Continuando o assunto da rádio em Portugal, estive até hoje à espera que me chegassem respostas de mais rádios daquelas para onde mandei as minhas perguntinhas simples. Se é verdade que a Mega FM me respondeu em cerca de duas horas, também é certo que não recebi mais nenhuma no espaço de tempo que já decorreu (uma semana)!
Se algumas coisas há a comentar na resposta da Mega, o comentário que me merecem a Antena 3, A RFM, a Rádio Cidade, A Best FM e a Rádio Comercial é o seguinte:
- Embora todos encoragem os comentários e questões e prometam resposta rápida, pelos vistos só os elogios merecem consideração. Que saudades dos tempos em que se telefonava para a rádio a perguntar qualquer coisa e o próprio locutor respondia... (António Sérgio e Luís Filipe Barros, entre outros, que é feito da rádio?)
Quanto à resposta da Mega FM, aqui vão alguns extractos com os respectivos comentários que a coisa me suscita:
(...)Quanto à playlist, no caso da MEGA FM ela é definida pela equipa que, em conjunto, decide que temas novos devem entrar e quais devem sair. A sua utilidade é apenas a de evitar que a mesma música toque em horários muito próximos, o que acontecia há muitos anos atrás na rádio, ou seja, um locutor terminava o seu programa com a música "x" e pouco tempo depois essa mesma música voltava a tocar no programa do locutor seguinte.(...)
Acontecia há muitos anos? Pois posso garantir que ainda acontece. Em todo o caso, a Mega não existe há muitos anos e ainda há bem pouco tempo eu podia jurar que isso também acontecia nesta rádio. De qualquer maneira, parece-me um avanço.
(...)As editoras, embora gostem de pressionar, não têm papel activo na construção da nossa playlist ao contrário dos nossos ouvintes na medida em que as centenas de e-mails e SMS que recebemos diariamente com sugestões são levadas em linha de conta. Os nossos ouvintes dão-nos muito feedback sobre o nosso trabalho, o que para nós é de extrema importância.(...)
Ficamos a saber que os ouvintes mandam mais do que as editoras. O problema aqui é que isto torna-se um pouco uma "pescadinha de rabo na boca", ou seja, os ouvintes ouvem a Mega porque gostam da música e pedem a música que gostam. Resultado: a música é sempre a mesma.
(...)Em relação ao ouvirmos as mesmas músicas o dia inteiro, tal não se aplica à MEGA FM, dado que, tirando casos muito pontuais de músicas muito recentes, não é possível ouvi-las mais do que uma vez por dia na MEGA FM.(...)
Pois. Isto é verdade. Estive a ouvir a Mega FM umas horas seguidas e de facto durante esse tempo não ouvi nenhuma canção repetida. O problema é quando voltamos a ouvir a rádio no dia seguinte e no seguinte a esse (e por aí fora) e as canções são sempre as mesmas. A rádio que leva isto ao extremo é a RFM que, com o lema "Só grandes músicas" anda a passar o mesmo há mais de um ano, com pequenas mudanças, claro.
(...)Por último, sobre a música portuguesa gostava de dizer que temos muita preocupação com as bandas nacionais. Neste momento, e a título de exemplo, somos das poucas rádios, senão a única, a tocar o novo single dos Blind Zero. Para aprofundar esta questão seria preciso avaliar quanto as editoras investem na produção de música nacional comparativamente com o que gastam na promoção de artistas internacionais.(...)
Para começar, devo dizer que, de facto, a Mega não é a única rádio a tocar o novo single dos Blind Zero, pois já o ouvi noutras. Devo dizer que não o ouvi na Mega mas isso é certamente uma questão de desfazamento de horário, visto que cada música só passa uma vez por dia. Por outro lado, não me parece que, só por si, este facto revele muita preocupação com as bandas nacionais, considerando a quantidade de bandas e artistas que não passam em nenhuma rádio. Posso dizer-vos ainda que, em todo o tempo que ouvi a Mega FM durante a semana, a música portuguesa não chega a atingir 10% do total.
Finalmente, e não aprofundando a questão do investimento na produção de música nacional, é impressão minha ou li lá em cima que as editoras não têm papel activo na construção da playlist da Mega FM?
Volto a salientar que, apesar destas objecções, a Mega FM teve, pelo menos, o mérito de responder em tempo mais do que razoável às perguntas que fiz e que isto a coloca a léguas das outras em termos de consideração da minha parte. Já agora, obrigado à Isabel Faria que teve a amabilidade de responder.
Quanto às outras, se alguma vez receber uma resposta, claro que aqui darei conta disso. De qualquer maneira, o assunto "rádio em Portugal" não acaba por aqui!
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