Hoje de manhã, na Antena 3, alguém dizia: "A seguir os Youth Group com uma cover do clássico dos Alphaville, Forever Young".
Pois o "Youth Group" é mais um grupeco que conseguiu enfiar uma música num anúncio (não me lembro de quê), música essa que, por sinal, é uma versão (cover? Cobrir o quê???) muito fraquinha duma canção muito má de um grupo que, em qualquer outra década que não a de oitenta, não chegaria muito longe.
Daí a pergunta:
- Mas afinal, que raio é um clássico?
Ora, segundo o Priberam Online, Clássico quer dizer o seguinte:
do Lat. classicu
adj.,
usado nas aulas; utilizado como modelo na literatura ou em belas-letras; relativo à literatura grega ou latina; autorizado pelos clássicos; antigo; inveterado; tradicional;
s. m.,
autor de obra clássica, especialmente escritor grego ou latino;
aquele que segue o classicismo.
Bom...
Será que existe algum professor que usa o Forever Young nas aulas? Ora aí estaria uma explicação para o aumento de agressões a professores por parte dos alunos, mas não me parece que aconteça.
Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
Why dont they stay young
Humm... será que alguém vai usar isto como modelo das belas-letras?... Naaa!
Também não é Grego nem Latim.
Quem são os clássicos que autorizam um clássico? Os Gregos e os Romanos? Ou os Italianos e os Austríacos?
25 anos é antigo? Sim, para quem tem 5!!!
Inveterado??? Só se for alguém que ouviu aquilo e resolveu beber para esquecer... para o resto da vida.
Tradicional?... Bom, se desse para meter um acordeão e ritmo de vira, o Emanuel até era capaz de a ter feito, lá isso é verdade.
Finalmente, ouvindo a melodia base da coisa, é evidente que esta música "segue o classicismo". A sorte dele (o classicismo) é correr bem e os Alphaville serem de facto "uma cambada de coxos". Será por isso que lhe chamam um clássico?
E pronto! Fiquei na mesma! Não faço ideia das razões que levam as pessoas a chamar "clássico" seja ao que for, muito menos no caso de coisas tão mázinhas.
Por outro lado, continuo a constatar que estamos sujeitos a ser massacrados por qualquer bosta desde que apareça numa novela ou numa campanha publicitária.
Pois... é o Mercado, meninos, é o Mercado!
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