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segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Faça favor, caríssimo!


Foto: CDGO

O Belche deixou uma prosa nos comentários que merece maior destaque:

Curioso Clã

Vi pela primeira vez os Clã ao vivo na Expo 98. Tive a imediata sensação, nesse primeiro contacto, de estar na presença de algo verdadeiramente novo na música portuguesa. Havia um espírito de grupo naquele grupo. Mais do que simplesmente vender um produto, sentia-se a vontade de fazer a música pela música.

Desde então tenho acompanhado pari passu a carreira dos Clã, o que me tem feito saltar de ilusão em ilusão, ou melhor, de realidade em realidade. O som e a composição maturaram com o álbum Lustro e atingiram a excelência com o recente Rosa Carne.

Os arranjos das músicas são do melhor que por aí se vê. Quando digo por aí, não me limito à realidade nacional, mas sim a toda a realidade musical que conheço (e já lá vão 38...). Há algo de verdadeiramente único nos arranjos de teclas e, se não único, pelo menos de muito original no baixo picolo. A bateria é discreta mas sublimemente competente. A voz só poderia ser aquela, sem protagonismos excessivos, embora quase sempre presente.

Mesmo nas músicas mais simples ou mais evidentes (não têm muitas, diga-se) há uma preocupação estética de não as fazer caír na vulgaridade, ajeitando um pormenor num acorde, para lhe dar dimensão, ou compensando com um arranjo mais ousado.

Este fim-de-semana vi o recém-lançado DVD “Gordo Segredo”. É mais uma obra de arte dos Clã. Não percam nem por nada.


(Publicado nos comentários em 28-11-2005 por Belche)

Curioso Clã, de facto!
Estava eu procedendo à audição atenta do novo "Vivo" quando chegou este comentário.
No geral, o que foi dito acima sobre o DVD (que ainda não vi) aplica-se também ao CD com uma diferença: falta a imagem.
Em termos estritamente musicais, dificilmente este disco poderia ser melhor. Há, aqui e ali, um ou outro pequeno exagero nos "adornos" das teclas mas admito que seja "defeito de guitarrista" (esta é uma velha divergência entre mim e o Belche que não tem nada a ver com os Clã). No entanto, sendo um disco ao vivo, tem o grande defeito de todos os discos ao vivo de artistas em que a própria presença em palco é um dos factores de fascínio para o público (acontece o mesmo nos discos ao vivo de Peter Gabriel, para dar só um exemplo).
Quem já viu os Clã ao vivo dificilmente consegue passar ao lado das actuações de Manuela Azevedo. Em tudo. A voz, o movimento, a entrega e a sensação de felicidade que dela emana. Mas os Clã têm mais: A cumplicidade de personalidades visivelmente diferentes, o espectáculo Miguel Ferreira e a condução discreta de Hélder Gonçalves. Talvez o DVD nos dê uma sensação mais aproximada da realidade.
Mesmo assim, "Vivo" traz, em geral, versões melhoradas de quase todas as músicas que conhecemos dos álbuns de estúdio e desfaz qualquer dúvida que o próprio grupo tenha sentido em relação à necessidade de publicar um registo ao vivo.
Digamos que o CD ajuda a completar o DVD. Comprem, que vale a pena!

Como amostra fica aqui a tocar o "Problema de expressão", só por causa do solo de "baixo piccolo" (podia ser outra qualquer, mas eu sou um bocadinho faccioso).

P.S.: Também não vi o DVD que vem com a edição especial do CD. Se alguém o quiser comentar, está à vontade.

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