Sobejamente publicitados, não só pelas rádios "alternativas" cá do sítio mas também, curiosamente, pela rádio "jovem" do estado, eis que chegam, ao segundo lugar do Top português "Neon Bilble" dos Arcade Fire e ao nono "Pocket Symphony" dos Air.
Aqui há tempos descobri na página dos leitores do Blitz uma frase que traduzia muito do "sentir alternativo" português e que, em síntese, queria dizer "Vende muito, é mainstream, não é alternativo, não é "arte", não gosto!".
Ali pelo Canal Maldito tenho lido comentários de alguns visitantes do blog (não dos autores, em todo o caso) que acham que ter 8 discos portugueses nos 10 primeiros do Top não tem nada de bom para a música portuguesa. Porquê? Porque o Top é Mainstream, o mainstream português é "Pimba", a música "alternativa" portuguesa não tem qualidade para chegar ao Top e se chegar é porque é Mainstream, logo má, logo "Pimba".
Neste momento tento imaginar o que vai pelos corações "alternativos" deste país ao saberem que, por causa da "traição" da Antena 3, os antecipadamente eleitos "expoentes do alternativo" para 2007 acabam de ser catapultados para o pódium do Top, onde vão tornar-se um sucesso de vendas, deixar de ser arte, afundar-se pelo mainstream dentro para todo o sempre, tornar-se maus e "não gostáveis".
Pelo sim, pelo não, já se lê pelo blog da Radar que os Arcade Fire soam a Springsteen (quem lhes dera...), não vá dar-se o caso de terem de deixar de gostar deles.
Mesmo assim, como os Arcade Fire vêm em Julho ao Super Bock Super Rock e este festival é organizado pelo dono da Radar, suponho que a própria rádio se encarregará de assegurar que sim, que são alternativos e muita bons, comprem lá os bilhetes e passem uma noite linda à beira do Trancão por 40 € (quarenta!) .
Ah, eu?
Quando os ouço na rádio não mudo de posto (ainda) mas não acho nada de extraordinário, até porque a teclista tem a mania de cantar e uma das vozes mais irritantes que conheço. De resto, pouco mais a assinalar, para além do facto de não terem absolutamente nada que ver com Springsteen mas também, o que é que o pessoal "alternativo" percebe de "Mainstream"?
5 comentários:
bem, descobri hoje que Arcade Fire se encontra no 2º lugar do top - e o curioso é que continuo a gostar deles! será que vai mudar algo nas mentes alternativas deste belo país, e será que o festival SBSR vai sofrer com esta subida no top dos Ex Alternativos?
Confesso que vou gastar, não 40, mas sim 78 euros (vou roubar sim - ou melhor, roubar para ser roubada :D) para ver os ex alternativos Arcade Fire, os que podem vir a ser ex alternativos Bloc Party, Interpol e LCD Soundsystem. é realmente triste que a maioria pense que só porque vende muito deixa de ter qualidade, o que na minha cabeça é uma teoria que nem faz sentido absolutamente nenhum.
anyway.... mainstream ou não, vendam muito ou não.. desde que eu goste venham eles!
Btw - Nice blog!
Pois eu estou em greve de festivais.
São carissimos e nunca conseguimos ver o verdadeiro concerto da banda. Além disso há sempre as "claques". Eu gosto de ir aos concertos para ouvir a música e não os totós que lá vão para ver uma banda e não deixam ouvir as outras.
Obrigado pela visita. Vai voltando.
Os festivais por vezes tornam-se uma certa desilusão. Apesar disso, costumo ir a quase todos (Vilar de Mouros, Zambujeira, SBSR, Paredes de Coura). Tenho pena que os Arcade Fire não venham para uma noite só deles. Não concordo com o facto de ao venderem muito deixem de ser alternativos. São; a sua música é muito própria, direi mesmo inconfundível. Concordo com que diz da teclista e da sua voz. Agora, em minha opinião, são um dos melhores grupos que apareceu nos últimos anos.
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http://toxicidades.blogspot.com
O facto de venderem milhões, passarem na rádio (coisa suspeita nos dias que correm - Totalmente de acordo, Mug!), ou soarem a qq coisa que 'lá dentro mexe' (seja Bruce, Neil ou a outra 'festa' do passado , não invalida que sejam das poucas coisas 'ameaçadoramente' estimulantes que ouvi nos últimos tempos.
Mas não vou vê-los ao vivo se não for só em nome próprio, e temo que não seja antes do terceiro álbum.
Eu, por acaso, o único estímulo que tenho é negativo.
Não gosto das vozes, a música é repetitiva e a atitude é demasiado 'arty' (lembram-me os Pop Dell'Arte há 20 anos) para o meu gosto.
Mas concordo que há por aí muito pouca coisa estimulante (pelo menos naquilo que as rádios me deixam ouvir).
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