Palco: Tó Trips em primeiro plano, Leyla McCalla ao fundo |
Tenho publicado pouco por aqui, eu sei. A verdade é que não tenho tido assim tanta disponibilidade para ir a concertos ou comprar discos e não escondo que por vezes me desmotivo, na convicção que já ninguém vem aqui ler nada.
Mas de vez em quando tenho que cá vir deixar qualquer coisa, quanto mais não seja para minha própria memória futura, que esta capacidade de armazenamento não vai durar para sempre.
Ontem fui ver o concerto da Leyla McCalla, uma americana de ascendência haitiana que fez o percurso inverso que a levou de volta da escola de música que frequentou nos Estados Unidos para as suas raízes crioulas haitianas e caribenhas, com passagem por New Orleans e Carolina do Norte, como membro dos Carolina Chocolate Drops, onde trabalhou com Rhiannon Giddens, o que a levou a ser parte do coletivo que gravou o disco Songs Of Our Native Daughters, de que falei na publicação anterior.
Tó Trips encarregou-se, a solo, da primeira parte, com a competencia e a discrição habituais. Não sendo Tó Trips um dos grandes guitarristas portugueses, a verdade é que aquilo que faz, faz bem. Embora, em termos de trabalho de guitarra, o que faz a solo não seja muito diferente do que faz com os Dead Combo, o ambiente das composições a solo tem algumas diferenças do trabalho com Pedro Gonçalves, não só por estar sozinho, mas também pelo cariz mais cru e rude que imprime à execução. É sempre um prazer ouvir Tó Trips.
Cds, bilhete e livrete do Ciclo Mundos 2019 |
E foi por isso que, apesar de sair do orçamento projetado (mas que diabo, o bilhete custou 8€), tive que trazer para casa os dois discos à venda, ao mesmo tempo que deixava à artista o testemunho do meu reconhecimento e gratidão pela noite de excelente música que tinha acabado de passar.
Leyla McCalla: