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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Uma questão de frequência

Antes de mais tenho de admitir que pouco ou nada percebo do assunto e pode até haver uma ou mais explicações plausíveis para o facto, mas a verdade é que nunca percebi porque é que as rádios ditas "nacionais" têm tantas posições atribuídas no estreito espaço do FM. A primeira resposta que me vem à mente é a habitual: "porque as frequências vão variando ao longo do país e há áreas que apanham a emissão de várias zonas diferentes". Agora, alguém me explica como é que isto se justifica num país com o tamanho de Portugal? Se há essa distinção entre rádios "nacionais" e "locais" não seria lógico que às primeiras fosse atribuída uma única frequência ao longo de todo o país e as outras se distribuíssem pelo espaço livre das respectivas regiões?

Seguindo pela clássica teoria da conspiração poderíamos até conjecturar que isto está feito assim para beneficiar as grandes marcas de auto-rádios com RDS mas nem as marcas ganham grande coisa com isso nem o sistema RDS existia quando a confusão foi criada.

O resultado disto?

Bom, o resultado disto é andarmos em viagem por Portugal e, em zonas com captação de duas ou três rádios, haver quatro frequências diferentes com a Renascença ou a Antena 1, que acabam por se sobrepor em algumas áreas às pobres das rádios locais que, com emissores obviamente mais fracos, acabam por se ver completamente "abafadas". Isto nas zonas com poucas rádios...

Dando a volta pelo outro lado, nas zonas com maior densidade populacional e, portanto, com mais espaço para o aparecimento de rádios locais e outros tipos de rádios privadas, depois do "abarbatanço" de 4 a 6 posições de cada uma das "nacionais" RR, RFM, Antenas 1, 2 e 3, fica tão pouco espaço para as outras que, mesmo bem diferenciadas e com emissores potentes e bem regulados, acabam por ficar todas quase em cima umas das outras resultando no fenómeno a que assistimos, por exemplo, na zona de Lisboa, fenómeno esse a que poderiamos dar o pomposo nome de "Éter Fanhoso" e que se traduz na prática, e pegando no exemplo da Radar, que é a que ouço mais (mas há muitos outros) no seguinte: saio das Mercês a ouvir bem, entro no IC19 com a RCS a "meter o bedelho", ouço bem na zona de Paiões, mal no Cacém (no Cacém ouvem-se todas mal), bem na CREL, com volume muito mais alto na Marginal e perco-a de todo ao entrar em Lisboa, o que é curioso, visto que a Radar emite da zona de S. Sebastião da Pedreira.

Fazendo as contas a isto tudo, dá-me ideia que, organizando um pouco as coisas neste domínio (sim, eu sei, sou um sonhador...), não só ouviríamos muito melhor as rádios que temos como haveria ainda espaço para termos algumas outras, e quem sabe se não seriam essas as "mesmo boas"? (sei lá, com pessoas que soubessem de música e de rádio e de... pois, estou outra vez a sonhar, desculpem).

Termino com um sábio conselho que, de já tão enraizado no imaginário popular, extravasou há muito o contexto da "marota" anedota que lhe deu origem:

"ORGANIZEM-SE!!!"


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