Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um concerto que faz bem.




Ouvir James Taylor sempre foi (para mim) um bom remédio para ultrapassar tempos complicados. Ontem nem era o caso. Foi só o dia em que James Taylor veio tocar a Cascais, por ocasião do "Festival Cool Jazz", denominação aliás bastante estranha pois a coisa parece tudo menos um festival de Verão (daqueles de que eu costumo falar), para além de a maior parte dos artistas pouco ter a ver com Jazz. Como diria o ALC: "E o que é que isso interessa?". Numa coisa acertaram: James Taylor é indubitávelmente "cool"!

Sair de casa tarde, ter dificuldade em estacionar, deparar com um recinto excelente completamente desaproveitado por rígidos "formalismos pseudo-chique"... todos os "contras" se desvanecem quando JT entra em palco. Não há maneira de não me sentir bem quando confrontado com aquela combinação infalível guitarra-voz-música, muitas vezes acompanhada por uma discreta e competentíssima banda de 7 elementos (eram tantos? nem se notava...).

É verdade que as letras de algumas das canções de James Taylor resvalam um pouco para a lamechice. Que importa? Títulos como "Sweet Baby James", "You Can Close Your Eyes", "Fire and Rain", "Steamroller", "You've Got a Friend" (e por aí fora...) sempre tiveram em mim o mesmo efeito e não há nada que eu possa (ou queira) fazer contra isso. Ao vivo, a simpatia do senhor só ajuda à festa. E não terei mesmo ido a "Carolina in My Mind"?...


"Carolina in My Mind"
Artista: James Taylor
Álbum: James Taylor



sábado, 25 de julho de 2009

Filmes com música... A Última Valsa

Era este o nome português de "The Last Waltz" de Martin Scorcese, filme sobre o concerto de despedida dos "The Band" (e tudo à volta) saído em 1978.

Let's Look at the trailer:



Na verdade é basicamente um filme de concerto mas vale a pena pela música, pelos convidados e pelo excelente ambiente que emana do palco (do ecrã, no caso). Quem gosta da música daqueles artistas ou daquele tempo em geral, não pode perder. (Sim, há várias edições em DVD; não, não tenho nenhuma; sim, podem oferecer).

Aí fica o Neil a divertir-se à brava com os rapazes da "banda". A Joni Mitchell em contraluz atrás do palco só pode ser uma "Scorcesice".



No tempo das "piratas"

Foi com esta (e outras) que a RUT (Rádio Universidade Tejo) me levou à certa, primeiro como ouvinte, mais tarde como colaborador. Nessa altura, toda a gente sabia onde elas (as rádios pirata) se escondiam, mas ninguém se importava muito, desde que os vizinhos conseguissem continuar a ouvir o António Sala pela manhã. Hoje em dia, a coisa seria mais difícil mas, da maneira que andam as rádios, cada vez é mais necessária. Talvez um dia...




A propósito: alguém se lembra da RUT? E da "olivalense" Rádio Fiasco?


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ainda o Elvis...



Saiu há cerca de um mês o último disco (até agora) do Sr. Elvis Costello, que eu ainda não conhecia, mas que me caiu um destes dias mesmo em cheio numa página do "tubo".

Satisfeita a curiosidade, fiquei a saber que, 23 anos depois do excelente "King of America", Elvis volta a gravar um disco com produção de T Bone Burnett, este ainda mais "country" do que o outro (com Loretta Lynn e Emmylou Harris pelo meio, mais o fabuloso Jerry Douglas), este tão bom como o outro (não digo melhor porque este ainda tem de ser bem digerido e só depois de "assentar" é que vou ter a certeza), este talvez mais dificil do que o outro para quem tem aversão a música "country".

A mim enche-me as medidas e eu, que nem sou de "repeats", só ontem ouvi-o inteiro três vezes. Experimentem. Não neguem à partida um "country" que desconhecem.


"My All Time Doll"
Artista: Elvis Costello
Álbum: Secret, Profane & Sugarcane



quinta-feira, 16 de julho de 2009

Video do mês

Watching the police detectives walking on the moon under the sunshine of your love!




Já vos tinha dito que o Stewart Copeland é um dos meus bateristas preferidos? Pois, se calhar já...


quinta-feira, 9 de julho de 2009

This is Radio Woodstock

Nos últimos tempos tenho andado a ouvir uma espécie de rádio online, criada pela Antena 3 para comemorar os 40 anos decorridos sobre o famoso Festival. Chama-se Radio Woodstock e na realidade não é bem uma rádio mas sim uma colagem de programas de rádio (não sei se chegaram a ser emitidos ou se foram criados para este efeito) em rotação contínua.

No geral achei bastante piada. Por um lado fiquei a saber muitos factos que não conhecia, por outro tomei conhecimento de alguns mitos em que os nossos radialistas acreditam mas, principalmente, proporcionou-me a oportunidade de ouvir muita música dos anos 60, da que esteve no Festival e da que lá podia ter estado.

Contam-se muitas histórias à volta do Festival de Woodstock, muitas delas lendas que não se sabe bem que fundo de verdade têm, sobre a comunhão, o amor e a paz que se viveram, sobre música "à borla" e sobre o carácter "único" e a "irrepetibilidade" do evento. É verdade que foi um acontecimento único mas apenas porque resultou de um conjunto de erros e acasos que, só por muita sorte (na minha humilde opinião) não deram para o torto. Mesmo alguns dos slogans que ficaram famosos como "It's a free concert from now on" ou "We're all feeding each other" resultaram de coisas que correram muito mal como vedações que não foram completadas ou falta de comida por erro de cálculo em relação ao público que compareceria. A verdade é que a impressão final que a música, os relatos e, principalmente, o filme deixaram foi a de pouco menos do que um paraíso na terra (embora eu ainda hoje não consiga perceber o que é que escorregar na lama tem de paradisíaco).

O que normalmente as pessoas se esquecem de mencionar é que a intenção original, longe de ser a de proporcionar um lugar de "comunhão hippie", era a de fazer um Festival comercial, um pouco como os que temos hoje mas à escala (comercial) dos anos 60, com bilhetes e alojamento pagos, stands de comida, artesanato e merchandising e artistas contratados e a tocar a horas. Os organizadores não eram tão "verdes" como se costuma dizer e tinham mesmo organizado dois festivais no ano anterior, pelo menos um deles com cerca de cem mil pessoas a assistir. Ao comparecer muito mais gente em Woodstock do que estava previsto, desencadeou-se uma sequência de acontecimentos que, por acaso, correu bem. Meses depois, no Concerto de Altamont a organização falhou igualmente mas as consequências levaram a que tudo corresse mal (fala-se em quatro pessoas mortas, uma delas espancada pelos seguranças em frente ao palco onde actuavam os Rolling Stones). A época era a mesma, as pessoas também. A grande diferença foi o acaso.

Diz-se que a "revolução" acabou em Altamont. Não me parece. Na verdade a indústria musical americana já tinha tinha percebido antes que havia muito dinheiro a ganhar com "aqueles cabeludos do Pop-rock". Os festivais foram o primeiro sintoma disso e, apesar do público pensar na sua ingenuidade que estava a mudar o mundo, para os organizadores, diga-se o que se disser, o objectivo era primordialmente comercial.

A partir dos anos 70 assistiu-se à comercialização da Pop à escala global. Em cerca de 40 anos atingiu-se o ponto em que estamos hoje: os produtos vêm de tal maneira formatados que a cada "tribo" se apresenta, já pronta, a lista de artistas e músicas de que é suposto gostarem e cujo trabalho devem comprar. Com a disseminação dos downloads ilegais, a parte do "comprar" ficou um pouco tremida mas, como a "formatação" está feita, em breve a "indústria" arranjará maneira de recuperar as rédeas do mercado.

Em Portugal já começou a "Festival Season" (agora é tudo em inglês, parece). Já aqui disse muitas vezes o que penso desta febre dos festivais de Verão, não me vou alongar sobre o assunto. Estive a ver imagens dos "jovens" no "Alive" e de algumas das bandas que lá tocaram hoje e... antes passar três dias a escorregar na lama. Que bem que se deve ter estado em 1969, a ouvir boa música no Festival de Woodstock!!!



"Sea of Madness"
Artista: Crosby, Stills, Nash & Young
Álbum: Music from the Original Soundtrack and More: Woodstock



sexta-feira, 3 de julho de 2009

Qual é a vossa versão?

À medida que os anos vão passando, vai-se percebendo quem, daqueles músicos que vão desaparecendo deste mundo, deixou nele uma marca verdadeira e duradoura. Há vários critérios que se podem aplicar para aquilatar da importância dessa "assinatura". Um deles é, sem dúvida, a durabilidade da música que fizeram, a frequência com que através dos anos continua a ser ouvida, mas há outros. Entre eles, e possível de quantificar, é a quantidade de versões das suas músicas que são gravadas e editadas (diz-se que já foram publicadas mais de 3000 versões do "Yesterday" dos Beatles). Para mim, mais do que isso, conta a qualidade das versões que essas músicas podem gerar.

No caso presente, a música que aqui deixo é uma daquelas que já teve, certamente, uma quantidade considerável de versões.

"Little Wing", do Jimi Hendrix, é uma canção que, no original (do álbum Axis: Bold as Love) tem cerca de dois minutos e meio e nem chega bem a acabar (comprem o álbum que entenderão o que eu estou a dizer). Desde essa altura (1967) gerou, desde a do próprio Hendrix ao vivo a todas as outras que se lhe seguiram, vários tipos de interpretações e de abordagens, mais discretas ou espalhafatosas, mais curtinhas ou "grandes como a Légua da Póvoa".

No meio das muitas hipóteses disponíveis escolhi estas seis. O objectivo é que vocês as ouçam e comentem (de qual gostam mais, de qual gostam menos, porquê, as impressões e emoções que vos causam, enfim, tudo o que quiserem desde que comentem). Dizem que se aprende umas coisas com este jogos. Vamos lá, então.


Jimi Hendrix:




Stevie Ray Vaughan:




G3 (Joe Satriani, Steve Vai, Yngwie Malmsteen):




Eric Clapton, David Sanborn & Sheryl Crow




Monte Montgomery:




The Corrs:




quarta-feira, 1 de julho de 2009

Qual é a pressa?

A Blitz lançou esta semana uma edição extra com cerca de 50 páginas alusiva à morte de Michael Jackson.

Apesar de a revista regular (que custa 2,5€) ter mais que o dobro das páginas e de ser estruturada e escrita com muito mais tempo e, consequentemente, mais cuidado, o número extra está à venda por 3€.

Não compro!

É uma questão de princípio. Não é que ficasse mais pobre mas não gosto da atitude de "facturar à conta das emoções" (também não percebo de onde é que vieram tantas "emoções" de repente, mas essa é outra história...).

Se é verdade que a homenagem ao músico e dançarino se afigura justa por tudo o que significou no seio da indústria da Pop, também o não é menos que poderia bem esperar pelo próximo número da revista, mesmo que com um ligeiro aumento de preço de capa nessa edição. A vocação da Blitz não são as notícias de "última hora" e a coisa ficava de certeza mais bem feita.

Uma coisa é quase certa: Daqui a um mês Michael Jackson continuará morto.