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terça-feira, 22 de novembro de 2005

Os apoios do costume.

Palavras não eram escritas e eis que chega a notícia do Festival Atlantic Waves, que começou hoje em Londres.
Trata-se de uma mostra de música portuguesa promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, que vai já no seu quinto ano. Durante oito dias, a capital inglesa vai ter um cheirinho do que é a música feita por portugueses (bem... mais ou menos).

No geral, trata-se de música que se encontra fora dos circuitos do mercado global (música clássica, música improvisada, Jazz, música de dança, fado, etc).

Ao longo dos anos, no entanto, tem vindo a aumentar o "contingente" de música mais comercial. Curiosamente, os grupos mais conhecidos (em Portugal) admitidos até 2004 tinham sido as Raincoats (grupo inglês - !!!???!!! - onde tocava a portuguesa Ana da Silva), os Blasted Mechanism e os The Gift. Este ano essa componente é reforçada com a presença dos Wraygunn, The Legendary Tiger Man, Dead Combo, Fat Freddy e... Ana da Silva, Blasted Mechanism e The Gift.

É evidente que a Fundação Gulbenkian é talvez o maior investidor cultural deste país, que é uma entidade privada e pode fazer o que quiser do dinheiro que tem, mas... não há mais músicos portugueses?

Dito isto, também não me parece que divulgar o "pop-rock" português num evento "elitista" como este traga grandes efeitos no que respeita à divulgação e entrada dos portugueses no mercado de música internacional. Se calhar também não é esse o objectivo. Afinal de contas, até são apresentados como "alternative pop".
É a conversa do costume: são "alternativos" por venderem pouco e vendem pouco porque não têm outra "alternativa".

Resumindo, continuo a pensar que não se vai lá com subsídios nem proteccionismos. Principalmente se os "contemplados" continuarem a ser sempre os mesmos.

Aos músicos só lhes resta fazer música. E já agora que seja boa música. Sempre ajuda um bocadinho. Ou não?

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