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domingo, 8 de outubro de 2006

Concorrência feroz

É assim a televisão em Portugal!

Ontem a SIC decidiu comemorar o aniversário em estilo "Parada na Avenida". Convocou os "artistas da casa" e depois, para compor o ramalhete, foi à lista telefónica e contratou basicamente "tudo o que desfilasse".

A RTP, em situação de desespero "code red audiências", resolveu fazer uso da única coisa que, julgam eles, consegue prender todas as donas de casa do país ao ecrã: pegou na Casa do Artista como pretexto (mete velhinhos, famosos e, melhor ainda, velhinhos famosos) e lançou o seu trunfo habitual, um "Malato Show tipo-gala".
Os artistas envolvidos eram os que são sócios da própria Casa do Artista e todos os outros que conseguiram arranjar à borla.

Devo dizer que considero a Casa do Artista uma excelente iniciativa e quem trabalha para ela merecedor de todos os elogios (fazem o que o estado devia fazer - trabalhadores independentes e tal... já se sabe). O que eu acho lamentável é que, por exigências da concorrência se faça um programa em cima do joelho com um dia inteiro de conversa mole que não vai contribuir em nada para ajudar a instituição em causa. Durante o resto do ano a RTP vai continuar a esquecer os artistas portugueses e a empurrá-los para um fim de vida na Casa do Artista por não terem conseguido amealhar o suficiente durante a vida artística. Trabalhar de vez em quando não enche a barriga a ninguém.

Hoje a febre da concorrência voltou a fazer das suas.

Já aqui tinha comentado aquele que foi o ponto mais baixo da música portuguesa em televisão. Aquele dia final do programa "A Canção da Minha Vida" em que puseram os proponentes das várias canções "a concurso" a "cantá-las" (???) com os cantores de serviço ao programa.

Pensava eu que era impossível caír mais fundo, quando a TVI (nunca pára de surpreender quando se trata de baixar de nível) se sai com uma "coisa" chamada "Canta por mim".
Resumindo, uma "celebridade" daquelas com contrato com a TVI "gorgoleja" uma canção qualquer com um cantor a sério cuja função é tentar manter a "celebridade" nas redondezas do tom certo. Cada "dueto" representa uma "caridadezinha" daquelas de fazer correr a lagrimita. São um monte de "caridadezinhas" a concurso (concurso de caridades??????), depois a Júlia Pinheiro grita muito, o público vota muito e gasta balúrdios em SMS e, no fim, há 1 (uma!!! uma apenas!!!) "caridadezinha vencedora" que é praticada (com o dinheiro dos SMS, claro). As outras ficam com as vidas esparramadas pelo país todo e os problemas por resolver.

Isto é para mim e até hoje, que me lembre, o ponto mais baixo de tudo o que se fez em televisão.

Fazer um concurso em que se joga com a miséria das pessoas é, no mínimo, nojento!

Tentar mascará-lo de programa musical assassinando a música com a colaboração dos próprios músicos é, em comparação, apenas um miserável desconsolo!

A concorrência é de facto ferocíssima!
Qual será a próxima estação de TV a fazer ainda pior?

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