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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Continuando...

Para quem não se deu ao trabalho de seguir o "linque" que o Serjom ali deixou, transcrevo uma parte do que lá se pode ler, isto na continuação do assunto da entrada anterior:

(...) Como alguns escreveram em comentários e com acerto, que percentagem, do custo de um CD, por exemplo, reverte realmente para o criador/executante da obra em questão? A que se deve o preço exorbitante de um CD, no mercado, quando nos dias que correm (e já há vários anos) as editoras deixaram em mãos dos artistas a produção com os respectivos custos, de todo o processo de gravação? E quando começaram, a pirataria aferia-se ainda por cifras anedóticas.

Além disso, e para quem não sabe, a fabricação de 1000 Cds, com direitos de autor e capa simples incluídos custa ao produtor pouco mais de 600€, o que significa um custo de 60 cêntimos por unidade. E esta quantia diminui conforme vai aumentando a quantidade de Cds fabricados para um mesmo título.

Digo-o com toda a tranquilidade, pois sou músico e criador de mais de 100 temas registados na SPA, e cobro direitos dos quais não abdico sempre que se vendem discos meus ou quando alguma entidade quer utilizar as minhas criações para fins comerciais. Não apoio a pirataría nem nenhuma actividade delitiva, mas encontro mais depressa atenuantes para um sem abrigo que rouba uma maçã para matar a fome, que para um gestor da banca que vendeu productos financeiros tóxicos. E com isto espero deixar clara a minha linha de pensamento. (...)

(Sergio Castro in "Iblussom")

4 comentários:

Anónimo disse...

Já agora, mais uma acha para a fogueira onde um dia serão queimados todos os piratas ;-)

A posse de um LP (vinil) adquirido no tempo em que ainda não havia CDs, "desculpa" (ou justifica) o download da versão digital de um disco?

Se do ponto de vista de direitos de autor se pode dizer que "a contribuição para a causa já foi feita", por outro lado, conforme já mencionado por aqui várias vezes, a sensação com que fico é que estamos mesmo é a contribuir para o enriquecimento das grande máquinas produtoras...

Abraço,

Emigras

muguele disse...

Eu acho que, ao comprares um disco, seja em que suporte for, pagaste a tua parte dos direitos, no que respeita à audição e reprodução privada da obra contida no mesmo, ou seja, parece-me que não interessa que ouças o disco ou o mp3. Está pago e, nos casos em que tens o vinil e o CD, até pagaste os direitos duas vezes. Isto para o direito a ouvires a música. Já no caso de difusão pública, aluguer ou cópia para dar ou vender, terás de pagar mais direitos.

muguele disse...

Ora o comentário anterior leva-nos à legalidade (ou falta dela) da música que eu passo aqui no blogue. Sei que é ilegal e continua a sê-lo mesmo estando eu disposto a retirar uma música imediatamente no caso de algum autor mo pedir.

A verdade é que a minha intenção é divulgar a música e não partilhar ficheiros e é por isso que estão gravados em baixa qualidade e inseridos num reprodutor que torna difícil o acesso ao ficheiro original.

Da mesma maneira, nunca aderi a nenhuma das maneiras possíveis de ganhar dinheiro anunciando nos blogues, por isso parece-me que não posso ser acusado de usar a música de outros com fins comerciais.

Até hoje nunca ninguém me pediu para retirar músicas do blogue, mas já tive casos de pessoas a agradecerem a divulgação que faço das suas músicas. Se alguém aparecer que não autorize, claro que retirarei a música. Até lá, espero que não "aterre" aqui nenhum fiscal mais "zeloso".

strange quark disse...

Creio que ninguém te irá chatear com o facto de colocares música (mesmo sem autorização) aqui, até porque o fazes com o intuito de divulgação e não colhes quaisquer benefícios materiais com a coisa. E quem o fizesse então não percebe patavina das realidades de mercado actuais. Mas até neste aspecto as editoras continuam com as vistas curtas, pois em casos como o Youtube, por vezes obrigam-te a ir à conta da editora para visualizares um videoclip. Parece-me excesso de zelo, mais uma vez. Mas enfim, o facto é que os mangas de alpaca das editoras nunca se deram bem com a pirataria, mesmo no tempo em que os processos eram profundamente amadores e artesanais. Não se espere agora que tenham aprendido alguma coisa com o assunto.

Quanto a essa do vinilo e mp3, a mim já me aconteceu ir buscar um álbum em mp3 que tenho em vinilo e não considero que daí venha mal ao mundo. Antes também gravava cassetes e hoje há aparelhos para produzir cópias mp3 de LP's, portanto vai dar tudo ao mesmo. Em alguns casos (não muitos) até paguei 3 vezes pelo mesmo produto (tal é a panca...). A relacção entre música e consumidores irá inegavelmente modificar-se nos próximos anos. A confusão actual advém ainda de os agentes culturais, músicos, produtores, editoras e distribuidores, estarem a tentar perceber a melhor forma de isto funcionar no futuro.