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segunda-feira, 23 de maio de 2005

Oi frango???

O novo álbum dos Super Furry Animals, com saída prevista para Agosto próximo, inclui uma música em português chamada "Oi Frango"!

É verdade que os rapazes são galeses mas, sabendo da animosidade britânica contra o guarda-redes Ricardo desde o Campeonato da Europa, sempre me interrogo se não será uma pequena referência satírica ao último Benfica-Sporting!

Disco do mês? Só lá fora, mesmo!


Foto: Rock & Folk

A revista francesa Rock & Folk acaba de eleger "Disco do mês" o último dos Wraygunn (“Ecclesiastes 1.11”), num artigo significativamente intitulado "Sans frontières"!

Não sendo eu um fã do género de música dos Wraygun ou do seu mentor "The Legendary Tiger Man", aliás Paulo Furtado, há que reconhecer o trabalho feito, tanto cá como no estrangeiro, desde o tempo dos Tédio Boys, sempre à custa de esforço próprio e dedicação à "causa".

Em Portugal, para além de um culto já consistente, de algumas passagens em certos programas de televisão e do reconhecimento dentro do meio, a visibilidade continua a ser curta e a passagem na rádio resume-se a meia-dúzia delas lá "quando o rei faz anos" (mesmo assim são das bandas mais tocadas...).

Assim se contradiz a tão falada "pequenez" de Portugal e se prova que "pequenas" são as cabeças de alguns portugueses, nomeadamente as que por cá gerem as editoras.

Devils & Dust


Foto: FNAC

Bruce Springsteen voltou a dar umas férias à E Street Band para mais um disco acústico, o terceiro, depois de “Nebraska” e “The Ghost of Tom Joad”. Isto passa-se em termos de edições, já que desde o inicio da carreira que Springsteen cultiva este lado de “cronista folk”.

Sendo verdade que as histórias de Nebraska já fazem parte do passado (talvez por serem contadas “de dentro para fora”), este “Devils & Dust” embora seja um pouco uma sequela de “Tom Joad”, mostra-nos vidas, apesar de duras e opressivas, com alguns raios de luz ao fundo do túnel, não tanto em termos políticos ou sociais, mas mais no aspecto “pois, a coisa está má mas de vez em quando lá temos os nossos momentos”. Além disso “Devils & Dust”, embora ainda com bastantes referências à vida dos imigrantes, abarca uma temática bem mais variada, introduzindo um maior leque de personagens e situações, quase sempre em situações de luta interior (onde não falta o questionar da legitimidade na guerra com o Iraque), que acabam por torná-lo um disco mais rico, ao mesmo tempo que o afastam do perigo de “continuar a bater no ceguinho”.

Se isto é notório nas letras do disco, mais se percebe na própria música, onde as baladas folk são intercaladas com canções bem mais ritmadas. Esta é uma opção que atravessa todo o álbum e, se por um lado o torna menos “escuro” e difícil de ouvir, por outro lado, em certos momentos, empresta algum optimismo à coisa.

Análises profundas à parte, este é um disco que se ouve bem. Se já havia discos de Springsteen para a festa e para a melancolia, agora temos este para o “in between”. Tão bom para ouvir “sitting on the porch on a sunny day” como para tomar consciência da falência do “American Dream”.

Vendido nos EU em formato “dual disc”, em Portugal aparece em dois discos, sendo o segundo um DVD em que Springsteen canta algumas canções do disco só com guitarra acústica e harmónica, intercaladas com algumas palavras sobre as mesmas ou sobre o disco em geral. Uma prenda para os fãs ou algumas revelações úteis para quem pensava que Springsteen era só “Born in the USA”!

domingo, 22 de maio de 2005

Mudanças

Tive de fazer aqui umas mudanças de visual para o blog ser visível nos vários browsers. Pode não ficar tão bonito no IE mas suponho que os utilizadores dos outros agradecem.

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Mais duetos.


Foto: Rádio Comercial

Gosto desta ideia de haver músicos que se juntam para tocar coisas uns dos outros. De há uns tempos para cá isso tem-se tornado um hábito também em Portugal e, em muitos casos, o resultado tem sido bastante interessante. Aqui, na minha opinião, a coisa funcionou e esta é uma das muitas músicas dos Blind Zero de que gosto bastante.
Aproveito para relembrar que os Blind Zero já têm hábitos antigos de colaboração com outros músicos. Têm até um disco em conjunto com os Mind da Gap que consegue a proeza de ser o único disco daquela banda de hip-hop português que eu tenho paciência para ouvir.
Os Blind Zero, como podem ler mais abaixo, têm um CD novo. Ainda só ouvi o single mas, mais lá para a frente, talvez tenha algo a dizer sobre isso.

domingo, 15 de maio de 2005

A Rádio! (II)

Continuando o assunto da rádio em Portugal, estive até hoje à espera que me chegassem respostas de mais rádios daquelas para onde mandei as minhas perguntinhas simples. Se é verdade que a Mega FM me respondeu em cerca de duas horas, também é certo que não recebi mais nenhuma no espaço de tempo que já decorreu (uma semana)!
Se algumas coisas há a comentar na resposta da Mega, o comentário que me merecem a Antena 3, A RFM, a Rádio Cidade, A Best FM e a Rádio Comercial é o seguinte:
- Embora todos encoragem os comentários e questões e prometam resposta rápida, pelos vistos só os elogios merecem consideração. Que saudades dos tempos em que se telefonava para a rádio a perguntar qualquer coisa e o próprio locutor respondia... (António Sérgio e Luís Filipe Barros, entre outros, que é feito da rádio?)

Quanto à resposta da Mega FM, aqui vão alguns extractos com os respectivos comentários que a coisa me suscita:

(...)Quanto à playlist, no caso da MEGA FM ela é definida pela equipa que, em conjunto, decide que temas novos devem entrar e quais devem sair. A sua utilidade é apenas a de evitar que a mesma música toque em horários muito próximos, o que acontecia há muitos anos atrás na rádio, ou seja, um locutor terminava o seu programa com a música "x" e pouco tempo depois essa mesma música voltava a tocar no programa do locutor seguinte.(...)

Acontecia há muitos anos? Pois posso garantir que ainda acontece. Em todo o caso, a Mega não existe há muitos anos e ainda há bem pouco tempo eu podia jurar que isso também acontecia nesta rádio. De qualquer maneira, parece-me um avanço.

(...)As editoras, embora gostem de pressionar, não têm papel activo na construção da nossa playlist ao contrário dos nossos ouvintes na medida em que as centenas de e-mails e SMS que recebemos diariamente com sugestões são levadas em linha de conta. Os nossos ouvintes dão-nos muito feedback sobre o nosso trabalho, o que para nós é de extrema importância.(...)

Ficamos a saber que os ouvintes mandam mais do que as editoras. O problema aqui é que isto torna-se um pouco uma "pescadinha de rabo na boca", ou seja, os ouvintes ouvem a Mega porque gostam da música e pedem a música que gostam. Resultado: a música é sempre a mesma.

(...)Em relação ao ouvirmos as mesmas músicas o dia inteiro, tal não se aplica à MEGA FM, dado que, tirando casos muito pontuais de músicas muito recentes, não é possível ouvi-las mais do que uma vez por dia na MEGA FM.(...)

Pois. Isto é verdade. Estive a ouvir a Mega FM umas horas seguidas e de facto durante esse tempo não ouvi nenhuma canção repetida. O problema é quando voltamos a ouvir a rádio no dia seguinte e no seguinte a esse (e por aí fora) e as canções são sempre as mesmas. A rádio que leva isto ao extremo é a RFM que, com o lema "Só grandes músicas" anda a passar o mesmo há mais de um ano, com pequenas mudanças, claro.

(...)Por último, sobre a música portuguesa gostava de dizer que temos muita preocupação com as bandas nacionais. Neste momento, e a título de exemplo, somos das poucas rádios, senão a única, a tocar o novo single dos Blind Zero. Para aprofundar esta questão seria preciso avaliar quanto as editoras investem na produção de música nacional comparativamente com o que gastam na promoção de artistas internacionais.(...)

Para começar, devo dizer que, de facto, a Mega não é a única rádio a tocar o novo single dos Blind Zero, pois já o ouvi noutras. Devo dizer que não o ouvi na Mega mas isso é certamente uma questão de desfazamento de horário, visto que cada música só passa uma vez por dia. Por outro lado, não me parece que, só por si, este facto revele muita preocupação com as bandas nacionais, considerando a quantidade de bandas e artistas que não passam em nenhuma rádio. Posso dizer-vos ainda que, em todo o tempo que ouvi a Mega FM durante a semana, a música portuguesa não chega a atingir 10% do total.

Finalmente, e não aprofundando a questão do investimento na produção de música nacional, é impressão minha ou li lá em cima que as editoras não têm papel activo na construção da playlist da Mega FM?

Volto a salientar que, apesar destas objecções, a Mega FM teve, pelo menos, o mérito de responder em tempo mais do que razoável às perguntas que fiz e que isto a coloca a léguas das outras em termos de consideração da minha parte. Já agora, obrigado à Isabel Faria que teve a amabilidade de responder.
Quanto às outras, se alguma vez receber uma resposta, claro que aqui darei conta disso. De qualquer maneira, o assunto "rádio em Portugal" não acaba por aqui!

terça-feira, 10 de maio de 2005

Zappa e Sting... tem swing?

Aqui fica em audição este achado (encontra-se cada coisa nos discos do Zappa...)!

Claro que isto não é possível com qualquer banda, mas também, o que é que não era possível com músicos daqueles?

Deliciem-se pois com esta versão de Murder by Numbers, ao vivo em 1988.

E então, sr. José Duarte? Tem ou não tem swing?

segunda-feira, 9 de maio de 2005

A rádio!

Decidi perceber o porquê da rádio que se faz por cá. Vai daí, mandei umas perguntinhas simples (não fossem eles achar que não valia a pena ler) para algumas rádios, nomeadamente as chamadas rádios "jovens".
Assim por alto, perguntei quais são as vantagens das "playlists", quem as faz, como é que se sabe o que o "público alvo" quer ouvir, se os animadores (moderno para locutores) têm pachorra para ouvir rádio quando saem do trabalho (ou seja, ouvir de novo as músicas que acabaram de passar). Por acréscimo perguntei porque é que a música portuguesa não tem espaço nas rádios (no caso da Antena3 , que tem um dia para os portugueses, perguntei porque é que passam sempre os mesmos).
Para já, ainda só recebi uma resposta, da qual falarei num próxmo post. Para já, pontos para a Mega FM quanto mais não seja pela rapidez com que respondeu.