Esta foi talvez a primeira música que me "mudou a vida" (pelo menos é a primeira de que me lembro). Ouvi-a no roufenho gira-discos-maleta da minha tia, durante uma daquelas pequenas estadias em casa do meu avô, onde me ia encher de livros, iogurtes, ovos estrelados e brincadeiras no quintal. Foi a primeira música estrangeira de que quis aprender a letra e ainda me lembro das tentativas (com sucesso, diga-se) de acompanhar aquelas "palminhas" a contratempo. A partir dessa altura, ouvir discos passou a ser a principal actividade durante estas estadias (pronto, juntamente com os livros e os ovos estrelados... e o futebol com os vizinhos) e o meu "ecletismo" foi-se construindo entre os Beatles, o Zeca Afonso, o Manuel Freire e o Fanhais. Estava-se no ano de 1968 ou 1969 e tudo mudou de repente. Terá sido este o meu Maio de 68 ou o meu Woodstock. Em pequena escala... como eu.