sexta-feira, 18 de agosto de 2006
Sátiro, o Gaiteiro!
Andava eu ali metido numa discussão sobre música e músicos portugueses, em que alguém "vociferava" sobre a falta de qualidade da nossa (de cá) música quando, finalmente, na estante da lojita aqui da terra, apareceu o disco novo dos Gaiteiros de Lisboa.
Assim o vi, assim o comprei, o trouxe para casa e me sentei a ouvir. Boa coisa, que logo me esqueci da discussão e me enfardei de riso ao pensar nas enormidades que algumas pessoas conseguem escrever (sim, eu sei que também há quem se ria das que eu escrevo).
Os Gaiteiros de Lisboa conseguem aquela coisa estranha e rara que é provocar a sensação de se estar hoje a ouvir música de ontem que se há-de fazer amanhã.
Pega-se na música "tradicional", em Chamarritas, Fados, "lenga-lengas", Saias e Gaitadas, cita-se Paredes, pisca-se o olho ao Atlântico e mais além, embrulha-se tudo em poemas "estrambólicos", instrumentos "cacofónicos", vozes "impantes", percussões "trambolhantes", arranjos "JoséMárioBranquianos" com berloques "BandaCasaquianos" e competência infalível, enfia-se uma quantidade generosa de beleza por ali dentro, "erudita-se" em viés, "enjazza-se" q.b. e entrega-se ao público na altura exacta em que ele precisa de se convencer que vive num país onde se faz música "muito à frente"! Eu cá gostava de saber fazer coisas assim.
Pronto. Adimito que haja quem não goste. Paciência! Eu também não gosto de gelado de chocolate, que diabo!
"O fim da picada"
Artista: Gaiteiros de Lisboa
Álbum: Sátiro
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