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segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Send 'em home!


Seeger e Springsteen em 1996
Foto: Point Blank Mag

Já lá vão quase 23 anos desde o concerto do Pete Seeger no Pavilhão dos Desportos (hoje Pavilhão Carlos Lopes), data memorável por variadas razões, que eu não vou contar, e mais uma que foi ver o Júlio Pereira a dar um bocadinho de "balanço" ao "velhote".
Nessa altura Seeger tinha já 64 anitos e "dava-lhe bem". Hoje em dia, já pelos 87, ainda canta para os amigos e faz uma ou outra aparição em público para marcar a sua posição em relação adiversos assuntos mas o seu activismo politico-musical há muito que esmoreceu.

Nos últimos tempos, especialmente desde o começo da guerra no Iraque, tem havido um acréscimo de actividade de movimentos anti-guerra nos Estados Unidos, trazendo algumas reminiscências dos movimentos Anti Guerra do Vietname nos anos 60, nos quais Pete Seeger era referência e para os quais compôs e gravou várias canções.

Não poderia, portanto, vir mais a propósito a edição este ano de "We Shall Overcome - The Seeger Sessions", disco em que Bruce Springsteen agarra o testemunho de Seeger e o transporta pelo mundo fora na forma de versões das canções do próprio Pete Seeger interpretadas por uma peculiar "Big Band" que, ao vivo, se tranforma numa festa sem tréguas do princípio ao fim do concerto (o Emigras sabe porque já viu). Eu cá sei porque vi na 2. Afinal, se procurarmos bem, ainda encontramos algo para ver na TV portuguesa (depois da meia-noite, claro).
Se hoje falta a voz a Pete Seeger, esse é um problema de que Springsteen ainda não sofre e é vê-lo a berrar canções de protesto como se não houvesse amanhã.
A quem o acusou de "Americanice exacerbada" por alturas de "Born in the USA", Bruce volta a mostrar que afinal bastava ler as letras das canções com alguma atenção.

A edição especial de "Seeger Sessions" traz uns videos e umas canções extra, entre as quais esta, que Seeger gravou em 1965 a propósito da guerra do Vietname (e mais recentemente, já adaptada ao Iraque, com a ajuda de Billy Bragg, Ani DiFranco e Steve Earle), chamada "Bring'Em Home". Esta versão foi gravada em Paris (não, não foi em Frankfurt) e, na minha opinião, está bastante melhor do que a de estúdio.

É verdade que os americanos têm uma estranha tendência para repetir várias vezes os mesmos erros mas também não é mentira que há por lá uns maduros que chateiam à brava sempre que os presidentes metem o pé na argola. Podem não conseguir grandes mudanças mas calar, também não se calam. Mais ainda o Springsteen. Quando é para berrar também berra bem!

"Bring 'Em Home"
Artista: Bruce Springsteen
(Ao vivo em Paris)

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