nunca comprei o disco (as razões do costume).
Hoje reencontrei "Pavan", talvez a canção que fez com que Evensong tivesse resistido à sorte natural de muitas cassetes, depois de ouvidas vezes demais: a regravação.
Hoje já não tenho nenhuma cassete do "Dois Pontos". É pena.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
... E depois importamos o Export, pode ser?
Chama-se Portuguese Music Export o projecto que representantes da GDA (cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas) e da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) apresentaram ontem, em audiência, ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. A ideia é criar um organismo que garanta a exportação e internacionalização da música portuguesa - "como já existe na maioria dos países europeus", sublinhou em declarações ao PÚBLICO Pedro Wallenstein, presidente da GDA.
A iniciativa parte das duas associações de gestão de direitos de autor, que já a apresentaram aos ministérios da Cultura e Economia e dos Negócios Estrangeiros, e despertou o interesse de Cavaco Silva, que no seu discurso no 25 de Abril defendeu a necessidade de apostar nas indústrias criativas como uma das vias de saída para a crise.
"Este modelo existe na maior parte dos países europeus e é financiado integralmente pelo orçamento de Estado", explicou ao PÚBLICO Tiago Faden, consultor para o projecto. O que a SPA e a GDA propõem para Portugal é um modelo misto, com algum apoio do Estado (sem esse envolvimento "o projecto não será viável", alertam), mas também financiamento das duas organizações de gestão dos direitos de autor, e ainda a captação de fundos europeus. "Temos tido a noção de que é preciso reinvestir parte dos direitos na própria actividade criativa", explica o responsável da GDA.
Orçamento de meio milhão
Que o modelo resulta, Wallenstein e Faden não têm dúvidas. "O gabinete francês foi criado há 20 anos e hoje tem sete escritórios espalhados pelo mundo, do Rio de Janeiro a Tóquio", diz Faden. Também os países nórdicos apostaram nesta via. A Noruega, por exemplo, criou em 2000 o Music Export Norway, e em 2008 abriu uma delegação em Londres. Espanha e Itália "estão a organizar-se nesse sentido". E existe ainda um European Music Office, uma organização-mãe a nível europeu.
O que a GDA e a SPA propõem é um organismo - com um orçamento anual de meio milhão de euros - que promova a exportação da música portuguesa apoiando digressões internacionais, a participação dos músicos em feiras, eventos e prémios, e a produção de conteúdos internacionais, nomeadamente vídeos. Um trabalho, diz Wallenstein, que pode, e deve, ser feito em coordenação com o AICEP (Agência para o Financiamento e Comércio Externo de Portugal, do Ministério da Economia).
Segundo um estudo da SPA e da GDA, os concertos de música portuguesa no estrangeiro (41 por cento dos quais são de fado) aumentaram de 400 em 2006 para mais de 600 em 2007, tendo sofrido uma quebra de cinco por cento em 2008 e outra maior (mas ainda por quantificar; prevê-se que superior a 15 por cento) em 2009 (sobretudo em Espanha e no Benelux, que representam quase 50 por cento do total de espectáculos). O estudo conclui também que há uma "fraca penetração em três dos principais mercados mundiais: EUA, Inglaterra e Alemanha". "O mercado CPLP é residual e inexplorado."
(http://www.publico.pt/ - 17-06-1020)
Um projecto, por enquanto. Foi apresentado ao governo e ao PR (o que já é mais do que normalmente se consegue) mas nada garante que consiga os apoios necessários.
Quanto ao projecto em si, parece-me uma excelente ideia. Não me agrada este tipo de economia em que vivemos mas ainda me agrada menos a falta de oportunidades que os músicos têm para mostrar o seu trabalho e, já agora, para viver dele. O Estado Português quer que se aposte na exportação. Ora então haja quem se mexa para o obrigar a fazer o necessário para que isso aconteça.
Dizia eu que me parece uma excelente ideia, mas devo dizer que acho que não chega. O apoio à exportação é importante mas torna-se inoperante se não tivermos nada para exportar. Há ainda muito caminho a percorrer no que toca à criação de condições para que os músicos consigam divulgar o que fazem cá dentro. A verdade é que, se ninguém souber que existes, ninguém te exporta para lado nenhum. O perigo é, pelo menos numa primeira fase, serem os "do costume" a aproveitar as oportunidades de internacionalização.
A minha esperança (ténue, no entanto) é que, uma vez o projecto em execução e com resultados visíveis, o apoio do Estado se estenda ao próprio país, por exemplo com a criação de condições para o surgimento de novas escolas de música, de técnicos e de construtores de instrumentos, novos estúdios, novos recintos e salas para concertos e ensaios, mais divulgação nas rádios e televisões (para que serve o serviço público?), mais visibilidade na imprensa... se calhar o que falta nem é assim tanto. Mais do que subsidiar tudo e mais alguma coisa, parece que é preciso estimular o arranque. Dizem as teorias económicas básicas que o mercado se alimenta a si próprio e que, criando a procura se estimula a oferta... se acreditarmos no mercado, claro.
Por uma questão de justiça, nem sou muito a favor de proteccionismos. Mas convenhamos que, de momento, a música e os músicos portugueses não tem nem o básico que lhes permita competir em condições com o que vem de fora... a não ser que se tenha amigos numa qualquer produtora de novelas. Aí trepa-se num instante aos primeiros lugares dos "topes". Curioso, não?
A iniciativa parte das duas associações de gestão de direitos de autor, que já a apresentaram aos ministérios da Cultura e Economia e dos Negócios Estrangeiros, e despertou o interesse de Cavaco Silva, que no seu discurso no 25 de Abril defendeu a necessidade de apostar nas indústrias criativas como uma das vias de saída para a crise.
"Este modelo existe na maior parte dos países europeus e é financiado integralmente pelo orçamento de Estado", explicou ao PÚBLICO Tiago Faden, consultor para o projecto. O que a SPA e a GDA propõem para Portugal é um modelo misto, com algum apoio do Estado (sem esse envolvimento "o projecto não será viável", alertam), mas também financiamento das duas organizações de gestão dos direitos de autor, e ainda a captação de fundos europeus. "Temos tido a noção de que é preciso reinvestir parte dos direitos na própria actividade criativa", explica o responsável da GDA.
Orçamento de meio milhão
Que o modelo resulta, Wallenstein e Faden não têm dúvidas. "O gabinete francês foi criado há 20 anos e hoje tem sete escritórios espalhados pelo mundo, do Rio de Janeiro a Tóquio", diz Faden. Também os países nórdicos apostaram nesta via. A Noruega, por exemplo, criou em 2000 o Music Export Norway, e em 2008 abriu uma delegação em Londres. Espanha e Itália "estão a organizar-se nesse sentido". E existe ainda um European Music Office, uma organização-mãe a nível europeu.
O que a GDA e a SPA propõem é um organismo - com um orçamento anual de meio milhão de euros - que promova a exportação da música portuguesa apoiando digressões internacionais, a participação dos músicos em feiras, eventos e prémios, e a produção de conteúdos internacionais, nomeadamente vídeos. Um trabalho, diz Wallenstein, que pode, e deve, ser feito em coordenação com o AICEP (Agência para o Financiamento e Comércio Externo de Portugal, do Ministério da Economia).
Segundo um estudo da SPA e da GDA, os concertos de música portuguesa no estrangeiro (41 por cento dos quais são de fado) aumentaram de 400 em 2006 para mais de 600 em 2007, tendo sofrido uma quebra de cinco por cento em 2008 e outra maior (mas ainda por quantificar; prevê-se que superior a 15 por cento) em 2009 (sobretudo em Espanha e no Benelux, que representam quase 50 por cento do total de espectáculos). O estudo conclui também que há uma "fraca penetração em três dos principais mercados mundiais: EUA, Inglaterra e Alemanha". "O mercado CPLP é residual e inexplorado."
(http://www.publico.pt/ - 17-06-1020)
Um projecto, por enquanto. Foi apresentado ao governo e ao PR (o que já é mais do que normalmente se consegue) mas nada garante que consiga os apoios necessários.
Quanto ao projecto em si, parece-me uma excelente ideia. Não me agrada este tipo de economia em que vivemos mas ainda me agrada menos a falta de oportunidades que os músicos têm para mostrar o seu trabalho e, já agora, para viver dele. O Estado Português quer que se aposte na exportação. Ora então haja quem se mexa para o obrigar a fazer o necessário para que isso aconteça.
Dizia eu que me parece uma excelente ideia, mas devo dizer que acho que não chega. O apoio à exportação é importante mas torna-se inoperante se não tivermos nada para exportar. Há ainda muito caminho a percorrer no que toca à criação de condições para que os músicos consigam divulgar o que fazem cá dentro. A verdade é que, se ninguém souber que existes, ninguém te exporta para lado nenhum. O perigo é, pelo menos numa primeira fase, serem os "do costume" a aproveitar as oportunidades de internacionalização.
A minha esperança (ténue, no entanto) é que, uma vez o projecto em execução e com resultados visíveis, o apoio do Estado se estenda ao próprio país, por exemplo com a criação de condições para o surgimento de novas escolas de música, de técnicos e de construtores de instrumentos, novos estúdios, novos recintos e salas para concertos e ensaios, mais divulgação nas rádios e televisões (para que serve o serviço público?), mais visibilidade na imprensa... se calhar o que falta nem é assim tanto. Mais do que subsidiar tudo e mais alguma coisa, parece que é preciso estimular o arranque. Dizem as teorias económicas básicas que o mercado se alimenta a si próprio e que, criando a procura se estimula a oferta... se acreditarmos no mercado, claro.
Por uma questão de justiça, nem sou muito a favor de proteccionismos. Mas convenhamos que, de momento, a música e os músicos portugueses não tem nem o básico que lhes permita competir em condições com o que vem de fora... a não ser que se tenha amigos numa qualquer produtora de novelas. Aí trepa-se num instante aos primeiros lugares dos "topes". Curioso, não?
sábado, 12 de junho de 2010
Não havia necessidade...
Costuma dizer-se que, em arte, todas as abordagens são válidas. Até me inclino a acreditar na veracidade da informação. Mas depois vejo coisas...
Estava eu aqui a fazer sabe-se-lá-o-quê no computador quando, vindo das minhas costas, me chegou um som algo familiar. Conferindo, confirmei a suspeição. Tratava-se do filme "jovem" Across The Universe no canal MOV. Por alto, trata-se de pegar em meia dúzia de putos, chamar-lhes nomes de canções dos Beatles e arranjar um monte de situações desgarradas e desinteressantes com o pretexto de "enfiar" músicas dos "quatro de Liverpool" pelo filme fora, onde quer que "caibam".
Dizia eu que, sendo as abordagens todas válidas, tenho de dizer que este filme é das coisas mais deprimentes que vi fazer até hoje com a obra dos Beatles. E não vi assim tão poucas.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Nós por cá... em video... Carlos Barretto Trio
"Bons em qualquer parte do Mundo".
É uma frase feita, uma daquelas que se usam muito em Portugal. Na verdade revela de nós a necessidade que temos de elevar o que não é reconhecido cá "em casa" ao nível de habitantes de outras casas que tratam melhor os seus.
Dando uma vista de olhos aos currículos (sim, a palavra existe em português) de Carlos Barretto, Mário Delgado e José Salgueiro, facilmente percebemos que a "internacionalização" não lhes é estranha e que, se não é mais frequente, isso só acontece certamente por vontade própria. E porque não? Há anos que o venho dizendo (com a pouca vergonha que o meu pouco saber do assunto me permite): o Jazz português tem algo de diferente do resto e grandes músicos. Não serão ainda tantos como poderiam ser mas, considerando o espaço que têm para se mover, diria que não estamos nada mal. Cresçam as condições que os bons músicos aparecem. E, já agora, parem de esconder os discos de Jazz portugueses nas lojas de discos. Obrigado!
Este vídeo, realizado por João Pinto, já é de 2002. Mas nunca é tarde para mostrar o que é bom, certo?
É uma frase feita, uma daquelas que se usam muito em Portugal. Na verdade revela de nós a necessidade que temos de elevar o que não é reconhecido cá "em casa" ao nível de habitantes de outras casas que tratam melhor os seus.
Dando uma vista de olhos aos currículos (sim, a palavra existe em português) de Carlos Barretto, Mário Delgado e José Salgueiro, facilmente percebemos que a "internacionalização" não lhes é estranha e que, se não é mais frequente, isso só acontece certamente por vontade própria. E porque não? Há anos que o venho dizendo (com a pouca vergonha que o meu pouco saber do assunto me permite): o Jazz português tem algo de diferente do resto e grandes músicos. Não serão ainda tantos como poderiam ser mas, considerando o espaço que têm para se mover, diria que não estamos nada mal. Cresçam as condições que os bons músicos aparecem. E, já agora, parem de esconder os discos de Jazz portugueses nas lojas de discos. Obrigado!
Este vídeo, realizado por João Pinto, já é de 2002. Mas nunca é tarde para mostrar o que é bom, certo?
sábado, 5 de junho de 2010
Um par de... sugestões.
Duas sugestões para duas maneiras diferentes de ouvir música no pc, enquanto se faz outra coisa qualquer, vindas de dois músicos que tocam "a mesma música" em instrumentos diferentes (Rui Azul e Minnemann):
Uma barra de ferramentas (em computadorês: "toolbar") que nos permite ouvir Jazz do melhor (mas não só, é só procurar outras músicas, que também se encontra). É ir ao site http://jazzradiotoolbar.com/ e seguir as instruções. É fácil, é rápido e, tendo instalado a versão para Firefox, posso afirmar que o anti-virus não manifestou a presença de qualquer "spyware" (acabou por manifestar essa presença algumas actualizações mais tarde, embora eu não possa garantir que tenha tido a ver com esta instalação).
A outra sugestão é um site onde basta procurar o que se quer ouvir e, em segundos, ele encontra (quase) tudo. Também memoriza tudo o que ouvimos, dá a opção de fazer listas de reprodução e ainda sugere outras listas (aí já o gosto é um bocado discutível) . Fica em http://listen.grooveshark.com/ e merece pelo menos uma visita.
Atenção: A toolbar da Jazz Internet Radio requer instalação. Convém certificarem-se (como sempre) que não implica quebras na segurança dos pc's. No meu caso, acabei por desinstalar.
Atenção: A toolbar da Jazz Internet Radio requer instalação. Convém certificarem-se (como sempre) que não implica quebras na segurança dos pc's. No meu caso, acabei por desinstalar.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Pata... lenta???
A primeira vez que vi o Norberto Lobo tocar foi no programa do JP Simões "KM0" e pensei: "Ora aí está a razão de se fazerem programas de música portuguesa". A verdade é que já lá vão quase dois anos e dois discos e ainda pouca gente conhece Norberto Lobo.
Por mim, ontem foi um dos poucos dias de compra de música que tenho em cada ano e, claro, aproveitei para comprar o mais recente CD, por sinal já de 2009 (cada vez menos consigo comprá-los "quentinhos"), de seu nome "Pata Lenta".
Se o nome do álbum me sugere uma alusão humorística a Eric Clapton (Slowhand), já o som é muito mais chegado a músicos como John Fahey (referência assumida), Leo Kottke ou Ry Cooder, se bem que menos "americano", ao que também não será estranho o fascínio (também assumido) de Norberto Lobo pela música de Carlos Paredes. Mais ou menos como passear de Cadillac pelos "Grandes Espaços"... do Alentejo.
Pata Lenta é um álbum crú, gravado "em vivo", como se de um concerto se tratasse, e assumindo todo o processo como tal. Há uma ou outra falha, sim, mas isso também torna a coisa mais "real". Não é o caso, mas tudo se podia passar aqui na sala... ou em qualquer lado. Basta pô-lo a tocar. Foi o que fiz.
"Sra. do Monte"
Artista: Norberto Lobo
Álbum: Pata Lenta
sábado, 1 de maio de 2010
Para o 1º de Maio...
Ainda antes de andar por aí a ser (mal) recitado a toda a hora a pontos de já fartar, o poema "Calçada de Carriche" de António Gedeão teve uma versão em canção, com música de José Niza e cantada por Carlos Mendes.
Uma amiga minha escolheu-o para celebrar o 1º de Maio mas não conhecia a canção. Ora, se há uma pessoa que não conhecia, com certeza haverá outras. E assim sempre se fica com uma memória auditiva do poema mais... como direi?... agradável.
Aqui tens, T.
"Calçada de Carriche"
Artista: Carlos Mendes
Uma amiga minha escolheu-o para celebrar o 1º de Maio mas não conhecia a canção. Ora, se há uma pessoa que não conhecia, com certeza haverá outras. E assim sempre se fica com uma memória auditiva do poema mais... como direi?... agradável.
Aqui tens, T.
"Calçada de Carriche"
Artista: Carlos Mendes
segunda-feira, 19 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
David Fonseca ao vivo: Investimento seguro!
Sabe-se que não sou fã de grande espalhafato em concertos. Não porque não goste de um bom espectáculo mas porque, muitas vezes, me parece um exagero o que se gasta para "construir" ambiente em redor do que realmente importa: a música. No caso do David Fonseca, fico sempre com a ideia de que todo aquele aparato cénico é relativamente barato e que o maior consumo é feito em algo que não tem valor monetário palpável: a imaginação. Disso não falta por ali, e quem ganha é o público dos concertos. Conclusão: não é preciso um milhão para fazer bem. Muitas vezes nem chega, se é que me entendem.
Na verdade gostei um pouco mais do conceito geral de há dois anos e até do próprio concerto. Mas também é verdade que gosto mais do "Dreams in Colour" do que do "Between Waves", que comprei o outro e não tenho este e pode ser aí que reside a explicação para esta pequena diferença.
Quanto à festa deste ano, teve de tudo como é costume e abrangeu todo o perímetro do Coliseu, entre aparições de "Mariachis" num camarote, correrias pelos corredores em directo para os ecrãs e até uma pseudo-sessão de DJ directamente da Tribuna Presidencial (esta última devo dizer que eu e os meus frágeis ouvidos teríamos dispensado), grandes versões (sempre os anos 80...) e até fogo de artifício. A banda é quase a mesma, menos a Rita, mas a qualidade continua a ser garantida sem problemas. Francisca Cortesão denota ainda alguma timidez mas é eficaz e, se não fez esquecer Rita Redshoes, também aí não ficámos a perder porque a menina dos sapatos vermelhos fez uma visitinha para cantar "Hold Still" e "Handle With Care" dos Traveling Wilburys, para mim o momento da noite (para a maioria do público, desconfio que nem por isso...).
E o que é que fica disto tudo? Basicamente que David Fonseca não tem, de momento, ponto de comparação em Portugal em termos de conceito cénico para um concerto de música. Ora, se a música também nem é nada má, antes pelo contrário...
Venha o próximo!
quarta-feira, 24 de março de 2010
Eis a resposta!
Alguém se lembra do último disco de Blues feito em Portugal? Puxando aqui pela cabeça (a informação na net é pouco mais que nula), tirando a edição privada dos No Secrets do João Allain e a edição online da Nobody's Bizness Blues Band (tenho cá os dois), a última edição de Blues "mesmo blues" (da Go Graal só talvez o primeiro disco caiba nesta categoria) é mesmo capaz de ser... o outro disco de Minnemann (Bluindo, 1980)!
Desejando ardentemente que me desmintam e me apresentem outro disco de Blues gravado por cá nos últimos 30 anos, apresento-vos o novo disco da Minnemann Blues Band, "Blues 88 - Live at Hot Five Jazz & Blues Club". Desta vez não há Rui Veloso, mas os músicos presentes, para além de levarem todos uns bons anos de "tarimba" ainda são, neste género e noutros, do melhor que se encontra pelo país. A saber:
WOLFRAM MINNEMANN - piano, voz
RUI AZUL - sax tenor, flauta, percussão
ANTONIO MÃO de FERRO - guitarra, voz
MANUZÉ - baixo
RUI CENOURA FERRAZ - bateria
Tenho andado a ouvir o disco nos últimos dias e devo dizer que gosto. Bastante. Mesmo muito. Razões, várias!
Primeiro, não é um disco de standards. As músicas são quase todas (menos duas) do próprio Minnemann. Logo aqui a vantagem de não ter de ouvir "as do costume".
Segundo parece, o Blues tem bastantes sub-géneros. Ouvindo "Blues 88" passamos por vários. Se acham que o Blues é "sempre a mesma coisa", comprem e ouçam. São capazes de ser surpreendidos.
Um dos grandes trunfos da Minnemann Blues Band é a secção rítmica. Certinhos que nem metrónomos (não esquecer que é um disco ao vivo), Rui 'Cenoura' Ferraz e Manuzé nunca perdem o balanço. Devaneios rítmicos balizados, ordem para "abanar (moderadamente) o capacete" (e o mais que apetecer).
A outra grande vantagem é ter três instrumentos solistas. O piano de Minnemann, o sax do Rui Azul e a guitarra de António Mão de Ferro cruzam-se, ora em apontamentos de resposta mútua, ora em frases colectivas, ora em solos bem construídos e inspirados.
No geral é um excelente disco de blues, o melhor de todos os que aqui tenho feitos em Portugal (minha opinião, claro). Haveria uma ou outra coisa que poderia ter saído melhor? Sim. O som geral podia estar um pouco melhor, assim como alguns pormenores de equilíbrio sonoro entre instrumentos mas se considerarmos que foi gravado ao vivo num clube durante uma única noite, teremos de concluir que o resultado é muito mais que satisfatório (e de muito melhor qualidade do que outro que aqui tenho e que foi gravado em estúdio).
Para esclarecer quaisquer dúvidas, façam favor de comprar o disquinho. Mais informação em http://minnemannbluesband.blogspot.com/
Deixo aqui uma a tocar, se me permitem
"Relax Your Mind"
Artista: Minnemann Blues Band
álbum: Blues 88 - Live at Hot Five Jazz & Blues Club
segunda-feira, 22 de março de 2010
S.A.R.L. - Sociedade Artistica e Recreativa Lusitana
No final da década de 70 do século passado, a decadência do Festival da Canção era já evidente.
Pelo meio da tristeza geral havia gente que conseguia manter-nos bem dispostos por 3 minutos e pouco em cada edição.
Os S.A.R.L. eram Pedro Osório, Carlos Alberto Moniz e Samuel. Das coristas (promovidas a figuras de frente de um ano para o seguinte) consigo identificar a Maria do Amparo em 1979 e a Helena Isabel em 1980. Alguém sabe quem são as outras?
Eis os vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=uUZBaDf26fQ
http://www.youtube.com/watch?v=655m9Of4bbM
Pelo meio da tristeza geral havia gente que conseguia manter-nos bem dispostos por 3 minutos e pouco em cada edição.
Os S.A.R.L. eram Pedro Osório, Carlos Alberto Moniz e Samuel. Das coristas (promovidas a figuras de frente de um ano para o seguinte) consigo identificar a Maria do Amparo em 1979 e a Helena Isabel em 1980. Alguém sabe quem são as outras?
Eis os vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=uUZBaDf26fQ
http://www.youtube.com/watch?v=655m9Of4bbM
terça-feira, 9 de março de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
Estas coisas da memória...
Sou capaz de me esquecer de coisas que me pediram há minutos. Parece que é normal, não me preocupa minimamente.
Da mesma maneira sou capaz de me lembrar de um monte de coisas de que já ninguém tem memória, ao ponto de me surpreender a mim próprio e irritar os meus amigos. Não tenho culpa. É assim que sou e às vezes até tem mesmo bastante piada.
Como hoje.
Andava eu pelo "tubo" como de costume e "tropecei" num vídeo com aspecto "idoso". O nome da música e do intérprete não me diziam absolutamente nada e só "entrei" porque estava em modo "recordação" e aquilo parecia mesmo velho. Menos de um minuto depois toda a melodia e letra desfilavam livres e sem erros pelo meu cérebro ilustrados por uma muito agradável imagem... da piscina do Campo Grande.
Vá-se lá entender estas coisas...
http://www.youtube.com/watch?v=jo0PCt7E2pI
Da mesma maneira sou capaz de me lembrar de um monte de coisas de que já ninguém tem memória, ao ponto de me surpreender a mim próprio e irritar os meus amigos. Não tenho culpa. É assim que sou e às vezes até tem mesmo bastante piada.
Como hoje.
Andava eu pelo "tubo" como de costume e "tropecei" num vídeo com aspecto "idoso". O nome da música e do intérprete não me diziam absolutamente nada e só "entrei" porque estava em modo "recordação" e aquilo parecia mesmo velho. Menos de um minuto depois toda a melodia e letra desfilavam livres e sem erros pelo meu cérebro ilustrados por uma muito agradável imagem... da piscina do Campo Grande.
Vá-se lá entender estas coisas...
http://www.youtube.com/watch?v=jo0PCt7E2pI
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Versões de... versões...???
Andava eu pelo Myspace à procura de saber mais um bocadinho sobre a música que se faz em Portugal, quando dei de caras com um dueto dos EZ Special com o Paulo Gonzo que faz parte do último álbum dos primeiros. Até estava um bocado distraído a fazer outras coisas enquanto ouvia, quando algo me fez dar atenção à canção: a letra do refrão. Eu conhecia muito bem aquilo, mas noutra língua (foi a primeira vez que reparei que ouço música com tradução automática, será grave?). Era um facto! A letra do refrão era uma tradução quase literal do Lookin' For A Love do Neil Young (que devem estar a ouvir agora). Ora vejam (chamo a atenção para as partes a "negrito"):
Segredos (Com Paulo Gonzo)
Ez Special
Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei
Nos seu olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas desta vida
Eu quero esquecer
Pode ser que eu a encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de um bar
Procuro um amor que seja bom para mim
Vou procurar
Eu vou até ao fim
E eu vou trata-la bem
Para que ela não tenha medo
quando começar
A conhecer os meus segredos
Eu procuro um amor
Uma razão para viver
E as feridas desta vida
Eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje
Sem saber o que falar
Mas disfarço e não saio sem ela de lá
Procuro um amor que seja bom para mim
Vou procurar
Eu vou até ao fim
E eu vou trata-la bem
Para que ela não tenha medo
Quando começar
A conhecer os meus segredos
Lookin' For A Love
Neil Young
I've been looking for a lover
But I haven't met her yet
She'll be nothing like
I pictured her to be
In her eyes I will discover
Another reason why
I want to live
and make the best
of what I see.
Where the sun hits the water
And the mountains meet the sand
There's a beach
that I walk along sometimes
And maybe there I'll meet her
And we'll start to say 'hello'
And never stop to think
of any other time.
Looking' for a love
that's right for me
I don't know how long
it's going to be
But I hope I treat her kind
And don't mess with her mind
When she starts to see
the darker side of me.
Ora temos uma estrofe e um refrão traduzidos quase à letra e outra parte diferente do original, sendo que a música, embora com arranjos e algumas diferenças de acordes também não está assim tão diferente, como verão abaixo.
Investigando mais um pouco, percebi que a canção não é dos EZ Special nem eles a reclamam como tal, declarando-a como uma versão de uma canção de... Roberto Frejat, ex-vocalista da conhecida banda brasileira Barão Vermelho. A canção vem no seu primeiro álbum a solo e, embora não tenha conseguido ver os créditos que estão no álbum, todas as fontes que li a atribuem a Frejat (inclusivé a partitura que aparece no site do cantor), menos um artigo de alguém que descobriu o mesmo que eu: Segredos não é mais nem menos do que uma "versão adaptada" de Lookin' For A Love e Roberto Frejat deveria ter dado parte dos créditos (e, consequentemente, dos direitos) a Neil Young.
Como sabem, não tenho nada contra versões. São até uma parte importante da música que aqui ponho a tocar. Mas se querem tocar música de outros dêem-lhes o que é deles.
Quanto aos EZ Special, é óbvio que estão não têm grande coisa a ver com isto. Foram só apanhados no meio. Segundo dizem, quem tem de pagar os direitos é a editora. É sim senhores, digo eu, mas se calhar devia era ir pagá-los a outra conta.
Procurando os videos, não encontrei para o original do Neil Young mas já o devem ter ouvido em fundo. Quanto aos outros, ei-los:
Segredos (Com Paulo Gonzo)
Ez Special
Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei
Nos seu olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas desta vida
Eu quero esquecer
Pode ser que eu a encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de um bar
Procuro um amor que seja bom para mim
Vou procurar
Eu vou até ao fim
E eu vou trata-la bem
Para que ela não tenha medo
quando começar
A conhecer os meus segredos
Eu procuro um amor
Uma razão para viver
E as feridas desta vida
Eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje
Sem saber o que falar
Mas disfarço e não saio sem ela de lá
Procuro um amor que seja bom para mim
Vou procurar
Eu vou até ao fim
E eu vou trata-la bem
Para que ela não tenha medo
Quando começar
A conhecer os meus segredos
Lookin' For A Love
Neil Young
I've been looking for a lover
But I haven't met her yet
She'll be nothing like
I pictured her to be
In her eyes I will discover
Another reason why
I want to live
and make the best
of what I see.
Where the sun hits the water
And the mountains meet the sand
There's a beach
that I walk along sometimes
And maybe there I'll meet her
And we'll start to say 'hello'
And never stop to think
of any other time.
Looking' for a love
that's right for me
I don't know how long
it's going to be
But I hope I treat her kind
And don't mess with her mind
When she starts to see
the darker side of me.
Ora temos uma estrofe e um refrão traduzidos quase à letra e outra parte diferente do original, sendo que a música, embora com arranjos e algumas diferenças de acordes também não está assim tão diferente, como verão abaixo.
Investigando mais um pouco, percebi que a canção não é dos EZ Special nem eles a reclamam como tal, declarando-a como uma versão de uma canção de... Roberto Frejat, ex-vocalista da conhecida banda brasileira Barão Vermelho. A canção vem no seu primeiro álbum a solo e, embora não tenha conseguido ver os créditos que estão no álbum, todas as fontes que li a atribuem a Frejat (inclusivé a partitura que aparece no site do cantor), menos um artigo de alguém que descobriu o mesmo que eu: Segredos não é mais nem menos do que uma "versão adaptada" de Lookin' For A Love e Roberto Frejat deveria ter dado parte dos créditos (e, consequentemente, dos direitos) a Neil Young.
Como sabem, não tenho nada contra versões. São até uma parte importante da música que aqui ponho a tocar. Mas se querem tocar música de outros dêem-lhes o que é deles.
Quanto aos EZ Special, é óbvio que estão não têm grande coisa a ver com isto. Foram só apanhados no meio. Segundo dizem, quem tem de pagar os direitos é a editora. É sim senhores, digo eu, mas se calhar devia era ir pagá-los a outra conta.
Procurando os videos, não encontrei para o original do Neil Young mas já o devem ter ouvido em fundo. Quanto aos outros, ei-los:
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Detesto galas de prémios...
Categoria: MÚSICA
Melhor Canção:
. Se Esta Rua Fosse – Álbum Tasca Beat – O sonho
português, O’QUESTRADA
. Margarida – Álbum Kronus, Cristina Branco
. Tempo para Cantar – Álbum B Fachada, B Fachada
Melhor Disco:
. Space Grace – Dennis González e João Paulo
. SOLO II – António Pinho Vargas
. Luminismo – Ricardo Rocha
Melhor Trabalho Música Erudita:
. Música Portuguesa para um Quarteto – Quarteto
Lopes-Graça, obras de Lopes-Graça e António Victorino
d’Almeida
. Música Contemporânea para Piano – Três
compositores algarvios – João Luís Rosa, obras de
Joaquim Galvão, Cristóvão Silva, Tiago Cutileiro
. Missa Grande – Coro de Câmara de Lisboa, dirigido por
Teresa Gutiérrez, obra de Marcos Portugal
Vencedores:
Melhor Canção:
- Margarida – Álbum Kronus, Cristina Branco
Melhor Disco:
- Space Grace – Dennis González e João Paulo
Melhor Trabalho Música Erudita:
- Música Portuguesa para um Quarteto – Quarteto
Lopes-Graça, obras de Lopes-Graça e António Victorino
d’Almeida
Como vinha dizendo, detesto galas de prémios mas hoje premiou-se música portuguesa muito boa. Assim vale a pena!
... e o Pedro Abrunhosa não vai ser a notícia de amanhã no site da Blitz.
Melhor Canção:
. Se Esta Rua Fosse – Álbum Tasca Beat – O sonho
português, O’QUESTRADA
. Margarida – Álbum Kronus, Cristina Branco
. Tempo para Cantar – Álbum B Fachada, B Fachada
Melhor Disco:
. Space Grace – Dennis González e João Paulo
. SOLO II – António Pinho Vargas
. Luminismo – Ricardo Rocha
Melhor Trabalho Música Erudita:
. Música Portuguesa para um Quarteto – Quarteto
Lopes-Graça, obras de Lopes-Graça e António Victorino
d’Almeida
. Música Contemporânea para Piano – Três
compositores algarvios – João Luís Rosa, obras de
Joaquim Galvão, Cristóvão Silva, Tiago Cutileiro
. Missa Grande – Coro de Câmara de Lisboa, dirigido por
Teresa Gutiérrez, obra de Marcos Portugal
Vencedores:
Melhor Canção:
- Margarida – Álbum Kronus, Cristina Branco
Melhor Disco:
- Space Grace – Dennis González e João Paulo
Melhor Trabalho Música Erudita:
- Música Portuguesa para um Quarteto – Quarteto
Lopes-Graça, obras de Lopes-Graça e António Victorino
d’Almeida
Como vinha dizendo, detesto galas de prémios mas hoje premiou-se música portuguesa muito boa. Assim vale a pena!
... e o Pedro Abrunhosa não vai ser a notícia de amanhã no site da Blitz.
Citando...
"I'm not really one of those people who believes that if you're a musician you can just leave that behind and start getting into politics."
(Damon Albarn)
(Damon Albarn)
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
I gotta... mais que fazer!
Uuuui!
Então não é que o seleccionador parece que escolheu um "hino" estrangeiro para a selecção? Que pouca vergonha!
A propósito: Para que raio é que a selecção precisa de um hino?
Já há uns tempos que venho comentando que o "povo" português está a ficar (apesar de ter muito menos analfabetos) cada vez mais burro, xenófobo e retrógrado. Todos os dias temos notícias de pseudo-polémicas sobre alegadas ofensas à Portugalidade (seja lá isso o que for) e eu não consigo deixar de pensar que as pessoas se ofendem tanto mais quanto... menos gostam do país e de si próprias.
É certo que as razões da indignação variam um pouco consoante as cabeças e, não falando das que movem os "guardiões" do Orgulho Lusitano porque não merecem sequer espaço por aqui, encontramos preocupações um tanto mais "comezinhas" como a tradicional "falta de oportunidades dadas aos músicos portugueses". O Zé Pedro dos Xutos, por exemplo, mostra-se indignado por se ter escolhido uma canção sem qualquer referência estilística que a ligue à música portuguesa e (de certeza para colmatar essa lacuna) propõe que se dê a tarefa de compor um hino para a selecção aos... Buraka Som Sistema (!?!?!?).
Ora, não sabendo muito bem que raio é um "Hino da selecção" (pensava eu que o hino de Portugal era... o hino de Portugal), partamos do princípio de que se está a falar das músicas que, por qualquer razão, acabam por ficar ligadas a determinados eventos futebolísticos e, por consequência, à participação da equipa portuguesa nos mesmos. Sendo assim, que canções têm ocupado esse lugar? Assim de repente, que isto não é assunto para pesquisas, lembro-me de dois anúncios (suponho que da Galp), um que punha os portugueses a empurrar o autocarro da selecção ao som de... Bob Dylan (???) e outro (que tentaram impingir várias vezes com pouco sucesso) que mandava os jogadores jogarem mais e fazerem menos fita (o tal do "menos ais"). Ainda se tentou, antes do europeu de 2004, fazer "pegar" uma canção gritada pela Dulce Pontes, chamada "Amor a Portugal" e composta por... Enio Morricone (!!!). No fim, quem ganhou as honras de canção do Euro 2004 foi aquela que (dizem que) tinha letra portuguesa, era cantada por uma canadiana e tinha (não sei onde) óbvias raízes portuguesas (talvez nos pais da Nelly). Outras tentativas se fizeram de colar músicas à selecção de futebol mas a única que ficou (e a única que ainda hoje se utiliza sempre) foi o célebre "Vamos lá Cambada", composta por Carlos Paião em puro e verdadeiro estilo "bailarico" (vulgo Pimba), cantada por um personagem bêbado e trapaceiro e a incitar à vitória a qualquer preço "nem que seja à pantufada".
Resumindo e concluindo, considerando a história recente, o meu problema não é escolherem um hino estrangeiro. Para mim o que é grave é mesmo alguém querer escolher um "hino", seja ele qual for, para a selecção nacional de futebol.
Já há uns meses que deixei de conseguir ouvir aquela sanfona pseudo-feel-good-song chamada "I Gotta Feeling" e não consigo imaginar-me mais seis meses a levar com aquilo a toda a hora.
Por favor, acabem com aquele "hino". Acabem com o "hino" mas, por favor... não arranjem mais nenhum. Pode ser?... Sim?
Então não é que o seleccionador parece que escolheu um "hino" estrangeiro para a selecção? Que pouca vergonha!
A propósito: Para que raio é que a selecção precisa de um hino?
Já há uns tempos que venho comentando que o "povo" português está a ficar (apesar de ter muito menos analfabetos) cada vez mais burro, xenófobo e retrógrado. Todos os dias temos notícias de pseudo-polémicas sobre alegadas ofensas à Portugalidade (seja lá isso o que for) e eu não consigo deixar de pensar que as pessoas se ofendem tanto mais quanto... menos gostam do país e de si próprias.
É certo que as razões da indignação variam um pouco consoante as cabeças e, não falando das que movem os "guardiões" do Orgulho Lusitano porque não merecem sequer espaço por aqui, encontramos preocupações um tanto mais "comezinhas" como a tradicional "falta de oportunidades dadas aos músicos portugueses". O Zé Pedro dos Xutos, por exemplo, mostra-se indignado por se ter escolhido uma canção sem qualquer referência estilística que a ligue à música portuguesa e (de certeza para colmatar essa lacuna) propõe que se dê a tarefa de compor um hino para a selecção aos... Buraka Som Sistema (!?!?!?).
Ora, não sabendo muito bem que raio é um "Hino da selecção" (pensava eu que o hino de Portugal era... o hino de Portugal), partamos do princípio de que se está a falar das músicas que, por qualquer razão, acabam por ficar ligadas a determinados eventos futebolísticos e, por consequência, à participação da equipa portuguesa nos mesmos. Sendo assim, que canções têm ocupado esse lugar? Assim de repente, que isto não é assunto para pesquisas, lembro-me de dois anúncios (suponho que da Galp), um que punha os portugueses a empurrar o autocarro da selecção ao som de... Bob Dylan (???) e outro (que tentaram impingir várias vezes com pouco sucesso) que mandava os jogadores jogarem mais e fazerem menos fita (o tal do "menos ais"). Ainda se tentou, antes do europeu de 2004, fazer "pegar" uma canção gritada pela Dulce Pontes, chamada "Amor a Portugal" e composta por... Enio Morricone (!!!). No fim, quem ganhou as honras de canção do Euro 2004 foi aquela que (dizem que) tinha letra portuguesa, era cantada por uma canadiana e tinha (não sei onde) óbvias raízes portuguesas (talvez nos pais da Nelly). Outras tentativas se fizeram de colar músicas à selecção de futebol mas a única que ficou (e a única que ainda hoje se utiliza sempre) foi o célebre "Vamos lá Cambada", composta por Carlos Paião em puro e verdadeiro estilo "bailarico" (vulgo Pimba), cantada por um personagem bêbado e trapaceiro e a incitar à vitória a qualquer preço "nem que seja à pantufada".
Resumindo e concluindo, considerando a história recente, o meu problema não é escolherem um hino estrangeiro. Para mim o que é grave é mesmo alguém querer escolher um "hino", seja ele qual for, para a selecção nacional de futebol.
Já há uns meses que deixei de conseguir ouvir aquela sanfona pseudo-feel-good-song chamada "I Gotta Feeling" e não consigo imaginar-me mais seis meses a levar com aquilo a toda a hora.
Por favor, acabem com aquele "hino". Acabem com o "hino" mas, por favor... não arranjem mais nenhum. Pode ser?... Sim?
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Se os meus amigos cinéfilos permitem...
Muito antes de ser conhecido como realizador de filmes, uns milionários, outros de culto, outros milionários de culto, Alan Parker escreveu em 1971 o argumento de um algo obscuro filme (em que ainda fez umas horas de direcção) chamado "Melody" e que eu vi umas duas vezes na televisão, uma em crainça, outra um pouco mais velho.
Pois, dizem os meus amigos (os que nunca ouviram falar dele). E o que é que isso tem de especial, ainda por cima num blogue de música?
Pois é, todos sabemos que o senhor Parker gosta muito de misturar cinema com boa música, como aconteceu por exemplo em The Wall, Birdy, The Commitments ou, vá, Fame e Evita. O que poucos sabem (descobri eu há pouco tempo) é que esse gosto vem desde os primórdios da carreira e começa logo com este "Melody", com uma banda sonora assinada quase na sua totalidade (com a ajuda do arranjador Richard Hewson) pelos Bee Gees (com algumas incursões de valor como "Teach Your Children dos CS&N), no tempo em que os rapazitos ainda não se tinham rendido ao "Disco", às calças apertadinhas (e, consequentemente, ao falsete). A banda sonora inclui mesmo alguns temas que ficaram famosos para os Bee Gees como "To Love Somebody", "First of May" ou "Melody Fair", mas que hoje só gente com bastante "experiência de vida" recorda vagamente.
Deixo-vos com o video de promoção do filme (vulgo trailer) e com o desafio de tentarem encontrar o DVD à venda (isto para quem nunca viu). Se o filme é bom? Da primeira vez gostei muito, da segunda... achei giro.
Alguém se lembra?
(Aposto que há pelo menos uma aí que não me vai deixar ficar mal).
Linque: http://www.youtube.com/watch?v=zb7QKVbxKZI
Pois, dizem os meus amigos (os que nunca ouviram falar dele). E o que é que isso tem de especial, ainda por cima num blogue de música?
Pois é, todos sabemos que o senhor Parker gosta muito de misturar cinema com boa música, como aconteceu por exemplo em The Wall, Birdy, The Commitments ou, vá, Fame e Evita. O que poucos sabem (descobri eu há pouco tempo) é que esse gosto vem desde os primórdios da carreira e começa logo com este "Melody", com uma banda sonora assinada quase na sua totalidade (com a ajuda do arranjador Richard Hewson) pelos Bee Gees (com algumas incursões de valor como "Teach Your Children dos CS&N), no tempo em que os rapazitos ainda não se tinham rendido ao "Disco", às calças apertadinhas (e, consequentemente, ao falsete). A banda sonora inclui mesmo alguns temas que ficaram famosos para os Bee Gees como "To Love Somebody", "First of May" ou "Melody Fair", mas que hoje só gente com bastante "experiência de vida" recorda vagamente.
Deixo-vos com o video de promoção do filme (vulgo trailer) e com o desafio de tentarem encontrar o DVD à venda (isto para quem nunca viu). Se o filme é bom? Da primeira vez gostei muito, da segunda... achei giro.
Alguém se lembra?
(Aposto que há pelo menos uma aí que não me vai deixar ficar mal).
Linque: http://www.youtube.com/watch?v=zb7QKVbxKZI
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Something of "back in the day"...
Mais uma da minha "bso".
FOR EVERYMAN
(Jackson Browne)
Everybody I talk to is ready to leave
With the light of the morning
They've seen the end coming down long enough to believe
That they've heard their last warning
Standing alone
Each has his own ticket in his hand
And as the evening descends
I sit thinking 'bout Everyman
Seems like I've always been looking for some other place
To get it together
Where with a few of my friends I could give up the race
And maybe find something better
But all my fine dreams
Well thought out schemes to gain the motherland
Have all eventually come down to waiting for Everyman
Waiting here for Everyman--
Make it on your own if you think you can
If you see somewhere to go I understand
Waiting here for Everyman--
Don't ask me if he'll show -- baby I don't know
Make it on your own if you think you can
Somewhere later on you'll have to take a stand
Then you're going to need a hand
Everybody's just waiting to hear from the one
Who can give them the answers
And lead them back to that place in the warmth of the sun
Where sweet childhood still dances
Who'll come along
And hold out that strong and gentle father's hand?
Long ago I heard someone say something 'bout Everyman
Waiting here for Everyman--
Make it on your own if you think you can
If you see somewhere to go I understand
I'm not trying to tell you that I've seen the plan
Turn and walk away if you think I am--
But don't think too badly of one who's left holding sand
He's just another dreamer, dreaming 'bout Everyman
Aqui, Jackson Browne em duo acústico com David Lindley, tal como os ouvi pela primeira vez no álbum Bread & Roses, com mais uns anos passados mas ainda com bom aspecto:
FOR EVERYMAN
(Jackson Browne)
Everybody I talk to is ready to leave
With the light of the morning
They've seen the end coming down long enough to believe
That they've heard their last warning
Standing alone
Each has his own ticket in his hand
And as the evening descends
I sit thinking 'bout Everyman
Seems like I've always been looking for some other place
To get it together
Where with a few of my friends I could give up the race
And maybe find something better
But all my fine dreams
Well thought out schemes to gain the motherland
Have all eventually come down to waiting for Everyman
Waiting here for Everyman--
Make it on your own if you think you can
If you see somewhere to go I understand
Waiting here for Everyman--
Don't ask me if he'll show -- baby I don't know
Make it on your own if you think you can
Somewhere later on you'll have to take a stand
Then you're going to need a hand
Everybody's just waiting to hear from the one
Who can give them the answers
And lead them back to that place in the warmth of the sun
Where sweet childhood still dances
Who'll come along
And hold out that strong and gentle father's hand?
Long ago I heard someone say something 'bout Everyman
Waiting here for Everyman--
Make it on your own if you think you can
If you see somewhere to go I understand
I'm not trying to tell you that I've seen the plan
Turn and walk away if you think I am--
But don't think too badly of one who's left holding sand
He's just another dreamer, dreaming 'bout Everyman
Aqui, Jackson Browne em duo acústico com David Lindley, tal como os ouvi pela primeira vez no álbum Bread & Roses, com mais uns anos passados mas ainda com bom aspecto:
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Nothing changes on New Year's day
(...)
And so we are told this is the golden age
And gold is the reason for the wars we wage
Though I want to be with you
Be with you night and day
Nothing changes
On New Year's Day
And so we are told this is the golden age
And gold is the reason for the wars we wage
Though I want to be with you
Be with you night and day
Nothing changes
On New Year's Day
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