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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Portugal: o Rock antes do Rock #006

As Cantigas Rock do Avô

Hoje, em vez de uma banda, temos mais um trabalho a solo. E de um músico que nem é conhecido por fazer parte do chamado rock português. Carlos Alberto Vidal poderá ser um nome desconhecido para muita gente mas dificilmente alguém nunca terá ouvido falar do Avô Cantigas. A carreira de Carlos Alberto Vidal atravessa vários estilos e por entre músicas de cariz mais "popular" como "Filhas da Tia Anica" e a "Cantiga do Chouriço" e outras de estilo "baladeiro", aparece, em 1976, a obra "Changri-Lá", com evidentes referências ao movimento Hippie na sua vertente mais ligada à India, que podemos encontrar também nos anos seguintes, por exemplo nos dois primeiros álbuns dos Tantra. Shangri-La é uma espécie de paraíso perdido, inventado pelo escritor James Hilton, abordando a temática da fuga para o paraíso, tema a que José Cid voltará, dois anos mais tarde, em "10000 Anos depois entre Vénus e Marte".

Quando interrogado sobre o significado de a sua Shangri-La se escrever com C e não com S, Carlos Alberto Vidal responde com boa disposição nesta entrevista a Paulo André Cecílio: «Porque errámos... Ninguém reparou que “Shangri-lá” se escreve com “s” antes da capa ir para a fábrica».

De qualquer modo, "Changri-Lá" é um bom conjunto de canções, compostas pelo próprio (exceto uma, de Nuno Pimentel) e arranjadas pelo conjunto de músicos em estúdio, entre os quais se encontrava gente como o baterista Necas (Ananga Ranga e Lena de Água e a Banda Atlândida) ou Rui Cardoso (Sindicato).

O álbum foi reeditado em vinil, em 2016, pela editora Babilónia, numa edição limitada a 300 exemplares. Desconheço se ainda existem alguns em stock ou mesmo se a editora ainda está em funcionamento.

Deixo-vos aqui a versão completa do álbum, mas podem ouvir música a música no canal de Youtube da Editora.






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