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quarta-feira, 18 de junho de 2008

O regresso de... RiR no meu sofá

Estava eu ali a ler os comentários (mais propriamente aquele do "bah") quando me veio à ideia que, se achei por bem comentar as "vistas" do meu sofá em relação ao primeiro episódio do Rock in Rio Lisboa 2008, não seria má ideia partilhar um pouco do que me ficou do segundo (é assim como aquelas séries americanas de catástrofes em dois episódios que dão na tv - ontem e anteontem lá deu outra na TVI, maravilhosamente má!) e último. Não será tão mau como as séries mas... é um festival, com tudo o que isso tem de detestável e ainda mais aquele lema hipócrita que, a haver um pouco de vergonha, deveria ser: "Para um mundo melhor: o dos nossos patrocinadores".


Quinta-feira:

Moonspell

Vi o concerto quase todo e, considerando a injustiça de os fazerem tocar de dia quando esse lugar deveria caber aos Machine Head, até gostei. Os Moonspell provaram a "rodagem" que já têm ao trocar a "escuridão" típica do rock gótico pela festa para os fãs quase em versão estádio de futebol. Sabe-se que o Fernando Ribeiro não tem uma voz de excepção mas o que não se pode negar é o jeito que tem para conduzir um concerto. Moonspell em versão diurna é diferente, é arriscado. Podiam ter ficado a dormir nos caixões mas sairam. E ganharam a tarde.

Apocalyptica

Jantar fora é um alto valor que põe qualquer programa de tv em espera. Parece que os rapazes altos e louros se portaram bem. Calculo que sim, não sei, mas o bife estava óptimo.

Machine Head

O que foi aquilo???
Aquilo é que são os tão falados Machine Head?
Como é que estes tipos tocam depois dos Moonspell?
O vocalista, para além dos urros, cada vez que tentou cantar (ou qualquer coisa...) fê-lo fora de tom. Mas seria que no meio daquela algazarra havia um tom?
Ouvi três músicas e mudei de canal, pronto!

Metallica

O concerto estava ganho à partida e os Metallica aproveitaram. Esta sim, sabe-se que é uma boa banda, que sabe trabalhar com o público e que não precisa de "mariquices" (o fogo faz parte, não é?), um pouco à imagem das grandes bandas de Hard Rock. E na verdade, gavetas à parte, o que os Metallica são é... uma grande banda de Hard-Rock (essas quinhentas categorias "qualquer-coisa-metal" a mim não me dizem nada).


Sexta-feira:


Orichas

Não vi e se pudesse... não via!

Kaiser Chiefs

Parece-me que os KC são uma daquelas bandas que conseguem incendiar uma sala de espectáculos. Em festival, ou a energia do vocalista safa a coisa ou perdem o público, ainda mais tocando de dia. Pois no caso, distribuindo muito bem os "hits" (os "alternativos" têm hits?) pelo alinhamento do concerto e aproveitando a vontade de pular do público, o bom do Ricky Wilson entregou-se à luta e chegou ao fim do concerto acabadinho... mas satisfeito (e o público parece que também). Eu? Acho-lhes uma certa piada. Se vivesse em Londres ia vê-los à Brixton. Sem dúvida.

Muse

Mus(icalment)e foi o melhor que passou pelo palco neste dia (no caso noite). Não é que eu goste muito da música dos Muse (não desgosto mas não ligo muito), mas dá gosto ver uma banda que toca mesmo bem mesmo a sério. O Zé Pedro (dos Xutos) dizia-se no fim fascinado com o som que três pessoas conseguiam, se calhar porque eram quatro (e o senhor das teclas e dos botões não tem um papel nada "menor"), mas também porque o senhor Bellamy toca guitarra que se desunha (pronto, houve ali uns exageros mas festival... é festival) e canta muito. Infelizmente aquele tipo de voz cansa-me bastante e a atenção começa a dispersar um pouco. De resto, em palco a banda está como que envolta numa espécie de "nevoeiro de luzes" e poderia dizer-se que foi a que "mais longe" esteve do público. Puro engano. É assim que a coisa funciona e o público demonstrou-o em coro e num mar de braços, talvez a parte mais bonita de toda a noite.

The Offspring

Os Offspring são giros e têm muitos fãs em Portugal mas para mim, e devo dizer que isso me surpreendeu, a coisa funciona melhor em disco. Enfim, foi o único concerto que vi, posso estar enganado, mas pareceu-me que não basta a "bacanice" do Noodles para fazer a festa. O vocalista Dexter parece em baixo de forma e o palco parece grande demais para a banda, mas isso pode ter sido o efeito "post-Muse". Mais uma vez fica um alerta para se ter mais cuidado na sequência de entrada das bandas em palco.

Linkin Park

Sinceramente, não vejo nada nestes tipos e o "privilégio" de fechar o RiR só se justifica mesmo pelo número de discos que vendem (vendem?) em Portugal. A música é secante, sempre igual, o vocalista que canta (?) desafina que se farta e os músicos nem tocam por aí além. Enfim, parecem-me uma espécie de "Tokio Hotel para a geração seguinte". Ali tudo é estudado, tudo é demasiado encenado e a "atitude" não "cola". Confirma-se. Não gosto!


No fim, comprova-se: último dia esgotado.
A vida está dificil? Está pois, a julgar pelo dinheiro que se gasta em entradas para festivais em que o pricipal ganho é... um dia sem pensar na vida.

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